Lições
Bíblicas Jovens 3º Tr. 2024
ASSUNTO: Na Cova dos Leões: O Exemplo de Fé e Coragem de Daniel
para o Testemunho Cristão em Nossos Dias
COMENTARISTA: Valmir Nascimento
TEXTO
PRINCIPAL
Eis
que o nosso Deus, a quem nós servimos, é que nos pode livrar; ele nos livrará
da fornalha de fogo ardente e da tua mão, ó rei. (Dn 3.17)
RESUMO
DA LIÇÃO
Se
demonstrarmos a coragem de recusar a idolatria, podemos confiar que Deus nos
protegerá.
LEITURA
SEMANAL
SEGUNDA
– Êx 20.3 Não terás outros deuses
TERÇA
– 2 Tm 1.7 Deus não nos deu o espírito de covardia
QUARTA
– Rm 8.33-32 É Deus quem nos justifica
QUINTA–
Cl 2.8 Cuidado com as ideologias
SEXTA
– 2Tm 3.2 Amantes de si mesmos, um tipo de idolatria
SÁBADO
– Mt 6.24 Não podemos servir a Deus e a Mamom
OBJETIVOS
1.
NARRAR
o episódio em que o rei mandou construir a estátua de ouro;
2.
INSPIRAR-SE
com a coragem dos amigos de Daniel;
3.
COMPREENDER
o conceito de idolatria e a sua aplicação atualmente.
INTERAÇÃO
Prezado (a)
professor (a), na sequência do livro de Daniel, mais especificamente no
capítulo 3, nos deparamos com uma história muito conhecida, repleta de coragem
e ousadia. Esta passagem descreve o momento em que o rei Nabucodonosor decretou
que todos se curvassem diante de uma imponente estátua que ele havia erguido,
com a pena de serem queimados vivos na fornalha em caso de desobediência. Sem a
menção de Daniel no ocorrido, veremos que os três jovens hebreus – Ananias,
Misael e Azarias – possuíam a mesma tenacidade e fidelidade do seu Líder.
Em toda a
sua profundidade, a narrativa nos fornece um importante ponto de contato com as
tentativas contemporâneas de imposição totalitária, tanto religiosas quanto
seculares. Também nos leva a perceber os perigos das formas mais sutis de
idolatria, que procuram, de maneiras diversas, retirar a primazia de Deus em
nossas vidas.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Prezado (a)
professor (a), nesta aula, a fim de esclarecer e facilitar a compreensão dos
alunos sobre o significado do sonho de Nabucodonosor, reproduza em algum
recurso visual a demonstração da estátua. Destaque o cumprimento histórico do
sonho, com os impérios mundiais que existiram.
TEXTO Bíblico
Daniel 3.1-6
1
O Rei Nabucodonosor fez uma estátua de ouro, cuja altura era de sessenta
côvados, e a sua largura, de seis côvados; levantou-a no campo de Dura, na
província de Babilônia.
2
E o rei Nabucodonosor mandou ajuntar os sátrapas, os prefeitos, os presidentes,
os juízes, os tesoureiros, os conselheiros, os oficiais e todos os governadores
das províncias, para que viessem à consagração da estátua que o rei
Nabucodonosor tinha [levantado.
3
Então, se ajuntaram os sátrapas, os prefeitos, os presidentes, os juízes, os
tesoureiros, os conselheiros, os oficiais e todos os governadores das
províncias, para a consagração da estátua que o rei Nabucodonosor tinha
levantado, e estavam em pé diante da imagem que Nabucodonosor tinha levantado.
4
E o arauto apregoava em voz alta’. Ordena-se a vós, ó povos, nações e gente de
todas as línguas:
5
Quando ouvirdes o som da buzina, do pífaro, da harpa, da sambuca, do saltério,
da gaita de foles e de toda sorte de música, vos prostrareis e adorareis a
imagem de ouro que o rei Nabucodonosor tem levantado.
6
E qualquer que se não prostrar e não a adorar será na mesma hora lançado dentro
do forno de fogo ardente.
INTRODUÇÃO
Nesta
Lição trataremos do episódio em que Ananias, Misael e Azarias resistem
bravamente a ordem de Nabucodonosor para que todos adorassem a estátua de ouro
por ele erigida. Esse é um relato de como três jovens tementes a Deus ousam
enfrentar um monarca tirano e totalitário que procurou impor sua religião a
todas as pessoas. Mesmo ameaçados de morte, eles não negaram ao Deus Altíssimo,
preferindo enfrentar a fornalha ardente. Neste estudo, além de inspirados pela
resistência dos jovens hebreus, seremos advertidos sobre os cuidados com as
formas sutis de idolatria que procuram retirar a centralidade de Deus de nossas
vidas.
I – O REI TOTALITÁRIO
MANDA CONSTRUIR UMA ESTÁTUA DE OURO
1.
O endeusamento do rei.
Ao
longo da história muitos homens tentaram assumir a posição de deuses, em busca
de glória e reverência. Envenenado pelo poder, Nabucodonosor também fez isso. O
monarca mandou construir no campo de Dura uma estátua de ouro com mais de vinte
e sete metros de altura. O fato de ter ouvido anteriormente que ele era a
cabeça de ouro da estátua de seu próprio sonho seria a causa dessa soberba
construção? A Bíblia não dá detalhes sobre isso. Também não menciona de quem
era a representação da imagem, se dele mesmo ou se de alguma de suas
divindades. Seja como for, vemos aqui um ato extremo de auto exaltação e
demonstração de poder. Muitas vezes a religião é somente um pretexto para
alguém esconder o desejo de ser notado pelo mundo, usando-a para fins egoístas.
Não era incomum também entre os monarcas babilônios o Levantamento de imagens
em sua própria honra.
2.
Em busca de adoração.
O
rei extravagante mandou convocar todas as autoridades do seu reino para
comparecerem à cerimônia de consagração da imagem levantada. Mais que um
simples convite, era uma ordem! Dessa forma ele queria impor sua religião a
todos, além da presença, todos deveriam se prostrar em adoração diante da
suntuosa imagem assim que os instrumentos fossem tocados. A estátua sobrepujava
um objeto arquitetônico; era um ídolo que deveria ser reverenciado por todos os
súditos, tanto que a palavra “adorar” (hb. sãghadh) é mencionada diversas vezes
(vv. 5, 6, 7, 10, 11, 12, 14, 15, 18, 28). A punição para o descumprimento
seria a morte dentro da fornalha, A solenidade é extravagante e pomposa. Assim
que os instrumentos musicais fossem tocados, todos, incluindo as autoridades,
deveriam se prostrar e adorar a imagem levantada pelo rei.
3.
A ausência de Daniel.
Daniel
não é mencionado neste episódio. Onde estava e o que fazia na ocasião não é
revelado. Mesmo aqui extraímos algumas lições. O fato dele não estar
diretamente envolvido nesse relato, apesar de ser o personagem humano principal
no livro, indica que a coragem e a fé não eram exclusivas dele. Mostra que a fé
e a fidelidade ao Senhor eram qualidades compartilhadas igualmente pelos outros
jovens judeus. Além disso, o fato de Daniel, autor do livro, ter registrado o
episódio sem a sua presença, demonstra sua humildade ao não se colocar como a
única testemunha fiel na Babilônia, mas sim como alguém que deseja transmitir
as lições e os exemplos de fé de seus companheiros. A fidelidade não é
exclusiva de alguém. Da mesma forma, não existem heróis solitários na vida
cristã e sempre há alguém com quem podemos contar. A igreja é um corpo, formado
por muitos membros (Rm 12.4,5).
SUBSÍDIO 1
“[…] uma estátua de ouro […]”
Alguns comentadores de renome têm pensado que a estátua do
presente texto fosse uma imagem do deus Merodaque, o padroeiro da cidade de
Babilônia: ou do deus Nebo, do qual derivava o nome do rei. Outros porém são de
opinião que a estátua ali erigida era do próprio monarca Nabucodonosor. (Ver Jz
8.27; 2 Sm 18.18).
Entre os antigos conquistadores era natural que, após uma grande
conquista, o conquistador fizesse uma estátua de sua própria pessoa, gravando
nela o seu nome e o nome de seu deus. Segundo Heródoto, a estátua de Sesostris,
do Egito, tinha na largura do peito, de ombro a ombro, uma inscrição com os
caracteres sagrados do Egito, onde se lia: ‘Com meus próprios ombros conquistei
esta terra’.
E, segundo Cícero, havia ‘uma bela estátua de Apoio, em cuja coxa
estava o nome de Miro, em minúsculas letras de prata’. Pode, de fato, ser
imaginado que a estátua erigida ali, fosse a do próprio rei, contendo, na
altura do peito, o nome de seu deus (Comp. com Ap 13.15). Quanto ao testemunho
da Arqueologia. Operte, que fez escavações nas ruínas de Babilônia, em 1854,
achou o pedestal de uma colossal estátua que pode ter sido um resto da gigante
imagem de ouro de Nabucodonosor.” (SILVA” Severino Pedro da. Daniel. Versículo
por Veículos. As Visões para Estes Últimos Dias. Rio de Janeiro: CPAD, 1985,
pp. 53,54)
II - A CORAGEM DOS
AMIGOS DE DANIEL
1.
A denúncia e o perfil dos acusadores.
Diante
do decreto, alguns caldeus (9,8) se dirigem ao rei e denunciam o trio de jovens
hebreus, dizendo: “Há uns homens judeus, que tu constituíste sobre os negócios
da província de Babilônia: Sadraque, Mesaque e Abede-Nego; estes homens, ó rei,
não fizeram caso de ti: a teus deuses não servem, nem a estátua de ouro, que
Levantaste, adoraram” (3.12), Em primeiro lugar, as palavras dos acusadores
revelam que eram invejosos, ao mencionar a posição privilegiada que os jovens
judeus conquistaram em tão pouco tempo. Em segundo lugar, eram bajuladores, ao
apelarem para o ego do rei (“não fizeram caso de ti”). Em terceiro lugar, eram
ingratos, porquanto se esqueceram que eles tiveram a vida poupada pela
intervenção de Daniel e destes jovens que agora denunciam (2.24).
2.
A bravura dos jovens.
Tomado
de fúria, o rei manda chamar os três rapazes e lhes dá o ultimato: se adorassem
a estátua estariam livres; do contrário seriam lançados imediatamente na
fornalha. Em sua prepotência, ainda diz: “[..,] e quem é o Deus que vos poderá
livrar das minhas mãos?” (v.15). Mostrando profunda convicção e força de
caráter, que se manifesta em crentes sinceros que não se acovardam (z Tm t.7),
os três rapazes rejeitam até mesmo se defender. Eles não precisam se justificar
diante da injustiça; e Deus quem os justifica (Rm 8.33).
Com
bravura, afirmam que se forem lançados na fornalha Deus os livrará. E mesmo se
isso não ocorresse, em hipótese alguma iriam cultuar a imagem (v.18). Não
negociaram a fé, Mesmo que as pessoas mais influentes tivessem cedido e ainda
que a multidão tenha se curvado a estátua, estes não o fariam, Tal resposta
mostra que estes jovens eram novos em idade, mais maduros na fé. Sabiam que
eventualmente, dependendo da vontade de Deus, estariam preparados para a morte,
Preferiam morrer a ceder ao pecado!
3.
O Deus que salva na fornalha.
Nabucodonosor
mandou aquecer a fornalha sete vezes mais, e determinou que os moços fossem
amarrados e jogados dentro dela. E o milagre acontece. O próprio rei percebeu
que eles não estavam sós, mas havia um quarto homem com eles, com aparência
divina, Eles estão vivos, e caminham Livremente pelo fogo (v.25). O fogo queimou
as cordas, mas eles estão ilesos. O Senhor permite que passemos por vales e
provações, mas sempre está conosco (ls 43,2; Mt 28.20). Como resultado da
fidelidade e bom testemunho dos jovens, o rei, agora, em vez de exigir
adoração, louva a Deus (v.28). Quando o crente e fiel, o Senhor é exaltado,
Quando o crente honra a Deus, Deus também o honra (v.26)
Subsídio 2
A
religião e o estado
Fomos apresentados à questão dos valores em Daniel 1, onde
observamos que o modo de Nabucodonosor tratar os utensílios do Templo de
Jerusalém representa a tendência generalizada de relativizar o absoluto. Em
Daniel 2, é mostrado para Nabucodonosor que nenhum Estado ou sistema político
tem valor absoluto aos olhos de Deus.
No entanto, agora, em Daniel 3, Nabucodonosor desafia a noção,
fazendo do seu império e governo um absoluto, na medida em que insiste em ser
tratado como deus é adorado. E assim, Nabucodonosor absolutizar o relativo.”
(LENNOX, John, Contra a Correnteza:A inspiração de Daniel para uma época de
Relativismo. Rio de Janeiro: CPAD, 2077, p. 155.)
III - IDOLATRIAS E
FORNALHAS DO TEMPO PRESENTE
1.
O pecado da idolatria.
Tanto
no Antigo quanto no Novo Testamento a Palavra de Deus adverte enfaticamente
sobre a idolatria (Dt 5.7; 1 Co 10.14; Gl 5.20; 1Pe 4.3). É um pecado grave que
viola o primeiro mandamento (Êx 20.3). É a adoração a um ídolo, uma imagem ou
qualquer outra coisa que seja considerada um falso deus ou objeto de adoração
no lugar do Deus verdadeiro. Por essa razão, os jovens hebreus se negaram a
atender a ordem do rei.
A
sua nação estava sendo castigada pelo Senhor por causa da idolatria, e eles não
estavam dispostos a cometer o mesmo erro do povo, Eles não chegaram a
considerar sequer a possibilidade de realizar uma adoração falsa em público
enquanto mantinham a fé em Deus dentro de seus corações. Sabiam eles que
qualquer forma de compromisso com a idolatria já era uma negação de Deus, pois
o verdadeiro testemunho é baseado na integridade, expresso pelos lábios e
guardado no coração.
2.
Tipos de idolatria.
Além
da devoção religiosa a falsos deuses e imagens de escultura, a idolatria também
pode se manifestar em várias outras condutas que excluem a primazia do Senhor
da vida:
a)
Autolatria.
Forma de idolatria própria que conduz ao egoísmo, ao individualismo e ao
narcisismo. Quando o ego e a autoimagem são colocados acima de tudo, as pessoas
se tornam amantes de si mesmas (2 Tm 3.2)
b)
Culto à personalidade. Valorização e veneração excessiva de outras pessoas, tais
como figuras públicas, artistas, influencers e até mesmo religiosos. Paulo
combateu esse tipo de prática que levava ao partidarismo na igreja de Corinto
(2 Co 1.12,13).
c)
Amor ao dinheiro e a riqueza. A busca desenfreada por riqueza e o foco no
dinheiro como o principal objetivo da vida. Jesus disse que ninguém pode servir
a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro ou se dedicar a um e
desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom (Mt 6.24).
d)
Idolatria política.
Esse
pecado também se manifesta na supervalorização de ideias e formas de pensamento
segundo a tradição dos homens (Cl 2.8). Em nossos dias, novas formas de
idolatria se escondem em ideologias políticas que prometem algum tipo de
salvação ou redenção humana. Devemos ter a convicção de que nenhum homem,
partido e nem mesmo o Estado é capaz de salvar. Só temos um Deus e Salvador!
3.
As novas fornalhas.
Nabucodonosor
não foi o único governante a exigir das pessoas lealdade absoluta. Esse tipo de
regime totalitário aconteceu diversas vezes na história, transformando o Estado
ou o líder político em objeto de reverência absoluta, por meio do culto a
personalidade, E um sistema no qual. o governo possui controle sobre todos os
aspectos da vida dos cidadãos, e não há espaço para oposição política ou
liberdades individuais.
Em
muitos casos, a religião é distorcida e usada como instrumento desse tipo de
regime. Em nossa cultura ocidental, os cristãos estão sendo empurrados para
formas atualizadas de fornalhas ardentes. Elas não queimam o corpo, mas tentam
destruir a fé, a espiritualidade e as convicções daqueles que servem ao Deus
das Escrituras. Pensamentos totalitários procuram jogar os cristãos para a
morte na cultura, caso não adoremos os seus ídolos. As fornalhas são novas, mas
a estratégia é antiga. Vale a pena seguir o exemplo dos jovens hebreus e
batalhar pela fé.
CONCLUSÃO
Muitos
anos se passaram desde o episódio em que os jovens hebreus enfrentaram a ameaça
de serem lançados em um forno ardente por não adorarem a estátua do rei. Hoje,
a igreja de Cristo se depara com pressões para ceder a ideologias prejudiciais.
É essencial encontrar a coragem de resistir a essas pressões idólatras
evidentes e, ao mesmo tempo, discernimento para evitar a adoração de ídolos que
sutilmente se ocultam em outras formas de expressão.
HORA DA REVISÃO
1.
Em que local o Nabucodonosor mandou construir a estátua de ouro?
R.
No campo de Dura
2.
O fato de Daniel não estar diretamente envolvido nesse relato, apesar de ser o
personagem humano principal no livro, indica o quê?
R.
Indica que a coragem e a fé não eram exclusivas dele.
3.
Quantas vezes Nabucodonosor mandou aquecer a fornalha?
R.
Sete vezes
4.
O que é a idolatria?
É
um pecado grave que viola o primeiro mandamento. É a adoração a um ídolo, uma
imagem ou qualquer outra coisa que seja considerado o falso deus ou objeto de
adoração no lugar do Deus verdadeiro.
5.
Além da devoção religiosa a falsos deuses e imagens de escultura, de que outra
forma a idolatria pode se manifestar?
R.
Autolatria, culto a personalidade, amor ao dinheiro e a riqueza e idolatria
política