“Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação.” 1 Coríntios 14.26
VERDADE APLICADA
O culto a Deus é a celebração de Seu nome, quando expressamos gratidão e O adoramos pelo que Ele é e por Seus atos poderosos, em conformidade com as Escrituras.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
1. Destacar que somente Deus é digno de adoração.
2. Priorizar a adoração individual e coletiva a Deus.
3. Mostrar que Deus busca verdadeiros adoradores.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
SALMOS 122
1- Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor.
2- Os nossos pés estão dentro das tuas portas, ó Jerusalém.
3- Jerusalém está edificada como uma cidade bem sólida.
4- Onde sobem as tribos, as tribos do Senhor, como testemunho de Israel, para darem graças ao nome do Senhor.
5- Pois ali estão os tronos do juízo, os tronos da casa de Davi.
6- Orai pela paz de Jerusalém; prosperarão aqueles que te amam.
7- Haja paz dentro de teus muros e prosperidade dentro dos teus palácios.
8- Por causa dos meus irmãos e amigos, direi: Haja paz em ti.
9- Por causa da casa do Senhor, nosso Deus, buscarei o teu bem.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA | SI 27.1-4 Confiança em Deus e anelo pela Sua presença.
TERÇA | SI 133 A excelência do amor fraternal.
QUARTA | Jo 4.23 Deus procura os verdadeiros adoradores.
QUINTA | 1Co 14.26-40 A necessidade de ordem no culto.
SEXTA | Hb 10.19-39 Exortação a perseverar na fé.
SÁBADO | 1Pe 1.25 A Palavra do Senhor permanece para sempre
HINOS SUGERIDOS: 144, 243, 244
MOTIVO DE ORAÇÃO
Ore pela unidade e comunhão na sua Igreja local.
ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1- O culto é relevante porque é bíblico
2- O culto é relevante pela comunhão
3- Elementos centrais do culto
Conclusão
INTRODUÇÃO
O culto está relacionado com a honra, o reconhecimento e o valor da suprema dignidade de Deus, por tudo que Ele é e tem feito, sendo Ele digno de nossa adoração, louvor e serviço em conformidade com as Escrituras Sagradas.
1. O culto é relevante porque é bíblico
Ao afirmar que Deus procura verdadeiros adoradores [Jo 4.23], Jesus nos ensinou que a adoração verdadeira é mais uma questão de essência do que formalidades. Assim entendemos que a adoração envolve não apenas o lugar formal onde nos reunimos para cultuar a Deus, mas tudo o que fazemos em nossas vidas.
1.1. O culto no Antigo Testamento.
O templo era central na vida da nação israelita. Todas as grandes celebrações estavam relacionadas ao templo. É nos salmos que vemos as maiores expressões de prazer e honra nas atividades no templo: “Senhor, eu tenho amado a habitação da tua casa e o lugar onde permanece a tua glória.” [Sl 26.8]. Pr. Valdir Alves de Oliveira (Revista Betel Dominical, 1° Trimestre de 2022, p. 74): “É oportuno refletirmos acerca da relevância da presença de um santuário na história de Israel, desde a saída do Egito até o início do cativeiro babilônico”.
O salmista expressa isso: “Por que vale mais um dia nos teus átrios do que, em outra parte, mil. Preferiria estar à porta da casa do meu Deus, a habitar nas tendas da impiedade.” (Sl 84.10). Este expressa o anseio e o que significa para o autor adorar a Deus no templo em Jerusalém. Afinal, no Antigo Testamento, ali era o lugar estabelecido onde o Senhor Deus se revelava de maneira singular [2Cr 7.12-16]. Desse modo, entendemos a razão da grande alegria expressada pelo salmista: “Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor.” [Sl 122.1]. E nós, continuamos empolgados e tendo anseio por estarmos reunidos como povo de Deus para oração, louvor e anúncio da Palavra de Deus?
Comentário Bíblico Moody sobre Salmos 84.1-12: “Após proferir uma pequena oração pelo rei ungido de Deus, o salmista descreve a alegria de se juntar aos outros no culto de adoração. Um dia no local do culto, ele sente, vale mais que mil dias em qualquer outro lugar. Ele preferia ser o mais humilde servo do Templo, do que ter um lugar de habitação permanente onde a impiedade abunda.”
1.2. O culto no Novo Testamento.
Em Atos 2.46 encontramos a seguinte informação: “E perseverando unânimes todos os dias no templo (…)”. Ao analisar este versículo vemos que a expressão “todos os dias” significa algo contínuo, já “unânimes”, fala de unidade e propósito, e embora eles se reunissem nas casas, todavia, o culto no lar não suprimiu a necessidade do culto no templo, Existem muitas outras referências de que o templo era também central na vida da Igreja Primitiva: eles oravam no templo [At 3.1]; ensinavam no templo (At 5.42]; realizavam milagres no templo [At 3.6-8). Embora os templos oficialmente surgissem no terceiro século depois de Cristo, parece que a Igreja conseguia ou alugava lugares espaçosos para o culto. Na cidade de Éfeso, Paulo usou a escola de Tirano [At 19.9], um espaço grande para reuniões.
Simon Kistemaker (Comentário do Novo Testamento, Atos Volume 1, Editora Cultura Cristă, 2016, p. 152, 159): “Os cristãos de Jerusalém vão ao templo, que para eles é a casa de Deus. Consideram-se judeus que viram o cumprimento da Escritura do Antigo Testamento por intermédio da vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Eles se reúnem nos pátios do Templo, presumivelmente na área chamada Pórtico de Salomão [At 3.11; 5.12] para oração e louvor. (…) os apóstolos mantinham a tradição de orar no templo em horas estipuladas. Os cristãos primitivos se consideravam judeus que jamais pensariam em romper com as horas tradicionais de oração no templo.”
1.3. O culto na atualidade.
Sabemos que na Nova Aliança, a presença e o culto a Deus não estão restritos a um lugar, como bem disse Jesus à mulher samaritana, pois viria a hora em que nem em Jerusalém, nem no monte Gerizim, adorariam ao Pai, mas os verdadeiros adoradores adorariam ao Pai em espírito e em verdade, independente do lugar [Jo 4.21-23]. Mas essa sublime verdade não substitui a necessidade e o imperativo do culto coletivo da Igreja realizado no templo. Em Hebreus 10.25 temos a grande exortação para não deixarmos de nos congregar, porque naquela época era costume de alguns. Infelizmente, hoje podemos dizer que o mesmo tem se tornado o costume de muitos.
Pr. Abrahão Cipriano (Livro “Obreiro de valor” Editora Betel, 2015): “Se atentarmos para a Palavra de Deus, veremos que não é “atual” o apego que as pessoas têm à forma para agradar a Deus. No texto de Isaías 1.10- 20, encontramos o Senhor convidando o povo a apresentar um culto mais significante [Is 1.18], que exija transformação de vidas. Devemos depreender que, a cada minuto, o culto deve mostrar ao participante porque ele está ali. A cada momento o culto deve mostrar ao participante que ele precisa corresponder-se com Deus ali em seu íntimo. O membro jamais deve ir à Igreja com a missão de apenas cumprir todos os itens da liturgia programada. Ele deve ir para adorar e cultuar a Deus.”
EU ENSINEI QUE:
A adoração envolve não apenas o lugar formal onde nos reunimos para cultuar a Deus, mas tudo o que fazemos em nossas vidas.
2. O culto é relevante pela comunhão
A palavra comunhão, do grego koinonia, expressa a intimidade que deve haver na vida cristã, tanto com Cristo [1 Co 1.9], bem como com os irmãos [1Jo 1.7].
2.1. Comunhão com Deus.
Conforme já dissemos, a comunhão com Deus não se restringe ao culto no ambiente do templo, haja vista que Cristo está conosco sempre [Mt 28.20]. Devemos, porém, reconhecer que a frequência aos cultos é imprescindível, pois este é o veículo ou o ambiente mais adequado para conduzir o adorador a um encontro real com Deus. A música, a adoração, o ambiente, a reverência e tudo quanto ocorre no culto visa nos conduzir à presença de Deus.
No Salmo 27.4 Davi expressa seu desejo de morar todos os dias na casa do Senhor, mas com qual objetivo? Ele responde: a fim de contemplar a formosura do Senhor. Esse contemplar a formosura refere-se não apenas a ver, mas experimentar, vivenciar a presença de Deus em sua vida. Portanto, para ele culto é sinônimo da presença de Deus. A presença de Cristo é central na Igreja [Ap 2.1] e o verdadeiro culto proporciona aos verdadeiros adoradores um ambiente de aprendizagem, experiência e edificação no contínuo processo de crescimento espiritual.
Coleção Betel Dominical – Volume IV, p. 315: “O apóstolo Paulo fala da importância da comunhão da Igreja com a Trindade [2Co 13.13), corroborando com ele, o apóstolo João [1Jo 1.3]. A comunhão com Deus nos afasta das trevas e nos aproxima da luz [1Jo 1.6].
2.2. Comunhão com os irmãos.
O culto é a comunidade cristã reunida a fim de viver intensamente a realidade de Deus em suas vidas de forma coletiva e ao mesmo tempo partilhar essa sublime realidade uns com os outros. A Bíblia resume a vida da Igreja Primitiva em termos de comunhão com a seguinte expressão: “(…) estavam juntos e tinham tudo em comum” [At 2.44]. Embora a comunhão com Deus possa ser individual e pessoal, o reflexo disso resulta em comunhão coletiva. O verdadeiro cristão tem prazer na companhia dos seus irmãos e o ambiente de culto oportuniza isso.
Pr. Sergio Costa (Livro “Igreja: doutrina, história e missão” – Editora Betel, 2019, p. 116): “A comunhão é a forma mais específica e única do relacionamento entre os cristãos.”
2.3. Resultado da comunhão.
Gente precisa de Deus, mas a gente também precisa de gente. Paulo queria encontrar-se com Timóteo, pois seria um conforto e encheria o velho apóstolo de alegria [2Tm 1.4]. De acordo com o Salmo 133, a comunhão é agradável a Deus, a comunhão é terapêutica, a comunhão é restauradora, a comunhão é abençoadora. Por isso, um dos primeiros sintomas de declínio espiritual é normalmente o comparecimento irregular nos cultos e demais atividades da Igreja. As igrejas deveriam ser caracterizadas pelo alto grau de comunhão entre seus membros. Viver de forma unida é extremamente agradável a Deus.
Dicionário Bíblico Unger (SBB, 2017, p. 257) Comunhão: “Significa companheirismo, uma relação na qual as partes têm algo em comum, uma interação familiar. Os cristãos têm comunhão com o Pai, com o Filho [1Jo 1.3] e com o Espírito Santo (2Co 13.14), e, também, uns com os outros [1Jo 1.7]. O amor fraternal e a comunhão mútua são necessários à comunhão com Deus e a manifestam [1Jo 4.12]. Cristo orou para que o seu povo tivesse comunhão entre si [Jo 17.21). A comunhão com Deus é essencial à frutificação [Jo 15.4-5].”
EU ENSINEI QUE:
A palavra comunhão expressa a intimidade que deve haver na vida cristã, tanto com Cristo, bem como com os irmãos.
3. Elementos centrais do culto
Na visão apostólica, existem três elementos centrais e imprescindíveis em um culto: a Palavra de Deus, a oração e a adoração.
3.1. A Palavra de Deus é central no culto.
A Palavra de Deus é essencial à vida cristã. Jó a considerava mais importante do que a própria comida [16 23.12]. A Palavra de Deus é o mais importante cardápio no alimento espiritual do crente. Por reiteradas vezes ela é comparada com o alimento que nutre a vida espiritual [Mt 4.4]. Pr. Lourival Dias Neto (Revista Betel Dominical, 2º Trimestre de 2010, p. 49) comentou uma lição sobre “A Igreja e a Bíblia”
3.1. Seu lugar no culto.
A Bíblia é o instrumento primordial para o desenvolvimento do culto. (…) Ela ocupava lugar central no ministério dos apóstolos [At 6.2-4]. Quando se compreende esta realidade, ela está presente do início ao fim, por meio das orações, dos cânticos, da adoração, ou seja, toda liturgia tem a sua base na Bíblia. O desprezo pela Palavra de Deus tem resultado em cultos sem conteúdo, vidas vazias, levando a uma superficialidade espiritual adoecedora.”
A relevância da exposição bíblica em um culto é atestada quando o apóstolo Paulo apresenta a “doutrina”, ou seja, “instrução” como um dos elementos da liturgia [1Co 14.26]. No culto praticado pelo pentecostalismo clássico se mantém as Escrituras Sagradas como o padrão para analisar as manifestações espirituais. Tal conduta está de acordo com a diretriz que encontramos no Antigo Testamento.
Destacamos dois exemplos:
a) Êxodo 8.25-27 quando Faraó propôs a Moisés que o povo de Israel oferecesse sacrifícios a Deus na própria terra do Egito, Moisés respondeu: “sacrifiquemos ao Senhor, nosso Deus, como ele nos dirá. A Palavra a ser revelada é que instruiria como o povo deveria servir a Deus;
b) 1Crônicas 13 e 15-o próprio rei Davi reconheceu que não tinham sido bem-sucedidos em levar a arca de Deus para Jerusalém, porque não tinham agido “segundo a ordenança” ou “conforme a palavra do Senhor”. Não é qualquer culto que Deus aceita!
3.2. O efeito da oração coletiva.
É necessário compreendermos que a oração coletiva é tão importante quanto a oração individual, já que uma reforça a outra. No livro de Atos podemos aprender algumas lições sobre o efeito da oração coletiva e a importância que ela tem para que a obra de Deus possa avançar [At 1.14, 24-25]. É crucial que a Igreja (Corpo de Cristo) cultive a oração coletiva em conexão com a vontade de Deus já revelada, como vemos na descida do Espírito Santo [At 2.1-4]. É perseverando em oração coletiva que o Espírito Santo se manifesta coletivamente. Se queremos ver e participar das manifestações do Espírito Santo na Igreja devemos orar coletivamente. No cenáculo estavam quase cento e vinte pessoas e todas foram cheias do Espírito Santo. Isso pode repetir-se hoje, desde que a Igreja esteja disposta a perseverar em oração [At 2.42; 12.5). O Senhor Deus atendeu à contínua oração da Igreja e enviou um anjo para libertar Pedro.
Coleção Betel Dominical Volume IV, p. 315: “A Igreja deve zelar pela comunhão com o Senhor, através da oração” (At 13.3a]. A oração é o meio pelo qual a Igreja tem comunhão direta com o Senhor [Mt 6.6]. O fervor da Igreja dependerá de sua vida de oração diante de Deus [At 2.42: 12.12].”
3.3. O valor da adoração coletiva.
A manifestação da presença de Deus em um culto não deve ser o anelo somente daqueles que o dirigem: o dirigente, ministério de louvor, pregador. Não viemos para assistir o culto, viemos para realizá-lo. Não somos meros figurantes, somos adoradores conscientes. Todos quantos estão em um culto são agentes importantes na realização do mesmo. Em 1 Coríntios 14.26, o apóstolo Paulo recomenda: “(…) Quando vos ajuntais (para cultuar), cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação.
Faça-se tudo para edificação”. Todos os membros eram convidados a participar conforme o Senhor os dirigia, um desejava cantar um hino, outro era conduzido pelo Espírito para compartilhar uma doutrina, alguns recebiam revelações transmitidas em línguas e outros interpretavam. Mas tudo com decência e ordem, não havia exibição, gerando assim edificação. Pr. Abrahão Cipriano (Livro “Obreiro de valor Editora Betel, 2015): “Busque incansavelmente a sensibilidade do Espírito Santo. (…) 0 pastor ou dirigente deve ser receptivo à voz do Espírito Santo para conduzir o culto debaixo de Sua direção, pois um culto sem o comando do Espírito Santo é mecânico, vazio e frio. O Espírito Santo é o único capaz tanto de revelar ao pastor ou dirigente as necessidades da Igreja em cada culto quanto de orientar sobre a melhor maneira de conduzi-lo.”
EU ENSINEI QUE:
Existem três elementos centrais e imprescindíveis em um culto: a Palavra de Deus, a oração e a adoração.
CONCLUSÃO
O momento que a Igreja reserva e programa para oferecer a Deus o culto dentro do seu aspecto bíblico espiritual é imprescindível tanto a nível coletivo quanto individual. Trata-se de um tempo oportuno e importante para o verdadeiro adorador cultivar e manter a real comunhão com Deus, sendo ao mesmo tempo edificado pela Sua Palavra e fortalecido pela oração e comunhão.
Revista Editora Betel | 3° Trimestre De 2024 | TEMA: A RELEVÂNCIA DA IGREJA, SUA ESSÊNCIA E MISSÃO – Reafirmando os fundamentos, a importância do compromisso com a Palavra de Deus, a Adoração sincera e o serviço autêntico, segundo os preceitos de Jesus Cristo | Subsídios Dominical