✍️ Subsídios lição 5 do 3° trimestre de 2024
Este estudo tem por objetivo auxiliar os professores da escola bíblica dominical da classe ADULTOS (CPAD)
✍️ Subsídios lição 5 do 3° trimestre de 2024
Este estudo tem por objetivo auxiliar os professores da escola bíblica dominical da classe ADULTOS (CPAD)
🎓 Lições Jovens 2° Trimestre 2024 CPAD
✍Revista: O Padrão Bíblico para a Vida Cristã – Caminhando segundos os Ensinos das
Sagradas Escrituras
Site: Subsídios
Dominical
TEXTO
PRINCIPAL
"Portanto,
o que Deus ajuntou, não o separe o homem." (Mc 10.9)
RESUMO
DA LIÇÃO
O
casamento é uma bênção planejada por Deus para o homem e para a mulher.
LEITURA
SEMANAL
SEGUNDA – Jo 2.11
O primeiro milagre de Jesus foi em um casamento
TERÇA - l Co 7.9
É melhor casar-se
QUARTA - Ef 5.25
O marido deve amar sua esposa
QUINTA - Ef 5-22
As esposas devem ser submissas aos maridos
SEXTA - Ml 2.14
Deus é testemunha dos votos no altar
SÁBADO - Pv 18.22
A bênção de uma boa esposa
TEXTO
BÍBLICO
Marcos
10.1-9
1
E, Levantando-se dali, foi para o território da Judeia, além do Jordão, e a
multidão se reuniu em torno dele; e tornou a ensiná-los, como tinha por
costume,
2
E, aproximando-se dele os fariseus, perguntaram-lhe, tentando-o: É lícito ao
homem repudiar sua mulher?
3
Mas ele, respondendo, disse-lhes: Que vos mandou Moisés?
4
E eles disseram: Moisés permitiu escrever carta de divórcio e repudiar.
5
E Jesus, respondendo, disse-lhes: Pela dureza do vosso coração vos deixou ele
escrito esse mandamento.
6
Porém, desde o princípio da criação, Deus os fez macho e fêmea.
7
Por isso, deixará o homem a seu pai e a sua mãe e unir-se-á a sua mulher,
8
E serão os dois uma só carne e, assim, já não serão dois, mas uma só carne.
9
Portanto, o que Deus ajuntou, não o separe o homem.
INTRODUÇÃO
Uma
das instituições mais valorizadas pela fé cristã é o casamento. Por meio dele,
Deus abençoa a união lícita entre um homem e uma mulher, bem como os filhos
dessa união. Mas esse modelo divino vem sendo ameaçado por uma série de opções
modernas que renegam a união pretendida por Deus, tirando a sua sacralidade e
banalizando o projeto divino. Nesta lição, estudaremos o casamento segundo a
Bíblia.
I - O QUE É O
CASAMENTO
1.
Uma definição.
O casamento pode ser definido como a união entre um homem e uma mulher, que decidem formar uma família, apoiando-se mutuamente e demonstrando amore respeito um pelo outro, por meio de um acordo perante Deus e a sociedade.
Reiteramos que a Palavra de Deus requer que essa união seja feita entre um
homem e uma mulher, pois tal perspectiva vem da própria criação divina, que fez
um homem e uma mulher para que se ajudassem e se completassem. Sempre que há um
casamento, ele é realizado com a presença de três participantes: Deus, o
Criador, o homem e a mulher - seres criados.
2.
Deus e o casamento.
O
Eterno também participa do casamento, pois foi Ele que o instituiu. Deus
estabeleceu também os princípios pelos quais o casal deve se relacionar, de tal
maneira que se um homem é fiel à sua esposa e cuida dela, ele é fiel ao Senhor
e demonstra seu temor ao Eterno, e se a mulher é fiel ao seu esposo e cuida
dele, ela também demonstra sua fidelidade e temor a Deus, Esse é o
comportamento esperado por Deus de quem se casa.
Entretanto,
nem sempre o povo de Deus no Antigo Testamento seguiu essas orientações, pois
eles tomavam como exemplo as práticas dos povos à sua volta. O profeta
Malaquias, em seus dias, retratou uma realidade vergonhosa entre os seus
contemporâneos, Os homens traziam suas ofertas e se derramavam em lágrimas
diante de Deus, mas o Eterno os rejeitava. E você sabe qual o motivo da
rejeição de Deus para os homens do povo?
Porque
o SENHOR foi testemunha entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu
foste desleal, sendo ela a tua companheira e a mulher do teu concerto” (Ml
2.14).
Aparentemente,
os homens estavam se divorciando de suas esposas e se casando com mulheres mais
novas, e isso foi abominação diante do Senhor Não adianta uma pessoa casada ser
desleal com seu cônjuge e tentar se achegar a Deus seguindo os protocolos do
culto, como se isso fosse lhe garantir a bênção divina. O testemunho do
Todo-Poderoso, portanto, dentro do casamento, é algo muito sério.
3.
A bênção de Deus para aqueles que se casam.
Da
união do primeiro casal, Adão e Eva, propagou-se a humanidade. A Palavra de
Deus fala que Adão e Eva tiveram dois filhos: Caim e Abel. Esse foi um sinal da
bênção de Deus para o primeiro casal, ou seja, poder manter a perpetuação da
família por meio de descendentes. Apesar de em nossos dias vermos pessoas não
crentes que defendem o aborto, a Palavra de Deus nos diz que ter filhos é um
sinal da bênção de Deus (Dt 28.11). Na atualidade, os filhos continuam sendo
“herança do SENHOR, e o fruto do ventre, o seu galardão" (Sl 127.3).
II - O
TRATAMENTO ENTRE O CASAL
1.
Aliança diante do altar.
Como
vimos, para o Cristianismo, o casamento é um evento celebrado diante de Deus, e
ele é tão importante que somos informados da presença de Jesus numa dessas
cerimônias, e foi lá que o seu ministério começou.
Ele
havia sido convidado para a celebração em Caná, localidade na Galileia, e
quando houve a falta do vinho, Jesus interveio transformando a água em vinho e
garantindo a continuidade daquela celebração. O primeiro milagre do Senhor
Jesus foi realizado em um casamento (Jo 2.11), pois os noivos o convidaram para
participar com eles daquele momento ímpar em suas vidas. Quando um homem e uma
mulher decidem se casar, não podem deixar Jesus de fora dessa decisão.
2.
O trato com a esposa.
Deus
estabeleceu princípios para que o homem convivesse com sua esposa. Dentre eles,
destacamos:
a) O amor. As Escrituras
Sagradas afirmam que os maridos devem amar suas esposas “como também Cristo
amou a igreja" (Ef 5.25). O padrão de Deus para que o homem aprenda a amar
sua esposa é o amor de Jesus pela Igreja, e não menos do que isso.
b) A honra. O esposo deve
honrar sua esposa, pois ela é participante com ele da vida eterna (1 Pe 3.7).
Tal verdade revela o quanto as esposas devem ser honradas, respeitadas e
ajudadas.
c) A proteção. Cabe ao homem
defender sua esposa e prover o que for necessário para que ela se sinta
protegida. Essa proteção deve ser física, emocional e espiritual.
As
orientações bíblicas em relação aos homens são bem contundentes e precisam ser
seguidas. O apóstolo Pedro destaca que se o esposo não tratar bem de sua
esposa, suas orações serão impedidas (1 Pe 3.7). A afirmação quanto as orações
serem impedidas de chegarem a Deus não é destinada às mulheres, somente aos
homens.
3.
A mulher e o trato com seu esposo.
Salomão
destaca que “quem encontra uma esposa encontra algo excelente. Alcançou a
benevolência do SENHOR” (Pv 18.22), revelando, assim, a importância do
casamento.
Na
Palavra de Deus, encontramos regras de convivência para o homem e a mulher. A
esposa deve honrar seu marido, respeitando-o e sendo submissa. A submissão tem
o sentido de estar debaixo da mesma missão. Homem e mulher não são concorrentes
diante de Deus, nem o devem ser um para com o outro. São companheiros que
trabalham juntos em família com uma função específica. Ao homem, Deus deixou a
responsabilidade de liderar o lar, com a certeza de que será cobrado de sua
liderança. À mulher, Deus ordenou que fosse uma auxiliadora idônea, e isso em
nada diminui o seu papel.
III - OUTRAS
QUESTÕES SOBRE O CASAMENTO
1.
A morte encerra o casamento.
O
casamento é uma aliança com o Eterno que só termina quando um dos cônjuges
falece. Nos dias do Apóstolo Paulo, como também acontece nos nossos, havia
casos de viuvez, e ele recomendou que se a mulher viúva quisesse se casar
novamente, estava livre para isso, desde que se casasse no Senhor. Esse
princípio também vale para os solteiros que ainda não contraíram núpcias. Um
cristão jamais deve se casar com alguém que não seja crente, por mais bondosa
que a pessoa seja. Paulo, escrevendo aos coríntios pergunta: “E que comunhão
tem a luz com as trevas” (2 Co 6.14)?
A
fé cristã ensina que, para que o casamento seja harmonioso, deve ser pautado
por princípios espirituais, e não somente nos atrativos físicos, pois a beleza
e a juventude são efêmeras: "Enganosa é a graça, e vaidade, a formosura,
mas a mulher que teme ao Senhor, essa será louvada” (Pv 31.30). A escolha da
pessoa com quem vamos nos casar é de nossa responsabilidade, entretanto devemos
seguir os princípios da Palavra de Deus.
2.
O divórcio.
O
divórcio é o fim da união conjugal pela lei dos homens. Ele não foi planejado
por Deus, mas era uma prática considerada comum nos tempos bíblicos por causa
da dureza de coração de muitos. Havia quem pensasse que o divórcio poderia ser
iniciado por qualquer motivo, como uma comida que foi queimada durante o
preparo ou porque a esposa havia mudado sua jovialidade com o tempo. Mas Jesus
deixou claro que o divórcio em caso de relações sexuais ilícitas era uma
excessão (Mt 19.9).
Em
nossos dias, o divórcio ganhou proporções alarmantes mesmo entre aqueles que se
dizem servos de Deus. É preciso lembrar que a quebra da aliança com Deus e com
o cônjuge tem um preço muito alto a ser pago, e quem sempre sofre com isso são
os filhos.
3.
Morar juntos.
Lamentavelmente,
o casamento vem sendo considerado dispensável por muitos jovens e adultos de
nossa sociedade, que optam por “morar juntos". Há até aqueles que dizem
que “amigado com fé, casado é”, e que “o casamento é somente um papel onde as
pessoas assinam, pois que o papel aceita tudo". A verdade é que quando um
casal decide viver junto, sem um ato formal diante de Deus e da sociedade, está
vivendo em fornicação, pois estão praticando o ato sexual de forma que
desagrada a Deus. A desculpa mais usada por quem adota essa prática é que, ao
morar junto, o casal vai saber se conseguirá se adaptar ou não à vida a dois no
futuro. Dessa forma, ambos estariam “experimentando" a vida de casados,
mas sem se casar.
4.
A bigamia, a poligamia e o concubinato.
A
bigamia é o ato de se ter um novo matrimônio sem que o anterior tenha se
encerrado legalmente. A poligamia é quando uma pessoa tem mais de um cônjuge ao
mesmo tempo. Há países onde ela é permitida, entretanto tal permissão não
reflete a vontade de Deus. Note que nas Escrituras Sagradas, no Antigo
Testamento, os homens que tiveram mais de uma esposa não desfrutaram de uma
vida sossegada, mas viveram em tares onde a disputa familiar era constante (Gn
21.8-21).
O
concubinato nos tempos bíblicos se concretizava quando mulheres eram compradas,
raptadas ou mesmo quando se tornavam prisioneiras de guerra, e eram obrigadas a
se tornar esposas de um homem já casado. No Brasil, o concubinato é a relação
entre duas pessoas que não podem se casar por impedimento legal, tornando essa relação
ilegítima.
Deus
não promoveu esses modelos, pois não criou um homem e duas ou mais mulheres,
mas um homem e uma mulher. O plano divino, desde a criação, foi que o casal
demonstrasse amor e fidelidade um para com o outro, em uma relação hétero e
monogâmica.
CONCLUSÃO
O
Cristianismo ensina, segundo a Bíblia, que o casamento é monogâmico, entre um
homem e uma mulher que estejam livres e desejem se casar. Ambos têm, diante de
Deus e de si, obrigações que farão com que essa união seja bem- -sucedida, e a
escolha de com quem irão se casar deve se pautar também por princípios
espirituais.
HORA DA REVISÃO
1.
Segundo a lição, o que é o casamento?
2.
Qual o comportamento esperado por Deus de quem se casa?
3.
Qual o profeta que denunciou a deslealdade dos homens para com as esposas de sua
mocidade?
4.
Cite, segundo a lição, princípios de Deus para que o homem viva bem com sua
esposa.
5.
Como o casamento pode ser encerrado?
TEXTO ÁUREO
“Agora, pois, minha filha, não temas; tudo quanto disseste te farei, pois toda a cidade do meu povo sabe que és mulher virtuosa.” (Rt 3.11)
VERDADE PRÁTICA
Uma mulher virtuosa tem um valor incalculável, por seu caráter e sua disposição de servir a Deus e à família.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Gn 2.18; Ec 4.9-12; Hb 13.4
O casamento como instituição divina fundamental
Terça - Sl 27.14; Pv 20.21
Esperando o tempo certo e o desfecho do devido processo
Quarta - Gn 2.24; Ef 5.25-28; 1 Pe 3.7
A liderança masculina na família pressupõe atitude, amor e honra
Quinta - Sl 128.6
Netos como recompensas aos avós é sinônimo de renovação de vida
Sexta - Ez 16.8
O compromisso de Deus com o povo de Israel
Sábado - Jo 3.16; 1 Pe 1.18,19
Jesus Cristo, nosso Senhor, como Redentor eterno
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Rute 3.8-10; 4.11
Rute 3
8 - E sucedeu que, pela meia-noite, o homem estremeceu e se voltou; e eis que uma mulher jazia a seus pés.
9 - E disse ele: Quem és tu? E ela disse: Sou Rute, tua serva; estende, pois, tua aba sobre a tua serva, porque tu és o remidor.
10 - E disse ele: Bendita sejas tu do Senhor, minha filha; melhor fizeste esta tua última beneficência do que a primeira, pois após nenhuns jovens foste, quer pobres quer ricos.
Rute 4
11 - E todo o povo que estava na porta e os anciãos disseram: Somos testemunhas; o Senhor faça a esta mulher, que entra na tua casa, como a Raquel e como a Leia, que ambas edificaram a casa de Israel; e há-te já valorosamente em Efrata e faze-te nome afamado em Belém.
HINOS SUGERIDOS: 227, 505, 519 da Harpa Cristã
PLANO DE AULA
1. INTRODUÇÃO
O tema da presente lição é o casamento de Boaz com Rute. Esse casamento, ao longo da história da Igreja, é visto como um tipo de Cristo e a Igreja. No relacionamento de Boaz com Rute temos um tipo de relacionamento do Senhor Jesus Cristo com a sua Noiva. A história de Boaz e Rute também é a história de salvação de Deus para a humanidade.
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Explicar o compromisso de Boaz com Rute;
II) Esclarecer o casamento de Boaz com Rute;
III) Relacionar a remição da linhagem de Davi com a história de Rute.
B) Motivação: O que o casamento de uma moabita com um remidor da família de Noemi tem a ver com o plano de salvação? Das coisas simples, aparentemente sem importância, brota uma bênção que abrange toda a humanidade. Deus usou uma crise de uma família para fazer a manutenção de um plano definido desde a fundação do mundo.
C) Sugestão de Método: Inicie a aula de hoje perguntando o que é mais difícil quando aguardamos uma promessa? Crer em meio ao contexto completamente contrário ao que foi prometido? Ou esperar o tempo necessário, dias, meses, anos ou décadas, para ver se concretizar o que foi prometido? Explique que o assunto de hoje traz lições preciosas a respeito da promessa de salvação e, também, acerca de como devemos nos comportar diante da espera de uma promessa. Aguardar as promessas de Deus se cumprirem pode ser tão desafiador quanto o crer diante do improvável. Por isso, desenvolva esta aula de modo que a fé de seus alunos seja estimulada a enfrentar os obstáculos da espera.
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: O casamento entre Boaz e Rute nos ensina que Deus usa as coisas simples para fazer cumprir um plano muito maior. Também temos a lição de que é necessário aprendermos a esperar o tempo e aguardar o processo devido para alcançar a promessa.
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 98, p.38, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto "O Contexto Histórico do Casamento entre Boaz e Rute", localizado após o segundo tópico, explica os desafios e as condições legais que foram cumpridos para a união entre Boaz e Rute; 2) O texto "O Legado da Obediência", localizado após o terceiro tópico, destaca o tema da redenção salvífica presente no livro.
INTRODUÇÃO
O livro de Rute começa com fome e mortes, mas termina com duas grandes celebrações: o casamento de Boaz e Rute e o nascimento de Obede, o avô de Davi. Nosso Deus é poderoso para reverter tragédias em bênçãos. Além de um redentor humano, a história nos apresenta parte da genealogia de Jesus Cristo, nosso Redentor divino-humano.
PALAVRA-CHAVE: REMIÇÃO
I – O COMPROMISSO DE BOAZ COM RUTE
1. No lugar da bênção.
A colheita da cevada e do trigo havia terminado e Rute permanecia servindo a Noemi e lhe obedecendo em tudo (Rt 2.23). Seu lema era: “Tudo quando me disseres farei” (Rt 3.5). Rute teve oportunidades fora de casa, mas não se aventurou por parte alguma, como se fosse autônoma e independente (Rt 3.10). Não buscou falsas liberdades, como as que são pregadas hoje pela ideologia feminista. Sua lealdade e sujeição fortaleceram o desejo de Noemi de vê-la casada novamente. Ter um novo lar era fundamental para a felicidade e segurança de Rute. O casamento é uma instituição divina fundamental para a solidez da família, da igreja e de toda a sociedade (Gn 2.18; Ec 4.9-12; Hb 13.4). A bênção de Rute estava chegando e ela permanecia no lugar certo.
2. A iniciativa de Noemi.
Os cereais colhidos eram levados para a eira, um terreno plano preparado para a debulha das espigas. Noemi soube que naquela noite Boaz faria aquele trabalho. Era uma grande oportunidade para Rute se aproximar dele e demonstrar seu interesse em ser remida. Sem que fosse notada, Rute deveria esperar que Boaz se deitasse, lhe descobrir os pés e deitar-se discretamente. Boaz saberia o que fazer quando notasse sua presença (Rt 3.4-7), o que demonstra tratar-se de um costume conhecido na época. Estender a capa era sinal de compromisso de casamento (Rt 3.9). Em Ezequiel 16.8 essa prática é mencionada como metáfora, representando o compromisso de Deus com Israel.
3. Respeitando o processo.
Para encontrar-se com Boaz, Rute deveria banhar-se, se perfumar e vestir sua melhor roupa (Rt 3.3). Assim como não exclui a ternura, a santidade não despreza a beleza, desde que com simplicidade, em pureza e moderação (Gn 24.16; Is 39.2; 1 Tm 2.9,10). Por volta da meia noite, Boaz acorda, assustado, com uma mulher deitada a seus pés, e pergunta: “Quem és tu?” (Rt 3.9). Orientada por Noemi, Rute se identifica, lembra-lhe a condição de remidor e pede que estenda sobre ela a sua capa. Como Noemi dissera, Boaz realmente entendeu! Ele era, de fato, um parente remidor, mas havia outro mais chegado, que tinha prioridade na remição. Era preciso aguardar, respeitando o processo: “[...] se te não quiser redimir, vive o Senhor, que eu te redimirei”.
O caráter santo de Boaz e Rute novamente se manifestam. Sem qualquer contato íntimo, ela passou o restante da noite deitada aos pés dele e saiu bem cedo, para não ser percebida (Rt 3.9-14). Mesmo estando perto, uma bênção pode ser perdida se não soubermos esperar o tempo certo e respeitar o devido processo (Sl 27.14; Pv 20.21).
SINÓPSE I
O compromisso de Boaz com Rute nos ensina a esperar o tempo certo e aguardar o devido processo para alcançar uma bênção.
II – O CASAMENTO ENTRE BOAZ E RUTE
1. Concluindo o negócio.
Rute teve a iniciativa de sugerir a Boaz que exercesse o papel de remidor, conforme o costume da época. Mas era fundamental que ele superasse o obstáculo que havia: a preferência do parente mais próximo. Boaz agiu rapidamente, como Noemi havia dito: “Sossega, minha filha, [...] aquele homem não descansará até que conclua hoje este negócio” (Rt 3.18). Todo homem deve ser preparado para tomar iniciativas na vida, principalmente quando o assunto for casamento e vida conjugal. A liderança masculina pressupõe atitude, amor responsável e honra à mulher como vaso mais fraco (Gn 2.24; Ef 5.25-28; 1 Pe 3.7).
2. Resgate e lei do levirato.
Boaz foi para a porta da cidade e logo viu o remidor, que ia passando (Rt 4.1). Não seria este mais um ato da providência divina? Boaz o convidou para tratar do assunto que lhe inquietava, e chamou 10 homens importantes da cidade para testemunharem o ato. Em princípio, o remidor aceitou adquirir as terras que haviam sido de Elimeleque, mas desistiu quando Boaz o informou que o resgate incluía o dever de se casar com Rute, a moabita, para “suscitar o nome do falecido sobre a sua herdade” (Rt 4.5). A aplicação das duas leis nesse caso – a do resgatador e a do casamento por levirato – certamente se deu porque apenas a aquisição das terras não faria que ficassem na família de Elimeleque. Assim, o resgate deveria ser acompanhado do casamento sob a lei do levirato. O remidor alegou motivos econômicos para a sua desistência: ele não aplicaria recursos em terras que não seriam de sua própria família, e sim dos sucessores de Elimeleque (Rt 4.6,10).
3. O registro público.
Seguindo mais um dos costumes da época, a transferência do direito de resgate foi selada com o remidor descalçando o sapato e entregando-o a Boaz (Rt 4.7,8). O testemunho público para a remição e o casamento com Rute foi invocado por Boaz e recebeu uma confirmação uníssona: “E todo o povo que estava na porta e os anciãos, disseram: Somos testemunhas; o Senhor faça a esta mulher, que entra na tua casa, como a Raquel e como a Leia, que ambas edificaram a casa de Israel [...]” (Rt 4.9-11). Rute foi acolhida na comunidade de Israel com as mais elevadas honras.
SINÓPSE II
O casamento de Boaz com Rute ressalta que a liderança masculina pressupõe atitude, amor responsável e honra à mulher como vaso mais frágil.
AUXÍLIO VIDA CRISTÃ
“O CONTEXTO HISTÓRICO DO CASAMENTO ENTRE BOAZ E RUTE
Noemi provavelmente pensou que Boaz era seu parente mais próximo. Ele possivelmente desejou casar-se com Rute porque sua resposta demonstra que pensava algo sobre isto. Com certeza, não intentou desposar Noemi porque era muito velha para gerar filhos (1.11,12). Outro membro da família era o parente mais próximo; portanto, tinha o direito de tomar Rute como sua esposa. Caso sua resposta fosse negativa, Boaz estaria livre para casar-se com ela (3.13).
Boaz marcou o encontro com seu parente no portão da cidade. Este era o centro das atividades locais. Ninguém podia entrar ou sair daquela localidade sem passar por lá. Os ambulantes instalavam seus negócios naquele local, que também servia como câmara municipal. Oficiais da cidade juntavam-se para realizar suas transações comerciais. Por existirem tantas atividades, este era um bom lugar para o encontro das testemunhas (4.2) e um local apropriado para Boaz fazer sua proposta.
Boaz habilmente apresentou seu caso ao primo. Primeiro, transmitiu novas informações ainda não mencionadas na história — Elimeleque, o falecido marido de Noemi, ainda possuía uma propriedade que estava à venda. Como parente mais próximo, este tinha a prioridade para comprar a terra, o que ele concordou (Lv 25.25). Entretanto, Boaz disse que, de acordo com a lei, se ele adquirisse a propriedade também teria que casar-se com a viúva [...]” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.360).
III – A REMIÇÃO DA LINHAGEM DE DAVI ATRAVÉS DE RUTE E BOAZ
1. O nascimento de Obede.
Consumado o casamento, Boaz podia tomar a Rute por mulher: “[...] e o Senhor lhe deu conceição, e ela teve um filho” (Rt 4.13). Foi grande a celebração das mulheres de Belém, pois entendiam como Deus estava agindo em favor de Noemi (Rt 4.14). Antes amargurada e acreditando estar sob castigo divino (Rt 1.13,20,21), a viúva de Elimeleque recebeu uma “renovação da vida” (Rt 4.15 – NAA), e teria, agora, alguém que cuidaria dela em sua velhice. Era mesmo o começo de uma nova fase na vida de Noemi. Os netos enchem os avós de orgulho e alegria (Pv 17.6). Neles, os idosos projetam o prolongamento da vida, recebem novo ânimo e encorajamento. É uma recompensa por terem tido filhos e se dedicado a eles (Sl 128.6).
2. Boaz, um tipo de Cristo.
Se Noemi, Rute ou Orfa não se casassem com alguém da família de Elimeleque, a linhagem ancestral de Davi teria sido profundamente alterada. Noemi já não tinha idade para gerar filhos (Rt 1.12). Orfa voltou para os moabitas (Rt 1.14). O Deus de Israel encontrou Rute, cuja vida foi guiada por um caminho de renúncia, amor, pureza e muita submissão. Ela, como um tipo da Igreja, encontrou-se com Boaz, um tipo de Cristo, nosso Redentor eterno (Jo 3.16; 1 Pe 1.18,19).
SINÓPSE III
O casamento de Boaz e Rute tornou-se um tipo do relacionamento espiritual de Cristo com a Igreja
AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO
“O LEGADO DA OBEDIÊNCIA
As genealogias no livro de Rute são apresentadas fornecendo dez gerações, explicando as omissões e, portanto, as diferenças com outros registros. As genealogias do Novo Testamento (Mt 1.3-6; Lc 3.32,33) são construídas sobre a precisão registrada no livro de Rute (Rt 4.17-22), o que também é a ligação mais vital na linhagem traçada de Abraão até Cristo. Contudo, o nome de Rute não aparece de fato nesses versículos (vv. 17-22), talvez por sua história ser o cerne do livro de Rute. Mateus incluiu o nome dela. Rute era pura e deu testemunho das qualidades do mais alto caráter em contraste com outras mulheres mencionadas, o que pode ter sido a razão de ele a ter mencionado pelo nome. Ainda assim, ela também precisava de um go’ēl, um remidor. E exatamente como Rute, não pertencente ao povo de Deus, proibida de entrar na congregação do Senhor (Dt 23.3) e sem esperança — alienada de Deus — se humilhou aos pés do parente remidor, Boaz, pedindo sua aceitação e ajuda, todas as mulheres têm de se humilhar aos pés do Senhor Jesus e buscar sua redenção salvífica. Ao fazer isso, assim como Rute encontrou a segurança terrena, você encontrará o descanso celestial” (Patterson, D. K, KELLEY, R. H. Comentário Bíblico da Mulher – Antigo Testamento. Vol. I. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, pp.486-87).
CONCLUSÃO
A história de Rute é uma história de redenção. Uma moabita foi não somente remida, mas entrou para a genealogia do Redentor da humanidade, Jesus, o filho de Davi. Ao lado de Tamar e Raabe, Rute proclama a graça de Deus, que se manifesta a todos, judeus e gentios (Tt 2.11). Que proclamemos com poder a vida e a obra de nosso Redentor divino-humano, Jesus Cristo, o Salvador dos homens (1 Tm 4.10; At 4.12).
REVISANDO O CONTEÚDO
1. Qual era o lema de Rute e como isso foi importante em sua vida?
Seu lema era: “Tudo quando me disseres farei” (Rt 3.5). Rute teve oportunidades fora de casa, mas não se aventurou por parte alguma, como se fosse autônoma e independente (Rt 3.10).
2. Qual foi a iniciativa de Noemi que levou ao compromisso de Boaz com Rute?
Os cereais colhidos eram levados para a eira, um terreno plano preparado para a debulha das espigas. Noemi soube que naquela noite Boaz faria aquele trabalho. Era uma grande oportunidade para Rute se aproximar dele e demonstrar seu interesse em ser remida.
3. Que processo deveria ser aguardado por Rute e Boaz?
Ele era, de fato, um parente remidor, mas havia outro mais chegado, que tinha prioridade na remição. Era preciso aguardar, respeitando o processo: “[...] se te não quiser redimir, vive o Senhor, que eu te redimirei”.
4. Por que houve a necessidade da aplicação das leis do resgate e do casamento por levirato?
A aplicação das duas leis nesse caso – a do resgatador e a do casamento por levirato – certamente se deu porque apenas a aquisição das terras não faria que ficassem na família de Elimeleque. Assim, o resgate deveria ser acompanhado do casamento sob a lei do levirato.
5. O que o nascimento de Obede representa no plano de redenção?
O Deus de Israel encontrou Rute, cuja vida dirigiu por um caminho de renúncia, amor, pureza e muita submissão. Ela, como um tipo da Igreja, encontrou-se com Boaz, um tipo de Cristo, nosso Redentor eterno (Jo 3.16; 1 Pe 1.18,19).
VOCABULÁRIO
Remição: Ato ou efeito de remir; resgatar, quitar, liberar da pena ou dívida.
EBD 3° Trimestre De 2024 | CPAD Adultos – TEMA: O Deus Que Governa o Mundo e Cuida da Família – Os Ensinamentos Divinos nos livros de Rute e Ester para a Nossa Geração | Subsídios Dominical
📚 DE MULHER PARA MULHER: Orientações à Luz da Bíblia
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📚 DIACONATO: As Responsabilidades dos Diáconos na Igreja
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📚 Ética Ministerial: Orientando
os obreiros
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📚 A CIDADE DOS ARREBATADOS: Jerusalém Celestial
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