Lições Bíblicas Jovens 3º Tr. 2024
ASSUNTO: Na Cova dos Leões: O Exemplo de Fé e Coragem de Daniel
para o Testemunho Cristão em Nossos Dias
COMENTARISTA: Valmir Nascimento
TEXTO PRINCIPAL
“E aconteceu que, havendo eu, Daniel, visto a visão, busquei
entendê-la e eis que se me apresentou diante uma como semelhança de homem.” (Dn
8.10)
RESUMO DA LIÇÃO
O conhecimento das coisas futuras nos dá esperança e a certeza de
que Deus está no controle de todas as coisas.
LEITURA SEMANAL
SEGUNDA – 2Ts 2.3-4 O homem da iniquidade
TERÇA – Ap 13.1-10 Os atos da Besta
QUARTA – 1 Jo 2.18 Anticristos no mundo
QUINTA – 2 Pe 3.13-14 Esperança futura
SEXTA – Rm 12.21. Vencendo o mal com o bem
SÁBADO – 1Ts 4.16-17 Esperança futura
OBJETIVOS
1. CONHECER a visão de
Daniel do carneiro e do bode:
2. COMPREENDER a simbologia
do bode e do pequeno chifre;
3. APRENDER sobre o
cumprimento da visão para o tempo do fim.
TEXTO BÍBLICO
Daniel 8.1-6
1
No ano terceiro do reinado do rei Belsazar, apareceu-me uma visão, a mim,
Daniel, depois daquela que me apareceu no princípio.
2
E vi na visão (acontecendo, quando vi, que eu estava na cidadela de Susã, na
província de Elão), vi, pois, na visão, que eu estava junto ao rio Ulai.
3
E levantei os meus olhos e vi, e eis que um carneiro estava diante do rio, o
qual tinha duas pontas; e as duas pontas eram altas, mas uma era mais alta do
que a outra; e a mais alta subiu por último.
4
Vi que o carneiro dava marradas para o ocidente, e para o norte, e para o
meio-dia; e nenhum animal podiam estar diante de[e, nem havia quem pudesse
Livrar-se da sua mão; e ele fazia conforme a sua vontade e se engrandecia.
5
E, estando eu considerando, eis que um bode vinha do ocidente sobre toda a
terra, mas sem tocar no chão; e aquele bode tinha uma ponta notável entre os
outros.
6
Dirigiu-se ao carneiro que tinha as duas pontas, ao qual eu tinha visto diante
do rio: e correu contra ele com todo o ímpeto da sua força.
INTRODUÇÃO
Nesta
lição, estudaremos o capítulo 8 do livro de Daniel Esta visão, narrada por
Daniel, descreve um conflito entre um carneiro e um bode, numa alusão aos
impérios Medo-Persa e Grego. Ao mesmo tempo, a passagem descreve uma revelação
sobre Antíoco Epifânio e a sua representação do Anticristo, nos tempos do fim.
I – A VISÃO DE UM
CARNEIRO E UM BODE
1.
Características da visão.
A
visão do capítulo 8 ocorre no terceiro ano do reinado de Belsazar, por volta de
550/549 a.C. Não se tratava de uma visão pelos olhos físicos e nem imaginação
da mente humana, mas uma revelação celestial concedida pelo Senhor ao seu
servo. Em seu vislumbre profético, Daniel se vê na cidadela de Susã, na
província de Elão, localizada a cerca de 300 quilômetros a leste da Babilônia.
A expressão “cidadela” alude a um local específico, referindo-se a uma
fortaleza situada em lugar estratégico, que domina e protege uma cidade.
Segundo historiadores, Susã servia como residência de inverno dos reis persas.
É importante perceber que grande parte da visão é explicada pelo anjo Gabriel,
a quem Deus enviou com o propósito de dar a interpretação a Daniel.
2.
O carneiro.
O
primeiro animal da visão do profeta é um carneiro que possuía duas pontas
(chifres), simbolizando o império Medo-Persa (v. 20). Os dois chifres compridos
do animal, sendo um maior que o outro, representam a história destes dois
impérios que se unem após a conquista da Média por volta de 55o a,C, dando
origem ao Império Aquemênida. O chifre mais a[to (v. 3) aponta para a Pérsia, que
apesar de ser posterior ao reino Medo, tornou-se proeminente.
3.
Ciro, o Grande.
Este
foi o Líder persa responsável por essa unificação e, posteriormente, pela
tomada da Babilônia. Trata-se do mesmo Ciro mencionado pelo profeta Isaías (ls
44.28: 45.1) que Deus levantou para colocar fim ao período de exílio dos judeus
na Babilônia (Ed 1.1). Isso porque Deus é soberano e usa quem Ele quer para
cumprir os seus desígnios sobre o seu povo e sobre o mundo. De acordo com o
relato de Daniel (vv. 4,5). Ciro era um conquistador implacável, sendo
invencível em suas campanhas militares, o que o tornou um líder poderoso. Filho
do rei persa, Cambises, Ciro conseguiu conquistar os territórios da
Mesopotâmia, de toda a Ásia Menor (atual Turquia) e de territórios a leste da
Pérsia (parte ocidental da índia). Também é conhecido por sua atitude
respeitosa em relação aos inimigos derrotados, tratando os povos conquistados
com tolerância.
II - O BODE E O
PEQUENO CHIFRE
1.
O bode.
O
bode peludo que surge na visão de Daniel e derrota o carneiro e o rei da Grécia
(v.21). Na história, ele é identificado como Alexandre, o Grande (356-323 a.C),
rei da Macedônia. Amplamente reconhecido como um dos maiores líderes militares
da história, graças às suas conquistas expansivas pelo mundo conhecido na
época. Educado pelo filósofo Aristóteles, também difundiu a cultura grega por
meio de uma política chamada ‘helenização‘. O fato do animal surgir “sem tocar
no chão” (v.5) mostra a velocidade da sua expansão. Em doze anos de reinado,
Alexandre tinha um vasto império que se estendia da Grécia até a Índia.
2.
Os quatro chifres.
Alexandre
morreu com apenas 33 anos de idade sem sucessor familiar, cumprindo-se a
profecia de que o seu reino seria quebrado e repartido, mas não para a sua
posteridade (cf, Dn 11.8). Os quatro chifres que surgem referem-se à divisão do
reino depois da sua morte (v.22), que desencadeou uma série de lutas entre os
seus generais: Cassandro, Lisímaco, Ptolomeu e Seleuco. O império foi então
dividido em quatro partes, cada uma governada por um dos generais. Cassandro
reinou na Macedônia; Lisímaco reinou na Trácia e Ásia Menor: Ptolomeu reinou no
Egito e Seleuco reinou sobre a Síria e o restante do Oriente Médio. Este último
reino incluía a Judeia naquela ocasião e será ele o palco da sequência da
profecia.
3.
O pequeno chifre.
Enquanto
Daniel observava, viu surgir de um dos quatro chifres um pequeno chifre, que
cresceu rapidamente e se lançou contra o exército do céu (v.10), profanando o
santuário. Historicamente, esse pequeno chifre simboliza Antíoco lV (215-162
a.C), pertencente à dinastia selêucida, Embora não fosse herdeiro direto do
trono, Antíoco assumiu o poder após o assassinato de Seleuco IV Filopátor, em
meio a intrigas e disputas. Ao assumir o trono sírio, mudou o título para
Antíoco Epifânio, isto é, “Deus manifestado”, reinando de 175 a 164 a.C. Dotado
de um temperamento cruel e sanguinário, esse homem cometeu diversas atrocidades
contra o povo judeu, buscando o seu extermínio. Em uma de suas campanhas
militares, invadiu Jerusalém e profanou o Templo, conforme a visão de Daniel
(vv.10,11). Posteriormente, proibiu as práticas religiosas judaicas. Isto deu
lugar a Revolta dos Macabeus, liderada por Judas Macabeus.
III – O TEMPO DO FIM
1.
Um protótipo do Anticristo.
Em
razão de suas características e descrições bíblicas, Antíoco é tido por muitos
intérpretes das Escrituras como um tipo de Anticristo, um líder no fim dos
tempos que se levantará contra o povo de Deus e fará coisas semelhantes
(vv.23-24). Conforme o ensino do saudoso Pr. Antônio Gilberto, Antíoco seria o
cumprimento parcial desta visão’ o Anticristo, o cumprimento cabal. Suas
características são as de um ditador mundial.. Será o último grande governo
mundial da história, identificado em Apocalipse como a besta que surge do mar
(Ap 13.1) – é uma personagem que terá controle sobre dez reinos. Ela representa
o Anticristo e o seu governo (Ap 17.13). Contudo, assim como Antíoco, o
Anticristo também será derrotado, mas não por algum rei humano, mas pelo
próprio Cristo (v.25). O verso 25 retrata o Armagedom apocalíptico, quando o
poder gentílico mundial sob o Anticristo será sobrenaturalmente destruído por
Cristo na sua vinda.
2.
Uma visão atormentadora.
A
visão foi tão terrível que Daniel ficou fragilizado, espantado (v.27) e
adoeceu, Afinal, ele viu coisas angustiantes que se abateriam sobre o mundo e
principalmente sobre o seu próprio povo. Por mais espirituais que possamos ser,
existem momentos em que a fraqueza nos abate. Contudo, diz a Bíblia que ele se
levantou e voltou aos seus afazeres perante o rei. Mesmo sabendo que o rei
seria destronado, Daniel não deixou de trabalhar e servir. Isso mostra que o
conhecimento do porvir e a escatologia não podem nos levar a uma fuga da
realidade e das nossas responsabilidades terrenas.
3.
Humildade e confiança diante do futuro.
Ao
final, Daniel declara que ninguém podia entender aquela visão: estava além da
compreensão humana. O profeta foi humilde em reconhecer que nem mesmo ele tinha
todas as respostas. Atitude muito diferente daqueles em nossos dias que parecem
saber tudo sobre os eventos escatológicos, inclusive detalhes irrelevantes
baseados em especulações. O estudo das últimas coisas exige seriedade e cautela
(Dt 29.29; Rm 12.3). Assim como o profeta, precisamos confiar no Senhor.
Olhando para o contexto social e político, era praticamente improvável
conjecturar os fatos futuros, como por exemplo a ascensão da Grécia.
CONCLUSÃO
Ao estudarmos os últimos eventos mundiais, de acordo com a
revelação das Escrituras, somos tomados pela esperança e a certeza de que Deus
está no controle de todas as coisas. Enquanto isso, vivendo nesse mundo,
mantemos nossa responsabilidade social e afazeres.
HORA DA REVISÃO
1-
Qual o sentido da expressão “cidadela”?
2-
Quem o carneiro, na visão de Daniel, simbolizava?
3-
Na história, com quem é identificado o bode?
4-
Em razão de suas características e descrições bíblicas, Antíoco é tido por
muitos intérpretes da Escrituras como sendo quem?
5-
O que retrata do verso 25 da passagem em estudo?