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Lição 4 EZEQUIEL - UM JOVEM COM VISÕES (Lições Bíblicas Juvenis)

Lições Bíblicas Juvenis

Lições Bíblicas Juvenis 2° trimestre 2024 – CPAD

ASSUNTO  DO TRIMESTRE: Conhecendo dos Livros dos Profetas

Comentarista: Thiago Santos

| Subsídios Dominical | Lição 4 EZEQUIEL - UM JOVEM COM VISÕES

 

VERSÍCULO CHAVE

“E disse-me: Filho do homem, põe-te em pé, e falarei contigo." (Ezequiel 2.1).

LEITURA DIÁRIA

SEG. Ez 2.3

As nações se rebelaram contra o Senhor

TER. Dt 18.21,22

A palavra dos verdadeiros profetas se cumpre

QUA. Ez 22.30

Deus procura alguém disposto a trabalhar em sua obra

QUI. Ez 36.26

Deus prometeu um novo coração

SEX. 1 Ts 5.20-22

Não desprezemos as profecias

SÁB. Nm 12.6

Deus fala ao seu povo por meio dos profetas

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Ezequiel 2

1 E disse-me: Filho do homem, põe-te em pé, e falarei contigo.

2 Então, entrou em mim o Espirito, quando falava comigo, e me pôs em pé, e ouvi o que me falava.

3 E disse-me: Filho do homem, eu te envio aos filhos de Israel, às nações rebeldes que se rebelaram contra mim; eles e seus pais prevaricaram contra mim, até este mesmo dia.

4 E os filhos são de semblante duro e obstinados de coração; eu te envio a eles, e lhes dirás: Assim diz o Senhor JEOVÁ.

5 E eles, quer ouçam quer deixem de ouvir (porque eles são casa rebelde), hão de saber que esteve no meio deles um profeta.

6 E tu, ó filho do homem, não os temas, nem temas as suas palavras; ainda que sejam sarças e espinhos para contigo, e tu habites com escorpiões, não temas as suas palavras, nem te assustes com o rosto deles, porque são casa rebelde.

7 Mas tu lhes dirás as minhas palavras, quer ouçam quer deixem de ouvir, pois são rebeldes.

8 Mas tu, ó filho do homem, ouve o que eu te digo, não sejas rebelde como a casa rebelde; abre a boca e come o que eu te dou.

9 Então, vi, e eis que uma mão se estendia para mim, e eis que nela estava um rolo de livro,

10 E estendeu-o diante de mim, e ele estava escrito por dentro e por fora; e nele se achavam escritas lamentações, e suspiros, e ais.

 

CONECTADO COM DEUS

O profeta Ezequiel exerceu seu ministério em uma época muito importante da história do Reino do Sul. O Senhor o chamou para anunciar uma mensagem de repreensão para um povo rebelde e de dura cerviz, isto é, para pessoas orgulhosas que não reconheciam seus erros e desobediências à vontade divina. Em nossos dias, temos visto pessoas com esse mesmo comportamento. 0 livro de Ezequiel nos ensina preciosas lições acerca da forma com que temos de lidar com esse tipo de comportamento reprovado pela Palavra de Deus.

 

1. A VIDA DO PROFETA

1.1. Quem era Ezequiel?

A Bíblia relata Ezequiel como um jovem de família sacerdotal (Ez 1.3). Ele passou os primeiros 25 anos da sua vida em Jerusalém, preparando-se para o exercício ministerial no Templo, quando foi levado prisioneiro para a Babilônia no ano 597 a.C. Ao atingir a idade de 30 anos, Ezequiel recebeu o chamado profético, período em que iniciou o trabalho em seu livro. Os últimos acontecimentos registrados pelo profeta datam que ele tinha aproximadamente 50 anos. Segundo a tradição, Ezequiel era casado, mas sua esposa veio a falecer.

 

1.2. Contexto social da época

O cenário histórico do livro de Ezequiel é a Babilônia, mais precisamente os primeiros anos do cativeiro (593-571 a.C.). Quando Nabucodonosor transportou a segunda leva de prisioneiros para a Babilônia (697 a.C.), Ezequiel ainda era jovem. Foi um período muito complicado para o povo judeu, que veio a testemunhar a destruição completa de Jerusalém alguns anos depois (586 a.C.), Já no exílio, o profeta Ezequiel iniciou o seu ministério, tendo como contemporâneos os profetas Daniel, que, nesse tempo, já estava na Babilônia, e 0 profeta Jeremias, que havia ficado em Jerusalém. A última profecia de Ezequiel tem como data o mês de abril de 571 a.C.

 

1.3. Chamado e responsabilidade

O chamado de Ezequiel ocorreu em tempos tenebrosos. Após o povo de Deus ser várias vezes repreendido para se converter das suas más obras, ao persistir no erro lhe sobreveio o cativeiro, conforme avisado pelo Senhor pela boca de seus legítimos profetas. Nesse tempo, muitos profetas anunciavam mentiras, segundo a vontade de seu coração (Ez 13).

 

É nesse contexto que Ezequiel inicia o seu ministério com o propósito de anunciar a mensagem de juízo divino ao povo apóstata de Judá e Jerusalém (1—24), bem como às sete nações estrangeiras que circundavam Judá.

 

Além disso, Ezequiel entregou também uma mensagem direcionada aos judeus que estavam no exílio, na intenção de encorajá-los a manterem a fé, pois, no futuro, Deus restauraria o seu povo conforme a aliança que havia feito com eles. O Senhor disse também que a responsabilidade era individual, que pecados dos antepassados não seriam trazidos sobre a descendência (Ez 18). Assim sendo, cada geração deveria prestar contas das suas atitudes diante de Deus.

 

2. A VISÃO DO PROFETA

2.1. A visão da glória de Deus

O livro de Ezequiel inicia com a descrição da visão da glória de Deus revelada ao profeta. No dia em que o Senhor o chamou para exercer o chamado profético, Ezequiel teve visões da glória e da santidade de Deus (Ez 14.5). Tratava-se de um vento tempestuoso e uma grande nuvem com fogo que se aproximava. Do meio da tempestade, saíam quatro animais que tinham a semelhança de um homem, Cada criatura tinha quatro rostos: um rosto de homem, mostrando a imagem de vingadores humanos: um rosto de leão, indicando poder e terror: um rosto de boi, sugerindo sua força constante a serviço de Deus; e um rosto de águia, mostrando que serão velozes para elevar-se acima da oposição mais forte que Jerusalém pudesse apresentar (BEACON, 2005). Ezequiel viu também rodas em volta dos animais em movimento constante. A linguagem figurada utilizada por Ezequiel representava a soberania de Deus acima de todas as coisas e a sua presença em todas as esferas da criação. Esse mesmo Deus estava com Ezequiel e com os exilados à margem do rio Quebar.

 

2.2. O juízo e a misericórdia divinos

Os juízos divinos revelados a Ezequiel apontavam à queda de Jerusalém, sua destruição final por meio de Nabucodonosor, rei da Babilônia, o que ocorreu durante o reinado de Zedequias em Judá, no décimo primeiro ano de seu reinado. Ezequiel predisse também juízos sobre sete povos pagãos: Amom (25.1-7), Moabe (25.8-11), Edom (25.12-14), Filístia (25.15-17), Tiro (26.1—28.19), Sidom (28.20-26) e Egito (29—32). Na última seção, os capítulos 33—48, contém profecias acerca da responsabilidade dos verdadeiros profetas, como atalaias de Deus: profecia contra os pastores infiéis de Israel, bem como acerca da restauração de Jerusalém e esperança sobre o futuro da nação eleita.

 

Durante o tempo em que esteve na Babilônia, Ezequiel profetizou também acerca daqueles que se encontravam exilados, bem como contra os moradores de Jerusalém, antes da invasão final em 586 a.C. A quantidade de mensagens que apontavam o juízo divino a vários povos em diversas circunstâncias revela que o ministério profético de Ezequiel não foi nada fácil ademais, ele teve a difícil missão de pregar para povos rebeldes e obstinados, a começar pelo seu.

 

2.3. Quando Deus retira a sua glória

Por muito tempo, os moradores de Jerusalém e Judá conservaram a sensação de que tudo estava fluindo muito bem. Não havia problema algum em manter as práticas pecaminosas — afinal de contas, servir a Deus ou não era uma questão de escolha, Acontece que Deus estava vendo todas as práticas pecaminosas dos judeus e fez cair sobre a cabeça deles as consequências de seus pecados (Ez 9.10).

 

Na segunda visão revelada pelo Senhor ao profeta, ele avistou a glória de Deus saindo do Templo. Em seguida, os querubins conduziram a glória de Deus para fora da cidade de Jerusalém, em direção ao Monte das Oliveiras, em razão da condição de pecados e idolatria (Ez 10). A Palavra de Deus é categórica em afirmar que o Senhor é santo e requer santidade do seu povo. Sem santificação ninguém verá a Deus (Lv 19.2; 1 Pe 1.15). Não podemos permitir que o pecado nos faça perder a sensibilidade do Espírito Santo. Caso contrário, nós também perderemos a glória do Senhor que paira sobre nossa vida.

 

3. O ATALAIA DE DEUS

3.1. A responsabilidade do vigia

Quando o Senhor chamou Ezequiel para ser profeta, comparou-o a um “atalaia” (Ez 2—3). O atalaia é um tipo de servo que ficava à entrada da cidade, como uma sentinela, vigiando para anunciar caso qualquer perigo viesse ao encontro da cidade. Esse ofício se aplica às circunstâncias de Ezequiel, enquanto verdadeiro profeta em meio a muitos falsos, haja vista ser ele o canal de Deus para anunciar o mal que viria sobre Israel devido à sua desobediência (Ez 3.16-21).

 

A responsabilidade do profeta era tanta que, caso ele não anunciasse a mensagem para o arrependimento do pecador, Deus requereria o sangue dele das suas mãos, Mas, se avisasse o transgressor, e ele não se convertesse, este morreria na sua maldade. O mesmo fim se sucederia ao justo, caso desviado de sua justiça, ouvisse a mensagem e, mesmo assim, não se arrependesse (Ez 3.20).

 

Nestes últimos dias, Deus continua a nos chamar como “atalaias" para anunciar a sua Palavra. Se não cumprirmos fielmente o seu chamado, seremos responsabilizados diante dEle.

 

3.2. Ouvir e advertir com o que ouviu

A palavra anunciada a Ezequiel era clara: ele deveria ouvir e transmitir tudo quanto o Senhor ordenasse. Era preciso advertir os pecadores de que deveriam se converter de seus maus caminhos e praticar a justiça. Após cumprir a sua missão como atalaia, a ordem de Deus era para que ele permanecesse em sua casa, calado, até que, no tempo oportuno, o Senhor tornasse a abrir sua boca para anunciar a Palavra à “casa rebelde".

 

Deus cerrou os lábios do profeta durante sete anos, a fim de que não servisse de repreensão ao seu povo. O Senhor disse ao profeta: "Quem ouvir ouça, e quem deixar de ouvir deixe: porque casa rebelde são eles" (Ez 3.27). Esse modo de tratar com o seu povo nos leva a crer que Deus conhece aqueles que certamente ouvirão ou não a sua mensagem. O nosso papel, enquanto mensageiros de Deus, é pregar a sua Palavra “quer ouçam, quer deixem de ouvir".

 

PARA CONCLUIR

A experiência do profeta, no tocante às visões gloriosas, bem como o seu chamado profético para anunciar uma dura mensagem a um povo rebelde nos ensinam importantes lições para o tempo presente. Semelhante àqueles dias, a sociedade encontra-se cada vez mais distante dos valores e princípios da Palavra de Deus. Isso comprova as palavras do Senhor Jesus ao dizer que, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos se esfriará. Que você, aluno(a) da classe Juvenis, se comprometa em ser um atalaia de Deus nestes últimos dias!

 

HORA DA REVISÃO

1. Sendo de família sacerdotal (Ez 1.3), como teria sido a vida de Ezequiel, antes do cativeiro, em 597 a.C.?

2. Quem eram os profetas contemporâneos a Ezequiel?

3. Em seu sentido figurado, o que a primeira visão gloriosa de Ezequiel representava?

4. O que Ezequiel avistou na segunda visão gloriosa e por qual razão?

5. Como o ofício de atalaia se aplicava às circunstâncias de Ezequiel?

Lição 13 - O Senhor Está Ali

🔥 REVISTA ADULTOS — 4º TRIMESTRE DE 2022, CPAD

🕛 Data: 25 de Dezembro de 2022

Lição 12 - Imersos no Espírito nos Últimos Dias

🔥 REVISTA ADULTOS — 4º TRIMESTRE DE 2022, CPAD

🕛 Data: 18 de dezembro de 2022

Lição 11 - A Visão do Templo e o Milênio

🔥 REVISTA ADULTOS — 4º TRIMESTRE DE 2022, CPAD

🕛 Data: 11 de dezembro de 2022

Comentarista: Esequias Soares

📝 REVISTA: A Justiça Divina: A Preparação do Povo de Deus para os Últimos Dias no Livro de Ezequiel

Lição 10 - A Restauração Nacional e Espiritual de Israel

🔥 REVISTA ADULTOS — 4º TRIMESTRE DE 2022, CPAD

🕛 Data: 4 de dezembro de 2022

Comentarista: Esequias Soares

📝 REVISTA: A Justiça Divina: A Preparação do Povo de Deus para os Últimos Dias no Livro de Ezequiel

Lição 9 - Gogue e Magogue: Um Dia de Juízo

🕛 Data: 27 de novembro de 2022

Comentarista: Esequias Soares

📝 REVISTA: A Justiça Divina: A Preparação do Povo de Deus para os Últimos Dias no Livro de Ezequiel

📚  TEXTO ÁUREO

“E sairá a enganar as nações que estão sobre os quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a areia do mar para as ajuntar em batalha.” (Ap 20.8)

💡  VERDADE PRÁTICA

A palavra profética anuncia que, antes da restauração espiritual de Israel, virão Gogue e seu bando para invadir a Terra Santa, mas eles serão derrotados.

 LEITURA DIÁRIA

Segunda - Gn 10.2

Magogue é um descendente de Jafé, filho de Noé

Terça - Jr 1.14

"O mal vem do Norte" era o ditado desde os dias de Jeremias

Quarta - Ez 27.13; 38.2

Meseque e Tubal aparecem como confederados de Gogue

Quinta - Ez 38.16

Nesse conflito todas as nações ficarão sabendo que Javé é Deus

Sexta - Ap 16.13-16

A batalha do Armagedom não é a mesma do conflito de Gogue

Sábado - Zc 14.2-4

Os inimigos de Israel serão derrotados no fim dos tempos


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Ezequiel 38.1-6; 39.1-10

Ezequiel 38

1 - Veio mais a mim a palavra do SENHOR, dizendo:

2 - Filho do homem, dirige o rosto contra Gogue, terra de Magogue, príncipe e chefe de Meseque e de Tubal, e profetiza contra ele.

3 - E dize: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que eu sou contra ti, ó Gogue, príncipe e chefe de Meseque e de Tubal.

4 - E te farei voltar, e porei anzóis nos teus queixos, e te levarei a ti, com todo o teu exército, cavalos e cavaleiros, todos vestidos bizarramente, congregação grande, com escudo e rodela, manejando todos a espada;

5 - persas, etíopes e os de Pute com eles, todos com escudo e capacete;

6 - Gomer e todas as suas tropas; a casa de Togarma, da banda do Norte, e todas as suas tropas, muitos povos contigo.


Ezequiel 39

1 - Tu, pois, ó filho do homem, profetiza ainda contra Gogue e dize: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que eu sou contra ti, ó Gogue, príncipe e chefe de Meseque e de Tubal.

2 - E te farei voltear, e te porei seis anzóis, e te farei subir das bandas do Norte, e te trarei aos montes de Israel.

3 - E tirarei o teu arco da tua mão esquerda e farei cair as tuas flechas da tua mão direita.

4 - Nos montes de Israel, cairás, tu, e todas as tuas tropas, e os povos que estão contigo; e às aves de rapina, e às aves de toda a asa, e aos animais do campo, te darei por pasto.

5 - Sobre a face do campo cairás, porque eu falei, diz o Senhor JEOVÁ.

6 - E enviarei um fogo sobre Magogue e entre os que habitam seguros nas ilhas; e saberão que eu sou o SENHOR.

7 - E farei conhecido o meu santo nome no meio do meu povo de Israel e nunca mais deixarei profanar o meu santo nome; e as nações saberão que eu sou o Senhor, o Santo em Israel.

8 - Eis que é vindo e se cumprirá, diz o Senhor JEOVÁ; este é o dia de que tenho falado.

9 - E os habitantes das cidades de Israel sairão, e totalmente queimarão as armas, e os escudos, e as rodelas, com os arcos, e com as flechas, e com os bastões de mão, e com as lanças; e farão fogo com tudo isso por sete anos.

10 - E não trarão lenha do campo, nem a cortarão dos bosques, mas com as armas acenderão fogo; e roubarão aos que os roubaram e despojarão aos que despojaram, diz o Senhor JEOVÁ.

Hinos Sugeridos: 237, 457, 492 da Harpa Cristã


INTRODUÇÃO

A profecia cumprida na antiguidade bíblica tem levado a ala cética a argumentar que a profecia foi escrita depois do fato acontecido. Com relação às profecias messiânicas, não há como defender esse pensamento. Nesta lição, veremos as profecias de Ezequiel que tratam de eventos que ainda não ocorreram com Israel. Muito mais agora, com Israel no centro do noticiário mundial, eles não podem dizer que o profeta escreveu a profecia depois dos fatos.

PALAVRA-CHAVE

Juízo


I - SOBRE A IDENTIDADE DOS POVOS INVASORES (PARTE 1)

Essa profecia envolve muitos nomes, e alguns deles até parecem enigmáticos. O nosso desafio é identificar quem são, hoje, os povos que Ezequiel menciona na antiguidade. 

 

1. Os invasores (38.6; 39.2).

A profecia deixa claro que essa invasão será para o “fim dos anos” (38.8); “no fim dos dias” (38.16); depois da restauração do Estado de Israel (38.12). Isso significa que será antes da Grande Tribulação, ou, talvez, logo no início dela, portanto não é a mesma batalha do Armagedom (Ap 16.16). Outra informação importante é que os povos da coalizão do príncipe ou comandante chamado Gogue são da “banda do Norte” e outros grupos do norte da África, como etíopes e os de Pute (38.5). O capítulo 39 descreve a derrocada de Gogue e os seus confederados (39.4-6). Essa informação geográfica é vaga e muito genérica, considerando a vasta extensão territorial e multidão de povos que habitam ali.

 

2. Compreendendo a profecia.

O discurso de Ezequiel deixa claro que a mensagem não é para a sua geração, mas para quando Deus fizer regressar o seu povo da diáspora de todas as nações da terra (Ez 36.24; Am 9.14,15). Como a profecia é para um tempo ainda distante, esses oráculos divinos foram vazados na linguagem da época do destinatário original. É necessário, pois, identificar esses povos no contexto em que vivia o profeta e procurar identificá-los nos tempos atuais, quando possível. Isso tornará a profecia compreensível e mais vívida em nossos dias.

 

3. Gogue (38.2a; 39.1a).

O nome “Gogue” fora da profecia de Ezequiel só aparece mais duas vezes nas Escrituras, um descendente de Rúben, sem qualquer vínculo com a profecia (1 Cr 5.4), e na revolta de Satanás contra Deus e seu povo depois do Milênio, em Apocalipse 20.8, como outro acontecimento. Tais nomes em Apocalipse são emprestados de Ezequiel 38 e 39. A Enciclopédia Judaica identifica Gogue com o rei Gyges, também conhecido como Gogo, da Lídia, região da Anatólia, na atual Turquia asiática. Essa é a intepretação da maioria dos expositores do Antigo Testamento e dos arqueólogos. Mas a descrição profética parece indicar um título, como “Faraó”, no Egito; “Xá”, na antiga Pérsia; “César”, em Roma, e não o nome pessoal de alguém.

 

SINÓPSE I

O capítulo 39 de Ezequiel descreve a derrocada de Gogue e os seus confederados. Gogue se refere a um líder semelhante ao “Faraó”, “Xá” ou “César”.

 

Auxílio Teológico

Gogue

“Gogue é o rei da terra de Magogue e o principal governante de Meseque e Tubal. Em Gn 10.2, Magogue, Meseque e Tubal são os nomes dos filhos de Jafé. Por conseguinte, a batalha futura aqui descrita será travada por um descendente de Jafé. Gogue também pode ser um nome representativo da iniquidade e da oposição a Deus (ver Ap 20.7-9). Esses países localizam-se, possivelmente, ao extremo norte de Israel (vv. 6.15; 39.2). Serão apoiados por exércitos vindos do Leste e do Sul (v.5). É difícil determinar a ocasião dessa batalha, mas evidentemente não se trata da mesma batalha de Gogue e Magogue, de Ap 20.7-9, que ocorrerá no fim do milênio” (Comentário Bíblico Beacon: Isaías a Daniel. Vol. 4. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, p. 476).

 

A descrição profética aparece indicar um título, como ‘Faraó’, no Egito; ‘Xá’, na antiga Pérsia; ‘César’, em Roma, e não o nome pessoal de alguém.”


II – SOBRE A IDENTIDADE DOS POVOS INVASORES (PARTE 2)

1. Magogue (38.2b; 39.1b, 6a).

É o nome de um descendente de Jafé, filho de Noé (Gn 10.2; 1 Cr 1.5), que aparece em Ezequiel como um lugar. As fontes antigas o incluem com os habitantes do Cáucaso, procedentes de Gomer. O historiador judeu Flávio Josefo (37-103 d.C.) identifica Magogue com os citas, um conjunto de etnias nômades que viviam na região norte do Mar Negro e do Mar Cáspio. Os citas aparecem no Novo Testamento juntamente com os bárbaros (Cl 3.11).

 

2. Meseque e Tubal (38.2c; 39.1c).

Tubal e Meseque são dois dos sete irmãos filhos de Jafé, filho de Noé: “Os filhos de Jafé são: Gomer, e Magogue, e Madai, e Javã, e Tubal, e Meseque, e Tiras” (Gn 10.2). Esses dois jafetitas deram origem a Tabal e Mushki, reinos frigianos da Capadócia, na Anatólia, segundo inscrições assírias. Nessa coalizão aparece mais um da família de Jafé, Togarma, filho de Gomer (Gn 10.3). Gomer é o primeiro da lista dos filhos de Jafé, ele é identificado desde a antiguidade com o povo do Cáucaso.

 

3. A coalização de Gogue (38.5).

Fazem parte do bando de Gogue mais cinco povos: “persas, etíopes e os de Pute com eles, todos com escudo e capacete; Gomer e todas as suas tropas; a casa de Togarma” (38.5,6). Todos eles são citados previamente nos oráculos de Ezequiel (27.10; 30.5). A Bíblia hebraica emprega o nome cushe, para Etiópia e pute para Líbia. Ambos, Cuxe e Pute são descendentes de Cam, filho de Noé (Gn 10.6; 1 Cr 1.8). O norte da profecia em relação a Israel inclui a Mesopotâmia, a Ásia Menor e as regiões do Mar Negro e do Mar Cáspio. Os persas são os atuais iranianos. A Pérsia teve o nome mudado para Irã em 1935.


SINÓPSE II

No livro de Ezequiel, Magogue aparece como um lugar, um território.


Auxílio Teológico

Magogue

“Um descendente de Jafé (Gn 10.2; 1 Cr 1.5). De acordo com Ezequiel 38.2, um povo cujo território será futuramente governado por Gogue (q.v.). Em 38.2, lê-se literalmente: ‘Firma bem a tua face contra Gogue, contra a terra de Magogue [...]’. [...] Gogue liderará uma horda do norte em uma invasão contra Israel (Ez 38.8-12), mas o Senhor fará com que os seus exércitos retrocedam, e enviará uma saraiva de fogo na terra de Magogue e nas áreas ao redor dela (39.6)” (Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p. 1200).

 

III – SOBRE O CONTEXTO ESCATOLÓGICO

A interpretação popular que considera a Rússia como Gogue ganhou muito espaço durante o período da Guerra Fria.     

 

1. Gogue e Magogue.

A mensagem contra “Gogue, terra de Magogue, príncipe e chefe de Meseque e de Tubal” (38.2; 39.1) é uma das passagens mais difíceis das Escrituras. Muitos acreditam tratar-se de uma expressão genérica para indicar o futuro inimigo de Israel.

O rei Gyges, da Lídia, por exemplo, seria a figura do futuro inimigo de Israel que comandaria os seus confederados. Segundo o Talmude, literatura religiosa muito antiga dos judeus, Gogue e Magogue são dois nomes paralelos de uma mesma nação. Esses inimigos de Israel serão derrotados e isso nos desperta a esperança da nossa vitória em Cristo, pois a profecia mostra que Deus está do lado do seu povo.

 

2. Como a Rússia aparece nesse contexto?

A profecia afirma que Gogue é “príncipe e chefe de Meseque e de Tubal” (38.2; 39.1). A palavra “chefe” em hebraico é ro’sh, de significado amplo, “cabeça, chefe, pico, monte, parte superior”. Curiosamente, a Septuaginta traduziu o termo como substantivo próprio, árchonta Rhos, “príncipe de Ros”. Isso é mantido na versão bíblica Tradução Brasileira e em algumas versões inglesas. Foi a semelhança de sons, Roshe – Rússia, que levou muitos estudiosos a identificarem Roshe com a Rússia; Meseque, com Moscou, atual capital da Rússia e Torgarma com Tobolsk, cidade russa. 

 

3. Origem da interpretação.

 Esse pensamento não veio dos pentecostais e nem se trata de uma ideia oriunda dos dispensacionalistas, como equivocadamente dizem os críticos. Essa interpretação vem de longe, desde Gesenius (1787-1842), famoso orientalista alemão. Em seu léxico hebraico, o Roshe de Ezequiel 38.2 são os russos. Depois da Guerra Fria, o assunto foi ficando no esquecimento. Mas com a guerra da Ucrânia em 2022, a relação entre Rússia e o Ocidente está voltando ao cenário mundial, o que era antes da Queda do Muro de Berlim em 1989.


AMPLIANDO O CONHECIMENTO

A falácia do vaticinium ex eventu

O importante em nosso estudo não é a identidade de Gogue e seus confederados, isso são detalhes, mas mostrar ao mundo a veracidade da Palavra de Deus. Os expositores céticos das Escrituras, aqueles que não acreditam em milagres e nem na possibilidade de o Espírito anunciar as coisas futuras por meio dos profetas, procuram explicar as profecias que já foram cumpridas como se fossem extraídas do fato ocorrido. Eles chamam essa suposta “pia fraude” de vaticinium ex eventu, “vaticínio-predição-oráculo a partir do evento-fato”, como se a profecia fosse escrita depois do acontecimento. Agora, com o cumprimento de profecias bíblicas na atualidade, eles não têm argumento em favor do vaticinium ex eventu. (Por Esequias Soares)


SINÓPSE III

O contexto escatológico confirma que os inimigos de Israel serão derrotados porque Deus está do lado do seu povo.


CONCLUSÃO

É importante saber que a invasão de Gogue e o seu bando à terra de Israel é distinta da batalha do Armagedom, pois o ataque de Gogue será após a restauração de Israel, antes ou logo depois de começar a Grande Tribulação ao passo que o Armagedom se dará no final desse período. Cabe também ressaltar que essa invasão não é a mesma rebelião de “Gogue e Magogue” (Ap 20.8), pois a profecia empresta de Ezequiel esses nomes.


REVISANDO O CONTEÚDO

1. Pela descrição profética o que o nome “Gogue” parece indicar?

A descrição profética parece indicar um título, como “Faraó”, no Egito; Xá, na antiga Pérsia; César”, em Roma, e não o nome pessoal de alguém.

2. Quem são os persas hoje?

Os persas são os atuais iranianos, a Pérsia teve o nome mudado para Irã em 1935.

3. Qual o significado da palavra hebraica ro’sh?

A palavra hebraica é ro’sh significa “cabeça, chefe, pico, monte, parte superior”.

4. O que levou muitos estudiosos a identificar a Rússia com Gogue?

Foi a semelhança de sons, Roshe – Rússia, que levou muitos estudiosos a identificarem Roshe com a Rússia; Meseque, com Moscou, atual capital da Rússia e Torgarma com Tobolsk, cidade russa.

5. De onde veio a interpretação de que Gogue é a Rússia?

Essa interpretação vem de longe, desde Gesenius (1787-1842), famoso orientalista alemão. Em seu léxico hebraico o Roshe de Ezequiel 38.2 são os russos.

VOCABULÁRIO

Enigmático: Relativo a ou próprio de enigma; indecifrável; misterioso.


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