Lição 2 A Igreja e a relevância para a adoração verdadeira no culto (Editora Betel)

 

Lições da betel

TEXTO ÁUREO

“Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação.” 1 Coríntios 14.26


VERDADE APLICADA

O culto a Deus é a celebração de Seu nome, quando expressamos gratidão e O adoramos pelo que Ele é e por Seus atos poderosos, em conformidade com as Escrituras.


OBJETIVOS DA LIÇÃO

1. Destacar que somente Deus é digno de adoração.

2. Priorizar a adoração individual e coletiva a Deus.

3. Mostrar que Deus busca verdadeiros adoradores.


TEXTOS DE REFERÊNCIA

SALMOS 122

1- Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor.

2- Os nossos pés estão dentro das tuas portas, ó Jerusalém.

3- Jerusalém está edificada como uma cidade bem sólida.

4- Onde sobem as tribos, as tribos do Senhor, como testemunho de Israel, para darem graças ao nome do Senhor.

5- Pois ali estão os tronos do juízo, os tronos da casa de Davi.

6- Orai pela paz de Jerusalém; prosperarão aqueles que te amam.

7- Haja paz dentro de teus muros e prosperidade dentro dos teus palácios.

8- Por causa dos meus irmãos e amigos, direi: Haja paz em ti.

9- Por causa da casa do Senhor, nosso Deus, buscarei o teu bem.


LEITURAS COMPLEMENTARES

SEGUNDA | SI 27.1-4 Confiança em Deus e anelo pela Sua presença.

TERÇA | SI 133 A excelência do amor fraternal.

QUARTA | Jo 4.23 Deus procura os verdadeiros adoradores.

QUINTA | 1Co 14.26-40 A necessidade de ordem no culto.

SEXTA | Hb 10.19-39 Exortação a perseverar na fé.

SÁBADO | 1Pe 1.25 A Palavra do Senhor permanece para sempre


HINOS SUGERIDOS: 144, 243, 244


MOTIVO DE ORAÇÃO

Ore pela unidade e comunhão na sua Igreja local.


ESBOÇO DA LIÇÃO

Introdução

1- O culto é relevante porque é bíblico

2- O culto é relevante pela comunhão

3- Elementos centrais do culto

Conclusão


INTRODUÇÃO

O culto está relacionado com a honra, o reconhecimento e o valor da suprema dignidade de Deus, por tudo que Ele é e tem feito, sendo Ele digno de nossa adoração, louvor e serviço em conformidade com as Escrituras Sagradas.


1. O culto é relevante porque é bíblico

Ao afirmar que Deus procura verdadeiros adoradores [Jo 4.23], Jesus nos ensinou que a adoração verdadeira é mais uma questão de essência do que formalidades. Assim entendemos que a adoração envolve não apenas o lugar formal onde nos reunimos para cultuar a Deus, mas tudo o que fazemos em nossas vidas.


1.1. O culto no Antigo Testamento.

 O templo era central na vida da nação israelita. Todas as grandes celebrações estavam relacionadas ao templo. É nos salmos que vemos as maiores expressões de prazer e honra nas atividades no templo: “Senhor, eu tenho amado a habitação da tua casa e o lugar onde permanece a tua glória.” [Sl 26.8]. Pr. Valdir Alves de Oliveira (Revista Betel Dominical, 1° Trimestre de 2022, p. 74): “É oportuno refletirmos acerca da relevância da presença de um santuário na história de Israel, desde a saída do Egito até o início do cativeiro babilônico”. 


O salmista expressa isso: “Por que vale mais um dia nos teus átrios do que, em outra parte, mil. Preferiria estar à porta da casa do meu Deus, a habitar nas tendas da impiedade.” (Sl 84.10). Este expressa o anseio e o que significa para o autor adorar a Deus no templo em Jerusalém. Afinal, no Antigo Testamento, ali era o lugar estabelecido onde o Senhor Deus se revelava de maneira singular [2Cr 7.12-16]. Desse modo, entendemos a razão da grande alegria expressada pelo salmista: “Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor.” [Sl 122.1]. E nós, continuamos empolgados e tendo anseio por estarmos reunidos como povo de Deus para oração, louvor e anúncio da Palavra de Deus?


Comentário Bíblico Moody sobre Salmos 84.1-12: “Após proferir uma pequena oração pelo rei ungido de Deus, o salmista descreve a alegria de se juntar aos outros no culto de adoração. Um dia no local do culto, ele sente, vale mais que mil dias em qualquer outro lugar. Ele preferia ser o mais humilde servo do Templo, do que ter um lugar de habitação permanente onde a impiedade abunda.”


1.2. O culto no Novo Testamento. 

Em Atos 2.46 encontramos a seguinte informação: “E perseverando unânimes todos os dias no templo (…)”. Ao analisar este versículo vemos que a expressão “todos os dias” significa algo contínuo, já “unânimes”, fala de unidade e propósito, e embora eles se reunissem nas casas, todavia, o culto no lar não suprimiu a necessidade do culto no templo, Existem muitas outras referências de que o templo era também central na vida da Igreja Primitiva: eles oravam no templo [At 3.1]; ensinavam no templo (At 5.42]; realizavam milagres no templo [At 3.6-8). Embora os templos oficialmente surgissem no terceiro século depois de Cristo, parece que a Igreja conseguia ou alugava lugares espaçosos para o culto. Na cidade de Éfeso, Paulo usou a escola de Tirano [At 19.9], um espaço grande para reuniões.


Simon Kistemaker (Comentário do Novo Testamento, Atos Volume 1, Editora Cultura Cristă, 2016, p. 152, 159): “Os cristãos de Jerusalém vão ao templo, que para eles é a casa de Deus. Consideram-se judeus que viram o cumprimento da Escritura do Antigo Testamento por intermédio da vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Eles se reúnem nos pátios do Templo, presumivelmente na área chamada Pórtico de Salomão [At 3.11; 5.12] para oração e louvor. (…) os apóstolos mantinham a tradição de orar no templo em horas estipuladas. Os cristãos primitivos se consideravam judeus que jamais pensariam em romper com as horas tradicionais de oração no templo.”


1.3. O culto na atualidade. 

Sabemos que na Nova Aliança, a presença e o culto a Deus não estão restritos a um lugar, como bem disse Jesus à mulher samaritana, pois viria a hora em que nem em Jerusalém, nem no monte Gerizim, adorariam ao Pai, mas os verdadeiros adoradores adorariam ao Pai em espírito e em verdade, independente do lugar [Jo 4.21-23]. Mas essa sublime verdade não substitui a necessidade e o imperativo do culto coletivo da Igreja realizado no templo. Em Hebreus 10.25 temos a grande exortação para não deixarmos de nos congregar, porque naquela época era costume de alguns. Infelizmente, hoje podemos dizer que o mesmo tem se tornado o costume de muitos.


Pr. Abrahão Cipriano (Livro “Obreiro de valor” Editora Betel, 2015): “Se atentarmos para a Palavra de Deus, veremos que não é “atual” o apego que as pessoas têm à forma para agradar a Deus. No texto de Isaías 1.10- 20, encontramos o Senhor convidando o povo a apresentar um culto mais significante [Is 1.18], que exija transformação de vidas. Devemos depreender que, a cada minuto, o culto deve mostrar ao participante porque ele está ali. A cada momento o culto deve mostrar ao participante que ele precisa corresponder-se com Deus ali em seu íntimo. O membro jamais deve ir à Igreja com a missão de apenas cumprir todos os itens da liturgia programada. Ele deve ir para adorar e cultuar a Deus.”


EU ENSINEI QUE:

A adoração envolve não apenas o lugar formal onde nos reunimos para cultuar a Deus, mas tudo o que fazemos em nossas vidas.


2. O culto é relevante pela comunhão

A palavra comunhão, do grego koinonia, expressa a intimidade que deve haver na vida cristã, tanto com Cristo [1 Co 1.9], bem como com os irmãos [1Jo 1.7].


2.1. Comunhão com Deus. 

Conforme já dissemos, a comunhão com Deus não se restringe ao culto no ambiente do templo, haja vista que Cristo está conosco sempre [Mt 28.20]. Devemos, porém, reconhecer que a frequência aos cultos é imprescindível, pois este é o veículo ou o ambiente mais adequado para conduzir o adorador a um encontro real com Deus. A música, a adoração, o ambiente, a reverência e tudo quanto ocorre no culto visa nos conduzir à presença de Deus. 


No Salmo 27.4 Davi expressa seu desejo de morar todos os dias na casa do Senhor, mas com qual objetivo? Ele responde: a fim de contemplar a formosura do Senhor. Esse contemplar a formosura refere-se não apenas a ver, mas experimentar, vivenciar a presença de Deus em sua vida. Portanto, para ele culto é sinônimo da presença de Deus. A presença de Cristo é central na Igreja [Ap 2.1] e o verdadeiro culto proporciona aos verdadeiros adoradores um ambiente de aprendizagem, experiência e edificação no contínuo processo de crescimento espiritual.


Coleção Betel Dominical – Volume IV, p. 315: “O apóstolo Paulo fala da importância da comunhão da Igreja com a Trindade [2Co 13.13), corroborando com ele, o apóstolo João [1Jo 1.3]. A comunhão com Deus nos afasta das trevas e nos aproxima da luz [1Jo 1.6].


2.2. Comunhão com os irmãos. 

O culto é a comunidade cristã reunida a fim de viver intensamente a realidade de Deus em suas vidas de forma coletiva e ao mesmo tempo partilhar essa sublime realidade uns com os outros. A Bíblia resume a vida da Igreja Primitiva em termos de comunhão com a seguinte expressão: “(…) estavam juntos e tinham tudo em comum” [At 2.44]. Embora a comunhão com Deus possa ser individual e pessoal, o reflexo disso resulta em comunhão coletiva. O verdadeiro cristão tem prazer na companhia dos seus irmãos e o ambiente de culto oportuniza isso.


Pr. Sergio Costa (Livro “Igreja: doutrina, história e missão” – Editora Betel, 2019, p. 116): “A comunhão é a forma mais específica e única do relacionamento entre os cristãos.”


2.3. Resultado da comunhão. 

Gente precisa de Deus, mas a gente também precisa de gente. Paulo queria encontrar-se com Timóteo, pois seria um conforto e encheria o velho apóstolo de alegria [2Tm 1.4]. De acordo com o Salmo 133, a comunhão é agradável a Deus, a comunhão é terapêutica, a comunhão é restauradora, a comunhão é abençoadora. Por isso, um dos primeiros sintomas de declínio espiritual é normalmente o comparecimento irregular nos cultos e demais atividades da Igreja. As igrejas deveriam ser caracterizadas pelo alto grau de comunhão entre seus membros. Viver de forma unida é extremamente agradável a Deus.


Dicionário Bíblico Unger (SBB, 2017, p. 257) Comunhão: “Significa companheirismo, uma relação na qual as partes têm algo em comum, uma interação familiar. Os cristãos têm comunhão com o Pai, com o Filho [1Jo 1.3] e com o Espírito Santo (2Co 13.14), e, também, uns com os outros [1Jo 1.7]. O amor fraternal e a comunhão mútua são necessários à comunhão com Deus e a manifestam [1Jo 4.12]. Cristo orou para que o seu povo tivesse comunhão entre si [Jo 17.21). A comunhão com Deus é essencial à frutificação [Jo 15.4-5].”


EU ENSINEI QUE:

A palavra comunhão expressa a intimidade que deve haver na vida cristã, tanto com Cristo, bem como com os irmãos.


3. Elementos centrais do culto

Na visão apostólica, existem três elementos centrais e imprescindíveis em um culto: a Palavra de Deus, a oração e a adoração.


3.1. A Palavra de Deus é central no culto. 

A Palavra de Deus é essencial à vida cristã. Jó a considerava mais importante do que a própria comida [16 23.12]. A Palavra de Deus é o mais importante cardápio no alimento espiritual do crente. Por reiteradas vezes ela é comparada com o alimento que nutre a vida espiritual [Mt 4.4]. Pr. Lourival Dias Neto (Revista Betel Dominical, 2º Trimestre de 2010, p. 49) comentou uma lição sobre “A Igreja e a Bíblia”


3.1. Seu lugar no culto.

A Bíblia é o instrumento primordial para o desenvolvimento do culto. (…) Ela ocupava lugar central no ministério dos apóstolos [At 6.2-4]. Quando se compreende esta realidade, ela está presente do início ao fim, por meio das orações, dos cânticos, da adoração, ou seja, toda liturgia tem a sua base na Bíblia. O desprezo pela Palavra de Deus tem resultado em cultos sem conteúdo, vidas vazias, levando a uma superficialidade espiritual adoecedora.”


A relevância da exposição bíblica em um culto é atestada quando o apóstolo Paulo apresenta a “doutrina”, ou seja, “instrução” como um dos elementos da liturgia [1Co 14.26]. No culto praticado pelo pentecostalismo clássico se mantém as Escrituras Sagradas como o padrão para analisar as manifestações espirituais. Tal conduta está de acordo com a diretriz que encontramos no Antigo Testamento. 


Destacamos dois exemplos: 

a) Êxodo 8.25-27 quando Faraó propôs a Moisés que o povo de Israel oferecesse sacrifícios a Deus na própria terra do Egito, Moisés respondeu: “sacrifiquemos ao Senhor, nosso Deus, como ele nos dirá. A Palavra a ser revelada é que instruiria como o povo deveria servir a Deus; 


b) 1Crônicas 13 e 15-o próprio rei Davi reconheceu que não tinham sido bem-sucedidos em levar a arca de Deus para Jerusalém, porque não tinham agido “segundo a ordenança” ou “conforme a palavra do Senhor”. Não é qualquer culto que Deus aceita!


3.2. O efeito da oração coletiva. 

É necessário compreendermos que a oração coletiva é tão importante quanto a oração individual, já que uma reforça a outra. No livro de Atos podemos aprender algumas lições sobre o efeito da oração coletiva e a importância que ela tem para que a obra de Deus possa avançar [At 1.14, 24-25]. É crucial que a Igreja (Corpo de Cristo) cultive a oração coletiva em conexão com a vontade de Deus já revelada, como vemos na descida do Espírito Santo [At 2.1-4]. É perseverando em oração coletiva que o Espírito Santo se manifesta coletivamente. Se queremos ver e participar das manifestações do Espírito Santo na Igreja devemos orar coletivamente. No cenáculo estavam quase cento e vinte pessoas e todas foram cheias do Espírito Santo. Isso pode repetir-se hoje, desde que a Igreja esteja disposta a perseverar em oração [At 2.42; 12.5). O Senhor Deus atendeu à contínua oração da Igreja e enviou um anjo para libertar Pedro.


Coleção Betel Dominical Volume IV, p. 315: “A Igreja deve zelar pela comunhão com o Senhor, através da oração” (At 13.3a]. A oração é o meio pelo qual a Igreja tem comunhão direta com o Senhor [Mt 6.6]. O fervor da Igreja dependerá de sua vida de oração diante de Deus [At 2.42: 12.12].”


3.3. O valor da adoração coletiva. 

A manifestação da presença de Deus em um culto não deve ser o anelo somente daqueles que o dirigem: o dirigente, ministério de louvor, pregador. Não viemos para assistir o culto, viemos para realizá-lo. Não somos meros figurantes, somos adoradores conscientes. Todos quantos estão em um culto são agentes importantes na realização do mesmo. Em 1 Coríntios 14.26, o apóstolo Paulo recomenda: “(…) Quando vos ajuntais (para cultuar), cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação.


Faça-se tudo para edificação”. Todos os membros eram convidados a participar conforme o Senhor os dirigia, um desejava cantar um hino, outro era conduzido pelo Espírito para compartilhar uma doutrina, alguns recebiam revelações transmitidas em línguas e outros interpretavam. Mas tudo com decência e ordem, não havia exibição, gerando assim edificação. Pr. Abrahão Cipriano (Livro “Obreiro de valor Editora Betel, 2015): “Busque incansavelmente a sensibilidade do Espírito Santo. (…) 0 pastor ou dirigente deve ser receptivo à voz do Espírito Santo para conduzir o culto debaixo de Sua direção, pois um culto sem o comando do Espírito Santo é mecânico, vazio e frio. O Espírito Santo é o único capaz tanto de revelar ao pastor ou dirigente as necessidades da Igreja em cada culto quanto de orientar sobre a melhor maneira de conduzi-lo.”


EU ENSINEI QUE:

Existem três elementos centrais e imprescindíveis em um culto: a Palavra de Deus, a oração e a adoração.


CONCLUSÃO

O momento que a Igreja reserva e programa para oferecer a Deus o culto dentro do seu aspecto bíblico espiritual é imprescindível tanto a nível coletivo quanto individual. Trata-se de um tempo oportuno e importante para o verdadeiro adorador cultivar e manter a real comunhão com Deus, sendo ao mesmo tempo edificado pela Sua Palavra e fortalecido pela oração e comunhão.


Revista Editora Betel | 3° Trimestre De 2024 | TEMA: A RELEVÂNCIA DA IGREJA, SUA ESSÊNCIA E MISSÃO – Reafirmando os fundamentos, a importância do compromisso com a Palavra de Deus, a Adoração sincera e o serviço autêntico, segundo os preceitos de Jesus Cristo | Subsídios Dominical 



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Lição 1 A relevância da Palavra de Deus para edificação doutrinária da Igreja (Editora Betel)

LIÇÃO 2 BETEL 

TEXTO ÁUREO

“Eu sei as tuas obras; eis que diante de ti pus uma porta aberta, e ninguém a pode fechar; tendo pouca força, guardaste a minha palavra e não negaste o meu nome.” Apocalipse 3.8


VERDADE APLICADA

A Palavra de Deus é o alicerce da Igreja. Ela é o fundamento de todos os princípios que norteiam a vida cristã.


OBJETIVOS DA LIÇÃO

1. Enfatizar a importância de priorizar a Palavra de Deus.

2. Evidenciar a relevância da Palavra de Deus.

3. Mostrar o resultado da aplicação da Palavra.



TEXTOS DE REFERÊNCIA

SALMOS 119

97- Oh! Quanto amo a tua lei! É a minha meditação em todo o dia.

98- Tu, pelos teus mandamentos, me fazes mais sábio que meus inimigos, pois estão sempre comigo.

99- Tenho mais entendimento do que todos os meus mestres, porque medito nos teus testemunhos.

100- Sou mais prudente do que os velhos, porque guardo os teus preceitos.

101- Desviei os meus pés de todo caminho mau, para observar a tua palavra.

102- Não me apartei dos teus juízos, porque tu me ensinaste.

103- Oh! Quão doces são as tuas palavras ao meu paladar! Mais doces do que o mel à minha boca.


LEITURAS COMPLEMENTARES

SEGUNDA | 1 Sm 15.22 – Obedecer é melhor do que sacrificar.

TERÇA | SI 1.2 – Bem-aventurado o que medita na Palavra.

QUARTA | Sl 119.1 – Bem-aventurado o que anda na lei do Senhor.

QUINTA | Jr 23.29 – A Palavra de Deus é como fogo.

SEXTA | Jo 17.17 – A Tua Palavra é a verdade.

SÁBADO | At 6.4 – Perseverar na oração e na Palavra.


HINOS SUGERIDOS: 306, 505, 506


A MOTIVO DE ORAÇÃO

Ore para que a Palavra de Deus seja cada vez mais valorizada.


ESBOÇO DA LIÇÃO

Introdução

1- A relevância do aprendizado da Palavra

2- A importância de priorizar a Palavra

3- O resultado da aplicação da Palavra

Conclusão


INTRODUÇÃO

Nesta lição, refletiremos sobre a relevância da Palavra de Deus para a Igreja. Portanto, apresentaremos alguns princípios que evidenciam essa relevância crucial para a vida cristã.


1. A relevância do aprendizado da Palavra

Além de estudar, é preciso que haja um aprendizado efetivo. Aprender é uma tarefa de excelência tanto para o discípulo, quando alcança esse objetivo, como também para o mestre, que vê um resultado positivo do seu trabalho, pois: “Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo.” [Ap 1.3]. Portanto, o ensino está intrinsecamente ligado a ouvir, guardar e praticar o que está sendo ministrado.


1.1. O aprendizado nos torna sábios para a salvação. 

O elemento essencial que nos conscientiza da salvação vem pelo aprendizado da Palavra, porquanto a fé advém de ouvi-la [Rm 10.17]. O apóstolo Paulo afirmou para Timóteo, seu filho na fé, que ele havia chegado a essa conclusão pelo conhecimento da Palavra de Deus: “E que, desde a tua meninice, sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus.” [2Tm 3.15]. Os mestres da lei, estudiosos diligentes das Escrituras, a examinavam na certeza de encontrar a vida eterna [Jo 5.39], porém ignoravam o fato de que as mesmas testificam de Jesus, o único caminho para a salvação.


Lawrence Richards (Comentário Bíblico do Professor Editora Vida, 2004, p. 1122 e 1124) enfatiza que 1 e 2Timóteo e Tito é um “Chamado para o Ensino”: “Ensinar e aprender é um dos temas principais nessas cartas referentes às “últimas palavras” do apóstolo Paulo. (…) A evidência do aprendizado cristão não se encontra em nosso saber, mas no amor, na fé e na santidade de vida do crente. Paulo encorajou Timóteo e Tito a se envolver no tipo de ensino que conecta a verdade à vida; o tipo de ensino o qual produz pessoas amorosas, confiáveis e santas. Paulo certamente diria que o caráter, não o conhecimento, é o melhor indicador de um cristão bem preparado.”


1.2. O aprendizado nos torna sábios para a vida. 

O aprendizado da Palavra de Deus proporciona ao crente essa sabedoria celestial que se sobrepõe à sabedoria humana e terrena. De nada vale o conhecimento sem reconhecer a Palavra de Deus como base de toda a ciência. O salmista admite que o aprendizado da Palavra de Deus o fazia superar até seus mestres, incluindo pessoas mais velhas e experientes do que ele: “Tenho mais entendimento do que todos os meus mestres, porque medito nos teus testemunhos. Sou mais prudente do que os velhos, porque guardo os teus preceitos.” [SI 119.99-100].


Sarah Cavalcanti (Livro “Uma escola para todos” – Editora Betel, 2015): “É através do ensino da Bíblia que crescemos no conhecimento da Palavra de Deus e no relacionamento com o Deus da Palavra. É no estudo da Bíblia que se aprende os rudimentos da fé cristã. Se quisermos avançar como Igreja vitoriosa e relevante no século XXI, precisamos investir arduamente no ensino da Bíblia, afinal é a sua mensagem que transforma e liberta o pecador.”


1.3. O aprendizado nos faz discernir o falso ensino. 

Jesus disse que o erro dos saduceus, líderes em Israel, derivava do fato de não conhecerem as Escrituras, ou seja, a principal qualidade de quem ensina a Palavra é conhecê-la: “Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus.” [Mt 22.29]. Ainda de acordo com o texto de Oséias, o povo pereceu porque lhes faltou o conhecimento de Deus [Os 4.6). Existe ainda o fragoroso perigo de se estar ensinando doutrinas heréticas, visto que há uma linha muito tênue entre o ensino genuíno da Palavra e um ensinamento deturpado.


Pr. Joabes Rodrigues do Rosário (Revista Betel Dominical, 4° Trimestre de 2019, p. 6) “A refutação e os últimos dias”: “A Palavra de Deus revela que os últimos dias da Igreja na terra seriam caracterizados, também, pelo surgimento de falsos profetas (Mt 24.11], espíritos enganadores e doutrinas de demônios [1Tm 4.1], falsos doutores e heresias [2Pe 2.1]. Evidentemente, muitos destes erros não são facilmente identificados. É preciso, pois, como Igreja, estarmos firmados e convictos quanto ao conteúdo da fé bíblica e buscarmos a indispensável ação do Espírito Santo no discernimento e na capacitação necessária para refutamos os enganos que vão surgindo, além da proclamação do Evangelho.”


EU ENSINEI QUE:

O ensino está intrinsecamente ligado a ouvir, guardar e praticar o que está sendo ministrado


2. A importância de priorizar a Palavra

A prioridade da Palavra de Deus perpassa por uma atitude firme da Igreja, justamente quando as lideranças entendem que o estudo sistemático da Palavra é fundamental em todas as funções eclesiásticas.


2.1. A importância da Palavra no Antigo Testamento. 

O sacerdote e escriba Esdras é um exemplo muito importante para apresentarmos o ensino da Palavra no Antigo Testamento: “Porque Esdras tinha preparado o seu coração para buscar a lei do Senhor, e para a cumprir, e para ensinar em Israel os seus estatutos e os seus direitos.” [Ed 7.10]. O povo se reunia para ler e meditar na lei do Senhor. Essa atitude de Esdras produziu um dos maiores avivamentos na história de Israel.


Sarah Cavalcanti (Livro “Uma escola para todos” – Editora Betel, 2018): “O ato de ensinar o povo acontece desde os tempos do Antigo Testamento. O texto de Deuteronômio 31.12 revela que a ideia era reunir o povo para ensinar a Palavra de Deus. Todos deveriam estar presentes (“homens, mulheres, e meninos, e os teus estrangeiros”) à ministração e ao ensino das leis de Deus.”


2.2. A importância da Palavra no Novo Testamento. 

Os apóstolos deixaram um legado muito importante para a Igreja dos nossos dias: “Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra.” [At 6.4]. A atitude apostólica de priorizar o binômio oração e Palavra é infalível e deve ser imitada por todas as Igrejas, se quiserem ter uma vida espiritual e um crescimento saudável. A Igreja apostólica crescia mediante o trabalho do ministério [At 2.42], pois perseverava em todas as atividades que realizava. Era uma ação contínua, sendo parte constante da vida da Igreja. Vemos Paulo exoгtando a Timóteo, seu filho na fé, para que pregasse a palavra em todo o tempo [2Tm 4.2].


Eurico Bergsten (Lições Bíblicas, 3° trimestre de 1978) ao comentar sobre o crescimento e desenvolvimento da igreja em Jerusalém: “Em tudo a Igreja se apoiava na Palavra de Deus. No dia de Pentecostes, quando as críticas contra as bênçãos recebidas apareceram, eles se defendiam com a Bíblia. “Isto é o que foi dito pelo profeta Joel” (At 2.16). Quando o povo estava atônito pela cura do coxo, citavam a Palavra de Deus para explicar o fato [At 3.13- 16). Quando foram proibidos de falar em nome de Jesus, baseavam a sua defesa na Palavra de Deus [At 4.11], o que lhes deu muita ousadia [At 4.25- 27]. Quando apareceu o grave problema criado pelos fariseus que queriam obrigar os crentes a se circuncidarem, então com base na Palavra de Deus conseguiram dissipar aquela ameaça à paz At 15.15-16, 28-30]. Aleluia! Aqui estão alguns exemplos. A Bíblia diz: “Permaneceram na doutrina dos apóstolos” [At 2.42]”


2.3. A Palavra nutre a vida espiritual. 

Nossa saúde espiritual está intimamente ligada à nossa busca pelo conhecimento da Palavra de Deus. O apóstolo Pedro escreveu: “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que, por ele, vades crescendo.” [1Pe 2.2]. Assim como o leite materno não possui substituto à altura, de igual modo na vida cristã, nada pode substituir a Palavra de Deus. De acordo com este texto bíblico, a Palavra é o principal elemento no “cardápio alimentar” da vida espiritual. Ela deve ser prioritária em nossa vida.


Pr. Jairo Fontes Ferreira (Revista Betel Dominical, 3º Trimestre de 1993, p. 26) comentou sobre a Bíblia e seu valor como alimento: “Assim como o corpo físico, templo do Espírito Santo, precisa do alimento material, nosso espírito e alma necessitam do alimento espiritual [Dt 8.3]. Este é o princípio estabelecido por Deus, para o Seu povo valorizar Sua palavra como alimento. O próprio Senhor Jesus autenticou a palavra do Pai diante de Satanás (Mt 4.4). “Nem só de pão…” disse Jesus, mostrando-nos a necessidade do pão espiritual, a Palavra de Deus, para cada dia de nossas vidas. 

A Palavra de Deus, como alimento espiritual, é comparada a:

a) mel (Sl 119.103];

b) leite [Hb 5.13];

c) alimento sólido [Hb 5.14]”


EU ENSINEI QUE:

O estudo sistemático da Palavra é fundamental em todas as funções eclesiásticas.


3. O resultado da aplicação da Palavra

A aplicação da Palavra de Deus se constitui no elemento fundamental para o cristão sob todos os aspectos. Ela tem o poder de transformar a vida do ser humano.


3.1. Fortalece a vida cristã. 

A maturidade cristã será alcançada através de uma vida alicerçada na Palavra de Deus. Só assim o cristão poderá vencer todos os embates da vida com equilíbrio e resiliência: “Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha. E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha.” [Mt 7.24- 25]. Rios, chuvas, ventos e tempestades são situações que podem atingir a vida cristã e somente quem está alicerçado na Palavra de Deus poderá vencer.


Sarah Cavalcanti (Livro “Uma escola para todos” – Editora Betel, 2018): “Ensinar a Bíblia é fundamental para uma vida cristã bem-sucedida e, também, para uma Igreja saudável. Além disso, em diferentes momentos da vida, a Palavra se renova, se ressignifica e sempre traz um novo aprendizado.”


3.2. Produz santificação. 

A vontade de Deus para o Seu povo é a santificação [1Ts 4.3], e um dos elementos importantes para a santificação é a Palavra de Deus, conforme ressaltou Jesus na oração sacerdotal, ao revelar o poder santificador da mesma: “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” [Jo 17.17]. De acordo com o apóstolo Tiago, para que haja uma mudança de vida efetiva, a Palavra precisa ser enxertada em nossas vidas [Tg 1.21].


Além de João 17.17, vemos também a Palavra de Deus como agente de santificação em João 15.3. Podemos dizer que o Espírito Santo usa a Palavra de Deus para exercer o efeito santificador sobre os discípulos de Cristo. Todos que acolhem a Palavra de Deus são limpos. Vemos em João 13.10 que o Senhor Jesus revelou que nem todos estavam limpos. Portanto, não se trata de automatismo na santificação. É preciso acolher a Palavra. Conservar no coração. Foi o que faltou a Judas. Para manter pura a conduta é preciso viver de acordo com a Palavra de Deus [Sl 119.9].


3.3. Agrada a Deus. 

A obediência é um dos mais importantes princípios da vida cristã, de maneira que qualquer sacrifício não tem nenhum valor sem a obediência. Isso fica claro nas palavras do profeta Samuel ao advertir o rei Saul: “Porém, Samuel disse: Tem, porventura, o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios como em que se obedeça à palavra do Senhor? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar (…).” [1 Sm 15.22].


Pr. Marcos Sant’Anna da Silva (Livro “Aperfeiçoamento cristão” – Editora Betel, 2018): “Se declaramos e cremos que a Palavra de Deus é a verdade e a revelação da vontade de Deus para nós, então a disposição em praticá-la deve preceder o conhecimento da mesma. Ou seja, o discípulo de Cristo precisa ir à Palavra com fé e disposição de obedecê-la.”


EU ENSINEI QUE:

A aplicação da Palavra de Deus se constitui no elemento fundamental para o cristão sob todos os aspectos. Ela tem o poder de transformar a vida do ser humano.


CONCLUSÃO

Após a morte de Moisés, Deus fala com Josué e lhe faz promessas e garante que estaria com ele, mas o advertiu que não deixasse de observar a Palavra de Deus em todo o tempo. Assim também deve ser com cada geração da Igreja enquanto estiver na terra: os tempos mudam, mas a Palavra de Deus permanece. Os princípios bíblicos são os mesmos. A última exortação bíblica se refere a como estamos lidando com a Palavra de Deus [Ap 22.18-19]. Que o Espírito Santo nos ajude em todo o tempo a guardarmos a Palavra de Deus [Ap 3.8, 10].


Revista Editora Betel | 3° Trimestre De 2024 | TEMA: A RELEVÂNCIA DA IGREJA, SUA ESSÊNCIA E MISSÃO – Reafirmando os fundamentos, a importância do compromisso com a Palavra de Deus, a Adoração sincera e o serviço autêntico, segundo os preceitos de Jesus Cristo | Subsídios Dominical 



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