Lições Bíblicas Jovens 3º Tr. 2024
ASSUNTO: Na Cova dos Leões: O Exemplo de Fé e Coragem de Daniel
para o Testemunho Cristão em Nossos Dias
COMENTARISTA: Valmir Nascimento
TEXTO PRINCIPAL
“Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas
nuvens do céu um como o filho do homem[…].” (Dn 7 .13)
RESUMO DA LIÇÃO
Os reinos deste mundo vêm e vão, mas a soberania de Deus é para
sempre.
LEITURA SEMANAL
SEGUNDA
– Hb 1.3 Jesus é rei eternamente
TERÇA
– Dn 2.44 O reino do Messias será único e eterno
QUARTA
– Ap 20.4 O reino milenial de Cristo
QUINTA
– Dn 7.14 O reino do Messias é invencível
SEXTA
– Mt 6.33 A realidade do Reino de Deus
SÁBADO
– Fp 2.10,11 Todo joelho se dobrará
OBJETIVOS
1.
SABER a ocasião e as características da
visão de Daniel dos quatro animais:
2.
APRENDER sobre a interpretação profética
do sonho;
3.
COMPREENDER como se dará
o cumprimento profético nos últimos tempos, com o julgamento divino.
TEXTO BÍBLICO
Daniel 7.3-8,13,14
3 E quatro animais grandes, diferentes uns dos outros, subiam do mar.
4 O primeiro era como leão e tinha asas de águia; eu olhei até que
lhe foram arrancadas as asas, e foi levantado da terra e posto em pé como um
homem; e foi-Lhe dado um coração de homem.
5 Continuei olhando, e eis aqui o segundo animal, semelhante a um
urso, o qual se levantou de um lado, tendo na boca três costelas entre os seus
dentes; e foi-lhe dito assim: Levanta-te, devora muita carne.
6 Depois disto, eu continuei olhando, e eis aqui outro, semelhante
a um leopardo, e tinha quatro asas de ave nas suas costas; tinha também este
animal quatro cabeças, e foi-lhe dado domínio.
7
Depois disso, eu continuava olhando nas visões da noite, e eis aqui o quarto
animal, terrível e espantoso e muito forte, o qual tinha dentes grandes de
ferro; ele devorava, e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; era
diferente de todos os animais que apareceram antes dele e tinha dez pontas.
8
Estando eu considerando as pontas, eis que entre elas subiu outra ponta
pequena, diante da qual três das pontas primeiras foram arrancadas; e eis que
nesta ponta havia olhos, como olhos de homem, e uma boca que falava
grandiosamente.
13
Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas nuvens do céu
um como o filho do homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e o fizeram chegar
até ele.
14
E foi-lhe dado o domínio, e a honra, e o reino, para que todos os povos, nações
e línguas o servissem: o seu domínio e um domínio eterno, que não passará, e o
seu reino, o único que não será destruído.
INTRODUÇÃO
Na
Lição de hoje estudaremos o capítulo 7 do livro de Daniel, que contém a
descrição de uma visão profética que ocorreu durante o primeiro ano de reinado
de Belsazar. Essa visão precede os eventos narrados nos capítulos anteriores do
livro, e possui um paralelo com o sonho de Nabucodonosor, narrado no capítulo
2, mas com uma riqueza de detalhes que aprofunda nossa compreensão sobre o
desenrolar da história mundial e a suprema soberania divina que permeia todos
os eventos. A lição nos lembra de que Deus está no controle de todas as coisas.
I - A VISÃO DOS
QUATRO ANIMAIS
1.
A ocasião da visão.
O
capítulo 7 de Daniel descreve uma visão que o profeta teve durante o reinado de
Belsazar. Vale lembrar que a partir desta seção, o livro não está redigido de
forma cronológica, por isso não é uma sequência do capítulo anterior. Daniel
data a visão no primeiro ano do reinado de Belsazar. Logo, ela ocorreu pelo
menos dez anos antes do banquete mencionado no capítulo 5, sobre o qual
estudamos na Lição 8. Na visão de Daniel, ele observa os ‘quatro ventos
do céu ‘agitando o ‘grande mar’ (7.2). Essa imagem simbólica sugere que eventos
poderosos e influentes, representados pelos ventos, estão prestes a desencadear
mudanças significativas e turbulentas na história da humanidade, simbolizada pelo
mar. Na Bíblia, a agitação do mar representa a inquietude das nações da Terra
(ls 17.12; Ap 17.15).
2.
Os quatro grandes animais.
Daniel
continua descrevendo sua visão, na qual quatro grandes animais surgem do mar: o
“leão com asas de águia” (v.4); o urso (v,5); o leopardo com quatro asas (v.6)
e o quarto animal[, terrível e espantoso (v.7). A notável característica desses
animais é que cada um deles é ‘diferente do outro’, o que indica que eles
representam reinos ou impérios distintos, cada um com suas próprias
características, poderes e importância na história. A simbologia animalesca
indica a natureza selvagem dos impérios, que batalham em busca de domínio e
poder. Esses quatro animais representam os reis da terra (v.17): o rei da
Babilônia, o rei Medo-Persa, o rei da Grécia e o rei de Roma. Portanto,
profetizando no período do Império Babilônico, Daniel anteviu a sua queda e os
governos seguintes.
3.
O espanto de Daniel.
A
visão era tão impressionante que deixou Daniel perplexo (v.15). Apesar de ser
um homem sábio e experiente, aquela revelação era profunda e impactante para
ele. Não importa o quanto tenhamos caminhado na vida cristã, Deus sempre nos
surpreende. As implicações sombrias para as pessoas da terra e para o seu
próprio povo eram mais do que Daniel poderia absorver calmamente. Contudo, o
anjo de Deus estava lá para dar entendimento a Daniel, explicando o sentido do
sonho (vv.16,17).
PENSE! Você já foi surpreendido por Deus e ficou espantado?
PONTO IMPORTANTE! O livro de Daniel não está redigido de forma cronológica, por
isso o capítulo 7 não é uma sequência histórica do capítulo anterior
II - A INTERPRETAÇÃO
DO SONHO
1.
Os reinos deste mundo.
O
sonho de Daniel guarda relação direta com a estátua do sonho de Nabucodonosor
no capítulo z. O sonho e a visão retratam as mesmas realidades históricas, sob
perspectivas diferentes.
a)
Império Babilônico: O leão,
animal feroz e régio, corresponde a cabeça de ouro (2.38) e, em Jeremias 4,7 e
50.17. Nabucodonosor é comparado a um leão. A menção de que lhe foi dado um
coração de homem v.4), alude a sua restauração, após ter vivido entre os
animais (Dn 4).
b)
Império Medo-Persa. O urso que
levantou de um lado é retratado como o peito e braços de prata da estátua,
correspondendo ao império Medo-Persa, A este animal as pessoas diziam:
“Levanta-te, devora muita carne” (v.5). Na simbologia profética, segundo os pastores
Antônio Gilberto e Severino Pedro, as três costelas entre os dentes seriam
potências conquistadas pelo império (Babilônia, Lídia e Egito).
c)
Império Grego. O leopardo
com asas correlaciona-se com o ventre e quadris de bronze. As características
deste animal representam adequadamente o império Grego Liderado por Alexandre,
o Grande, que conquistou uma nação após a outra com extrema velocidade, Com a
sua morte, o império se dividiu em quatro partes, distribuídas entre os seus
generais: Seleuco, Ptolomeu, Lisímaco e Cassandro
d)
Império Romano: O quarto
animal despertou a curiosidade de Daniel de maneira singular (v.19). Ele lembra
a parte inferior da estátua, com pernas de ferro e os pés e dedos de ferro e
barro. O profeta antecipou o período em que o império Romano emergiu como uma
superpotência. A descrição do verso 7 diz que o Urso fazia seus inimigos em
pedaços. A primeira coisa que fazia o império Romano após conquistar uma nação,
era dividir suas terras em regiões, tetrarquias, províncias e distritos, Roma
se destacou como o império mais impactante na história da humanidade. Enquanto
era formidável, representado pelo ferro em sua força e eficácia administrativa,
também se mostrava frágil, como o barro, devido a imensa corrupção que, em
última instância, contribuiu para o declínio de um império cujo nome se tornou
sinônimo de grandiosidade e decadência.
2.
O Anticristo.
As
dez pontas (algumas traduções usam a expressão ‘chifres’) que saíam da cabeça
do quarto animal prefiguravam dez reis advindos do antigo Império Romano
(v.20). Mas outro rei, representado pela pequena ponta, se levantará após os
dez reis e abaterá os três primeiros, arrancando-os tal como descreve a visão.
Essa descrição encontra ressonância em Apocalipse 17.12-14, Os fatos proféticos
do versículo 8 são ainda futuros, como bem mostra o livro de Apocalipse. Na
escatologia pentecostal, a interpretação é que a pequena ponta representa o
Anticristo, que surgirá no final dos tempos e fará guerra aos santos (7.21).
Esse é o homem do pecado, o filho da perdição (2 Ts 2.3,4), O Anticristo será a
mais completa personificação de Satanás e o seu mais autêntico representante (2
Ts 2.9), porém, se apresentará como se fosse Deus. Será “o iníquo” (2 Ts 2.8),
e a sua influência será “mundial”, pois governara sobre todas as nações (Ap
13.8; Dn 8.24; Ap 17.12)
PENSE! Não importa o poder dos reinos deste mundo, Deus é soberano.
PONTO IMPORTANTE! Na escatologia pentecostal, a interpretação é que a pequena ponta
representa o Anticristo, que surgirá no final dos tempos e fará guerra aos
santos (7.21).
III - O REINO DE
DEUS E O SEU JULGAMENTO
1.
O juízo divino.
A
visão de Daniel mostra que o poder dos animais não é para sempre. O versículo
nove nos diz’. “foram postos uns tronos, e um ancião de dias se assentou: sua
veste era branca como a neve, e o cabelo da sua cabeça, como a limpa lã: o seu
trono, chamas de fogo, e as rodas dele, fogo ardente’ (v.9). O trono é símbolo
de poder, governo e julgamento. A profecia nos revela que o juiz supremo neste
julgamento é o ‘ancião de dias’, que é uma representação de Deus, com cabelos
brancos e vestes brancas. O tribunal divino, apresentado no sétimo capítulo de
Daniel, revela que Deus julgará ‘a pequena ponta’ e proferirá o veredito final
contra o quarto animal, que representa Roma (vv. 11,12). Este é o ponto
culminante da visão de Daniel, onde o Altíssimo avalia e julga as más ações, a
crueldade e a maldade das nações deste mundo!
2.
A vinda do “Filho do Homem” (vv. 13,14).
No
sonho do capítulo 2, a estátua colossal foi destruída por uma pedra que depois
encheu toda a terra. Agora, no capítulo 7, o animal será destruído e um como
‘filho do homem’ assume o Reino para sempre (v.13,14). A pedra que esmaga a
estátua e cresce para encher a terra é comparável à ascensão de Jesus Cristo
como o Messias e a promessa de que seu reino se estabelecerá para sempre. Isso
significa que os poderes terrenos e humanos são temporários, mas o Reino de
Deus é eterno e preencherá todo o espaço. A mensagem central é a supremacia e o
domínio duradouro de Deus sobre todas as coisas. Isso renova as nossas
esperanças e fé no poder do Senhor Deus.
3.
A Grande Tributação.
Os
versos 24 e apresentam um período específico dos últimos tempos, no qual o
Anticristo perseguirá o povo de Deus. Ele vai falar contra Deus e perseguir os
seguidores de Deus, representados como ‘os santos’, mártires e crentes advindos
da Grande Tribulação. Além disso, ele tentará mudar leis e regulamentos,
possivelmente tentando suprimir a religião e os princípios morais. Por um
tempo, e tempos, e metade de um tempo”, o ‘Anticristo” terá autoridade no
mundo. Esse período equivale a “três anos e meio”, ou “quarenta e dois meses”
ou “mil e duzentos e sessenta dias” (Dn 12.7; 9,27; Ap 12.14; 7.14). Ele
compreende a metade dos sete anos finais prescritos como a Grande Tribulação e
o fim do “tempo dos gentios”. Nos primeiros “três anos e meio” o Anticristo
fará acordo com Israel, mas não o cumprirá (Dn 9.27). Este é o período de
grande poder e influência política desse líder mundial sobre o mundo e os
judeus. Mas o Messias o dominará e quebrará o seu reino de mentira. O
Anticristo será condenado e a plenitude do Reino de Deus será estabelecida para
sempre!
PENSE! Você anela e aguarda a volta de Cristo?.
PONTO IMPORTANTE! A visão de Daniel mostra que o poder dos animais não é para
sempre.
CONCLUSÃO
Como
vimos no capítulo 7, Daniel recebe visões a respeito dos quatro grandes
impérios e do estabelecimento do reino eterno de Deus, Essas visões revelam a
promessa de que, apesar dos impérios e das forças poderosas que governam o
mundo, o Senhor Deus continua no controle e, ao final estabelecerá seu reino
eterno de justiça e paz. Isso nos desafia a manter nossa fé firme, mesmo em
meio às incertezas e turbulências do mundo, pois Deus tem um plano soberano que
se cumprirá.
HORA DA REVISÃO
1-
Quando Daniel teve a visão dos quatro animais?
2-
Quais eram os animais da visão?
3-
O urso simboliza qual império mundial?
4-
Na escatologia pentecostal, qual a interpretação sobre a pequena ponta?
5-
A que período equivale à expressão “um tempo, e tempos, e metade de um tempo”?
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