Lição 8 - A Promessa de Paz

Escola Bíblica Dominical

Lições Bíblicas Adultos 4° trimestre 2024 CPAD

Data da aula: 24 de Novembro de 2024

TEXTO ÁUREO

“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.” (Jo 14.27)

VERDADE PRÁTICA

A Paz do Senhor Jesus traz quietude e calma para a nossa alma, principalmente, nos momentos difíceis da vida.

 

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Fp 4.9

O Deus de paz está conosco em todo o tempo

Terça - Cl 3.15

A paz de Deus domina os corações dos que o temem

Quarta - Mt 5.9

Os pacificadores são bem-aventurados

Quinta - Rm 5.1

Por meio de Cristo temos paz com Deus

Sexta - Is 9.6,7

Jesus, o nosso Senhor, é o "Príncipe da Paz"

Sábado - Fp 4.6,7

A paz de Deus excede todo o entendimento


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Números 6.24-26; Filipenses 4.6,7; 1 Pedro 3.10,11

Números 6

24 - O Senhor te abençoe e te guarde;

25 - O Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti;

26 - O Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz.

Filipenses 4

6 - Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de graças.

7 - E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus.

1 Pedro 3

10 - Porque quem quer amar a vida e ver os dias bons, refreie a sua língua do mal, e os seus lábios não falem engano;

11 - aparte-se do mal e faça o bem; busque a paz e siga-a.


Hinos Sugeridos: 3, 178, 364 da Harpa Cristã


INTRODUÇÃO

O Senhor Jesus é identificado na profecia de Isaías como o “Príncipe da Paz”. De seu principado deriva a paz de que todo ser humano precisa. Por isso, nesta lição, estudaremos a respeito da promessa de paz que está presente na Palavra de Deus. Veremos como a paz é representada no plano de Deus, bem como é apresentada na perspectiva do mundo e, principalmente, a paz que Jesus prometeu para cada um de seus seguidores.

PALAVRA-CHAVE: Paz

 

I – A PAZ NO PLANO DE DEUS

1. O significado de paz.

No dicionário, encontramos os seguintes sinônimos para a palavra “paz”: “tranquilidade”, “repouso”, “silêncio”, “sossego”. No Antigo Testamento, encontramos a palavra “shalom” para “paz”, que tem o sentido de segurança, bem-estar, saúde, prosperidade, paz (Nm 6.26); representando tudo o que há de melhor para a vida. No Novo Testamento, em grego, a palavra “paz” é “eirene”, com significado semelhante, contudo, enfatizando a ideia de quietude e repouso (Fp 4.6).

 

2. A Paz na bênção sacerdotal.

Os versículos 24-26 de Números 6 expressam a bênção sacerdotal sobre os filhos de Israel. Entre a bênção de proteção, benevolência e de misericórdia, encontra-se a bênção de paz (v.26). O sentido de paz que a palavra hebraica shalom carrega é de completude, satisfação e plena felicidade. Trata-se de uma bênção em que a ansiedade, a tensão e a contenda não teriam vez entre os filhos de Israel. A paz, em Números 6, revela um estado de plena satisfação em Deus a qual o povo judeu poderá desfrutar na sua peregrinação pelo deserto e ao entrar na Terra Prometida.

 

3. A Paz do Senhor.

O Texto Áureo traz consigo a Paz do Senhor Jesus, em que nos lembra uma das principais características do Messias: “o Príncipe da Paz” (Is 9.6). Essa paz do Senhor Jesus é assunto do apóstolo Paulo em Filipenses, quando ele exorta a igreja a não ficar inquieta pelos últimos acontecimentos, pois a paz de Deus nos fortalece e protege o nosso coração e sentimentos em Cristo, o nosso Senhor (Fp 4.6,7).


O apóstolo Pedro também reflete o mesmo ensino de Jesus no sentido de levar a vida numa perspectiva de paz, refreando a língua para não entrar em contendas e mentiras, apartando-se do mal, buscando a paz com os outros (1 Pe 3.10,11). Dessa forma, como a paz reina em nossa vida, devemos buscar ter essa paz com outras pessoas.      


SINÓPSE I

Se a paz reina em nossa vida, devemos buscar ter essa paz com outras pessoas.


AUXÍLIO TEOLÓGICO

“O ESPÍRITO E O MUNDO

[...] Jesus deixa a paz aos discípulos. Como isto se encaixa com o que vem antes, e qual é o significado de que vem antes, e qual é o significado de ‘paz’? O Espírito vem pelo nome de Jesus (v. 26), ou seja, através da obra redentora de Jesus. ‘Paz’, neste contexto, refere-se ao que Paulo chama ‘justificação’ e ‘reconciliação’. Quer dizer, por causa da obra de Jesus, as pessoas estão numa nova relação com Deus. Tal relação é tornada real quando a pessoa crê em Jesus.

 

Esta nova relação é expressa simultaneamente de duas maneiras. Por um lado, a pessoa tem uma nova posição diante de Deus por causa da obra de Jesus. Jesus está no céu com o Pai, declarando que Ele fez a paz com Deus para as pessoas pecadoras. (Note que esta é a parte advocatícia do Consolador, mas no céu). Por outro lado, o Espírito traz essa paz ao crente. É quando a reconciliação e a justificação tornam-se pessoais. (Note que esta é a outra parte advocatícia do Consolador, que afirma e assegura ao crente que este tem uma posição boa com o Pai no céu. [...] Esta ideia de paz está embutida na ideia de shalom (a palavra hebraica que significa ‘paz’), que tem longa história e está carregada de rico significado. Esta ideia havia juntado o significado do tempo do fim associado com o Messias.

 

O termo shalom significava a presença da salvação de Deus, da inteireza de mente, corpo e alma, com pessoas que estão em relações certas com as outras. Na aparição da ressurreição em Jo 20.19-23, Jesus fala a paz para os discípulos covardes. Lá, como aqui, Ele os consola no meio de um tempo muito aterrorizante. Assim, pela segunda vez (cf. Jo 14.1) Ele diz: ‘Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize’ (v. 27b)” (Comentário Bíblico Pentecostal — Novo Testamento. Vol. 1. Mateus — Atos. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p. 583).

II – A PAZ ILUSÓRIA DO MUNDO

1. Uma paz enganosa.

Muitos buscam a paz nos vícios, em substâncias tanto ilegais quanto legalizadas, nos jogos, nas baladas, em falsas religiões. Ao longo da história, as pessoas procuram sempre preencher uma lacuna em suas vidas com aquilo que não tem a capacidade de preenchê-las. Outras entendem que a paz é meramente a ausência de guerra, de dificuldades e problemas.

 

A Bíblia revela que a paz do mundo é enganosa porque  não tem como fundamento o que é eterno, celestial e divino, mas temporal, terreno e puramente humano (Jo 14.27). O que Jesus oferece advém da eternidade e, por isso, preenche todas as nossas necessidades independente das circunstâncias que vivemos (Jo 7.38). A paz do Senhor Jesus não é enganosa, mas verdadeira e sublime.

 

2. A “paz” das obras da carne.

A Carta aos Gálatas apresenta uma lista das “obras da carne” que, muitas vezes, expressa a ilusão de uma falsa paz na vida das pessoas, e muitas confundem o prazer e os deleites da vida com a paz (Gl 5.19-21). Na verdade, é uma satisfação que ocorre por meio dos sentidos e, logo, se volta ao estágio de necessidade anterior. Assim, quem vive na prática das Obras da Carne imagina que desfruta de uma pretensa paz e, como consequência, pensa que vive uma vida feliz. Ledo engano! É impossível desfrutar da verdadeira paz que o Senhor Jesus oferece quando se viva na prática do pecado. Quem vive assim está se enganando, atendendo à vontade do Mundo, da Carne e do Diabo (Ef 2.3).

 

3. Uma falsa paz.

Ensinando à igreja em Tessalônica, a respeito do Dia do Senhor, o apóstolo Paulo escreveu: “Pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então, lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida; e de modo nenhum escaparão” (1 Ts 5.3). Aqui, somos lembrados de uma falsa paz que haverá na Grande Tribulação. Uma paz superficial, frágil e apenas aparente. Quem se compromete com a falsa paz não saberá discernir os tempos de oposição tanto no presente quanto no futuro. Mas com Jesus, desfrutamos de uma paz verdadeira e duradoura.  


SINÓPSE II

Com Jesus Cristo, o nosso Senhor, desfrutamos de uma paz verdadeira e duradoura.

 

III – A PAZ QUE JESUS PROMETEU

1. O Príncipe da Paz.

O Profeta Isaías teve a revelação divina das características do Messias prometido a Israel e ao mundo. Uma de suas principais características é ser “O Príncipe da Paz” (Is 9.6,7). A vinda do Messias trará uma paz que o mundo não conheceu. Os Evangelhos apresentam o Senhor Jesus, o nosso Salvador, como esse “Príncipe da Paz”. Seus discípulos podem desfrutar hoje dessa paz que só Ele pode dar. Seu principado assegura-nos a verdadeira paz (Jo 14.27), que deve nos acompanhar, como seguidores de Jesus,  onde colocarmos os nossos pés (Mt 10.12,13).


2. Uma promessa redentora.

Em Gênesis, a paz foi transtornada por causa da estratégia do Diabo que iludiu o primeiro casal, fazendo-o desobedecer à ordem de Deus (Gn 3.1-7). Nesse contexto, Deus prometeu redimir o ser humano por meio da “semente da mulher” (Gn 3.15). Essa promessa se cumpriu em Cristo, reconciliando-nos e estabelecendo a nossa paz com Deus (Rm 5.1).


Ao mesmo tempo, a parede da separação foi derrubada e toda inimizade entre judeus e gentios foi desfeita, de modo que de ambos os povos Ele fez um, a Igreja (Ef 2.14,15). Por isso, no Novo Testamento há várias referências que nos mostram que a paz de Cristo está ao alcance de todos que nEle creem. Essa paz estará conosco (Fp 4.9), dominará os nossos corações (Cl 3.15) e, como pessoas pacíficas, desfrutaremos de verdadeira felicidade (Mt 5.9). 

 

3. Uma promessa que excede todo o entendimento.

A paz que excede todo o entendimento nos acalma diante das inquietações da vida (Fp 4.6). Essa paz acalmará o nosso coração, nos fortalecerá para resistir às intempéries diante de nós, assim como aconteceu com o apóstolo Pedro que, mesmo preso numa cadeia típica do primeiro século, dormia um sono profundo e sereno (At 12.5-7). Esse episódio está de pleno acordo com o que o Senhor Jesus prometeu:  “Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo 16.33). Mesmo diante de aflições e lutas, podemos confiar no Senhor e experimentar a paz que só Ele pode nos dar. Portanto, confiemos nas promessas de Jesus, bem como em sua providência!  


SINÓPSE III

A paz que excede todo o entendimento é uma paz que nos acalma diante das inquietações da vida.


AUXÍLIO TEOLÓGICO

A RESTAURAÇÃO DA PAZ

“[...] Experimentar a paz com Deus exige que estejamos unidos a Cristo pela fé. O primeiro passo é crer no Senhor Jesus Cristo. Esta ‘crença’ é mais do que apenas uma concordância ou aceitação intelectual. É uma confiança ativa pela qual uma pessoa aceita o sacrifício de Cristo pelos pecados e entrega o controle de sua vida à liderança de Cristo.


Uma pessoa que responde a Cristo dessa forma é perdoada e justificada (isto é, torna-se reta diante de Deus) através da fé (Rm 3.21-28; 4.1-13; Gl 2.16). Junto com a fé, devemos seguir as diretrizes de Deus e obedecer aos seus mandamentos, a fim de vivermos em paz (Lv 26.3, 6). Os profetas do Antigo Testamento declaram frequentemente que não há paz real para os ímpios (Is 57.21; 59.8; Jr 6.14; 8.11; Ez 13.10, 16).


A fim de que possamos experimentar continuamente a paz de Deus, ele nos deu o Espírito Santo, que desenvolve o seu caráter e os seus propósitos em nós, o que envolve a paz de Deus (Gl 5.22; cf. Rm 14.17; Ef 4.3). Com a ajuda do Espírito, devemos orar pela paz (Sl 122.6, 7; Jr 29.7; Fp 4.7, nota), deixando que a paz dirija nossos corações (Cl 3.15), desejando e buscando a paz (Sl 34.14; Jr 29.7; 2 Tm 2.22; 1 Pe 3.11) e fazendo o melhor que pudermos para vivermos em paz com os outros (Rm 12.18; 2 Co 13.11; 1 Ts 5.13; Hb 12.14)” (Bíblia de Estudo Pentecostal — Edição Global. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, p. 1288).


CONCLUSÃO

Vimos que a paz de Deus tem a ver com bem-estar, repouso e quietude, mesmo nas horas de grandes tormentos. Contrastamos essa perspectiva de paz com a do mundo que compreende que a paz é a mera ausência de guerra ou se resume a períodos limitados de prazeres. Aprendemos que a Paz de Deus é uma virtude profunda, elevada e eterna. Não se trata de algo passageiro, mas de um estado permanente, que independe das circunstâncias. É a paz que Jesus prometeu.


REVISANDO O CONTEÚDO

1. Escreva a respeito do conceito de paz.

No Antigo Testamento, encontramos a palavra “shalom” para “paz”, que tem o sentido de segurança, bem-estar, saúde, prosperidade, paz (Nm 6.26); representa tudo o que há de melhor para a vida. No Novo Testamento, em grego, a palavra “paz” é “eirene”, com significado semelhante, contudo, enfatizando a ideia de quietude e repouso (Fp 4.6).

2. O que a paz em Números 6 revela?

A paz, em Números 6, revela um estado de plena satisfação em Deus a qual o povo poderá desfrutar na sua peregrinação pelo deserto.

3. Por que podemos dizer que a paz que o mundo oferece é enganosa?

A paz do mundo é enganosa porque não tem como fundamento o que é eterno, celestial e divino, mas temporal, terreno e puramente humano.

4. Como os Evangelhos apresentam o Senhor Jesus?

Os Evangelhos apresentam o Senhor Jesus, o nosso Salvador, como esse “Príncipe da Paz”.

5. De acordo com a lição, o que é a paz que excede todo o entendimento?

A paz que excede o todo entendimento é uma paz que nos acalma diante das inquietações da vida.

🔍Veja também:

LIÇÃO 9 - PROMESSAS PARA PAIS E FILHOS

LIÇÃO 10 - A PROMESSA DA PROTEÇÃO DIVINA

LIÇÃO 11 - A PROMESSA DE PROVISÃO


Lições Bíblicas Adultos 4° trimestre 2024 CPAD

ASSUNTO: AS PROMESSAS DE DEUS: Confie e Viva as Bênçãos do Senhor porque Fiel é o que Prometeu

Comentarista: Pastor Elinaldo Renovato

 

Lição 7 - A Promessa de um Coração Novo

Escola Bíblica Dominical

Lições Bíblicas Adultos 4° trimestre 2024 CPAD

Data da Aula: 17 de Novembro de 2024

TEXTO ÁUREO

“E vos darei um coração novo e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei o coração de pedra da vossa carne e vos darei um coração de carne.” (Ez 36.26)

 

VERDADE PRÁTICA

O salvo em Cristo Jesus tem um coração novo, voltado para a Palavra de Deus e disposto a fazer a sua vontade.


LEITURA DIÁRIA

Segunda - Jo 3.3-8

O coração deve ser regenerado pelo Espírito

Terça - Pv 4.23

Do coração procedem as saídas da vida

Quarta - Mt 15.18-20

O que sai do coração contamina o ser humano

Quinta - Lc 2.18,19

Guardando e conferindo tudo no coração

Sexta - Jr 20.12

Deus vê o coração do ser humano

Sábado - Pv 17.22

O coração alegre é remédio da alma


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Romanos 2.25-29; Jeremias 31.31-34

Romanos 2

25 - Porque a circuncisão é, na verdade, proveitosa, se tu guardares a lei; mas, se tu és transgressor da lei, a tua circuncisão se torna em incircuncisão.

26 - Se, pois, a incircuncisão guardar os preceitos da lei, porventura, a incircuncisão não será reputada como circuncisão?

27 - E a incircuncisão que por natureza o é, se cumpre a lei, não te julgará, porventura, a ti, que pela letra e circuncisão és transgressor da lei?

28 - Porque não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente na carne.

29 - Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão, a que é do coração, no espírito, não na letra, cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus.


Jeremias 31

31 - Eis que dias vêm, diz o Senhor, em que farei um concerto novo com a casa de Israel e com a casa de Judá.

32 - Não conforme o concerto que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito, porquanto eles invalidaram o meu concerto, apesar de eu os haver desposado, diz o Senhor.

33 - Mas este é o concerto que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: porei a minha lei no seu interior e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.

34 - E não ensinará alguém mais a seu próximo, nem alguém, a seu irmão, dizendo: Conhecei ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor deles até ao maior, diz o Senhor; porque perdoarei a sua maldade e nunca mais me lembrarei dos seus pecados.

HINOS SUGERIDOS:  15, 141, 447 da Harpa Cristã

INTRODUÇÃO

O coração tem uma perspectiva bíblica muito singular. A palavra se refere à realidade da vida interior de cada pessoa. Por isso que, ao longo da Bíblia, nos deparamos com conselhos que nos incentivam a cuidar do coração, e guardá-lo de todas as influências maléficas. O coração, segundo a Bíblia, é o centro da vida. As promessas para o coração são o tema desta lição.


PALAVRA-CHAVE

Coração


I – O CORAÇÃO NA PERSPECTIVA BÍBLICA

1. O coração na Bíblia.

Na Bíblia, raramente, a palavra “coração” é usada como referência ao órgão físico (2 Sm 18.14; 2 Rs 9.24). De modo geral, essa palavra se refere ao “homem interior” a fim de revelar o centro da vida mental, emocional e espiritual do ser humano. Desse modo, o apóstolo Paulo faz referência ao “homem exterior” (o corpo físico) e ao homem interior (alma e espírito), que constitui o ser humano em sua integralidade: corpo, alma e espírito (Hb 4.12). É para a dimensão desse “homem interior” que a Bíblia aplica a palavra “coração”, tudo o que faz parte da nossa alma e espírito.


2. A circuncisão do coração.

O texto da Leitura Bíblica em Classe apresenta Romanos 2.25-29 num contexto em que o apóstolo Paulo ensina o sentido da verdadeira circuncisão da Nova Aliança. De fato, a circuncisão foi um ato físico estabelecido por Deus para os descendentes de Abraão. Contudo, no Novo Testamento, o que atesta a Nova Aliança não é mais uma marca física (Rm 2.28), mas a obra realizada pelo Espírito Santo no coração da pessoa (Rm 2.29). Essa é a verdadeira circuncisão! Essa é uma obra exclusiva do Espírito que nos capacita a ser um seguidor do Senhor Jesus e estabelecer um relacionamento pessoal com Deus. Sem essa circuncisão do coração é impossível manter um relacionamento vivo com o Pai (Jo 3.3-8).


3. Um coração novo.

Esse ensino do apóstolo Paulo remonta o profeta Jeremias 31.31-34 a respeito de uma Nova Aliança que rompe com a forma da Antiga. Essa Nova Aliança não seria mais conhecida pelas marcas físicas, ritualísticas e externas, mas teria a ver com o interior da pessoa, pois Deus escreveria a sua Lei no “coração”, poria a sua Lei no interior da Casa de Israel (Jr 31.33). Assim, Deus daria um coração novo ao seu povo. Por isso, o apóstolo Paulo faz referência a essa obra com a Palavra “espírito” em vez da “letra” (Rm 2.29), pois a Lei de Deus estaria dentro do ser humano que passasse pela obra de regeneração promovida pelo Espírito Santo (Jo 3.6,7). Portanto, de maneira geral, a palavra “coração” se refere ao que está no interior do ser humano (Pv 4.23; Mt 15.18-20).   


AMPLIANDO O CONHECIMENTO

“KARDIA

Forma prolongada de uma palavra primária, káp (Kar, em latim, cor, ‘coração’); o coração, i.e., (figurado) os pensamentos ou sentimentos (a mente); também (por analogia) o meio: – coração partido. Um substantivo que significa coração, a sede e o centro de circulação, e, portanto, da vida humana.


Em o Novo Testamento é usado apenas em sentido figurado: I – Como sede dos desejos, sentimentos, afetos, paixões, impulsos, i. e., o coração ou a mente (Mt 5.8,28); [...] II – Como sede do intelecto, significando a mente, o entendimento (Mt 13.15); [...] III – Em sentido figurado: o coração de alguma coisa, o meio ou a parte central, i.e., o coração da terra (Mt 12.40) [...].” Amplie mais o seu conhecimento, lendo Bíblia de Estudo Palavras-Chave: Hebraico e Grego, editada pela CPAD, p.2252.


SINÓPSE I

O coração se refere ao “homem interior” para revelar o centro da vida mental, emocional e espiritual do ser humano.


AUXÍLIO TEOLÓGICO

A MENTE

“O coração refere-se à mente, mas não ao cérebro e, nesse caso, não envolve a fisiologia humana. Trata-se de uma metáfora e, embora a neurofisiologia do coração possa ser interessante por si só, não tem relação com esse uso da linguagem. Deuteronômio 6.5 dá a ordem de amar a Deus de todo o coração, alma e poder. Quando a ordem é repetida nos Evangelhos, ocorre com três variações (Mt 22.37; Mc 12.30; Lc 10.27). Comum a todas as três é a adição da palavra ‘mente’.


Ao acrescentarem ‘mente’, os escritores dos Evangelhos querem ter certeza de que o público ouve Jesus, só que a adição é baseada no fato de que o significado da palavra hebraica para referir-se à coração inclui a mente. As atividades mentais do coração metafórico são abundantes.


O coração é onde a pessoa pensa (Gn 6.5; Dt 7.17; 1 Cr 29.18; Ap 18.7), onde a pessoa compreende e tem entendimento (1 Rs 3.9; Jó 17.4; Sl 49.3; Pv 14.13; Mt 13.15). O coração faz planos e tem intenções (Gn 6.5; 8.21; Pv 20.5; 1 Cr 29.18; Jr 23.20). A pessoa crê com o coração (Lc 24.25; At 8.37; Rm 10.9). O coração é o lugar da sabedoria, discernimento e habilidade (Êx 35.34; 36.2; 1 Rs 3.9; 10.24). O coração é o lugar da memória (Dt 4.9; Sl 119.11). O coração desempenha o papel da consciência (2 Sm 24.10; 1 Jo 3.20, 21)” (LONGMAN III, Tremper. Dicionário Bíblico Baker. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p. 407).

II – O CORAÇÃO DE QUEM ESTÁ EM DEUS

1. Um coração inclinado a Deus.

Quando uma pessoa recebe a Cristo como seu Salvador, ela passa pelo processo do Novo Nascimento, da Regeneração. Por isso, ela passa a enxergar o Reino de Deus e, ao mesmo tempo, a própria necessidade espiritual. A respeito disso, nosso Senhor diz: “Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus” (Jo 3.3). Assim, quem tem um coração regenerado, transformado, participa do Reino de Deus e, consequentemente, se inclina para as coisas do Espírito a fim de viver de acordo com os mandamentos de Deus (Rm 8.5,6).


2. Um coração consciente.

Como centro da vida interior do ser humano, no coração meditamos, ponderamos e avaliamos, como fez Maria, a mãe de Jesus, ao ouvir o que os pastores diziam acerca do menino: “E todos os que a ouviram se maravilharam do que os pastores lhes diziam. Mas Maria guardava todas essas coisas, conferindo-as em seu coração” (Lc 2.18,19). Assim, quem recebe um coração novo, transformado pela nova natureza a partir da Palavra de Deus, tem a capacidade de guardar seu coração e o que se passa ao seu redor, de maneira que possa desejar fazer a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Rm 12.2; Fp 4.8,9).


3. Deus vê o coração.

No livro do Profeta Jeremias está escrito: “Tu, pois, ó Senhor dos Exércitos, que provas o justo e vês os pensamentos e o coração, veja eu a tua vingança sobre eles, pois te descobri a minha causa” (Jr 20.12). A partir desse texto, podemos depreender que o coração do ser humano é um lugar que poucos podem conhecer, adentrar e contemplar. É o local mais escondido  da pessoa. Contudo, a Bíblia diz que Deus vê o coração. Ele contempla o ser humano por dentro e por fora. O Criador formou o homem em sua integralidade, tanto a vida exterior quanto a interior, e, por isso, Ele contempla e conhece bem o coração de cada pessoa. Assim, quem foi regenerado e transformado é contemplado por Deus em todas as dimensões do coração.


SINÓPSE II

O coração novo é inclinado para Deus, consciente da sua vontade e sabe que Deus conhece todas as coisas.


AUXÍLIO TEOLÓGICO

NICODEMOS VISITA JESUS À NOITE (Jo 3.1-21).

“[...] O fato de uma pessoa precisar nascer novamente se referia a um nascimento espiritual, mas Nicodemos entendeu que Jesus se referia a um renascimento físico. Mas o que Jesus podia esperar que Nicodemos soubesse sobre o Reino? A partir das Escrituras ele poderia saber que o Reino seria governado por Deus, seria finalmente res-taurado na terra e iria incorporar o povo de Deus. Jesus revelou a esse piedoso fariseu que o Reino seria disponibili-zado a todo o mundo (Jo 3.16), não apenas aos judeus, e que Nicodemos não faria parte dele a não ser que nascesse novamente (3.5).


Esse era um conceito revolucionário: o Reino é pessoal, e não nacional ou étnico, e as exigências para entrar nele são o arrependimento e o novo nascimento espiritual. Mais tarde, Jesus ensinou que o Reino de Deus já havia começado no coração dos crentes (Lc 17.21), e estará plenamente realizado quando Ele voltar para julgar o mundo e abolir a iniquidade para sempre (Ap 21—22). [...] Somente o Deus Espírito Santo concede a nova vida do céu (ser ‘nascido do Espírito’). Ao mesmo tempo em que Deus coloca o seu precioso Espírito em nós, recebemos um espírito humano novo e regenerado. É o Espírito de Deus, e não o nosso esforço, que nos torna filhos de Deus (1.12).


A descrição de Jesus retifica a esperança dos homens de poderem, de alguma forma, herdar a virtude de seus pais, de conquistá-la pelo bom comportamento, pela formação recebida na igreja, ou por se associarem às pessoas certas. Em determinado momento, devemos ser capazes de responder à pergunta, ‘Será que já nasci do Espírito?’” (Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. Vol. 1. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, pp. 501, 502).


III – PROMESSAS PARA O CORAÇÃO

1. Um coração feliz.

Quando o ser humano tem um novo coração, como resultado da obra realizada por Deus por meio de seu Espírito, a felicidade é uma realidade. Em seu Sermão do Monte, o Senhor Jesus traz uma lista de bem-aventuranças, isto é, um estado de felicidade para quem manifesta as virtudes do Reino de Deus (Mt 5.1-9). Isso significa que a felicidade para o cristão não se encontra em coisas materiais, mas em praticar aquilo que agrada a Deus.


Em Provérbios, lemos: “O coração alegre serve de bom remédio, mas o espírito abatido virá a secar os ossos” (Pv 17.22). Como consequência dessa felicidade, a alegria se instala no coração. Hoje, sabemos pela ciência que a alegria no coração, isto é, no interior, produz reações químicas que contribuem para o equilíbrio e a manutenção da saúde humana. A pessoa que procura a presença de Deus, no seu dia a dia, tem a alegria do Senhor, que é a nossa força (Ne 8.10).


2. Um coração cheio de amor.

O amor é a essência do Cristianismo. Sem ele, não existe a verdadeira expressão e identidade do que significa ser cristão. O apóstolo Paulo escreve: “E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5.5). Essa palavra mostra que o amor de Deus está derramado no coração daqueles que têm o Espírito Santo e, por isso, o coração transformado. Por isso, o coração do salvo está cheio de amor. Dessa forma, podemos viver o que o apóstolo Paulo escreveu: “E, sobre tudo isto, revestivos de amor, que é o vínculo da perfeição. E a paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações; e sede agradecidos” (Cl 3.14,15).


3. O penhor do Espírito no coração.

Em sua Segunda Carta aos Coríntios, o apóstolo Paulo escreve: “Mas o que nos confirma convosco em Cristo e o que nos ungiu é Deus, o qual também nos selou e deu o penhor do Espírito em nossos corações” (2 Co 1.21,22). Aqui, esse texto bíblico mostra que o penhor do Espírito Santo é a garantia de nossa salvação, dada por Deus e testificada em nosso coração. Além dessa garantia, o “penhor do Espírito Santo”, também chamado de “penhor da nossa herança”, é garantia de vitória para a Igreja do Senhor Jesus Cristo (Ef 1.13,14). Portanto, o Espírito Santo é a maior garantia de que Deus cumprirá integralmente todas as promessas feitas à sua Igreja.


SINÓPSE III

Deus tem promessas de um coração novo, feliz, cheio do amor que é derramado pelo Espírito Santo.


CONCLUSÃO

Nesta lição, estudamos a promessa de “um coração novo” para a Igreja. Ninguém pode ver o coração, pois ele se refere ao interior de cada um. A pessoa pode falar uma coisa e pensar outra, pode prometer uma coisa e proceder de modo diferente. Tudo isso faz parte das fraquezas da condição humana. Contudo, mediante sua Onisciência, Deus sabe de tudo e de todas as coisas, tanto do universo quanto do coração do ser humano. Ele é o Senhor que esquadrinha o nosso coração, prova os pensamentos e recompensa a cada um conforme suas ações (Jr 17.10).


REVISANDO O CONTEÚDO

1. A que a palavra “coração” se refere?

A palavra se refere à realidade da vida interior de cada pessoa.

2. O que atesta a obra da Nova Aliança?

O que atesta a Nova Aliança não é mais uma marca física (Rm 2.28), mas a obra realizada pelo Espírito Santo no coração da pessoa (Rm 2.29).

3. Qual é a capacidade de quem recebe o coração novo?

Tem a capacidade de guardar seu coração e o que se passa a seu redor, de maneira que possa desejar a fazer a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Rm 12.2; Fp 4.8,9).

4. Qual é a essência do Cristianismo?

O amor é a essência do Cristianismo. Sem ele, não existe a verdadeira expressão e identidade do que significa ser cristão.

5. O que pode ser testificado em nosso coração?

O penhor do Espírito Santo é a garantia de nossa salvação, dada por Deus e testificada em nosso coração.


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