Lição 10 - A Promessa da Proteção Divina

Escola Bíblica Dominical

Lições Bíblicas Adultos 4° trimestre 2024 CPAD

Data da aula: 8 de Dezembro de 2024 - Dia da Bíblia

TEXTO ÁUREO

“Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos.”(Sl 91.11)

VERDADE PRÁTICA

Deus promete sua divina proteção a todos os que são fiéis à sua Palavra.

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Mt 4.1-10

A proteção da Palavra contra  a tentação

Terça - 1 Tm 2.4

A proteção da verdade na luta contra o mal

Quarta - Sl 91.7

A proteção divina diante de um ataque

Quinta - Is 59.19

O Espírito de Deus arvorará a bandeira contra o Inimigo

Sexta - 1 Co 15.24-26

Todos os inimigos serão aniquilados

Sábado - Mt 16.18

As portas do Inferno não prevalecerão contra a Igreja


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Efésios 6.10-17; Salmos 91.1-8

Efésios 6

10 - No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder.

11 - Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo;

12 - porque não temos que lutar contra carne e sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.

13 - Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes.

14 - Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestida a couraça da justiça,

15 - e calçados os pés na preparação do evangelho da paz;

16 - tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno.

17 - Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus.

Salmo 91

1 - Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará.

2 - Direi do Senhor: Ele é o meu Deus, o meu refúgio, a minha fortaleza, e nele confiarei.

3 - Porque ele te livrará do laço do passarinheiro e da peste perniciosa.

4 - Ele te cobrirá com as suas penas, e debaixo das suas asas estarás seguro; a sua verdade é escudo e broquel.

5 - Não temerás espanto noturno, nem seta que voe de dia,

6 - nem peste que ande na escuridão, nem mortandade que assole ao meio-dia.

7 - Mil cairão ao teu lado, e dez mil, à tua direita, mas tu não serás atingido.

8 - Somente com os teus olhos olharás e verás a recompensa dos ímpios.

Hinos Sugeridos: 04, 225, 305 da Harpa Cristã

INTRODUÇÃO

Nesta lição, tomamos Ef.6.1 e o Salmo 91 para estudar a promessa de proteção que Deus faz ao seu povo diante das investidas do Maligno contra as nossas vidas. Assim, ao longo das Escrituras, o Inimigo que se apresenta contra nós não é um ser humano, mas um ser espiritual. Por isso, a nossa batalha não é contra “carne e sangue”, mas contra Satanás e seus demônios. Uma vez que estamos num relacionamento verdadeiro com Deus, por meio de seu Filho, não precisamos temer o Maligno, pois o Senhor nos disponibiliza armas espirituais para sermos vencedores em Cristo.

PALAVRA-CHAVE: Proteção


I – PROTEÇÃO ESPIRITUAL CONTRA O INIMIGO

1. Proteção contra o maior Inimigo.

Há uma batalha espiritual em que o cristão está diretamente envolvido. Nesta batalha, o Diabo é o nosso inimigo. Para enfrentá-lo, a Bíblia nos apresenta algumas diretrizes indispensáveis. O capítulo 6 da Epístola do apóstolo Paulo aos Efésios revela alguns ensinamentos muito importantes. Ele nos descreve as hostes espirituais da maldade e, ao mesmo tempo, quais armas o Senhor Deus nos disponibiliza para a nossa proteção (Ef 6.12-17). A nossa batalha é espiritual.

 

2. Os inimigos espirituais em Efésios.

Em Efésios 6.10-12, o apóstolo Paulo nos mostra que os nossos inimigos são espirituais. As expressões que o apóstolo usa para esses inimigos são principados, governos do mal liderados pelos príncipes das trevas; potestades, poderes malignos que se levantam contra os servos de Deus; príncipes das trevas deste século, demônios que lideram outros demônios e combatem à Igreja do Senhor Jesus; hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais, legiões de demônios preparadas para destruir a vida espiritual dos crentes, das igrejas e do ambiente de adoração a Cristo. Satanás e seus demônios desenvolvem estratégias para tentar deter o avanço da Igreja de Cristo.

 

3. As armas espirituais do crente.

Para enfrentar as poderosas hostes espirituais da maldade, temos uma armadura espiritual, providenciada por Deus, descrita em Efésios 6.14-17. Uma armadura constituída pelas seguintes armas espirituais:

a) Verdade, uma arma poderosa contra a mentira do Diabo; 

b) couraça da justiça, uma vestidura que protege o crente dos golpes mortais das tentações do Maligno;

c) a preparação do evangelho da paz, o Evangelho de Cristo para que o crente vença o Diabo como Jesus o venceu (Mt 4.1-10);

d) o escudo da fé, uma proteção do servo de Deus contra os “dardos inflamados do Maligno”;

e) capacete da salvação, uma convicção profunda da salvação em Cristo;

f) espada do Espírito, uma poderosa arma de ataque contra os ataques malignos (1 Tm 2.4). Essas armas espirituais nos mostram que, na batalha em que nos encontramos, não podemos lutar com a nossa própria força.

 

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

“A ARMADURA DE DEUS.

Estamos participando de uma batalha espiritual – todos os crentes se encontram sujeitos aos ataques de Satanás, porque não estão mais do lado do Inimigo. Portanto, Paulo nos diz que devemos usar todas as peças da armadura divina para resistirmos a esses ataques e permanecermos firmes em Deus. [...] Na vida cristã, lutamos contra principados e potestades [...]. Para resistirmos aos seus ataques, devemos sempre depender de Deus e utilizar cada peça da armadura que o Senhor nos dá. Paulo não está apenas dando um conselho à Igreja de Cristo em geral, mas a cada crente em particular.” Amplie mais o seu conhecimento, lendo Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, editada pela CPAD, pp.1655,56.

 

SINÓPSE I

Cientes de que a luta do crente não é contra carne ou sangue, é preciso estar revestido de toda armadura de Deus para enfrentar as hostes espirituais da maldade.

 

Auxílio VIDA CRISTÃ

A BATALHA ESPIRITUAL DO CRISTÃO

“O apóstolo Paulo emprega skotos para se referir ao reino satânico. Ele especifica os principais agentes no reino das trevas e conclui dizendo que eles formam ‘as hostes espirituais da maldade’ (Ef 6.12). Essa expressão refere-se aos ‘espíritos malignos’, um termo presente no pensamento judaico e no Novo Testamento. Essas hostes são comandantes do exército de Satanás: principado, potestades e dominadores deste mundo tenebroso, contra quem temos de lutar fortalecidos no Senhor e na força do seu poder e revestidos da armadura completa de Deus (Ef 6.10,11).

 

A expressão ‘lugares celestiais’ ou ‘regiões celestiais’ no presente contexto nos chama atenção, pois parece indicar o céu, o lugar onde Cristo habita, a morada dos crentes. No entanto, o apóstolo escreve: ‘contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais’, termo que aparece cinco vezes em Efésios e em nenhum outro lugar no Novo Testamento (1.3,20; 2.6; 3.10; 6.12). No mundo antigo, as pessoas acreditavam que o céu tinha diferentes níveis ocupados por uma diversidade de seres espirituais. No nível mais elevado, habitava Deus com os seres mais puros. Ou seja, as ‘regiões celestiais’ podem significar onde Deus está ou onde estão os poderes espirituais. O sentido dessas palavras depende do contexto em que elas aparecem” (SOARES, Esequias; SOARES, Daniele. Batalha Espiritual: O Povo de Deus e a Guerra Contra as Potestades do Mal. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, pp.33,34).

II – A MARAVILHOSA  PROTEÇÃO DE DEUS

1. A proteção de quem se relaciona com Deus.

O Salmo 91 revela a proteção divina para os que se relacionam com Deus e andam em sua presença (v.1). É um salmo que afirma que Deus oferece descanso para a alma que se relaciona com Ele. Dessa maneira, o nosso relacionamento com Deus é de confiança e, por isso, Ele nos livrará do perigo, da insegurança e nos dará a proteção (vv.2-4). Nos períodos de intensas batalhas espirituais, contar com a proteção divina serve de consolo e segurança na hora da provação.  

 

2. Deus, o nosso refúgio e fortaleza.

No versículo 4 do Salmo 91, duas expressões chamam a atenção. A primeira, “o laço do passarinheiro”; trata-se de uma referência aos ardis do Maligno para elaborar ciladas contra os servos de Deus. O apóstolo Pedro nos lembra desse perfil estratégico do Maligno ao escrever que “o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (1 Pe 5.8). Outra expressão é “peste perniciosa”; que se refere à proteção contra enfermidades malignas que ceifam muitas vidas. A bênção da “Cura de Divina” foi assunto de uma lição neste trimestre e, por meio de Jesus Cristo, ela continua disponível a quem crer. Assim, mesmo passando pelo “laço do passarinheiro” e pela “peste perniciosa”, temos em Deus o nosso refúgio e a nossa fortaleza e, por isso, não seremos abalados.  

 

3. A Onipotência de Deus.

O Salmo 91 apresenta Deus como o Onipotente, aquEle que é o Todo-Poderoso. Essa é a base doutrinária para a proteção divina que, ao longo da Bíblia, é desenvolvida e ensinada. A Onipotência de Deus, representada na palavra “Altíssimo” (Sl 91.1), revela-nos um Deus que nos guarda, protege e livra-nos do mal (Sl 91.7). No Livro do Profeta Isaías está escrito que, desde o poente e ao nascente do sol, o Espírito do Senhor arvorará a sua bandeira contra o Inimigo (Is 59.19). Nesse contexto, podemos ter segurança em Deus de que nenhuma estratégia do Maligno prevalecerá contra os que estão guardados sob sua proteção.   

  

SINÓPSE II

Nenhum ardil do Maligno prevalecerá contra os que estão guardados em Deus, à sombra do esconderijo do Altíssimo.


AUXÍLIO DEVOCIONAL

A PROTEÇÃO DO DEUS ALTÍSSIMO

“Este Salmo proporciona segurança aos filhos de Deus, aqueles que se colocam sob a vontade e a proteção do Onipotente e que diariamente buscam habitar na sua presença. Quanto mais arraigados estivermos em Cristo e na sua Palavra, fazendo dEle a nossa vida e a nossa habitação, tanto maior será a nossa paz e o nosso livramento em tempos de perigo (cf. 17.8; Mt 23.37; Jo 15.1-11).


Os quatro nomes de Deus vistos neste Salmo descrevem diferentes aspectos da sua proteção.

(1) ‘Altíssimo’ (vv.1,9) demonstra que Ele é maior do que qualquer ameaça ou perigo que venhamos a enfrentar (cf. Gn 14.18,19);

(2) ‘Onipotente’ (v.1) destaca o seu poder para enfrentar e destruir todo e qualquer inimigo (cf. Êx 6.3);

(3) ‘O Senhor’ (vv.2,9,14; hb. JEOVÁ) garante ao crente que a presença divina está sempre com ele; e

(4) ‘meu Deus’ expressa a verdade de que Deus torna-se íntimo, achegado, daqueles que nEle confiam.

 

Nenhum mal poderá suceder a um crente fiel, a não ser com a permissão de Deus (cf. vv. 7-10). Isto não significa que ele nunca terá contratempos nem dificuldades (cf. Rm 8.35,36), mas, que enquanto fizermos de Deus nosso Senhor e nosso refúgio, tudo que acontecer contribuirá para nosso bem (ver Rm 8.28)” (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, p.883).

 

III – PROMESSAS E PROTEÇÃO

1. Os inimigos serão derrotados.

Ao longo da história, muitos inimigos têm se levantado contra os planos de Deus para sua Igreja. Contudo, há uma promessa gloriosa, relacionada com a doutrina das Últimas Coisas, em que todo império, potestade e força, que operam para o mal, serão aniquilados. O Senhor Jesus colocará todos os inimigos debaixo de seus pés, inclusive o último deles, a morte (1 Co 15.24-26). Por isso, tudo está sendo preparado para a vitória final de nosso Deus, cumprindo o que o Senhor Jesus disse a respeito da Igreja: as portas do Inferno não prevalecerão contra ela (Mt 16.18).

 

2. Segurança e vitória para os que temem o Senhor. Hoje, em nossa vida cristã, podemos esperar segurança e vitória em Deus. Por isso, devemos orar ao Senhor buscando proteção antes de sair de casa para realizar as nossas tarefas, antes de resolver algum negócio, antes de realizar alguma viagem (Sl 18.2). Naturalmente, devemos fazer a nossa parte, sendo prudente em tudo, tomando cuidado com a nossa segurança, porém, compreendendo que “se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela” (Sl 127.1). O Senhor nosso Deus cuida de seu povo.  

 

3. A abrangência da proteção de Deus.

Deus é onipotente, tem todo o poder em suas mãos; Deus é onipresente, não está preso ao tempo nem ao espaço. Nesse sentido, à luz dos textos que estudamos nesta lição, Efésios 6 e Salmos 91, Deus é apresentado como aquEle que protege o seu povo. Em muitas outras passagens bíblicas, Ele é apresentado como aquEle que domina sobre tudo e todos (Sl 33.6,9). Por isso, a promessa de proteção divina abrange a nossa vida e toda a nossa família. Onde estivermos, a bênção protetora de Deus se fará presente (Sl 46.1-5). Ele é poderoso para fazer cessar as guerras, desfazer as contendas e trazer calmaria à nossa vida (Sl 33.10-12).

 

SINÓPSE III

Pela onipotência divina, o inimigo de nossas almas será derrotado e as portas do Inferno jamais prevalecerão contra a Igreja do Senhor.

 

CONCLUSÃO

Em Deus podemos desfrutar de proteção e segurança. Sabemos que a nossa vida cristã não é livre de ataques malignos. Contudo, temos um Deus que é o nosso protetor e podemos experimentar o seu refúgio e sua fortaleza. O seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, nos esconde em sua presença e nos protege de todo mal. Assim, na força do Espírito Santo, e vestidos com a armadura espiritual, podemos resistir às investidas e ciladas do Maligno. O Deus de Jacó é o nosso escudo e refúgio. Nele, estamos seguros e protegidos.

 

REVISANDO O CONTEÚDO

1. O que o apóstolo Paulo nos apresenta no capítulo 6 de Efésios?

Ele nos descreve as hostes espirituais da maldade e, ao mesmo tempo, quais armas o Senhor Deus nos disponibiliza para a nossa proteção (Ef 6.12-17).

2. Cite pelo menos três expressões que identificam os nossos inimigos espirituais em Efésios 6.

As expressões que o apóstolo usa para esses inimigos são “principados”; potestades; príncipes das trevas deste século; e hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.

3. O que o Salmo 91 revela?

Revela a proteção divina para os que se relacionam com Deus e andam em sua presença (v.1)

4. Qual é a base doutrinária para a proteção divina que o Salmo 91 apresenta?

O Salmo 91 apresenta Deus como o Onipotente, aquEle que é o Todo-Poderoso.

5. Como Deus é apresentado à luz dos textos bíblicos de Efésios 6 e Salmo 91 conforme estudados nesta lição?

Deus é apresentado como aquEle que protege o seu povo.

🔍Veja também:

LIÇÃO 11 - A PROMESSA DE PROVISÃO

LIÇÃO 12 - A PROMESSA DE VIDA ABUNDANTE

LIÇÃO 13 - AS PROMESSAS DE DEUS SÃOINFALÍVEIS

 

Lições Bíblicas Adultos 4° trimestre 2024 CPAD

ASSUNTO: AS PROMESSAS DE DEUS: Confie e Viva as Bênçãos do Senhor porque Fiel é o que Prometeu

Comentarista: Pastor Elinaldo Renovato

Lição 9 - Promessas para Pais e Filhos

 

Escola Bíblica Dominical

Lições Bíblicas Adultos 4° trimestre 2024 CPAD

Data da Aula: 1 de Dezembro de 2024

TEXTO ÁUREO

“Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa, para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra.” (Ef 6.2,3)

VERDADE PRÁTICA

Entre desafios e responsabilidades, o relacionamento entre pais e filhos deve ser de bênçãos e proteção.

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Sl 128.3,4

Os filhos são presentes de Deus para os pais

Terça - Pv 9.10; 22.6

Os pais devem instruir os filhos no temor do Senhor

Quarta - Dt 6. 4-9; 11.18,19

Cuidando dos filhos com a Palavra de Deus

Quinta - Sl 122.1

Pais e filhos devem se alegrar na igreja local

Sexta - Is 44.3,4; Jl 2.28; At 2.39

A promessa do derramamento do Espírito Santo aos filhos

Sábado - Ef 6.10-13

A família cristã como um lugar de proteção aos filhos


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Salmos 127.3-5; Efésios 6.1-4

Salmos 127

3 - Eis que os filhos são herança do Senhor, e o fruto do ventre, o seu galardão.

4 - Como flechas na mão do valente, assim são os filhos da mocidade.

5 - Bem-aventurado o homem que enche deles a sua aljava; não serão confundidos, quando falarem com os seus inimigos à porta.

 

Efésios 6

1 - Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo.

2 - Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa,

3 - para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra.

4 - E vós, pais, não provoqueis a ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor.

Hinos Sugeridos: 388, 400, 410 da Harpa Cristã

 

INTRODUÇÃO

Nesta lição, estudaremos a respeito das promessas de Deus voltadas ao relacionamento entre pais e filhos. Vivemos em um contexto desafiador na criação de filhos. Mais desafiador ainda é o relacionamento entre pais e filhos. Contudo, a Palavra de Deus nos supre com preciosos ensinamentos em que pais e filhos podem desfrutar de uma relação de confiança e proteção na família, no lugar em que podemos usufruir das bênçãos de Deus. As promessas de Deus podem se cumprir no relacionamento entre pais e filhos.

PALAVRA-CHAVE: Pais e Filhos


I – O RELACIONAMENTO BÍBLICO ENTRE PAIS E FILHOS

1. Pais e filhos.

A Leitura Bíblica em Classe nos apresenta o texto bíblico do Salmo 127 em que os filhos são apresentados como “herança do Senhor” e “galardão” (Sl 127.3). O Salmo ainda diz que eles são como “flechas na mão do valente”, ou seja, são úteis e importantes para a sociedade e, por isso, eles eram importantes também para os pais diante da sociedade (Sl 127.4). Por causa desses filhos, os pais se sentem realizados e felizes (Sl 127.5). Dessa forma, os filhos são vistos como herança, como galardão para os pais. Assim sendo, está sob a responsabilidade dos pais a educação deles, a formação espiritual, o cultivo da fé, para que a herança do Senhor seja preservada nestes tempos difíceis. 


2. Um mandamento com promessa para os filhos.

Para os filhos, que são herança do Senhor para os seus pais, e conforme vemos na Leitura Bíblica em Classe, há uma promessa divina mediante a obediência de um mandamento. O apóstolo Paulo ensina que os filhos devem obedecer aos seus pais para que as suas vidas estejam bem e, consequentemente, vivam tempo longo sobre a terra (Ef 6.1-3). Essa promessa remonta o quinto mandamento de Deus, proferido por Moisés no deserto (Êx 20.12). Esse mandamento tem o mesmo significado do ensino proferido pelo apóstolo Paulo. Assim, estamos diante de uma promessa condicional dirigida aos filhos. Sim, há bênçãos para os filhos na medida em que eles honram os seus pais em vida.


3. Mandamentos e bênçãos para os pais.

Se por um lado os filhos devem honrar os pais, estes não devem “provocar a ira dos filhos” (Ef 6.4). É verdade que não é fácil criar filhos. Os desafios são muitos e os pais precisam desenvolver a paciência e o cuidado para lidar com eles. Contudo, a parceria em amor e a disciplina aplicada com sabedoria promoverão um ambiente em que pais e filhos crescerão juntos na fé em Cristo. Por isso, os filhos são bênçãos para os pais, e estes para os filhos: “A tua mulher será como a videira frutífera aos lados da tua casa; os teus filhos, como plantas de oliveira, à roda da tua mesa. Eis que assim será abençoado o homem que teme ao Senhor!” (Sl 128.3,4). Assim, valorizemos a nossa família como um presente de Deus e, ao mesmo tempo, instruamos os nossos filhos para que andem no caminho do temor do Senhor de modo que dele não se desvie (Pv 9.10; 22.6).


SINÓPSE I

Os filhos são “herança do Senhor” e “galardão” (Sl 127.3), logo os pais precisam cuidar deles com sabedoria e temor.


AUXÍLIO BÍBLICO

“Sem ignorar as alegrias, recompensas e aqueles momentos super especiais que os filhos proporcionam, é importante reconhecer que as tarefas diárias dessa função podem ser um trabalho pesado! Lavar pilhas de roupas; passar; dobrar; limpar; comprar; cozinhar; transportar; ser um juiz, técnico, encorajador, conselheiro, policial; continuar sendo diplomático, amável, misericordioso, animado, responsável, equilibrado e são (!) — todos os dias, realidades incessantemente repetitivas, como todas estas (e há mais!) podem fazer com que os pais de hoje se sintam presos e esgotados.

 

Ser pai e mãe não é algo que “simplesmente acontece” depois que você tem um filho. É um absurdo pensar que depois do nascimento de um filho você, automaticamente, é um bom pai e uma boa mãe, da mesma maneira como pensar que ter um piano automaticamente faz de você um bom músico. Há uma enorme quantidade de trabalho na criação dos filhos, muito mais do que a maioria das pessoas jamais saberá. Entre os dizeres eloquentes das Escrituras, há um tratado extraordinário sobre o papel dos pais. Ele é, ao mesmo tempo, profundo e prático, cheio de sábios conselhos e forte encorajamento. Deus valoriza os pais que dão ao seu lar, aos seus filhos, a prioridade que ele merece” (Adaptado de SWINDOLL, Charles R. Vivendo Provérbios. 13.ed. Rio de Janeiro: 2023, p. 229).

 

II – O CUIDADO DOS PAIS COM OS FILHOS

1. Cultivando o ensino da Palavra de Deus.

Vimos que os filhos têm responsabilidade para com os pais, conforme os textos bíblicos estudados. Todavia sabemos que os pais também têm responsabilidades com os filhos. Nesse aspecto, uma dessas maiores responsabilidades é a de cultivar o ensino da Palavra de Deus na família. Isso é a base para a formação espiritual, moral, emocional e social dos nossos filhos (Dt 6. 4-9; 11.18,19). Além desse ensino ser cultivado no lar, cabe aos pais o incentivo e o estímulo de levar os filhos à igreja local, encorajando-os a participar das reuniões de cultos e estudos bíblicos, como a Escola Dominical e o culto de ensino da Palavra (Mc 10.13-16). Quando isso acontece, a igreja passa a ser a extensão do lar e este, a extensão da igreja local. Lembremos do que o salmista escreveu: “Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do Senhor!” (Sl 122.1). Assim, os nossos filhos terão o ambiente adequado para experimentar as promessas de Deus.

 

2. Prioridades na vida familiar.

Segundo a Palavra de Deus, para cuidar da igreja é preciso que o obreiro cuide bem de sua família (1 Tm 3.2,4,12; Tt 1.5,6). Embora os textos bíblicos que falem sobre esse assunto tenham como público-alvo os candidatos ao ministério, é evidente que Deus espera que todos os pais cristãos tenham o devido cuidado e atenção com a sua família. Por isso, se pudéssemos estabelecer uma hierarquia de prioridades na vida do cristão, faríamos assim: 1) o cônjuge; 2) os filhos; 3) a igreja local. Assim, quando a nossa família está bem cuidada, consequentemente, teremos uma igreja bem assistida.  

 

3. Disciplina e estímulos aos filhos.

Como vimos, os pais têm a responsabilidade, dada por Deus, de disciplinar seus filhos. Contudo, como também mencionamos anteriormente, a disciplina dos pais, aplicada aos filhos, deve ser equilibrada e baseada no amor. É preciso disciplinar pelo ensino e pelo próprio exemplo dos pais (Jo 13.15) para gerar obediência, honra e responsabilidade nos filhos (Cl 3.20; Êx 20.12; Lm 3.27). Se por um lado deve ocorrer a disciplina, por outro, deve ocorrer o elogio, o afago, a demonstração de carinho e afeto pelos filhos para que haja a devida confiança e segurança no relacionamento familiar.


SINÓPSE II

Os pais também têm responsabilidades com os filhos. Uma das maiores responsabilidades deles para com os seus filhos é a de cultivar o ensino da Palavra de Deus na família.


AUXÍLIO BÍBLICO

“A ordem do Senhor aos israelitas era para que estes priorizassem a educação. Os pais tinham a responsabilida-de de contar, ensinar os filhos a respeito dos atos do Senhor em favor do povo, e a história de Israel (Sl 78.5). Assim os filhos, mediante o testemunho dos pais, conheceriam a Deus e aprenderiam a temê-lo (Dt 4.9,10). No livro de Josué lemos a respeito do memorial erguido com doze pedras retiradas do rio Jordão (Js 4.20-24).

 

[...] Em o Novo Testamento, as sinagogas também eram um centro de instrução onde os meninos judeus aprendiam a respeito da Lei. Mesmo havendo essas “escolas” a educação no lar era prioritária. Jesus, como menino judeu, provavelmente participou do ensino nas sinagogas, pois seus pais cumpriam os rituais judaicos (Lc 2.21-24,39-42). Em sua pré-adolescência, Jesus já sabia de cor a Torá, chegando a confundir os doutores no Templo (Lc 2.46,47). Em o Novo Testamento vemos que a educação começava no lar, passava pela sinagoga, e se fortalecia no Templo.

 

[...] Na atualidade, a Escola Dominical é a maior e a mais acessível agência de ensino religioso das igrejas evangélicas. Ela auxilia no ensino e compreensão das Sagradas Escrituras. Porém, a Escola Dominical não pode ser a única responsável pelo ensino bíblico, pois ela é uma parceira, auxiliadora (Ef 6.1-4)” (RENOVATO, Elinaldo. A Família Cristã e os Ataques do Inimigo. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p. 94).

 

III – BÊNÇÃOS, PAIS E FILHOS

1. Bênçãos para posteridade.

Há promessas na Bíblia que trazem consigo bênçãos espirituais de Deus para os filhos. Em Isaías, vemos uma promessa do derramamento do Espírito, bem como as bênçãos de Deus, sobre a posteridade de Israel (Is 44.3,4). Em Joel, “vossos filhos e vossas filhas profetizarão” (Jl 2.28). Em Atos dos Apóstolos, apóstolo Pedro diz que “a promessa diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, o nosso Senhor, chamar” (At 2.39).

 

Nesse sentido, há promessa de uma vida imersa no Espírito Santo para os nossos filhos. Há promessas de bênçãos espirituais sem medidas para que os nossos filhos desfrutem da presença de Deus. É uma promessa divina, mediante o Espírito, para os nossos filhos! Portanto, ore para que seu filho, sua filha, receba o Batismo no Espírito Santo! É uma promessa divina para a vida deles.

 

2. Família: Lugar onde os filhos devem ser abençoados.

A nossa família deve ser o ambiente em que os nossos filhos tenham experiências com Deus, vivam as suas promessas e estabeleçam uma vida de compromisso com o Senhor Jesus. Dessa forma, ajudaremos muito os nossos filhos se a nossa família cultivar o culto doméstico, promovendo a oração, o louvor e a leitura da Palavra de Deus em nosso lar. Que em nossa família, os nossos filhos tenham a liberdade de expressarem suas lutas e dificuldades para que se tornem temas de nossa intercessão no lar (Dt 6.6-9). A nossa família deve ser o lugar onde nossos filhos sejam abençoados. 

 

3. Pais que protegem seus filhos.

Os pais devem garantir um ambiente na família em que os filhos se sintam protegidos em cada etapa do desenvolvimento, ou seja, quer na infância, na adolescência ou na juventude. Nossas crianças devem ser protegidas física, emocional e espiritualmente (Mt 19.14). Nossos adolescentes devem achar guarida em nosso lar para expressarem as suas demandas a fim de que direcionemos a nossa atenção para elas (Lc 2.41-49). Nossos jovens devem encontrar em nós palavras sábias, de ânimo, que os instruam diante de suas lutas e tribulações. É tempo de nossa família ser um lugar em que a vida de nossos filhos seja protegida dos ataques do Maligno (Ef 6.10-13). Quando isso acontece, a proteção torna-se uma bênção de Deus para eles.  

 

SINÓPSE III

Há promessas na Bíblia que trazem consigo bênçãos espirituais de Deus para os fi lhos.

 

CONCLUSÃO

A vontade do Altíssimo é que suas bênçãos celestiais estejam sobre a nossa casa, sobre a nossa família e sobre o nosso relacionamento com os nossos filhos. É verdade que não é fácil formar os nossos filhos, mas também é verdade que não estamos sozinhos nessa difícil tarefa. Busquemos em Deus a sabedoria que nos falta para saber disciplinar de maneira equilibrada e, ao mesmo tempo, abraçá-los quando mais precisarem. Deus é zeloso pela nossa família.

 

REVISANDO O CONTEÚDO

1.  Como os filhos são qualificados no Salmo 127?

Os filhos são apresentados como “herança do Senhor” e “galardão” (Sl 127.3).

2.  O que pode promover um ambiente em que pais e filhos cresçam juntos na fé em Cristo?

A parceria em amor e a disciplina aplicada com sabedoria promoverão um ambiente em que pais e filhos crescerão juntos na fé em Cristo.

3. Qual é uma das principais responsabilidades dos pais com os filhos?

Uma dessas maiores responsabilidades é a de cultivar o ensino da Palavra de Deus na família.

4. Se por um lado deve ocorrer a disciplina, por outro deve ocorrer o quê?

Se por um lado deve ocorrer a disciplina; por outro, deve ocorrer o elogio, o afago, a demonstração de carinho e afeto pelos filhos para que haja a devida confiança e segurança no relacionamento familiar.

5. Na família, o que os pais devem garantir para os seus filhos?

Os pais devem garantir um ambiente na família em que os filhos se sintam protegidos em cada etapa do desenvolvimento, ou seja, quer na infância, na adolescência ou na juventude.

🔍Veja também:

LIÇÃO 10 - A PROMESSA DA PROTEÇÃO DIVINA

LIÇÃO 11 - A PROMESSA DE PROVISÃO

LIÇÃO 12 - A PROMESSA DE VIDA ABUNDANTE

 

Lições Bíblicas Adultos 4° trimestre 2024 CPAD

ASSUNTO: AS PROMESSAS DE DEUS: Confie e Viva as Bênçãos do Senhor porque Fiel é o que Prometeu

Comentarista: Pastor Elinaldo Renovato

Lição 8 - A Promessa de Paz

Escola Bíblica Dominical

Lições Bíblicas Adultos 4° trimestre 2024 CPAD

Data da aula: 24 de Novembro de 2024

TEXTO ÁUREO

“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.” (Jo 14.27)

VERDADE PRÁTICA

A Paz do Senhor Jesus traz quietude e calma para a nossa alma, principalmente, nos momentos difíceis da vida.

 

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Fp 4.9

O Deus de paz está conosco em todo o tempo

Terça - Cl 3.15

A paz de Deus domina os corações dos que o temem

Quarta - Mt 5.9

Os pacificadores são bem-aventurados

Quinta - Rm 5.1

Por meio de Cristo temos paz com Deus

Sexta - Is 9.6,7

Jesus, o nosso Senhor, é o "Príncipe da Paz"

Sábado - Fp 4.6,7

A paz de Deus excede todo o entendimento


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Números 6.24-26; Filipenses 4.6,7; 1 Pedro 3.10,11

Números 6

24 - O Senhor te abençoe e te guarde;

25 - O Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti;

26 - O Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz.

Filipenses 4

6 - Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de graças.

7 - E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus.

1 Pedro 3

10 - Porque quem quer amar a vida e ver os dias bons, refreie a sua língua do mal, e os seus lábios não falem engano;

11 - aparte-se do mal e faça o bem; busque a paz e siga-a.


Hinos Sugeridos: 3, 178, 364 da Harpa Cristã


INTRODUÇÃO

O Senhor Jesus é identificado na profecia de Isaías como o “Príncipe da Paz”. De seu principado deriva a paz de que todo ser humano precisa. Por isso, nesta lição, estudaremos a respeito da promessa de paz que está presente na Palavra de Deus. Veremos como a paz é representada no plano de Deus, bem como é apresentada na perspectiva do mundo e, principalmente, a paz que Jesus prometeu para cada um de seus seguidores.

PALAVRA-CHAVE: Paz

 

I – A PAZ NO PLANO DE DEUS

1. O significado de paz.

No dicionário, encontramos os seguintes sinônimos para a palavra “paz”: “tranquilidade”, “repouso”, “silêncio”, “sossego”. No Antigo Testamento, encontramos a palavra “shalom” para “paz”, que tem o sentido de segurança, bem-estar, saúde, prosperidade, paz (Nm 6.26); representando tudo o que há de melhor para a vida. No Novo Testamento, em grego, a palavra “paz” é “eirene”, com significado semelhante, contudo, enfatizando a ideia de quietude e repouso (Fp 4.6).

 

2. A Paz na bênção sacerdotal.

Os versículos 24-26 de Números 6 expressam a bênção sacerdotal sobre os filhos de Israel. Entre a bênção de proteção, benevolência e de misericórdia, encontra-se a bênção de paz (v.26). O sentido de paz que a palavra hebraica shalom carrega é de completude, satisfação e plena felicidade. Trata-se de uma bênção em que a ansiedade, a tensão e a contenda não teriam vez entre os filhos de Israel. A paz, em Números 6, revela um estado de plena satisfação em Deus a qual o povo judeu poderá desfrutar na sua peregrinação pelo deserto e ao entrar na Terra Prometida.

 

3. A Paz do Senhor.

O Texto Áureo traz consigo a Paz do Senhor Jesus, em que nos lembra uma das principais características do Messias: “o Príncipe da Paz” (Is 9.6). Essa paz do Senhor Jesus é assunto do apóstolo Paulo em Filipenses, quando ele exorta a igreja a não ficar inquieta pelos últimos acontecimentos, pois a paz de Deus nos fortalece e protege o nosso coração e sentimentos em Cristo, o nosso Senhor (Fp 4.6,7).


O apóstolo Pedro também reflete o mesmo ensino de Jesus no sentido de levar a vida numa perspectiva de paz, refreando a língua para não entrar em contendas e mentiras, apartando-se do mal, buscando a paz com os outros (1 Pe 3.10,11). Dessa forma, como a paz reina em nossa vida, devemos buscar ter essa paz com outras pessoas.      


SINÓPSE I

Se a paz reina em nossa vida, devemos buscar ter essa paz com outras pessoas.


AUXÍLIO TEOLÓGICO

“O ESPÍRITO E O MUNDO

[...] Jesus deixa a paz aos discípulos. Como isto se encaixa com o que vem antes, e qual é o significado de que vem antes, e qual é o significado de ‘paz’? O Espírito vem pelo nome de Jesus (v. 26), ou seja, através da obra redentora de Jesus. ‘Paz’, neste contexto, refere-se ao que Paulo chama ‘justificação’ e ‘reconciliação’. Quer dizer, por causa da obra de Jesus, as pessoas estão numa nova relação com Deus. Tal relação é tornada real quando a pessoa crê em Jesus.

 

Esta nova relação é expressa simultaneamente de duas maneiras. Por um lado, a pessoa tem uma nova posição diante de Deus por causa da obra de Jesus. Jesus está no céu com o Pai, declarando que Ele fez a paz com Deus para as pessoas pecadoras. (Note que esta é a parte advocatícia do Consolador, mas no céu). Por outro lado, o Espírito traz essa paz ao crente. É quando a reconciliação e a justificação tornam-se pessoais. (Note que esta é a outra parte advocatícia do Consolador, que afirma e assegura ao crente que este tem uma posição boa com o Pai no céu. [...] Esta ideia de paz está embutida na ideia de shalom (a palavra hebraica que significa ‘paz’), que tem longa história e está carregada de rico significado. Esta ideia havia juntado o significado do tempo do fim associado com o Messias.

 

O termo shalom significava a presença da salvação de Deus, da inteireza de mente, corpo e alma, com pessoas que estão em relações certas com as outras. Na aparição da ressurreição em Jo 20.19-23, Jesus fala a paz para os discípulos covardes. Lá, como aqui, Ele os consola no meio de um tempo muito aterrorizante. Assim, pela segunda vez (cf. Jo 14.1) Ele diz: ‘Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize’ (v. 27b)” (Comentário Bíblico Pentecostal — Novo Testamento. Vol. 1. Mateus — Atos. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p. 583).

II – A PAZ ILUSÓRIA DO MUNDO

1. Uma paz enganosa.

Muitos buscam a paz nos vícios, em substâncias tanto ilegais quanto legalizadas, nos jogos, nas baladas, em falsas religiões. Ao longo da história, as pessoas procuram sempre preencher uma lacuna em suas vidas com aquilo que não tem a capacidade de preenchê-las. Outras entendem que a paz é meramente a ausência de guerra, de dificuldades e problemas.

 

A Bíblia revela que a paz do mundo é enganosa porque  não tem como fundamento o que é eterno, celestial e divino, mas temporal, terreno e puramente humano (Jo 14.27). O que Jesus oferece advém da eternidade e, por isso, preenche todas as nossas necessidades independente das circunstâncias que vivemos (Jo 7.38). A paz do Senhor Jesus não é enganosa, mas verdadeira e sublime.

 

2. A “paz” das obras da carne.

A Carta aos Gálatas apresenta uma lista das “obras da carne” que, muitas vezes, expressa a ilusão de uma falsa paz na vida das pessoas, e muitas confundem o prazer e os deleites da vida com a paz (Gl 5.19-21). Na verdade, é uma satisfação que ocorre por meio dos sentidos e, logo, se volta ao estágio de necessidade anterior. Assim, quem vive na prática das Obras da Carne imagina que desfruta de uma pretensa paz e, como consequência, pensa que vive uma vida feliz. Ledo engano! É impossível desfrutar da verdadeira paz que o Senhor Jesus oferece quando se viva na prática do pecado. Quem vive assim está se enganando, atendendo à vontade do Mundo, da Carne e do Diabo (Ef 2.3).

 

3. Uma falsa paz.

Ensinando à igreja em Tessalônica, a respeito do Dia do Senhor, o apóstolo Paulo escreveu: “Pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então, lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida; e de modo nenhum escaparão” (1 Ts 5.3). Aqui, somos lembrados de uma falsa paz que haverá na Grande Tribulação. Uma paz superficial, frágil e apenas aparente. Quem se compromete com a falsa paz não saberá discernir os tempos de oposição tanto no presente quanto no futuro. Mas com Jesus, desfrutamos de uma paz verdadeira e duradoura.  


SINÓPSE II

Com Jesus Cristo, o nosso Senhor, desfrutamos de uma paz verdadeira e duradoura.

 

III – A PAZ QUE JESUS PROMETEU

1. O Príncipe da Paz.

O Profeta Isaías teve a revelação divina das características do Messias prometido a Israel e ao mundo. Uma de suas principais características é ser “O Príncipe da Paz” (Is 9.6,7). A vinda do Messias trará uma paz que o mundo não conheceu. Os Evangelhos apresentam o Senhor Jesus, o nosso Salvador, como esse “Príncipe da Paz”. Seus discípulos podem desfrutar hoje dessa paz que só Ele pode dar. Seu principado assegura-nos a verdadeira paz (Jo 14.27), que deve nos acompanhar, como seguidores de Jesus,  onde colocarmos os nossos pés (Mt 10.12,13).


2. Uma promessa redentora.

Em Gênesis, a paz foi transtornada por causa da estratégia do Diabo que iludiu o primeiro casal, fazendo-o desobedecer à ordem de Deus (Gn 3.1-7). Nesse contexto, Deus prometeu redimir o ser humano por meio da “semente da mulher” (Gn 3.15). Essa promessa se cumpriu em Cristo, reconciliando-nos e estabelecendo a nossa paz com Deus (Rm 5.1).


Ao mesmo tempo, a parede da separação foi derrubada e toda inimizade entre judeus e gentios foi desfeita, de modo que de ambos os povos Ele fez um, a Igreja (Ef 2.14,15). Por isso, no Novo Testamento há várias referências que nos mostram que a paz de Cristo está ao alcance de todos que nEle creem. Essa paz estará conosco (Fp 4.9), dominará os nossos corações (Cl 3.15) e, como pessoas pacíficas, desfrutaremos de verdadeira felicidade (Mt 5.9). 

 

3. Uma promessa que excede todo o entendimento.

A paz que excede todo o entendimento nos acalma diante das inquietações da vida (Fp 4.6). Essa paz acalmará o nosso coração, nos fortalecerá para resistir às intempéries diante de nós, assim como aconteceu com o apóstolo Pedro que, mesmo preso numa cadeia típica do primeiro século, dormia um sono profundo e sereno (At 12.5-7). Esse episódio está de pleno acordo com o que o Senhor Jesus prometeu:  “Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo 16.33). Mesmo diante de aflições e lutas, podemos confiar no Senhor e experimentar a paz que só Ele pode nos dar. Portanto, confiemos nas promessas de Jesus, bem como em sua providência!  


SINÓPSE III

A paz que excede todo o entendimento é uma paz que nos acalma diante das inquietações da vida.


AUXÍLIO TEOLÓGICO

A RESTAURAÇÃO DA PAZ

“[...] Experimentar a paz com Deus exige que estejamos unidos a Cristo pela fé. O primeiro passo é crer no Senhor Jesus Cristo. Esta ‘crença’ é mais do que apenas uma concordância ou aceitação intelectual. É uma confiança ativa pela qual uma pessoa aceita o sacrifício de Cristo pelos pecados e entrega o controle de sua vida à liderança de Cristo.


Uma pessoa que responde a Cristo dessa forma é perdoada e justificada (isto é, torna-se reta diante de Deus) através da fé (Rm 3.21-28; 4.1-13; Gl 2.16). Junto com a fé, devemos seguir as diretrizes de Deus e obedecer aos seus mandamentos, a fim de vivermos em paz (Lv 26.3, 6). Os profetas do Antigo Testamento declaram frequentemente que não há paz real para os ímpios (Is 57.21; 59.8; Jr 6.14; 8.11; Ez 13.10, 16).


A fim de que possamos experimentar continuamente a paz de Deus, ele nos deu o Espírito Santo, que desenvolve o seu caráter e os seus propósitos em nós, o que envolve a paz de Deus (Gl 5.22; cf. Rm 14.17; Ef 4.3). Com a ajuda do Espírito, devemos orar pela paz (Sl 122.6, 7; Jr 29.7; Fp 4.7, nota), deixando que a paz dirija nossos corações (Cl 3.15), desejando e buscando a paz (Sl 34.14; Jr 29.7; 2 Tm 2.22; 1 Pe 3.11) e fazendo o melhor que pudermos para vivermos em paz com os outros (Rm 12.18; 2 Co 13.11; 1 Ts 5.13; Hb 12.14)” (Bíblia de Estudo Pentecostal — Edição Global. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, p. 1288).


CONCLUSÃO

Vimos que a paz de Deus tem a ver com bem-estar, repouso e quietude, mesmo nas horas de grandes tormentos. Contrastamos essa perspectiva de paz com a do mundo que compreende que a paz é a mera ausência de guerra ou se resume a períodos limitados de prazeres. Aprendemos que a Paz de Deus é uma virtude profunda, elevada e eterna. Não se trata de algo passageiro, mas de um estado permanente, que independe das circunstâncias. É a paz que Jesus prometeu.


REVISANDO O CONTEÚDO

1. Escreva a respeito do conceito de paz.

No Antigo Testamento, encontramos a palavra “shalom” para “paz”, que tem o sentido de segurança, bem-estar, saúde, prosperidade, paz (Nm 6.26); representa tudo o que há de melhor para a vida. No Novo Testamento, em grego, a palavra “paz” é “eirene”, com significado semelhante, contudo, enfatizando a ideia de quietude e repouso (Fp 4.6).

2. O que a paz em Números 6 revela?

A paz, em Números 6, revela um estado de plena satisfação em Deus a qual o povo poderá desfrutar na sua peregrinação pelo deserto.

3. Por que podemos dizer que a paz que o mundo oferece é enganosa?

A paz do mundo é enganosa porque não tem como fundamento o que é eterno, celestial e divino, mas temporal, terreno e puramente humano.

4. Como os Evangelhos apresentam o Senhor Jesus?

Os Evangelhos apresentam o Senhor Jesus, o nosso Salvador, como esse “Príncipe da Paz”.

5. De acordo com a lição, o que é a paz que excede todo o entendimento?

A paz que excede o todo entendimento é uma paz que nos acalma diante das inquietações da vida.

🔍Veja também:

LIÇÃO 9 - PROMESSAS PARA PAIS E FILHOS

LIÇÃO 10 - A PROMESSA DA PROTEÇÃO DIVINA

LIÇÃO 11 - A PROMESSA DE PROVISÃO


Lições Bíblicas Adultos 4° trimestre 2024 CPAD

ASSUNTO: AS PROMESSAS DE DEUS: Confie e Viva as Bênçãos do Senhor porque Fiel é o que Prometeu

Comentarista: Pastor Elinaldo Renovato