Louvando a Deus e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar.” Atos 2.47
VERDADE APLICADA
Cada membro do Corpo de Cristo encontra na vivência comunitária cristã o necessário desenvolvimento e amadurecimento em Cristo.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Salientar a relevância de ser membro do Corpo de Cristo.
Explicar o compromisso do membro da Igreja
Expor o papel da membresia na Igreja e na sociedade
TEXTOS DE REFERÊNCIA
EFÉSIOS 2
19 Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e da família de Deus.
20 Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina;
21 No qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor,
22 No qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus no Espírito.
1 PEDRO 2
9 Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA | Sl 27.4 A alegria de estar na Casa do Senhor.
TERÇA | Mt 16.18 O inferno não prevalecerá contra a Igreja
QUARTA | 1Co 12.12-31 A unidade dos membros do Corpo de Cristo
QUINTA | Ef 2.11-22 Somos unidos por Deus mediante Cristo.
SEXTA | CI 1.16-18 Cristo é o Cabeça da Igreja.
SÁBADO | Tt 2.1-10 Exortações aos cristãos.
HINOS SUGERIDOS: 24, 28, 46
MOTIVO DE ORAÇÃO
Ore para que mais cristãos sejam atuantes na Igreja.
ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1- Membro da Igreja: a identidade do cristão
2- Membro da Igreja: estar sob a bênção
3- Membro da Igreja: sob liderança espiritual
Conclusão
INTRODUÇÃO
A autêntica vida de discípulo de Cristo é vivida num contexto comunitário, onde a manifestação dos dons contribui para edificação do Corpo de Cristo, cada membro cuidando do outro e assim o corpo vai crescendo com ordem e decência conforme a Palavra de Deus, para a glória de Deus.
1. Membro da Igreja: identidade do cristão
Mediante Seu sacrifício vicário na cruz, Jesus estabeleceu composta por todos os salvos, para representá-lo na terra, glorificar o Seu nome e proclamar o Evangelho. Vejamos como essa verdade é ressaltada na Bíblia.
1.1. As pessoas que se convertiam eram acrescentadas à Igreja.
De acordo com o texto de Atos, após se converterem, as pessoas passavam a viver a vida comunitária se expressando como verdadeiros cristãos. Por reiteradas vezes, ao escrever suas cartas, o apóstolo Paulo as endereçava a uma comunidade de crentes em determinada localidade, tais como: a Igreja de Corinto, a Igreja de Éfeso, a Igreja em Roma, reconhecendo que ali havia uma comunidade de crentes unidos a Cristo e entre si.
Revista Betel Dominical, 1° Trimestre de 1995, Lição 7 – A Igreja: “Etimologicamente, Igreja é a tradução do grego Ekklesia, que tem o significado linguístico de’ s chamados para fora ; com aplicação também no sentido de uma “convocação’: É a junção de dois vocábulos gregos Ek que indica “para fora” com aplicação de que o povo “chamado para fora” era de classe especial, e Kletos ou Klesia, originada do verbo Kalein que significa `chamar, convocar, reunir’: Literalmente nas Escrituras significa “os chamados de dentro do mundo para fora dele. Uma comunidade que reconhece o Cristo como Senhor’: De acordo com as palavras pronunciadas por Jesus [Mt 16.18] quando da fundação da Igreja, aprendemos três lições importantes:
1) A Igreja pertence a Jesus — “Minha Igreja”;
2) Jesus tem um plano para a Igreja – “Eu edificarei”;
3) A Igreja jamais será derrotada – “As portas do inferno não prevalecerão contra ela”
1.2. A relevância de expressar a fé.
A vida cristã se expressa em um contexto de uma Igreja. Ser membro da Igreja é fundamental a fim de expressar a fé em Cristo. Em qualquer lugar do mundo, ser crente é sinônimo de ser ligado a um corpo local. Não somos ensinados que a vida cristã envolve somente crer, também envolve participar.
É notório em diversos textos do Novo Testamento que uma das características mais marcante dos discípulos de Cristo é que procuravam estar juntos. Vemos isso logo após a ascensão de Jesus – Atos 1.14-15; 2.1, 42. Não há base bíblica para um vivera fé cristocêntrica de maneira propositalmente isolado ou fechado em si próprio.
O apóstolo Paulo, após ser batizado, procurou estar com os discípulos em Damasco e, quando retornou a Jerusalém, “procurava ajuntar-se aos discípulos” [At 9.18-19, 26]. O gentio Cornélio após a experiência da conversão tinha o desejo de estar mais tempo com aqueles que também estavam em Cristo [At 10.48]. É preciso vigilância para que não desprezemos a relevância de estarmos juntos, como povo de Deus. É preciso cuidado para não sermos influenciados pelo espírito de murmuração’ ou crítico, que só enfatiza pontos negativos e nunca está satisfeito. Que sejamos uma geração caracterizada por: “Todos os que criam estavam juntos” [At 2.44].
1.3. A necessidade de comprometimento.
Você é crente? Perguntamos para alguém, se a resposta for sim, segue outra pergunta fundamental, qual é a sua Igreja, ou a qual Igreja você pertence? O cristão precisa estar comprometido com um grupo específico de discípulos para ser um verdadeiro seguidor de Cristo. Você não é o Corpo de Cristo isolado, você precisa de outros para expressar essa condição. Juntos, e não separados, somos o Corpo de Cristo [Jo 13.35]. Existem algumas analogias de um cristão desconectado da Igreja. Um jogador de futebol sem time, um soldado sem uma tropa ou comandante, uma ovelha sem rebanho, mas o mais incompreensível quadro é de uma criança sem família, pois um crente sem a família de Deus é um órfão.
Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, Volume 1, Vida Nova, 2000, p. 997-998) sobre o verbete IGREJA e o emprego de diversas expressões em 1 Pedro: “A ênfase, entrementes, fica na unidade que há entre aqueles que, como peregrinos [ 1 Pe 1.1-2] no meio do sofrimento [ 1 Pe 2.21 e segs.; 4.12 e segs.; 5.8-9], se ajuntam como pedras vivas numa casa espiritual [2.5 e segs., a metáfora da construção expressa crescimento]. Servem uns aos outros [4.10] com dons diferentes, como testemunha da graça de Deus que neles está sendo revelada’ Outro texto que nos ajuda a refletir sobre a relevância do comprometimento mútuo é 1 Coríntios 12-14. A vida cristã comunitária é essencial ao crescimento e desenvolvimento de cada membro do Corpo de Cristo. Vemos que o amor que é descrito em 1 Coríntios 13 se torna uma realidade quando os discípulos de Cristo se reúnem e convivem. É nesse contexto comunitário cristão que os dons são reconhecidos e manifestados.
EU ENSINEI QUE:
Jesus estabeleceu a Igreja para representá-Lo na terra, glorificar o Seu nome e proclamar o Evangelho.
📚 DE MULHER PARA MULHER: Orientações
à Luz da Bíblia
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📚 DIACONATO:
As Responsabilidades dos Diáconos na Igreja
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📚 Ética Ministerial: Orientando
os obreiros
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📚 A CIDADE DOS ARREBATADOS: Jerusalém
Celestial
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2. Membro da Igreja: estar sob a bênção
Cristo disse de forma clara e inequívoca que edificaria a Sua Igreja, sobre Si mesmo, e nada poderia detê-la, nem mesmo as portas do inferno [Mt 16.18]. Todos aqueles que fazem parte da Igreja e se tornam um corpo, estão debaixo dessa bênção. Quando Cristo abençoa o corpo, seus membros de uma forma individual também são abençoados. Esse Corpo de Cristo do qual somos parte está destinado a ser vencedor.
2.1. A Igreja é defendida por Cristo.
Cristo defende a Igreja, porque é o Seu Corpo, isso está expresso no encontro que Ele teve com Saulo, quando lhe pergunta: “Saulo, Saulo, por que me persegues?” [At 9.4]. Subtende-se claramente que perseguir a Igreja é perseguir a Cristo e Ele a defenderá contra tudo e todos. O último ato de Cristo quando ascendia aos céus foi erguer as mãos e abençoar Seus discípulos [Lc 24.50-51 ]. A vitalidade da cabeça alcança todos os membros. Cristo, constituído como Cabeça da Igreja [Ef 1.22], abençoa todos os membros de Seu Corpo [Ef 2.21-22].
Pr. Sergio Costa (Revista Betel Dominical, 2° Trimestre de 2019) comentou sobre “A Igreja de Filadélfia, um modelo para os nossos dias”: “Uma Igreja perseguida – Havia na cidade uma comunidade de judeus que perseguiam os cristãos. No final do século I e início do II, houve uma grande perseguição aos cristãos. Todavia, devido à sua fidelidade, a Igreja teve a permissão de escapar à horrenda perseguição que se levantou nas províncias do Império Romano, por motivo do “culto ao imperador” em que os homens eram forçados a adorar ao imperador de Roma. Os discípulos de Cristo não devem ficar surpresos ou espantados às inúmeras adversidades e provações, pois o próprio Cristo afirmou acerca das aflições e perseguições [Jo 15.19-20; 16.13]. Contudo, é certo que Ele está com a Sua Igreja tanto para livrar “na” tribulação, como para livrar “da” [Jo 17.15; 1 Ts 1.10; Hb 2.18; 1 Pe 5.10; Ap 3.101.”
2.2. Privilégios e bênçãos de ser membro da Igreja.
Como membros do Corpo de Cristo, mantemos comunhão com o nosso Salvador e com os demais salvos, para que “tenham os membros igual cuidado uns dos outros. De maneira que, se um membro padece, todos os membros padecem com ele; e, se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele” [1Co 12.25-26]. Além disso, é por intermédio da salvação em Jesus que nos tornamos filhos de Deus, herdeiros de Suas promessas e participantes de todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo [Gl 3.26-27; Ef 1.3].
Pr. Marcos Sant’Anna (Livro “Aperfeiçoamento cristão” – Editora Betel, 2018, p. 63): “A ação do Espírito Santo na vida do discípulo de Cristo não se restringe a conceder poder para proclamar o Evangelho [At 1.8]. Também atua produzindo fruto na vida do nascido de novo [Gl 5.22]. O Espírito opera, também, na formação do Corpo de Cristo [1Co 12.13]. Assim, estar no Espírito resulta na comunhão com os outros membros da Igreja. O Espírito opera incorporando e capacitando cada membro com dons, visando o bem do Corpo [ 1 Co 12.7], para que todos sejam beneficiados. (…) não existe membro do Corpo de Cristo tão carente que esteja isento da responsabilidade de cuidar de outros, como não existe um membro tão completo que não necessite de cuidados. Precisamos ser interdependentes, não independentes”.
2.3. O perigo de se profanar a Igreja.
Como já dissemos, a Igreja não é uma instituição humana, mas o corpo (espiritual) de Cristo que o representa na terra. Portanto, profanar ou manchar esse corpo é ofender e desonrar o próprio Jesus. Em 1 Coríntios 5.5, o apóstolo Paulo usa o termo incomum “seja entregue a Satanás”; referindo-se a alguém que cometeu um grave pecado, não se arrependeu e continuava a sua vida indiferente ao ocorrido. O apóstolo disse que entregaria essa pessoa ao domínio de Satanás para que a carne, isto é, “as cobiças da natureza pecaminosa fossem destruídas”; a fim que o espírito fosse salvo no dia do Senhor. Essa revelação mostra que fora do convívio da Igreja e consequentemente de Cristo, a pessoa deixa de desfrutar de bênçãos que alcançam os que estão em comunhão com a Igreja e passa a sofrer sérias consequências. Quem dá a vida é Deus, mas quem cuida é a família. Quem salva é Cristo, mas quem cuida é a Igreja. Valorizemos, portanto, nossa privilegiada posição de membros do Corpo de Cristo.
Pr. Marcos Sant’Anna (Livro “Aperfeiçoamento cristão – Editora Betel, 2018, p. 51-58) escreveu sobre disciplina e o processo educacional de Deus: “A Igreja e a disciplina – Foi o próprio Jesus Cristo quem primeiro tratou sobre a Igreja lidar com a aplicação da disciplina [Mt 18.15-19]. Há casos de membros da igreja que são disciplinados diretamente por Deus [1Co 11.30-32]. Porém, também é bíblica a autoridade da Igreja para aplicar a disciplina [Mt 18.15-19; Rm 16.17-18; 1Co 5; Gl 6.1; 2Ts 3.14-15;1 Tm 5.20; Tt 1.10-11]. Infelizmente, vivemos num tempo de muito individualismo e insubordinação. Além disso, em muitas igrejas locais não se exerce mais a autoridade concedida por Deus para aplicar a disciplina. Evidentemente, devemos, como Igreja, agir tendo em mente os princípios bíblicos que norteiam o uso da disciplina, evitando, assim, tanto a negligência como o abuso”.
EU ENSINEI QUE:
Perseguir a Igreja é perseguir a Cristo e Ele a defenderá contra tudo e todos.
3. Membro da Igreja: sob liderança espiritual
Os apóstolos reconheceram que os dois mais importantes ministérios de um líder espiritual era pregar e orar [At 6.4]. Essa oração, muitas vezes chamada de intercessão, tinha como finalidade abençoar e proteger os cristãos. Nessa mesma linha vemos Paulo afirmando que de modo frequente intercedia pela igreja, e a fazia saber que estava orando por ela [Fp 1.4].
3.1. A relevância da intercessão pela igreja.
O apóstolo Paulo elogiou o “combate” que Epafras, líder da Igreja em Colossos, demonstrava na oração por eles [Cl 4.12]. A sincera, amorosa e perseverante oração de um pastor por seu rebanho trará vitórias abundantes. Hebreus 13.17 diz que os pastores velam pelas almas que lhe foram confiadas. Velar é estar sempre atento, a fim de proteger o rebanho, como fazia um pastor de ovelhas. Portanto, ser membro da Igreja é estar debaixo da oração da liderança espiritual da Igreja e Deus tem compromisso com essa liderança, com o trabalho que eles realizam e principalmente com suas orações.
Russell Shedd (Epístolas da prisão, Vida Nova, 2005, p. 284), comentando sobre Colossenses 4.12, pontua que Epafras, além de sua dedicação e obediência a Cristo, “era também grande homem de oração. Epafras era um homem de fé e esperança. Não deixava de suplicar a Deus pelos crentes de Colossos, pedindo que mantivessem em pé, maduros (ou perfeitos) e plenamente convencidos da verdade do evangelho como sendo a plena vontade revelada de Deus. (…) Não devemos esquecer a relação entre a preocupação (literalmente, “luta”) e a oração. Quem não se envolve na vida dos outros, tal como os pais se preocupam pelos filhos, pouca ansiedade sentirá. Não era o caso de Epafras, nem de Paulo.”
3.2. Ser membro nos faz descobrir os dons e ministério.
Através do convívio com os demais irmãos em Cristo, descobrimos os dons que nos foram outorgados por Deus, os quais devem ser usados para a glória do Seu excelso nome e aplicados para a edificação, exortação e consolação da Igreja. Além disso, o convívio com outros cristãos, participando de suas alegrias e sofrimentos [Rm 12.15], produz conhecimento e crescimento espiritual tanto no serviço como no ministério [Ef 4.11-12].
O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento sobre Romanos 12.15: “Quando uma parte do corpo de Cristo sofre, todas as demais também sofrem, porque os cristãos são membros uns dos outros. Quando um dos membros do corpo se alegra, todos podem se alegrar. Os cristãos não podem permanecer indiferentes ao sofrimento ou à alegria uns dos outros, aqueles com os quais compartilham da mesma fé [ 1 Co 12.25-26)”
3.3. Cristãos maduros na fé ajudam quem está iniciando.
No Antigo Testamento vemos o exemplo de Josué que cresceu servindo a Moisés [Nm 11.28] e depois se tornou seu sucessor. Vemos também o exemplo de Eliseu que serviu ao profeta Elias [2 Rs 3.11], sucedendo-o posteriormente. Paulo chama Timóteo, que foi o seu discípulo e por quem tinha grande apreço, de “meu filho’: Isso significa que o ministério de Timóteo cresceu sob a orientação e cuidados pastorais do apóstolo [ 1Tm 1.2]. Em sua epístola a Tito, em termos de coletividade, o apóstolo Paulo recomenda que as irmãs experientes ajudem as menos experientes [Tt 2.3].
O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento sobre 1 Timóteo 1.2: “Timóteo foi um jovem cristão de Listra, que viajou e atuou junto com Paulo durante sua segunda e terceira viagens missionárias [At 16.2-3]. Verdadeiro filho se refere ao filho legítimo, que possuía todos os direitos e privilégios como membro da família. Paulo queria mostrar que aceitava totalmente Timóteo como cristão, como filho na fé”.
EU ENSINEI QUE:
O convívio com outros cristãos produz conhecimento e crescimento espiritual tanto no serviço como no ministério.
CONCLUSÃO
Faz parte do perfeito plano de Deus que os salvos em Cristo Jesus vivam em comunhão, como Corpo de Cristo, cuidando uns dos outros conforme o dom dado a cada um pelo Espírito, visando o cumprimento da missão dada à igreja e o “aumento do corpo, para sua edificação em amor” [Ef 4.16], para a glória de Deus.