Lição 13 A Igreja não Sobrevive sem Doutrina (Classe: Jovens)

🎓 Lições Jovens 1° Trimestre 2024 CPAD

Revista: O FUNDAMENTO DOS APÓSTOLOS E DOS PROFETAS - A Doutrina Bíblica como Base para uma Caminhada Cristã Vitoriosa

AUTOR: Pr. Elias Torralbo

Data da aula: 31 de Março de 2024

TEXTO PRINCIPAL

Exorta semelhantemente os jovens a que sejam moderados. Em tudo, te dá por exemplo de boas obras; na doutrina, mostra incorrupção, gravidade, sinceridade." (Tt 2.6,7)


RESUMO DA LIÇÃO

A Igreja depende dos fundamentos inabaláveis do

Senhor, pois por eles a mentira é vencida e o crente vive de modo a agradar a Deus.

LEITURA SEMANAL

SEGUNDA - Sl 334

A Palavra do Senhor é reta

TERÇA - Pv 19.21

O conselho do Senhor permanecerá

QUARTA - Sl 119,24

Prazer nos testemunhos do Senhor

QUINTA - Sl 119.9

Caminhos puros

SEXTA - Pv 19.21

O conselho do Senhor é permanente

SÁBADO - Sl 106.12-14,26

Consequências de não crer nas Palavras do Senhor


OBJETIVOS

COMPREENDER que o firme fundamento de Deus permanece;

• SABER como o crente pode desmascarar os mentirosos;

• CONSCIENTIZAR da importância de se viver uma vida moderada.


INTERAÇÃO

Professor (a), nesta lição estudaremos a respeito da essencialidade da doutrina para uma vida cristã vitoriosa. O objetivo é reafirmar a importância da doutrina. No decorrer da lição, enfatize que que os fundamentos doutrinários de Deus são firmes, eterno e estão revelados nas Escrituras Sagradas. Eles contribuem para firmar a nossa fé em Deus.


As obras de Deus refletem o seu caráter, isto é, o que Ele faz não está separado de quem Ele é. Então, podemos afirmar que os preceitos do Senhor permanecem inabaláveis e imutáveis, afinal, Deus é imutável permanece para sempre (Tg 1.17).


ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor (a), converse com os alunos explicando que "os princípios divinos são bíblicos, e, portanto, imutáveis. Eles têm aplicação para o crente da atualidade, assim como o tiveram antigamente. Aquilo que a revelação bíblica considera pecado, permanece sendo pecado. A lei divina não pode ser revogada e ajustada os interesses humanos. Enfatize que a verdade bíblica não pode ser relativizada ou flexibilizada para atender o egoísmo e o hedonismo da raça humana. O texto bíblico permanece inalterado e imexível. Por isso, os valores doutrinários são permanentes, pois a fonte de autoridade é permanente. Quanto a esta realidade, Cristo afirmou: 'o céu e a terra passarão, mas minhas palavras não hão de passar" (Mt 24.35)" (Adaptado de BAPTISTA, Douglas. Valores Cristãos: Enfrentando as Questões Morais do Nosso Tempo. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p. 8).


TEXTO BÍBLICO

2 Timóteo 2.14-21

14 Traze estas coisas à memória, ordenando- lhes diante do Senhor que não tenham contendas de palavras, que para nada aproveitam e são para perversão dos ouvintes.

15 Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.

16 Mas evita os falatórios profanos, porque produzirão maior impiedade.

17 E a palavra desses roerá como gangrena: entre os quais são Himeneu e Fileto.

18 Os quais se desviaram da verdade, dizendo que a ressurreição era já feita, e perverteram a fé de alguns.

19 Todavia, o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus, e qualquer que profere o nome de Cristo aparta-se da iniquidade.

20 Ora, numa grande casa não somente há vasos de ouro e de prata, mas também de pau e de barro: uns para honra, outros, porém, para desonra.

21 De sorte que, se alguém se purificar destas coisas, será vaso para honra, santificado e idôneo para uso do Senhor e preparado para toda boa obra.


INTRODUÇÃO

Nesta Lição, que encerra o trimestre, estudaremos a respeito do caráter essencial da doutrina para a manutenção da vida e da saúde da igreja. O objetivo é reafirmara importância da doutrina para a igreja. Veremos que os fundamentos doutrinários de Deus são firmes e eternos.

I - O FIRME FUNDAMENTO DE DEUS PERMANECE

1. A natureza do fundamento de Deus.

Os fundamentos divinos revelados nas Escrituras Sagradas contribuem para firmar a nossa fé em Deus. Paulo afirma que se “o fundamento” é “de Deus” ele “fica firme” haja o que houver (2 Tm 2.19), pois pertencem a Deus. O salmista reconheceu o caráter de Deus em suas obras (Sl 19.1), assim como Paulo ensina que Deus é conhecido também por meio da criação (Rm 1.18-20). As obras de Deus refletem o seu caráter, isto é, o que Ele faz não está separado de quem Ele é, afinal de contas, “Ele não pode negar-se a si mesmo” (2 Tm 2.13).


Então, podemos afirmar que os preceitos do Senhor permanecem inabaláveis e imutáveis, pois, Deus é imutável e permanece para sempre (Tg 1,17).


2. Fundamento eterno.

O teólogo Norman Geisler define eternidade como “não temporalidade ou atemporalidade". Ele ainda afirma que “do princípio ao fim, a Bíblia declara que Deus não é dominado pelo tempo". Deus é eterno, pois Ele é antes do princípio de todas as coisas (Gn 1.1; Sl 90.2). Um dos nomes de Jesus é “pai da eternidade” (Is 9.6).


A doutrina de Deus é um fundamento eterno. Sendo assim, podemos afirmar que a doutrina divina, contida e exposta nas Escrituras, é eterna.


3. Fundamento firme.

Além de eterno, o fundamento de Deus é firme (2 Tm 2.19). A expressão “firme" indica algo consistente, sólido, fixo, resistente, seguro, ou ainda, para algo que não cede à pressão de nenhuma natureza.


O fundamento de Deus é firme, inabalável, não sofre alteração e nem cede a nenhum tipo de pressão, pois o contexto no qual Paulo fala da firmeza do fundamento de Deus era de infidelidade e desvio de alguns; no entanto, isso não abala e nem altera a qualidade segura e inviolável da verdade de Deus. No mesmo texto no qual Paulo indica a firmeza do fundamento de Deus, ele fala de uma verdade relacionada ao Senhor e da atitude do crente que vive de acordo com este fundamento doutrinário, No que se refere à verdade sobre Deus, ele afirma que “o Senhor conhece os que são seus", e os crentes que se fundamentam na verdade da Palavra devem apartar-se “da iniquidade" (v. 19). Diante disso, destacam-se duas verdades: o fundamento de Deus é inabalável, pois reflete o caráter firme do Senhor e o fundamento de Deus dá firmeza ao crente para viver em pureza e agradar a Ele.


SUBSÍDIO 1

Professor (a), neste primeiro tópico da lição, veremos que os fundamentos divinos revelados nas Escrituras Sagradas contribuem para firmar a nossa fé em Deus. Na atualidade temos visto um tempo de apostasia e infidelidade quanto a obedecer às doutrinas bíblicas. O termo apostasia vem do grego apostásis e significa o abandono premeditado e consciente da fé cristã. Ao estudar a Palavra de Deus, vemos que no Antigo Testamento, Israel por várias, vezes apostatou da fé. Contudo, em tempos de apostasia, os profetas eram levantados para denunciar o pecado e conduzi-los novamente ao Senhor. O profeta tinha o dever de confrontar o povo, alertando contra o pecado. Mesmo sendo perseguidos, muitos deles foram fieis ao Senhor e ao seu ministério, não permitindo a apostasia do povo.


Não podemos nos calar diante da apostasia do nosso tempo. É preciso confrontaras pessoas mediante 0 ensino das Escrituras Sagradas. Pauto foi incisivo ao orientar Timóteo para que ele doutrinasse a igreja a fim de que os membros não fossem seduzidos pelos falsos ensinos, apostatando da fé. Atualmente, por falta de ensino, muitos estão abandonando a fé genuína em Jesus Cristo, caindo nas garras do Inimigo. Para combater a apostasia, precisamos investir no ensino bíblico. Jesus certa vez, declarou: “Errais não conhecendo as Escrituras" (Mt 22.29).


II - DESMASCARANDO OS MENTIROSOS

1. A realidade dos mentirosos.

A Bíblia aponta para a triste e trágica realidade da mentira (Jo 8.44). Desde o pecado cometido por Adão e Eva (Gn 3.1-13), a mentira é uma triste realidade no mundo dos homens, cujo veneno e consequências afetam a todas as famílias indistintamente (At 5.1-11). Biblicamente, à medida que o tempo passar e se aproximar a vinda de Cristo, o mundo se renderá ainda mais à mentira (2 Ts 2.11,12; Ap 13.1-18). O mentiroso não tolera e rejeita a verdade a respeito de Deus (1 Jo 2.4,22). 

O engano é a principal arma do mentiroso, especialmente aqueles que mentem em relação às questões doutrinárias, cujo propósito é desviar as pessoas da verdade. Nos tempos mais antigos já havia os enganadores, pois o Antigo Testamento fala dos falsos profetas que trabalhavam para perverter a verdade de Deus (Is 9.15,16; Jr 23.14,25,26,32). A mentira é abominável Deus e Ele julgará os mentirosos (Ap 22.15).


2. Desmascarando os mentirosos.

Ao tratar sobre a mentira doutrinária, Paulo adverte Timóteo de que os enganadores diziam que “a ressurreição era já feita” (2 Tm 2.18). Diante dessa colocação do apóstolo é possível afirmar que os mentirosos não negaram a doutrina e a realidade da ressurreição, mas a modificaram. Eles desviaram, propositalmente, a verdade a fim de macular e desvirtuar a fé dos cristãos. Ao tratar sobre os que mentem doutrinariamente, Paulo menciona os nomes de Himeneu e Fileto como desviados da verdade e responsáveis pela disseminação das mentiras doutrinárias que corroem a igreja (2 Tm 2.17). Provavelmente, esses dois homens foram mestres entre os irmãos, e que nas palavras do apóstolo, serviram como “vasos para desonra”, o que permite concluir que os que trabalham para enganar a igreja do ponto de vista doutrinário, geralmente, vêm do meio da igreja e, em certa medida, exercem influência sobre o povo (2 Co 11.13-15). Portanto, temos de ter cuidado e nos mantermos vigilantes doutrinariamente, pois muitos buscam enganar e corroer as bases doutrinárias da igreja. Os enganadores sempre apresentam meias verdades a fim de disseminarem o veneno doutrinário no Corpo de Cristo.


3. Há escape para os mentirosos.

Inevitavelmente, surge a seguinte questão: “Há esperança para os que mentem doutrinariamente?" Sim, se houver arrependimento e 0 abandono da prática do erro. A Palavra de Deus afirma que “se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça" (1 Jo 1.9).


Em 2 Timóteo 2.21, Paulo afirma que "se alguém se purificar destas coisas, será vaso para honra", indicando que existe sim a possibilidade de mudança e transformação de vida para aqueles que se enveredaram pelo caminho do engano doutrinário. Paulo ensina também que o arrependimento é o caminho para que essa mudança passe a ser uma realidade. O caminho para que mentirosos no âmbito doutrinário encontrem a porta de saída e de transformação é o arrependimento, que só pode ocorrer por meio de uma instrução feita “com mansidão” por obreiros preparados (2 Tm 2.24-26).


SUBSÍDIO 2

Professor (a), converse com os alunos mostrando, biblicamente, que nos últimos tempos, haverá muitos que amam a mentira e não medirão esforços para disseminá-la. Explique que “muitos crentes se desviarão da fé porque deixarão de amar a verdade (2 Ts 2.10) e de resistir às tendências pecaminosas dos últimos dias. Por isso, o evangelho liberal dos ministros e educadores modernistas encontrará pouca resistência em muitas igrejas.


A popularidade dos ensinos antibíblicos vem, sobretudo pela ação de Satanás, conduzindo suas hostes numa posição cerrada à obra de Deus. A segunda vinda de Cristo será precedida de uma maior atividade de satanismo, espiritismos, ocultismos, possessão e engano demoníacos, no mundo e na igreja. A proteção do crente contra esses enganos e ilusões consiste na lealdade total a Deus e à sua Palavra inspirada, e a conscientização de que os homens de grandes dons e unção espirituais podem enganar-se, e enganar os outros com suas misturas de verdade e falsidade. Essa conscientização deve estar aliada a um desejo sincero do crente praticar a vontade de Deus (Jo 7.17) e de andar na justiça e no temor dELe.”

III - VIVENDO UMA VIDA MODERADA


1. Uma vida moderada.

O crente é chamado a viver moderadamente, e as condições necessárias para isso estão à sua disposição nas Escrituras Sagradas. Mas, o que efetivamente vem a ser esta vida moderada? O Dicionário Vine diz que o termo moderação está associado ao termo mansidão, associação com o bom. O crente não deve se envolver em contendas de palavras (2 Tm 2.14). Aqueles que querem agradar a Deus e herdar a vida eterna devem procurar viver uma vida santa, justa, fiel em amor. A vida moderada diz respeito ao equilíbrio como fruto da comunhão com Deus.


2. A moderação como obra do Espírito Santo.

O crente moderado é comedido em suas ações, palavras e suas emoções, como no exercício da paciência. As manifestações do “fruto do Espirito” refletem com elevada precisão as características de um crente moderado, em contraste com uma vida não moderada que é levada sob o domínio da carne (Gl 5.19-22). Dentre as virtudes do Fruto do Espirito Santo, a “temperança" é a que mais se aproxima do sentido de “moderação", já que o seu significado prático é a capacidade que o crente recebe de agir com autocontrole nas mais diversas e difíceis circunstâncias da vida. Essa capacidade é parte da obra que somente o Espírito Santo pode realizar no homem, pois, conforme Lawrence O. Richards - Ele "fornece energia para a nova natureza que impulsiona o convertido para a direção oposta à natureza pecaminosa.” A moderação é uma obra exclusivamente do Espírito Santo, motivo pelo qual o crente que deseja viver moderadamente deve “andar e ser guiado pelo Espírito” (GI5.18, 25). Andar e ser guiado pelo Espírito Santo é o mesmo que ser dominado por Ele e fazer aquilo que é ordenado na Palavra de Deus (Ef 5.18), Somente pelo Espírito Santo é que o crente pode viver uma vida verdadeiramente moderada.


3. Alcançando uma vida moderada.

Paulo ensinou e estimulou Tito a ensinar aos jovens a serem moderados (Tt 2.6), reafirmando assim que este é o caminho que o verdadeiro cristão deve seguir. Se 0 crente é chamado a ter uma vida moderada, qual é o caminho a ser tomado para que este objetivo seja alcançado? É preciso confiar em Deus, orar e dedicar-se à leitura bíblica (SL 1.1,2). A moderação não é uma virtude a ser sentida, mas a ser vivida em nosso dia a dia. O crente deve viver com a consciência da presença permanente de Deus, desenvolvendo práticas de piedade e quebrantamento. Portanto, tenha uma vida moderada e honre a Deus com isso.


SUBSÍDIO 3

Professor (a), explique aos alunos que Paulo lembra Timóteo de que ele pode esperar falsos ensinos infectando as igrejas, mas o seu dever é ‘propor’ a verdade aos irmãos (4.1-10). Esse é também o nosso dever.


CONCLUSÃO

Estudamos a respeito dos fundamentos de Deus que permanecem inabaláveis e intocáveis. Esses fundamentos nos ajudam a resistir ao engano doutrinário, disseminar a verdade de Deus e a viver uma vida moderada. Vimos que moderação é equilíbrio e controle diante de diferentes circunstâncias. Se quisermos uma vida moderada precisamos buscar a ser cheios do Espirito Santo.


HORA DA REVISÃO

1. Segundo a lição, qual o propósito dos fundamentos divinos?

Os fundamentos divinos revelados nas Escrituras Sagradas, contribuem para firmar a nossa fé em Deus.


2. Como o teólogo Normam Geisler define "eternidade? O teólogo Norman Geisler define eternidade como "não temporalidade ou atemporalidade".


3. Há esperança para os que mentem doutrinariamente?

Sim, se houver arrependimento e o abandono da prática do erro.


4. Segundo a lição, quais são as características do crente moderado?

O crente moderado é comedido em suas ações e palavras, em suas emoções, como no exercício da paciência.


5. Dentre as virtudes do Fruto do Espírito, qual a que mais se aproxima do sentido de moderação?

Dentre as virtudes do Fruto do Espírito Santo, a “temperança" é a que mais se aproxima do sentido de "moderação", já que o seu significado prático é a capacidade que o crente recebe de agir com autocontrole nas mais diversas e difíceis circunstâncias da vida.

Lição 8 A Sã Doutrina (Classe: Jovens)

🎓 Lições Jovens 1° Trimestre 2024 CPAD

Revista: O FUNDAMENTO DOS APÓSTOLOS E DOS PROFETAS - A Doutrina Bíblica como Base para uma Caminhada Cristã Vitoriosa

AUTOR: Pr. Elias Torralbo

Data da aula: 25 de Fevereiro de 2023

TEXTO PRINCIPAL

"Mas, vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé, orando no Espírito Santo, conservai a vós mesmos no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo, para a vida eterna." (Jd 20,21)

RESUMO DA LIÇÃO

A sã doutrina vem de Deus e deve nortear a vida do crente.


LEITURA SEMANAL

SEGUNDA – Sl 33.4,5

A Palavra de Deus é reta e fiel

TERÇA - 2 Tm 4.3-4

A sã doutrina é para os fiéis

QUARTA - Gl 1.11,12

Deus é a fonte da sã doutrina

QUINTA - Jo 16.13,14

O Espírito Santo conduz à

doutrina verdadeira

SEXTA - Ef 5. 1

Vivendo segundo a sã doutrina

SÁBADO - 1 Pe 1.13-25

Viver a sã doutrina é honrar a Deus

OBJETIVOS

COMPREENDER o que é doutrina;

CONSCIENTIZAR de que a doutrina bíblica vem de Deus para os homens;

SABER que a doutrina é a base da conduta do crente.


INTERAÇÃO

Professor (a), na lição deste domingo veremos o que a Bíblia chama de "sã doutrina". Vamos refletir a respeito da importância dela. O propósito é que os alunos compreendam que a verdadeira doutrina é aquela que procede de Deus e esta deve ser o padrão de vida de todo cristão.


O termo doutrina advém do latim doctrina e indica ensino, o que implica em dizer que o ato de ensinar, em certa medida, se refere à tarefa de doutrinar, quer seja uma pessoa, ou ainda, um grupo de pessoas. Quanto ao termo “sã doutrina", significa uma doutrina saudável, em conformidade com as Escrituras.


ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Prezado (a) professor (a). inicie a lição explicando os alunos que “toda a Bíblia é a Palavra de Deus. Como ela é inspirada e confiável, devemos ler a Bíblia e aplicar o seu conteúdo à nossa vida. A Bíblia é o nosso padrão para testar tudo o que afirma ser verdade. Ela é a nossa salvaguarda contra os falsos ensinamentos e a nossa fonte de orientação a respeito da maneira como devemos viver. É a nossa única fonte de conhecimento a respeito de como podemos ser salvos. Deus Lhe quer mostrar o que é verdade, e o equipar para viver por Ele e para Ele.


Quanto tempo você dedica à Palavra de Deus? Leia a Bíblia para descobrir a verdade de Deus, e permanecer confiante na sua vida e fé. Planeje ler a Bíblia toda, e não apenas as passagens mais conhecidas” (Manual da Bíblia de Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p. 273).


TEXTO BÍBLICO

Tito 2.1-10

1 Tu, porém, fala o que convém à sã doutrina.

2 Os velhos que sejam sóbrios, graves, prudentes, sãos na fé, no amor e na paciência.

3 As mulheres idosas, semelhantemente, que sejam sérias no seu viver, como convém a santas, não caluniadoras, não dadas a muito vinho, mestras no bem.

4 Para que ensinem as mulheres novas a serem prudentes, a amarem seus maridos, a amarem seus filhos.

5 A serem moderadas, castas, boas donas de casa, sujeitas a seus maridos, a fim de que a palavra de Deus não seja blasfemada.

6 Exorta semelhantemente os jovens a que sejam moderados.

7 Em tudo, te dá por exemplo de boas obras; na doutrina, mostra incorrupção, gravidade, sinceridade.

8 Linguagem sã e irrepreensível, para que o adversário se envergonhe, não tendo nenhum mal que dizer de nós.

9 Exorta os servos a que se sujeitem a seu senhor e em tudo agradem, não contradizendo.

10 Não defraudando; antes, mostrando toda a boa lealdade, para que, em tudo sejam ornamento da doutrina de Deus, nosso Salvador.


INTRODUÇÃO

Nesta lição veremos que doutrina é um termo amplo e precisa ser compreendido dentro de um aspecto específico, e aqui a análise será em torno do que a Bíblia chama de “sã doutrina". Vamos discorrer sobre o que se quer dizer com doutrina e sã doutrina, além de enfatizar que a verdadeira doutrina é aquela que procede de Deus e esta deve ser o padrão de vida de todo cristão.

I - O QUE É DOUTRINA

1. O significado de doutrina.

Na primeira lição estudamos a respeito do conceito de doutrina e, nesta, vamos ampliar a compreensão a este respeito. Em linhas gerais, doutrina é um termo que advém do Latim doctrina e indica ensino, o que implica dizer que o ato de ensinar, em certa medida, se refere à tarefa de doutrinar, quer seja uma pessoa, quer seja um grupo de pessoas. Quanto ao termo “sã doutrina", indica para uma doutrina saudável, em conformidade com as Escrituras. Biblicamente, há três tipos de doutrinas: a doutrina de Deus; a doutrina de demônios e a doutrina de homens. A doutrina de Deus é encontrada exclusivamente na Bíblia Sagrada, e pode ser compreendida como a expressão da vontade de Deus ao seu povo por meio de sua Palavra (Tt 2.10).


Quanto à doutrina de demônios, é preciso dizer que os demônios são mentirosos e enganadores e eles atuam no sentido de confundir e desviar os crentes, levando-os a apostatarem da fé (1Tm 4.1). Finalmente, a Bíblia fala também da "doutrina de homens", tão Letal como a de demônios, pois serve como instrumento de disseminação de heresias e engano (2 Co 11.14.15).


2. Doutrina no Antigo Testamento.

Tendo em vista que o conceito de doutrina diz respeito a ensino, qual seria a compreensão disso no Antigo Testamento? A expressão “doutrina" aparece em Deuteronômio como algo que "goteja" da parte de Deus, e isso no sentido de que os ensinos divinos são recebidos – do hebraico Leqach - pelo seu povo.


Outra palavra que faz alusão à “doutrina” no Antigo Testamento é torah, referindo-se em particular ao Pentateuco, isto é, os cinco primeiros livros da Bíblia,


O significado de torah é corpo de ensino do qual advém a lei de Deus, indicando os padrões que o seu povo deve adotar para a sua vida, e por meio do qual vem as instruções e as direções a serem seguidas. Além de apresentar a fonte divina da doutrina e de seu papel instrutivo, o Antigo Testamento apresenta também algumas características essenciais desse conjunto de ensino, tais como: a doutrina é pura (Jó 11.4); a doutrina é boa (Pv 4.2) e a doutrina é transformadora (Is 29.24). Sendo assim, a doutrina no texto veterotestamentário assume o papel de ser uma dádiva de Deus a seu povo. É por meio dela que Ele nos guia por caminhos de pureza, de bondade e de transformação.


3. Doutrina no Novo Testamento.

A presença da doutrina no Novo Testamento é ainda mais forte, e assim como no Antigo Testamento, há dois termos que são usados a seu respeito. A primeira expressão é didaskalía cujo significado é duplo, podendo indicar o ato de ensinar ou o conteúdo a ser ensinado, como também a referência a quem se propõe a ensinar e àquilo que se deve ensinar. A respeito dos que ensinam, Paulo advertiu sobre a necessidade de que haja dedicação nesse ofício como demonstração da elevada importância da transmissão da sã doutrina (Rm 12.7). O mesmo apóstolo aborda ainda sobre o conteúdo doutrinário a ser transmitido e ensinado à igreja de Deus (1 Tm 4.6; 2 Tm 3.10; Tt 1.9).


A segunda palavra é didaquê, cujo significado é 0 mesmo da anterior, com a diferença de que essa se aplica exclusivamente aos ensinos de Jesus. É importante destacar que a Bíblia fala sobre a "doutrina de Jesus” (Jo 716,17), afinal de contas, Ele é o Verbo de Deus (Jo 1.1-14). Jesus foi Mestre por excelência e ensinou como nenhum outro (Mc 4.2) e o conteúdo do que ensinou causou admiração e atraiu multidões (Mc 1.27).


SUBSÍDIO 1

“Professor (a) , inicie o tópico pedindo que um aluno (a) leia Tito 2.1. Depois da leitura, chame a atenção dos alunos para a “ênfase que Paulo dá a expressão 'sã doutrina’ ou 'sãos na fé' nas instruções a Tito. Este é o conteúdo de nossa fé. Os crentes devem estar fundamentados nas verdades da Bíblia, para que não sejam influenciados pela poderosa oratória dos falsos ensinadores, com possíveis devastação de trágicas consequência, ou seja levados pela emoção. Aprenda com a Bíblia, estude teologia, aplique os princípios bíblicos e coloque em prática aquilo que você aprender."

II - A DOUTRINA VEM DE DEUS PARA OS CRENTES

1. A doutrina vem de Deus.

A doutrina tem as Escrituras Sagradas como a sua fonte, mesmo porque a Bíblia é a Palavra de Deus, que cumpre o papel de testificar a respeito de tudo aquilo que o homem precisa e é capaz de saber a respeito do Criador (2 Tm 3.16). Diante dessa afirmativa, surge a pergunta: “A doutrina vem de quem?" Há doutrina de homens, doutrina de demônios e a doutrina de Deus. Quanto à doutrina de Deus, ela também tem sido chamada de doutrina bíblica, pois conforme o termo indica, todo o seu conteúdo é apresentado pela Bíblia Sagrada, que, além de ser a Palavra de Deus, toda ela é aplicável para o ensino dos homens em todas as áreas de sua vida, além de atuar na preservação da perseverança e da esperança no Senhor (Rm 15.4). Portanto, a doutrina cristã tem Deus como a sua fonte.


2. A doutrina é para os crentes.

O apóstolo Paulo afirma que “o Senhor conhece os que são seus" (2 Tm 2.19). O que faz de uma pessoa ser considerada propriedade de Deus e outra não? Jesus garantiu aos seus discípulos que eles seriam os seus amigos à medida que obedecessem aos seus ensinos (Jo 15.14.15). A verdade eterna desses ensinos não foi revelada a todas as pessoas, mas àquelas que, na condição de discípulos de Jesus, se interessaram em conhecê-lo (Mt 13.1- 23).


A distinção entre os que amam a lei de Deus e os que não amam está presente também no Antigo Testamento (Sl 1.1-6). Se considerar apenas 0 tema da santidade, que é parte da doutrina bíblica, é possível perceber que ela é uma exigência apenas ao povo de Deus (1 Ts 5.23; Hb 12.14). ao passo que dos pecadores é exigido que se arrependam de seus pecados (Mt 3.2; At 3.19). Portanto, a doutrina bíblica é um conjunto de ensinos divinos, destinados, exclusivamente, aos que amam a Deus e pertencem ao seu povo.


3. A entrega da doutrina.

Aqui é importante pensar sobre os meios usados por Deus para que a sua doutrina fosse entregue ao seu povo ao longo da história, tanto no Antigo como no Novo Testamento. No Antigo Testamento é possível encontrar os seguintes instrumentos pelos quais Deus difundiu os princípios doutrinários a seu povo: os sacerdotes com a responsabilidade de ensinar os princípios de Deus a Israel a fim de preservar a santidade do povo (Lv 10.8-11); os Levitas também tinham a função de ensinar a lei de Deus (2 Cr 35.3); os profetas que receberam a mensagem de Deus e as transmitiram ao povo (Hb 1.1) e os pais que receberam a responsabilidade de transmitir os ensinos da lei aos filhos (Dt 6.5-9).


O Novo Testamento apresenta alguns instrumentos por meio dos quais a doutrina foi difundida, como por exemplo: os apóstolos (2 Pe 3.2), os obreiros chamados por Deus e reconhecidos pela igreja (2 Tm 2.1,2) e os discípulos de Cristo, em geral (At 8.4). Portanto, uma vez que a doutrina pertence a Deus, ela vem dEle por meio de instrumentos escolhidos pelo Senhor para que seja entregue aos crentes.


SUBSÍDIO 2

Paulo advertiu Tito a ficar atento às pessoas que ensinavam doutrinas erradas e induziam outros ao erro. Alguns falsos ensinadores são simplesmente confusos: expressam suas opiniões enganosas sem as confrontarem com a Bíblia. Outros tem motivos malignos: fingem ser cristãos somente porque podem conseguir mais dinheiro, um negócio adicional ou sentimento com o fato de ser um líder na igreja. Jesus e os apóstolos advertiram repetidamente contra os falsos mestres (Mc 13.22) porque os falos ensinos atacam os fundamentos da verdade e da integridade sobre a qual a fé cristã está edificada.


Você pode reconhecer os falsos ensinadores porque estes

(1) concentrarão mais sua atenção em si mesmos do que em Cristo;

(2) pedirão para você fazer algo que comprometa ou enfraqueça sua fé;

(3) não enfatizarão a natureza divina de Cristo ou a inspiração da Bíblia: ou

(4) incentivarão os crentes a tomarem decisões baseados mais no julgamento humano do que na oração e nas diretrizes bíblicas.

III - A DOUTRINA É A BASE DA CONDUTA DO CRENTE

1. A doutrina como referência para o crente.

O ser humano sempre vai buscar uma referência, quer seja no exemplo de alguma pessoa, quer seja um conjunto de princípios pelo qual ele possa ser guiado. Este é um dos motivos por que o escritor da Carta aos Hebreus orientou os seus leitores a olharem para Jesus Cristo (Hb 12.2). Nesse caso, qual deve ser o ponto de referência do crente no que se refere ao conjunto de princípios pelo qual ele deve nortear os seus pensamentos, as suas decisões e as suas ações? O salmista testemunhou que a Palavra de Deus é Luz para o caminho dos que se submetem a Deus (Sl 119.105).


Sendo assim, uma vez que doutrina é o conjunto de ensinamentos bíblicos e que deve ser obedecido pelo crente, ela serve como um referencial e cumpre um papel semelhante ao da luz que ilumina o caminho, evitando acidentes, erros e permitindo correções quando necessário. Deste modo, a doutrina bíblica serve de referência ao crente diante da escuridão do pecado que marca este tempo, assim como é a fonte preservadora de sua fé no enfrentamento de seus mais variados conflitos.


2. A vida cristã e suas responsabilidades.

A vida cristã pode ser analisada sob diferentes aspectos, inclusive sobre a expectativa que há em relação à vida de um cristão, que o toma responsável diante de Deus, de si mesmo e da sociedade. O cristão tem que refletir o caráter de Cristo, principalmente por meio de sua forma de viver como demonstração de verdadeira transformação (2 Co 5.17).


Essa responsabilidade é bem compreendida se considerar o fato de que os cristãos são denominados de “sal da terra" e “luz do mundo" (Mt 5.13-16). Assim como o sal e a luz. o crente deve buscar beneficiar outras pessoas em detrimento de si mesmo. Se o crente deixar de cumprir o seu propósito ele perde a razão de sua própria existência.


O cristão deve ter uma vida vivida na luz para que as suas obras sejam vistas e conhecidas dos homens com a finalidade de que Deus seja glorificado (Mt 5.16), e isso só será alcançado mediante a preservação da “palavra da vida" (Fp 2.13-16).


3. A conduta do crente em seus relacionamentos.

A sã doutrina indica o caminho ao crente quanto à sua conduta, mas não é só isso, ela também dá as condições necessárias para que isso seja possível, principalmente no que se refere aos relacionamentos. É importante destacar que a qualidade de vida cristã é medida pelas ações e reações diante dos obstáculos e dificuldades da vida.


Os principais testes que podem revelar a qualidade da vida espiritual de um crente ocorrem em seus relacionamentos interpessoais, nas mais variadas áreas da vida. Seguindo nessa mesma linha, ao escrever a Tito, o apóstolo Paulo demonstra que a sã doutrina orienta e capacita o crente a desenvolver bons relacionamentos, fazendo com que os mais jovens tenham os mais velhos como ponto de boa referência e fonte de ensino, no bom uso das palavras para com as pessoas, na relação amistosa que deve haver entre Líderes e liderados, visando, sobretudo, que o Diabo não encontre o que possa usar como arma contra o crente.


CONCLUSÃO

A sã doutrina serve ao crente como “Luz" para o seu caminho e escudo de proteção contra os ataques do Inimigo. Por isso, aprendemos a respeito da importância da sã doutrina, pois ela vem de Deus, cujos princípios são destinados aos que pertencem ao Senhor e que visam oferecer-lhes direção e condições para o honrarem em tudo o que faz e em todas as áreas de sua vida.

HORA DA REVISÃO

1. O que indica o vocábulo "doutrina"?

Em Linhas gerais, doutrina é um termo que advêm do latim doctrina e indica ensino, o que implica em dizer que o ato de ensinar, em certa medida, se refere à tarefa de doutrinar, quer seja uma pessoa, ou ainda, um grupo de pessoas.


2. Quais são os três tipos de doutrina?

Biblicamente, há três tipos de doutrinas: doutrina de Deus: doutrina de demônios e doutrina de homens.


3. O que é a doutrina de Deus?

A doutrina de Deus é encontrada exclusivamente na Bíblia Sagrada, e pode ser compreendida como a expressão da vontade de Deus ao seu povo por meio de sua Palavra (Tt 2.10).


4. Segundo a lição, quais os instrumentos por meio dos quais a doutrina foi difundida no Novo Testamento?

O Novo Testamento apresenta alguns instrumentos por meio dos quais a doutrina foi difundida, como por exemplo, os apóstolos, por obreiros chamados por Deus e reconhecidos pela igreja e os discípulos de Cristo, em geral.


5. Como são denominados os cristãos em Mateus 5.13-16?

“Sal" da terra e “luz’ do mundo.

Lição 7 A Doutrina que Dá Vida e Expulsa Demônios (Classe: Jovens)

🎓 Lições Jovens 1° Trimestre 2024 CPAD

Revista: O FUNDAMENTO DOS APÓSTOLOS E DOS PROFETAS - A Doutrina Bíblica como Base para uma Caminhada Cristã Vitoriosa

AUTOR: Pr. Elias Torralbo

Data da aula: 18 de Fevereiro de 2024

TEXTO PRINCIPAL

"Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens. O ladrão não vem senão a roubar, a matar e a destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância." (Jo 10.9,10)

RESUMO DA LIÇÃO

A doutrina de Jesus reflete o seu caráter, razão pela qual ela liberta e dá vida aos que creem e a obedecem.


LEITURA SEMANAL

SEGUNDA - Rm 13.1,2

Deus ordena as autoridades

TERÇA - Mt 7 28,29

Jesus ensinava com autoridade

QUARTA - Lc 7.1-10

A autoridade de Jesus sobre as enfermidades

QUINTA-Mc 5-1-15

A autoridade de Jesus sobre os demônios

SEXTA - Jo 11.25-27

Jesus tem poder sobre a morte

SÁBADO - Jo 17.1,2

O poder de Jesus sobre os homens


OBJETIVOS

• COMPREENDER a autoridade da doutrina de Cristo;

• CONSCIENTIZAR de que a doutrina de Cristo dá vida ao homem;

• SABER a respeito da doutrina de Cristo e os demônios.

INTERAÇÃO

Professor (a), nesta lição estudaremos a respeito da doutrina de Jesus Cristo. Veremos que ela dá vida ao crente e autoridade para expulsar os demônios. É importante que seus alunos compreendam que o sentido de autoridade utilizado nessa lição diz respeito à doutrina de Cristo, referindo-se à sua fonte divina, o que faz dela digna de toda aceitação (1 Tm 1.15).


A autoridade de Jesus tem o propósito de habilitar os seus discípulos a cumprirem a sua missão (Lc 10.19). No decorrer a lição, enfatize que a autoridade tem relação direta com a representação da pessoa de Jesus, e isso por meio da exposição da mensagem do Evangelho.


Sabemos que a autoridade de Jesus é a principal marca do seu ensino, diferente dos escribas, cujos discursos eram vazios e desconexos da verdadeira autoridade.


ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Prezado (a) professor (a), inicie o primeiro tópico da lição fazendo a seguinte pergunta: “Quais são as nossas atitudes que proclamam a Cristo?" Incentive a participação dos alunos e ouça a todos com atenção. Em seguida, explique que podemos proclamar a Jesus Cristo da seguinte forma:

* Com o nosso testemunho de vida;

* Com uma vida íntegra que não faz o mal para o próximo;

* Com uma vida que expresse amor e bondade com o poder e a autoridade de Jesus Cristo.

* Conclua enfatizando que a Igreja precisa anunciar a Cristo com poder e autoridade.


TEXTO BÍBLICO

Marcos 1.21-28

21 Entraram em Cafamaum, e, logo no sábado, indo ele à sinagoga, ali ensinava.

22 E maravilhavam-se da sua doutrina, porque os ensinava como tendo autoridade e não como os escribas.

23 E estava na sinagoga deles um homem com um espírito imundo, o qual exclamou, dizendo:

24 Ah! Que temos contigo, Jesus Nazareno? Vieste destruir-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus.

25 E repreendeu-o Jesus, dizendo: Cala-te e sai dele.

26 Então, o espírito imundo, agitando-o e clamando com grande voz, saiu dele.

27 E todos se admiraram, a ponto de perguntarem entre si, dizendo: Que é isto? Que nova doutrina é esta? Pois com autoridade ordena aos espíritos imundos, e eles lhe obedecem!

28 E logo correu a sua fama por toda a província da Galileia.


INTRODUÇÃO

Por intermédio do ministério terreno de Jesus, podemos ver que doutrina e obras caminham unidas. As obras realizadas pelo Senhor Jesus revelam o seu caráter e a natureza da sua doutrina. Portanto, além de relacionar a doutrina de Cristo com suas obras, esta lição mostrará que ambas são inseparáveis e que as obras do Senhor são firmadas em quem Ele é.

I - A AUTORIDADE DA DOUTRINA DE CRISTO

1. O conceito de autoridade.

Autoridade é um termo amplo e abrangente, motivo pelo qual precisamos defini-lo. O sentido de autoridade utilizado aqui diz respeito à doutrina de Cristo, referindo-se à sua fonte divina, o que faz dela ser digna de toda aceitação (1 Tm 1.15), Certa vez, os discípulos de Jesus recuaram e já não andavam mais com Ele (Jo 6.66). Então, o Mestre indagou aos 12 discípulos dizendo: “Quereis vós também retirar-vos?” (v. 67). Pedro então disse: “Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna” (v. 68).


Pedro estava afirmando a autoridade da doutrina que procede de Jesus. Portanto, a autoridade da doutrina de Cristo está relacionada ao fato de Ele ser Deus, e a fonte de toda autoridade (Rm 13.1-4).


2. Autoridade que habilita.

A autoridade de Jesus tem o propósito de habilitar os seus discípulos a cumprirem a sua missão (Lc 10.19). No texto de Lucas 9.1-6 o Senhor Jesus designa os seus discípulos a representá-lo em expedições missionárias. O poder prometido seria para habilitar os discípulos a realizarem milagres no nome de Jesus. A autoridade tem relação direta com a representação da pessoa de Jesus e isso por meio da exposição da mensagem do Evangelho.


A autoridade é uma resolução a fim de que possamos representar uma pessoa, razão pela qual Jesus mostra aos discípulos que eles não deveriam desfalecer quando fossem rejeitados, pois na verdade, as pessoas estariam rejeitando ao próprio Senhor que os enviou. Sendo assim, a autoridade de Cristo confere todas as condições necessárias em favor do avanço de seu Reino, inclusive na difusão de sua doutrina.


3. Autoridade confirmada.

A autoridade exercida no ministério de Jesus contribuiu para que suas palavras e ações fossem confirmadas pelo povo. Na conclusão do Sermão do Monte, vemos que os ouvintes ficaram maravilhados, pois o Mestre “os ensinava com autoridade e não como os escribas" (Mt 7.29).


A autoridade de Jesus o distingue dos escribas, cujos discursos eram vazios e desconexos da verdadeira autoridade, enquanto o Senhor a possui, como explica Mattew Henry: “Cristo, sobre a montanha mostrava mais autoridade que os escribas na cadeira de Moisés. Dessa forma, quando Cristo ensina às almas através do seu Espirito, Ele ensina com autoridade. Ele disse: 'Haja luz. E houve luz'", A autoridade de Jesus faz dEle digno de ser ouvido e a sua doutrina digna de toda aceitação, haja vista ser ela de natureza divina.


SUBSÍDIO 1

Professor (a) , inicie o tópico explicando que "muitas vezes, os mestres judeus citavam palavras de rabinos famosos, para conferir mais autoridade a seus ensinamentos. Mas Jesus não precisava disso. Jesus é Deus; sabia exatamente as Escrituras e o seu significado. Ele é a suprema Autoridade.

 

II - A DOUTRINA DE CRISTO DÁ VIDA AO HOMEM

1. Morte espiritual.

O pecado tornou a morte e os seus danos uma triste realidade. inclusive a morte espiritual, já que biblicamente, o homem sem Deus é descrito como morto espiritualmente. Nesse caso, qual o sentido de morte espiritual? Em Efésios 2.1-3, Paulo ensina que o homem sem Deus se encontra morto em suas ofensas e pecados e nos mostra algumas características dessa condição, como por exemplo: cometer práticas ilícitas deliberadamente; viver de acordo com os padrões deste mundo que é inimigo de Deus; desobediência e seguir os desejos da carne. Sendo assim, a morte espiritual faz do homem inimigo de Deus (Tg 4.4), que pratica tudo o que desonra e contraria ao Senhor (Rm 1.29- 31), e somente o Espírito pode reverter tal situação (GL 5.16,17).


2. A vida de Cristo. 

Jesus é o bom Pastor que “dá a vida pelas suas ovelhas" (Jo 10.11). Mas, afinal de contas, que vida é esta? Há muito o que dizer sobre a vida de Cristo, afinal, Ele é a própria vida (Jo 14.6). Esta vida contrasta com a morte espiritual, conforme descrita anteriormente. Paulo afirma que o homem é salvo por meio da vida de Cristo como fruto da reconciliação adquirida pelo seu sofrimento na cruz (Rm 5.10), que faz do reconciliado uma nova criatura tanto em suas práticas como em sua posição diante de Deus e dos homens (Cl 1.21-23).


Jesus disse a Nicodemos sobre a nova vida que Ele dá e que somente por ela é que o homem pode ver e fazer parte do Reino de Deus (Jo 3.3).


3. Doutrina de vida.

Jesus é a vida, Logo suas palavras e os seus ensinamentos também são vida. O conceito de vida pode ser encontrado em vários ensinos de Jesus, como na conclusão da parábola do Filho Pródigo (Lc 15.11-32), no diálogo com a mulher Samaritana (Jo 4.14), na mensagem que pregou após a multiplicação dos pães e peixes (Jo 6.1-15), na conversa com Marta enquanto a consolava pela morte de Lázaro (Jo 11.25), além de tantos outros textos bíblicos que confirmam essa verdade.


Jesus disse que as suas palavras são “espírito e vida" (Jo 6.63). Esse texto reafirma a natureza espiritual e divina das palavras de Jesus e o fato de que as suas palavras produzem vida. Portanto, a resposta à pergunta: “que nova doutrina é esta?” É uma doutrina de vida.


SUBSÍDIO 2

Professor (a), para iniciar o tópico faça a seguinte indagação: “O que movia Jesus a ensinar?" Ouça os alunos e explique que Jesus era movido pela compaixão e misericórdia. “No Novo Testamento, a palavra ‘misericórdia’ é a tradução da palavra grega eleos ou ‘piedade, compaixão, misericórdia' (veja seu uso em Lucas 10.37), e oiktirmos. isto é, ‘companheirismo em meio ao sofrimento'. No Antigo Testamento representa duas raízes distintas: rehem, (que pode significar maciez), ‘o ventre', referindo-se, portanto, à compaixão materna (1 Rs 3.26, 'entranhas'), e hesed, que significa força permanente (Sl 59.16) ou 'mútua obrigação ou solidariedade das partes relacionadas" — portanto, lealdade. A primeira forma expressa a bondade de Deus, particularmente em relação àqueles que estão em dificuldade (Gn 43,14; Êx 34 6). A segunda expressa a fidelidade do Senhor, ou laços pelos quais 'pertencemos' ou ‘fazemos parte' do grupo de seus filhos. Seu permanente e imutável amor está subentendido, e se expressa através do termo berit, que significa 'aliança' ou ‘testamento."

III - A DOUTRINA DE CRISTO E OS DEMÔNIOS

1. A doutrina de Cristo e suas obras.

Jesus se manifestou “para desfazer as obras do diabo” (1 Jo 3.8). Ele percorreu vários lugares anunciando “o evangelho do Reino" e “fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo” e anunciando “o evangelho do Reino" (Mt 9.35; At 10.38). Observe que as obras de Jesus sempre estiveram conectadas à sua mensagem e aos seus ensinos. Suas obras nunca estão separadas de sua doutrina, inclusive o seu poder de expulsar demônios. A doutrina de Cristo é ampla e tem como propósito: “(...] que conheçam a ti só por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste" (Jo 17.3). Ela se fundamenta em quem Ele é, conforme a declaração de Pedro (Mt 16.16-18).


2. Os demônios reconhecem Jesus.

Os demônios conhecem a Jesus, sabem de sua natureza, reconhecem a sua divindade e se encurvam diante do seu poderio (Mt 8.28-34). Os Evangelhos relatam que quando a Legião que aprisionava e atormentava o Gadareno viu a Jesus de Longe, se prostrou e o adorou ( Mc 5.6). O reconhecimento dos demônios em relação a Jesus pode parecer um ato de adoração, mas segundo Lawrence Richards “este não foi em absoluto um ato de adoração, mas um reconhecimento forçado dos espíritos imundos diante de um homem com a superioridade de Jesus". Os demônios se submetem e respeitam tanto a Jesus como à sua autoridade.


3. Os demônios são expulsos.

Depois de uma expedição missionária, os discípulos com entusiasmo deram o seguinte relato a Jesus: “Senhor, pelo teu nome, até os demônios se nos sujeitam” (Lc 10.17). Os discípulos estavam corretos, pois o Mestre, ao realizar milagres, inclusive libertando pessoas de espíritos imundos, mandou que os discípulos de João Batista — que estava preso — testemunhassem acerca disso (Lc 7.21,22). O domínio de Jesus sobre os demônios advém de sua natureza e autoridade divinas, bem conhecidas pelos espíritos maus que o reconhecem (At 19.13-16).


Embora tenha sido reconhecido pelos demônios, o Senhor Jesus não interrogou ou estabeleceu qualquer diálogo com eles. Jesus não dependia que a sua identidade fosse confirmada pelo Diabo. O que fica claro é a autoridade de Jesus e de seus ensinos ser reconhecido até mesmo entre os demônios.


SUBSÍDIO 3

"Os demônios aparecem com frequência no Novo Testamento como “espirito imundo" (Mt 12.43; Mc 1.23,26; 3.30; 5.2,8; 7.25: 9 25; Lc 8.29; 9.42; Lc 11.24); “espírito mudo" (Mc 9.17); “espírito" (Mc 9.20); “um espírito" (Lc 9.39); “espírito de demônios" (Lc 4.33); "espirito de adivinhação" (At 16.16) e “espírito maligno" (At 19.15,16). Já nos Evangelhos e em Atos, os demônios aparecem em oposição a Jesus, com ênfase na superioridade de Cristo sobre eles. Nos escritos paulinos, são principados, dominações e potestades (1 Co 15.24,27; Cl 1.15-20; Ef 1.20-22). No Apocalipse os demônios com o Diabo estão presentes na luta final contra Jesus e a igreja. Apesar da sua presença nos relatos dos Evangelhos Sinóticos e em Atos dos Apóstolos, a origem deles é considerada obscura por alguns.


A melhor compreensão de como esses espíritos surgiram depende também da origem de Satanás, pois ele é chamado de Belzebu, “o príncipe dos demônios” (Mt 12.24; Mc 3.22; Lc 1125). Jesus fez menção do "diabo e seus anjos" (Mt 25.41). Quem são esses anjos e qual origem deles e do seu chefe? O Novo Testamento faz menção de anjos rebeldes que foram expulsos do céu (2 Pe 2.4; Jd 6). Muitos consideram Isaias 14.12- 15 e Ezequiel 28.12-15 como referência à origem e à queda de Satanás.


CONCLUSÃO

Infelizmente, é muito comum tratar as obras de Jesus sem que se leve em consideração os seus ensinos, e isso tem causado danos dos mais variados à sua igreja, Por isso, essa lição buscou apresentar a inabalável verdade de que a doutrina de Cristo também reflete o seu poder, razão pela qual ela também dá vida e expulsa os demônios. A doutrina de Cristo é fonte de vida e de poder para todos os crentes.


HORA DA REVISÃO

1. Qual o sentido da palavra "autoridade" utilizado na lição?

O sentido de autoridade utilizado diz respeito à doutrina de Cristo, referindo-se à sua fonte divina, o que faz dela digna de toda aceitação (1 Tm 1.15).


2. A autoridade da doutrina de Cristo está relacionada a que fato?

A autoridade tem relação direta com a representação da pessoa de Jesus, e isso por meio da exposição da mensagem do Evangelho.


3. Qual o propósito da autoridade de Jesus?

A autoridade de Jesus tem o propósito de habilitar os seus discípulos a cumprirem a sua missão (Lc 10.19).


4. Como é descrito em Efésios o homem sem Deus?

Em Efésios 2.1-3. Paulo ensina que o homem sem Deus se encontra morto em suas ofensas e pecados.


5. Para que Jesus se manifestou?

Jesus se manifestou "para desfazer as obras do diabo" (1 Jo 3.8).