Para
realizar uma exegese de João 14:14 onde a Bíblia interpreta a própria Bíblia, é
importante considerar o contexto imediato do versículo, o contexto mais amplo
dentro do Evangelho de João, e outras passagens bíblicas que tratam de temas
semelhantes. Vamos começar com o texto de João 14:14:
João 14:14 (ARA): "Se me pedirdes
alguma coisa em meu nome, eu o farei."
João
14 faz parte dos discursos de despedida de Jesus aos Seus discípulos, começando
em João 13 e indo até João 17. Neste capítulo, Jesus está confortando Seus
discípulos e prometendo-lhes o Espírito Santo. Ele enfatiza a importância da fé
n'Ele e da união com Ele.
João
14:12-13: "Em verdade, em verdade vos digo que aquele
que crê em mim fará também as obras que eu faço e outras maiores fará, porque
eu vou para junto do Pai. E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, a fim
de que o Pai seja glorificado no Filho."
Esses
versículos imediatamente anteriores ajudam a entender que pedir algo "em
nome de Jesus" não é apenas usar uma fórmula mágica, mas implica pedir
de acordo com a vontade e caráter de Jesus, em alinhamento com Sua missão e
propósito.
1. Contexto
Amplo no Evangelho de João
No
Evangelho de João, há várias menções sobre o papel de Jesus como mediador e a importância
de pedir em Seu nome:
-
João 15:7: "Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras
permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito."
-
João 16:23-24: "Naquele dia, nada me
perguntareis. Em verdade, em verdade vos digo que, se pedirdes alguma coisa ao
Pai, ele vo-la concederá em meu nome. Até agora nada pedistes em meu nome;
pedi, e recebereis, para que a vossa alegria seja completa."
Esses
versículos reforçam que pedir em nome de Jesus está ligado à permanência n'Ele
e a ter Suas palavras em nós, destacando a necessidade de uma relação íntima e
contínua com Cristo.
2. Outras Passagens Bíblicas
Para
uma interpretação mais ampla e consistente, consideremos outros textos bíblicos
que falam sobre oração e pedir em nome de Jesus:
1
João 5:14-15:"E esta é a
confiança que temos para com ele: que, se pedirmos alguma coisa segundo a sua
vontade, ele nos ouve. E, se sabemos que ele nos ouve em tudo o que pedimos,
sabemos que já obtivemos os pedidos que lhe fizemos." Essa passagem sublinha
a necessidade de pedir segundo a vontade de Deus, o que está implícito em pedir
em nome de Jesus.
Tiago
4:3:"Pedis
e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres."
Tiago
adverte que a motivação por trás de nossos pedidos é crucial. Pedir em nome de
Jesus implica que nossos pedidos sejam compatíveis com Seu caráter e Seus propósitos.
📌As três verdades sobre a oração em nome
de Jesus
(1)
Conformidade com a Vontade de Deus
Pedir
em nome de Jesus implica conformidade com a vontade de Deus. Orar em Seu nome é
estar alinhado com Seus propósitos e buscar a glória de Deus.
(2)
Relação com Jesus
A
efetividade da oração está ligada ao relacionamento com Jesus. Permanecer n'Ele
e ter Suas palavras em nós (João 15:7) são condições essenciais.
(3)
Promessa de Resposta
Jesus
promete que responderá às orações feitas em Seu nome, mas isso não é uma
garantia de que qualquer desejo pessoal será concedido. A promessa é de que Ele
realizará o que está em harmonia com Seu caráter e vontade.
Conclusão
Em
João 14:14, Jesus está ensinando que ao pedir em Seu nome, os discípulos podem
ter a confiança de que Ele atenderá suas orações. No entanto, este pedido deve
estar alinhado com o caráter, a vontade e a missão de Jesus. Não se trata de
uma fórmula mágica, mas de uma expressão de relacionamento íntimo e contínuo
com Cristo, onde nossas vontades são transformadas pela Sua.
A
Bíblia interpreta a própria Bíblia ao mostrar que a oração em nome de Jesus
está intrinsecamente ligada à conformidade com Sua vontade e à busca pela
glória de Deus. Assim, devemos buscar estar tão unidos a Cristo que nossos
desejos e pedidos refletem Sua vontade perfeita.
REVISTA: A CARREIRA QUE NOS ESTÁ PROPOSTA: O Caminho da Salvação, Santidade e
Perseverança para Chegar ao Céu
Comentarista: Pr. Osiel Gomes | Aula 12 de Maio de
2024
TEXTO
ÁUREO
“Porque
as armas da nossa milícia não são carnais, mas, sim, poderosas em Deus, para
destruição das fortalezas.” (2 Co 10.4)
VERDADE
PRÁTICA
Diante
da batalha espiritual, temos poderosas armas espirituais a nossa disposição: a
Palavra de Deus, a Oração e o Jejum.
LEITURA
DIÁRIA
Segunda - Ef 6.1,2
As armas do crente são espirituais e devem ser
usadas na jornada
Terça - 1 Pe 5.8
O Inimigo apresenta diversas estratégias contra nós
Quarta - Mt 4.4; 1 Pe 2.2
A Palavra de Deus, uma poderosa arma espiritual
Quinta - Sl 55.17; Ef 6.18
A Oração, uma arma espiritual indispensável
Sexta - Mt 4.1-4; At 13.2,3
O Jejum, um instrumento espiritual indispensável na
caminhada
Sábado -2 Tm 3.16; Jo 17.9,20-22; At 14.23
Estudando a Palavra, orando e jejuando
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
Lucas 4.1-4,
16-20
Lucas 4
1
- E Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi levado pelo Espírito
ao deserto.
2
- E quarenta dias foi tentado pelo diabo, e, naqueles dias, não comeu coisa
alguma, e, terminados eles, teve fome.
3
- E disse-lhe o diabo: Se tu és o Filho de Deus, dize a esta pedra que se
transforme em pão. 4 - E Jesus lhe respondeu, dizendo: Escrito está que nem só
de pão viverá o homem, mas de toda palavra de Deus.
Lucas 4.16-20
16
- E, chegando a Nazaré, onde fora criado, entrou num dia de sábado, segundo o
seu costume, na sinagoga e levantou-se para ler.
17
- E foi-lhe dado o livro do profeta Isaías; e, quando abriu o livro, achou o
lugar em que estava escrito:
18
- O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os
pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração,
19
- a apregoar liberdade aos cativos, a dar vista aos cegos, a pôr em liberdade
os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor.
20
- E, cerrando o livro e tornando a dá-lo ao ministro, assentou-se; e os olhos
de todos na sinagoga estavam fitos nele.
HINOS
SUGERIDOS:212, 225, 305 da Harpa Cristã
PLANO DE AULA
1.
INTRODUÇÃO
Travamos
uma grande Batalha Espiritual. Essa batalha não é contra pessoas, mas contra
principados e potestades no mundo espiritual. Por isso, nossas armas não podem
ser humanas nem carnais. Na Batalha Espiritual lutamos com armas espirituais.
Por isso, nesta lição estudaremos sobre a realidade dessa batalha, mostraremos
a três grandes armas espirituais que o crente tem a sua disposição e o maior
modelo que temos em Jesus no uso dessas "armas celestiais".
2.
APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Enfatizar o sentido que as armas do crente recebem
nas Escrituras;
II) Esclarecer a respeito das três principais armas
espirituais do crente;
III) Mostrar Jesus Cristo como o nosso maior modelo de
quem usou as armas espirituais.
B)
Motivação: A Batalha Espiritual é real. Por isso, para lutarmos essa batalha,
devemos usar as armas espirituais. Nesse caso, o crente em Jesus vence as suas
lutas com o uso da Palavra de Deus, do Jejum e da Oração. Essas são as armas
legítimas de todo salvo em Cristo. Que armas você tem usado na Batalha
Espiritual?
C)
Sugestão de Método: Inicie a exposição do segundo tópico, dizendo à classe que
na história do Cristianismo três disciplinas sempre estiveram em destaque: a
meditação na Palavra de Deus, a prática da oração e a prática do jejum. Essas
disciplinas sempre acompanharam o ministério pastores, evangelistas e
avivalistas ao longo do tempo. Por isso, peça aos alunos que digam o que eles
pensam a respeito do valor dessas disciplinas para as suas vidas. Dê um tempo
para eles se expressarem e os ouça com atenção. Em seguida, enfatize que essas
disciplinas espirituais estão presentes como prática na Bíblia e confirmadas ao
longo da história. Assim, informe que o propósito de estudarmos sobre elas é para
que essas disciplinas estejam presentes em nossa vida como estavam no
ministério de Jesus, da Igreja Primitiva e dos grandes líderes de nossa
história.
3.
CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A)
Aplicação: Conclua a lição desta semana, afirmando que precisamos meditar na
Palavra de Deus, jejuar e orar. Por meio dessas disciplinas espirituais temos
experiências gloriosas com Deus. Assim, nossa vida com Cristo nunca mais é a
mesma.
4.
SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A)
Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz
reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas
Adultos. Na edição 97, p.39, você encontrará um subsídio especial para esta
lição.
B)
Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão
suporte na preparação de sua aula: 1) O texto "Contra as astutas ciladas
do Diabo", localizado depois do primeiro tópico, destaca a batalha
espiritual do crente para aprofundar o tópico; 2) O texto "Jejuando
quarenta dias", ao final do segundo tópico, expande a reflexão a respeito
da prática piedosa do Senhor Jesus.
INTRODUÇÃO
Na
lição anterior, estudamos a respeito de três opositores que se mostram como
obstáculos de nossa jornada: o Diabo, a Carne e o Mundo. Nesta lição,
enfatizaremos três armas, isto é, recursos espirituais em que todo crente
precisa lançar mão diante dos obstáculos da jornada: a Palavra de Deus, a
Oração e o Jejum. Desde o início de nosso andar com Cristo, estamos diante de
uma batalha espiritual que só terá fim com o Arrebatamento da Igreja para o
céu.
PALAVRA-CHAVE:
ARMAS
I –
AS ARMAS DO CRENTE
1.
As armas.
De
modo geral, podemos classificar as armas como instrumentos de ataque e de
defesa. Nas Escrituras, os principais instrumentos de ataque são: espada (1 Sm
17.45); vara (Sl 23.4); funda (1 Sm 17.40); arco e flecha (2 Rs 13.15); lança
(Js 8.18); e dardo (2 Sm 18.14). Os de defesa são: escudo (Ef 6.16), capacete
(1Sm 17.5), couraça (1 Sm 17.5) e caneleiras (1 Sm 17.6). Essas armas eram
usadas pelos exércitos antigos, bem como pelo exército de Israel, com a
diferença de que este era instado a colocar a sua confiança no Senhor (Sl
20.7). Entretanto, para os cristãos, “armas” aqui tem um sentido metafórico,
pois nosso combate não é de corpo a corpo com outra pessoa, mas contra o mal
encabeçado pelo Diabo e seus demônios, que se valem do Mundo e da Carne.
2.
As estratégias do Inimigo.
Não
podemos desprezar o conhecimento a respeito da força do Inimigo de nossas
almas. O Novo Testamento revela o que o Diabo é capaz de fazer para ludibriar
as pessoas: arrebatar a boa Palavra do coração (Mt 13.19); buscar altas
posições com mentiras (At 5.3); usar pessoas para trair (Lc 22.3,4); escravizar
(2 Tm 2.26); enfraquecer a fé do crente (Lc 22.32); enganar com doutrinas
demoníacas (1 Tm 4.1). Não por acaso, o apóstolo Pedro nos alertou a respeito
da sagacidade do Inimigo: “Sede sóbrios, vigiai, porque o diabo, vosso
adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar”
(1 Pe 5.8).
3.
O chefe de toda força do mal.
O
apóstolo Paulo escreve claramente que o Diabo é o chefe de todos os poderes das
trevas que batalham contra nós (Ef 6.11; Rm 13.12). Até mesmo o apóstolo dos
gentios foi por vezes impedido pelo Inimigo por meio de instrumentos humanos (1
Ts 2.18). Essa é uma das razões que o apóstolo cunha Satanás como o “príncipe
da potestade do ar” (Ef 2.2). Destacando ainda sua força e autoridade na
hierarquia do mal, o Diabo é denominado de “o deus deste século” (2 Co 4.4).
Portanto, não podemos ignorar que o Inimigo tem um reino organizado com seus
servos, emissários, principados e potestades (Lc 11.17-22).
SINÓPSE I
As armas do crente devem ser usadas
contra as estratégias do Inimigo, o chefe de toda força do mal.
AUXÍLIO
BÍBLICO-TEOLÓGICO
“[Efésios]
6.11
Contra as astutas ciladas do Diabo. Os cristãos estão envolvidos em um conflito
espiritual com o maligno. Este conflito é descrito como uma guerra de fé (2 Co
10.4; 1 Tm 1.18-19; 6.12) que continua até que eles passam da vida presente e
entram na vida porvir (2 Tm 4.7-8; veja Gl 5.17, nota). Satanás é um mestre
estrategista que visa nos ferir e destruir por meio de suas várias ciladas.
Instigar a divisão da igreja e a descrença nas promessas de Deus está entre ‘as
ciladas do diabo’.
As
estratégias de Satanás incluem o desânimo, a tentação, a falta de perdão, o
medo, a acusação, a atitude de agradarmos os nossos desejos pecaminosos
(especialmente em relação às coisas que repetidamente tiram o melhor de nós),
preguiça espiritual e assim por diante. Ele fará o que for preciso para seduzir
os crentes a comprometerem a sua consciência e distraí-los da devoção a Jesus.
Paulo instrui os seguidores de Cristo a permanecerem firmes em sua posição
contra as ciladas do diabo” (Bíblia de Estudo Pentecostal Edição Global. Rio de
Janeiro: CPAD, 2022, pp.2191-92).
II
– AS TRÊS ARMAS ESPIRITUAIS DO CRISTÃO
1.
A Palavra de Deus.
O
Senhor Jesus disse que não vivemos apenas de pão, mas de toda a Palavra de Deus
(Mt 4.4). Dessa maneira, o apóstolo Pedro aconselha que “desejemos
afetuosamente” o “leite racional” para o desenvolvimento da nossa salvação,
isto é, o estudo perseverante da Palavra de Deus para o nosso crescimento
espiritual (1 Pe 2.2). Uma vez nutrido e solidificado com a Palavra, estamos
firmados em Deus para resistir às influências malignas, às armadilhas de
Satanás e demais estratégias (Mt 7.24,25). Logo, quem se rende à Palavra de
Deus experimenta a influência frutífera da verdade divina (Jo 17.17).
2.
A Oração.
Aliada
ao estudo da Palavra, a oração é uma das mais importantes armas espirituais que
o crente tem ao longo de sua jornada para o Céu (Sl 55.17). Prestemos atenção
para a seguinte declaração: “orando em todo tempo com toda oração e súplica no
Espírito” (Ef 6.18). Note que o apóstolo Paulo não insere a oração como uma
peça da armadura, pois na verdade, é como se ela trouxesse um ajuste ou
alinhamento para a armadura toda. Nesse aspecto, essa imagem traz uma ideia de
que a oração fortalece todas as esferas da nossa vida.
3.
O Jejum.
Aliado
à Palavra de Deus e à oração, a prática do jejum é uma terceira arma espiritual
do crente durante a jornada para o Céu. Tanto no Antigo quanto no Novo
Testamento, o jejum é uma prática presente. Esse ato é usado no contexto de
busca de uma orientação divina (Êx 34.28; Dt 9.9; 2 Sm 12.16-23). No Novo
Testamento, o Senhor Jesus jejuou (Mt 4.1-4) e disse que seus discípulos também
o fariam (Mt 9.14-17; Lc 5.33-39). A Igreja Primitiva observava a prática do
jejum, buscando orientação divina para o envio de obreiros (At 13.2,3; 14.23).
O apóstolo Paulo também jejuava por ocasião de seu ministério (2 Co 6.5;
11.27). Logo, o jejum tem um valor glorioso para a vida do crente, pois é um
ato que nos auxilia a ter mais intimidade com Deus.
SINÓPSE II
As três armas espirituais que o cristão
tem a sua disposição são a Palavra de Deus, o Jejum e a Oração.
III
– JESUS CRISTO: O NOSSO MAIOR MODELO
1.
Vencendo o Diabo com a Palavra.
Há
dois episódios importantes que relatam o destaque especial que o Senhor Jesus
deu à Palavra em Lucas 4. O primeiro enfatiza que o Senhor Jesus venceu o
Tentador com a Palavra de Deus (Lc 4.4; cf. Dt 8.3). No segundo, Ele leu uma
passagem do profeta Isaías na sinagoga em Nazaré e tomou para si o cumprimento
do texto lido (Lc 4.16-20; cf. Is 61.1,2). Nosso Senhor deixou claro nesses
episódios que os princípios da Palavra de Deus devem estar presentes em nossa
vida na batalha contra o Maligno. Por isso, nessa contenda, o apóstolo Paulo
aconselha-nos a tomar a espada do Espírito, ou seja, a Palavra de Deus, a única
arma de ataque na armadura do crente (Ef 6.17), uma arma poderosa e eficaz que
provém do Espírito Santo de Deus (2 Tm 3.16).
2.
Vivendo em oração.
O
evangelista Lucas mostra que Jesus se retirava para os lugares desertos para
orar (Lc 5.16; 6.12; 9.28). Ele orava pelos apóstolos e pela Igreja (Jo
17.9,20-22), pelos seus algozes (Lc 23.34), por Simão (Lc 22.31,32), pelos que
se encontravam junto ao túmulo de Lázaro (Jo 11.41,42). Ele sabia bem do valor
da oração e, por isso, gastava muito tempo falando com Deus. Nesse sentido,
nosso Senhor conta conosco para que nos dediquemos à prática da oração,
selecionando um local reservado, horário e prioridade para buscar a Deus em
súplicas (Mt 6.6).
3.
Vivendo em jejum.
Além
de meditar na Palavra e perseverar em oração, o Senhor Jesus jejuava (Lc 4.2).
Ora, Ele também espera que o imitemos, jejuando. Infelizmente, há quem ensine
que não precisamos jejuar. Exceto os que têm problemas de saúde, por isso é
muito importante estarmos sob orientação médica, todo seguidor de Cristo é
estimulado pela Bíblia a jejuar. Ademais, quando aliamos o estudo da Palavra e
a oração ao jejum, aprofundamos a nossa intimidade com Deus e nos tornamos mais
sensíveis à sua voz, conforme acontecia com a liderança e os membros da igreja
antiga que jejuavam como o Senhor Jesus (At 9.9; 13.2,3).
Nosso
Senhor conta conosco para que nos dediquemos à prática da oração, selecionando
um local reservado, horário e prioridade para buscar a Deus em súplicas.”
SINÓPSE III
Jesus Cristo é o nosso maior modelo de
quem usou estas três armas espirituais: a Palavra de Deus, o Jejum e a Oração.
AUXÍLIO
BÍBLICO-TEOLÓGICO
“Jejuando quarenta dias.
Depois de jejuar (isto é, passar um período sem comida a fim de dar
maior atenção aos assuntos espirituais) ‘quarenta dias e quarenta noites’,
Jesus ‘teve fome’, de forma que a primeira tentação da parte de Satanás foi
simplesmente comer. Isso parece indicar que Cristo se absteve de comida, mas
não de água (veja Lc 4.2). Abster-se de água por quarenta dias teria exigido um
milagre. Visto que a fome é um dos impulsos humanos mais básicos e intensos,
esta foi certamente uma legítima tentação à qual deve ter sido muito difícil
resistir.
No entanto, a fim de se relacionar com as nossas lutas humanas (cf.
Hb 2.17; 4.15) e para vencer a tentação da mesma maneira que devemos, Jesus
teve que confiar no mesmo poder que está disponível a qualquer cristão cheio do
Espírito [...]. Durante o jejum de quarenta dias, é razoável presumir que Jesus
estivesse se fortalecendo e se preparando através da oração e da meditação na
Palavra de Deus para a obra que o Pai o enviou para fazer” (Bíblia de Estudo
Pentecostal Edição Global. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, p.1607).
CONCLUSÃO
O
nosso Inimigo é ardiloso e perverso. Por isso, não podemos ignorar suas
estratégias. Contra ele, lutaremos com armas espirituais: Palavra, Oração e
Jejum. Essas armas promovem crescimento e fortalecimento para nossa vida ao
longo de nossa jornada espiritual. Assim, segundo o modelo de vida do nosso
Senhor Jesus, que fez uso dessas armas, podemos vencer as estratégias do
Maligno.
REVISANDO
O CONTEÚDO
1.
De acordo com a lição, qual é o sentido que devemos considerar a palavra
“arma”?
O
sentido metafórico, pois nosso combate não é de corpo a corpo com outra pessoa,
mas contra o mal encabeçado pelo Diabo e seus demônios, que se valem do Mundo e
da Carne.
2.
Cite ao menos três estratégias do Inimigo para ludibriar as pessoas.
Arrebatar
a boa Palavra do coração (Mt 13.19); buscar altas posições com mentiras (At
5.3); usar pessoas para trair (Lc 22.3,4).
3.
Cite as três armas espirituais do crente.
Palavra
de Deus, o Jejum e a Oração.
4.
O que acontece quando aliamos estudo da Palavra, Oração e Jejum?
Quando
aliamos o estudo da Palavra e a oração ao jejum, aprofundamos a nossa
intimidade com Deus e nos tornamos mais sensíveis à sua voz.
5.
O que a Palavra de Deus, o Jejum e a Oração promovem em nossa jornada
espiritual?
A
Palavra de Deus, a Oração e o Jejum promovem crescimento e fortalecimento para
nossa vida ao longo de nossa jornada espiritual.
✍️ Subsídios lição 6 do 3° trimestre de
2023. Este artigo tem por
objetivo auxiliar os professores da escola bíblica dominical da classe ADULTOS.
I –
ORANDO PELA CAUSA DE MISSÕES
1.
A Necessidade da Oração na Obra Missionária
A
oração na obra missionária não é uma mera formalidade, mas uma necessidade
vital para o avanço do Reino de Deus. Mesmo o apóstolo Paulo, conhecido como um
"gigante na fé," reconhecia a profunda conexão entre as orações das
igrejas e o sucesso da missão (Ef 6.18-20).
•Profundidade Bíblica em Efésios 6.18-20
A
armadura espiritual descrita por Paulo em Efésios 6 destaca a oração como uma
arma essencial. Paulo insta os crentes a orarem "em todo tempo, com toda
oração e súplica no Espírito" (Ef 6.18). A ênfase não é apenas na
quantidade, mas na qualidade da oração, evidenciando a dependência contínua do
Espírito Santo.
2.
Finalidades da Oração Missionária
A
oração missionária serve como um poderoso instrumento para cumprir os
propósitos divinos na expansão do Evangelho. Vamos explorar duas finalidades
específicas dessa oração profunda.
3.
Abrindo Portas do Evangelho (Colossenses 4.2,3)
A
recomendação de Paulo aos colossenses é clara: "Perseverai em oração,
velando nela com ação de graças; orando também juntamente por nós, para que
Deus nos abra uma porta para a palavra" (Cl 4.2,3).
Aqui,
vemos que a oração é diretamente ligada à abertura de portas para a proclamação
do Evangelho. Orar por oportunidades divinas demonstra a consciência da
dependência de Deus na missão.
4.
Proteção e Segurança (1 Tessalonicenses 3.2)
Na
carta aos tessalonicenses, Paulo compartilha a importância da intercessão pela
segurança dos missionários: "e vos mandamos Timóteo, nosso irmão, ministro
de Deus, e nosso cooperador no evangelho de Cristo, para vos confortar e vos
exortar acerca da vossa fé" (1 Ts 3.2). A oração não apenas abre portas,
mas também protege os mensageiros da Palavra, garantindo que possam desempenhar
seu papel com coragem e confiança.
5.
Impacto da Oração na Mobilização Missionária
A
oração não é apenas um ato isolado; ela tem um impacto significativo na
mobilização dos crentes para a obra missionária.
II
– CONTRIBUINDO PARA MISSÕES
Contribuir
financeiramente para missões é uma expressão tangível de apoio à propagação do
Evangelho.
1.
Princípios Bíblicos de Sustento Missionário
Inspirado
nas Leis do Antigo Testamento (1 Coríntios 9.14; Mateus 10.10):
Paulo
fundamenta o princípio do sustento missionário nas leis do Antigo Testamento
que estabeleciam que os sacerdotes e levitas deveriam ser sustentados pelo povo
(Lv 7.28-36; Nm 18.8-21).
O
apóstolo reforça esse conceito ao afirmar: "Assim
ordenou também o Senhor aos que pregam o evangelho, que vivam do
evangelho" (1 Co 9.14).
Jesus
também aborda esse princípio ao enviar os discípulos, instruindo-os a não levar
dinheiro, pois "digno é o obreiro do seu alimento" (Mt 10.10).
2.
Exemplo dos Filipenses (Filipenses 4.16)
O
exemplo dos filipenses é notável. Após a partida de Paulo de Filipos para
Tessalônica, os filipenses não hesitaram em enviar apoio financeiro ao
apóstolo. Em Filipenses 4.16, Paulo menciona: "Porque também uma e outra
vez me enviastes o necessário."
3.
Tesouros no Céu através da Cooperação Financeira
Contribuir
financeiramente para missões vai além de um ato isolado; é um investimento
eterno que acumula tesouros no céu.
Jesus,
ao ensinar sobre a prioridade dos tesouros celestiais, destaca a importância de
investir no Reino de Deus: "Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça
nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam, nem roubam" (Mt
6.20). Aqui, a contribuição financeira para a obra missionária é vista como um
tesouro celestial, resistente ao desgaste temporal e seguro contra roubo.
4.
Cooperação Financeira como Privilégio Espiritual (Filipenses 4.14-20)
Paulo,
ao agradecer aos filipenses por seu apoio financeiro, destaca não apenas o
aspecto prático, mas o privilégio espiritual envolvido na cooperação. Em
Filipenses 4.17, ele afirma: "Não é que procure dádivas, mas procuro o
fruto que cresça para vossa conta." Contribuir financeiramente não é
apenas um ato de generosidade, mas uma participação ativa na propagação do
Evangelho.
III
– A CHAMADA PARA IR
As
chamadas missionárias são intrincadas e diversas, refletindo a magnífica
variedade do plano de Deus para Seus servos.
1.
Diversidade nas Chamadas Missionárias
Ao
examinar as chamadas de Isaías, Jeremias, Jonas, discípulos de Jesus e Paulo,
observamos uma rica diversidade. Isaías foi chamado enquanto adorava no Templo
(Is 6.8,9), Jeremias antes de seu nascimento (Jr 1.5), Jonas especificamente
para Nínive (Jn 1.2), os discípulos enquanto exerciam profissões diversas (Mt
4.18-22), e Paulo durante sua jornada para Damasco (At 9.19-31). Essa
diversidade evidencia que não há um único padrão, mas todas as chamadas emanam
de Deus.
2.
Requisitos para o Trabalho Missionário
As
competências essenciais para o trabalho missionário abrangem uma seleção divina
(At 9.15), maturidade espiritual (1 Tm 3.6), plenitude do Espírito Santo (At
1.8), reconhecimento pela igreja (At 1.21), aprovação nas tarefas locais,
preparo espiritual (2 Co 12.7), intelectual, psicológico e transcultural. Cada
aspecto contribui para um serviço eficaz e duradouro.
3.
Competências Necessárias ao Missionário
A
chamada missionária demanda uma gama de competências, desde a escolha divina
até a perseverança dependente de Deus (2 Tm 4.2). Cada competência é crucial
para um engajamento significativo na obra missionária.
A)
Escolha Divina (At 9.15)
A
chamada missionária inicia-se na escolha divina. O missionário é designado por
Deus para uma tarefa específica, uma vocação que transcende as fronteiras
terrenas. Esta escolha reflete o conhecimento íntimo que Deus tem das
habilidades e características únicas do missionário para a missão designada.
B)
Maturidade Espiritual (1 Tm 3.6)
A
maturidade espiritual não é apenas um estágio, mas um processo contínuo de
crescimento no conhecimento e na intimidade com Deus. O missionário, ancorado
na maturidade espiritual, é capaz de enfrentar os desafios com uma perspectiva
divinamente enraizada.
C)
Plenitude do Espírito Santo (At 1.8)
A
competência espiritual mais vital reside na plenitude do Espírito Santo. O
missionário, capacitado pelo Espírito, transcende suas próprias limitações, encontrando
força, sabedoria e poder divino para cumprir a Grande Comissão.
D)
Reconhecimento pela Igreja (At 1.21)
A
validação da chamada missionária pela comunidade cristã é essencial. A igreja,
agindo como uma bússola espiritual, confirma e apoia a vocação missionária,
proporcionando uma base sólida para o envio e suporte contínuo.
E)
Aprovação nas Tarefas Locais
Antes
de embarcar em missões transculturais, o missionário deve demonstrar
habilidades e fidelidade nas tarefas locais. Essa aprovação local sinaliza a
capacidade do missionário de se adaptar, aprender e servir de maneira
contextualizada.
F)
Preparo Espiritual, Intelectual, Psicológico e Transcultural
O
missionário, além de uma sólida formação espiritual, deve estar preparado
intelectualmente para enfrentar os desafios teológicos e contextuais,
psicologicamente para lidar com as pressões emocionais, e transculturalmente
para se comunicar eficazmente em contextos diversos.
G)
Dependência de Deus (2 Tm 4.2)
A
competência mais profunda é a perseverança dependente de Deus. O missionário,
enfrentando adversidades, mantém-se firme na convicção de que sua força vem de
Deus. Essa dependência contínua é essencial para superar obstáculos e manter o
foco na missão.
Conclusão
A
chamada missionária é diversa, mas todos são chamados a fazer a diferença no
cumprimento do "Ide" de Jesus, levando as Boas-Novas a todos os
lugares, com competência e dependência em Deus.