Revista Editora Betel | 3° Trimestre de 2024 | TEMA: A
RELEVÂNCIA DA IGREJA, SUA ESSÊNCIA E MISSÃO – Reafirmando
os fundamentos, a importância do compromisso com a Palavra de Deus, a Adoração
sincera e o serviço autêntico, segundo os preceitos de Jesus Cristo
TEXTO
ÁUREO
“
E, perseverando unânimes todos os dias no templo e partindo o pão em casa,
comiam juntos com alegria e singeleza de coração.” Atos 2.46
VERDADE
APLICADA
Congregar
em uma Igreja local, dentre outras, é uma das características da pessoa que
passa pela experiência da conversão e prossegue no processo de aperfeiçoamento
cristão.
OBJETIVOS
DA LIÇÃO
-
Incentivar
a participação nas atividades da Igreja.
-
Mostrar
o perigo de não congregar
-
Apresentar
os benefícios de congregar
TEXTOS DE REFERÊNCIA
ATOS 2
42
E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e
nas orações.
43
E em toda alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos
apóstolos.
44
E todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum.
45
E vendiam suas propriedades e fazendas de congregar e repartiam com todos,
segundo cada um havia de mister.
46
E, perseverando unânimes todos os dias no templo e partindo o pão em casa,
comiam juntos com alegria e singeleza de coração,
47
Louvando a Deus e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava
o Senhor à Igreja aqueles que se haviam de salvar.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA | Sl 122.1 A alegria
de ir juntos para a Casa do Senhor.
TERÇA
| At
2.1 Todos reunidos no mesmo lugar.
QUARTA | 1Co 11.17-22
Dissensões nas reuniões da Igreja de Corinto.
QUINTA | 1Co 14.26 A
necessidade de estarmos juntos no culto.
SEXTA | Ef 2.19 A Igreja é a
família de Deus.
SÁBADO | Hb 10.25 Não devemos
deixar de congregar.
HINOS SUGERIDOS: 225, 243, 253
MOTIVO DE ORAÇÃO
Ore
por aqueles que não querem mais congregar em sua Igreja.
ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1
- É necessário congregar
2
- O perigo de não congregar
3
- Os benefícios de congregar
Conclusão
INTRODUÇÃO
Nesta
lição estudaremos sobre a importância e a necessidade de congregar. No sentido
bíblico, congregar é o ato de se reunir no nome de Jesus, para a edificação
mútua e adoração ao Senhor [Mt 18.20; 1Co 14.26].
1. É
NECESSÁRIO CONGREGAR
A
reunião local do povo de Deus sempre foi essencial, principalmente para seu
crescimento espiritual, isto pode ser notado no Antigo Testamento, como no Novo
Testamento e nos dias atuais.
1.1.
No Antigo Testamento.
A
primeira menção bíblica sobre um local de culto a Deus se encontra em Êxodo
25.8, quando Deus deu a seguinte ordem a Moisés: “E me farão um santuário, e
habitarei no meio deles”. A construção do tabernáculo no deserto, um templo
móvel, bem como a construção do templo em Jerusalém, demonstra o quanto Deus se
interessava em que o Seu povo tivesse um lugar para congregar a fim de
prestar-Lhe culto [Êx 40.34; 2Cr 7.1]. O templo era central na vida da nação
israelita. Todas as celebrações estavam relacionadas ao templo.
O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento sobre Êxodo 25.8:
“O Senhor, cuja verdadeira morada é o céu, queria que fosse erguido um lugar
que representasse Sua santidade entre os israelitas. Assim, o templo é uma
notável condescendência da graça de Deus. Ele, que habita genuinamente as
alturas celestes, almejou a criação de uma estrutura que servisse de centro
simbólico de Sua presença entre os hebreus.
1.2.
No Novo Testamento.
Embora
os templos oficialmente tenham surgido no terceiro século depois de Cristo, o
relato bíblico nos leva a entender que a Igreja se reunia, fora das sinagogas,
em espaços cedidos ou alugados para este fim. Na cidade de Éfeso, por exemplo,
Paulo usou a escola de Tirano, um espaço grande para realizar cultos [At 19.9].
Ao longo de sua história, a Igreja tem se reunido com regularidade em locais
predeterminados para cultuar a Deus e fortalecer a comunhão entre os seus
membros. A vontade do Senhor é que possamos estar juntos e sempre unidos [At
2.46].
O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento sobre Atos 19.8-10:
“Paulo fala aos judeus na sinagoga por três meses persuadindo-os acerca do
Reino de Deus. Depois que eles o rejeitaram totalmente, Paulo reuniu os que
tinham crido e começou uma nova escola para estudar as Escrituras em um local
cedido por um filósofo chamado Tirano. Durante os dois anos que Paulo dirigiu
essa escola, todos os que habitavam na Ásia ouviram o evangelho. Isso mostra
que Paulo e seus alunos fizeram mais do que estudar; eles também evangelizaram.
1.2.
Nos dias atuais.
Apesar
de estarmos presenciando um considerável crescimento do número dos
“desigrejados”, ou seja, daqueles crentes que dizem não precisar frequentar uma
Igreja para expressar a sua fé, o fato é que este movimento constitui um desvio
da verdadeira comunhão cristã, pois é impossível viver a plenitude da vida
devocional sem a prática do amor fraternal e do sentimento de pertencimento.
Em
Efésios 2.19 o apóstolo Paulo chama a Igreja de “família de Deus’: Portanto, a
Igreja nos dias atuais não pode deixar de promover a verdadeira adoração, a
pregação do Evangelho, bem como o companheirismo e a integração entre os seus
membros, isto é, cumprir a sua vocação como Corpo de Cristo aqui na Terra. Uma
das coisas que não podemos fazer sozinhos é ser cristãos. O Senhor Jesus
durante Seu ministério na terra tinha o costume de frequentar a sinagoga e o
Templo. Locais reservados para oração, leitura e exposição das Escrituras. Além
dos discípulos, muitas pessoas se reuniam também nestes locais [Mt 26.55; Lc
4.16].
Pr. Sergio Costa (Livro “Igreja” – Editora Betel, 2019):
“Cultuar a Deus é um serviço que deve ser realizado de todo coração, não um
encontro social ou uma obrigação, mas um ato servil de felicidade e prazer ao
entrar na presença de Deus que nos resgata e nos abençoa com a Sua presença
sublime.
EU ENSINEI QUE:
A
reunião local do povo de Deus sempre foi essencial, principalmente para seu
crescimento espiritual.
📚 DE MULHER PARA MULHER: Orientações
à Luz da Bíblia
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📚 DIACONATO:
As Responsabilidades dos Diáconos na Igreja
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📚 Ética Ministerial: Orientando
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2. O
PERIGO DE NÃO CONGREGAR
Os
que estão unidos em Cristo também devem estar unidos entre si. Deixar de
congregar pode caracterizar pelos menos três coisas:
2.1.
Desobediência à Palavra de Deus.
Deus
mostra de forma muito clara na Sua Palavra a necessidade do Seu povo congregar.
Nas suas últimas instruções, Moisés exorta os líderes de Israel, sacerdotes e
anciãos, no sentido de que de tempos em tempos ajuntasse todo povo (homens,
mulheres e crianças) para ouvir e aprender a Palavra de Deus [Dt 31.12]. O
escritor aos Hebreus disse que não podemos deixar de congregar: “Não deixando a
nossa congregação, como é costume de alguns; antes, admoestando-nos uns aos
outros; e tanto mais quanto vede que se vai aproximando aquele dia.” [Hb
10.25]. Portanto, o crente que deliberadamente deixa de congregar, está em
desacordo com uma determinação divina.
Algumas
denominações enfrentam uma crise evidenciada por duas tendências distintas: um
declínio no número de membros ou um crescimento que não traduz um autêntico
vínculo com a verdade e a santidade. Tal crise tem suas raízes no abandono da
sã doutrina, como igrejas na Europa, América do Norte e Brasil cedendo ao
liberalismo e ao misticismo. Esse afastamento dos fundamentos é um caminho para
a ruína, como demonstrado pelo exemplo das igrejas em Pérgamo e Tiatira na Ásia
Menor. Essas congregações abriram suas portas para as enganosas doutrinas de
falsos mestres, corrompendo-se tanto em teologia quanto em ética. A essência da
questão é que a fidelidade às Escrituras é abandonada, deixando a igreja sem
defesa contra a apostasia e marcando o início de seu declínio ou até a morte.
2.2.
Debilidade espiritual.
A
saúde espiritual do crente pode ser facilmente aferida pelo apreço que ele tem
pela casa de Deus. Normalmente, quando um crente esfriar na fé, a primeira
coisa que ele deixa de fazer é se congregar. Negligenciar as reuniões da Igreja
local é o primeiro passo visível de apostasia, pois quem deixa de congregar,
facilmente cai da fé. Nos dias atuais, muitos crentes, por qualquer motivo, têm
deixado de congregar e não têm tido mais a alegria de estar no templo para
cultuar ao Senhor e ser edificado pela comunhão com os seus irmãos em Cristo. O
culto no templo é bíblico e relevante.
Pr. Marcos SantAnna (Livro `Aperfeiçoamento cristão’ – Editora
Betel, 2018): “É incrível, mas precisamos voltar a enfatizar a importância da
vida devocional (separar um tempo em casa para leitura bíblica e oração),
participação na Escola Bíblica Dominical, Culto de Ensino, reuniões de oração e
jejum, envolvimento em atividades na igreja como hábitos saudáveis que
contribuem bastante no processo de crescimento espiritual. Além da importância
de sermos pastoreados. Nosso crescimento e aperfeiçoamento como membros do
Corpo de Cristo passa pelo pastoreio.
2.3.
Morte espiritual.
Hoje
em dia muitas igrejas locais transmitem seus cultos pela internet. Esta
inovação tem trazido benefícios àqueles que eventualmente se veem
impossibilitados de estar participando dos cultos presencialmente, mas muitos
crentes, mesmo tendo condições de estar presente nos cultos, preferem
assisti-los em casa. Estar nos cultos em vez de assisti-los em casa faz toda a
diferença, pois o clima de comunhão, alegria e unção que sentimos numa reunião
de culto, mostra que a fé cristã não é para ser vivida isoladamente, por isso é
necessário estarmos juntos [ 1 Co 14.26] .
A
seguinte ilustração nos ajuda a entender o quanto é perigoso deixar de
congregar: se tiramos uma brasa do fogo, o que acontece com ela? Certamente ela
permanecerá acesa por um pouco, mas com o passar do tempo ela vai se esfriar e
apagar. Assim se dá também com o crente quando deixa de congregar, vai
esfriando na fé até apagar.
A morte ou declínio de uma Igreja Local é refletido com seu
próprio reconhecimento ao seu declínio espiritual que é o prelúdio de sua
ruína. A igreja de Laodiceia como exemplo, se via como rica e próspera, mas era
na verdade necessitada e desafortunada aos olhos do divino. De forma
semelhante, a Igreja de Sardes se considerava vibrante e cheia de vida,
enquanto já era vista como morta por Cristo. O maior perigo reside na
incapacidade de perceber a nossa própria fragilidade. A proximidade com a
extinção espiritual é mais iminente quando uma Igreja local se orgulha perante
Deus de qualidades que acredita possuir. A Igreja fiel e autêntica, por outro
lado, lamenta seus erros diante do Criador, arrepende-se e muda sua conduta.
EU ENSINEI QUE:
Os
que estão unidos em Cristo também devem estar unidos entre si.
3. OS
BENEFÍCIOS DE CONGREGAR
São
muitos os benefícios que o crente desfruta ao congregar. Vejamos alguns:
3.1.
Adoração comunitária.
Quando
nos encontramos com o Evangelho e o recebemos, é sempre através do contato com
outras pessoas, criando um elo para que possamos, por nossa vez,
compartilhá-lo. Portanto, nossa fé se desenvolve dentro de um contexto
comunitário, tornando a experiência de fé puramente individual. Embora a
adoração possa ocorrer de maneira individual, a necessidade de nos agruparmos
para adorar a Deus em comunidade permanece fundamental. Isso é ecoado pelo
salmista no Salmo 122, que expressa grande alegria ao ser convocado para a casa
do Senhor, dizendo: “Fiquei alegre quando me disseram: Vamos à casa do
Senhor!”. O uso do plural aqui sublinha que sua intenção era adorar
acompanhado, destacando a natureza coletiva da adoração.
Pr. Sergio Costa (Livro “Igreja” – Editora Betel, 2019): “A
adoração começa quando estabelecemos Deus como o mais alto e mais importante
ser na nossa vida presente e futura. É um ato da vontade e do coração, que se
manifesta em demonstrações físicas tais como dar, orar, inclinar-se e
submeter-se. Adoração é também uma cerimônia ou ritual que estabelece que a
mais alta honra e reverência sejam dadas a Deus.
3.2.
Edificação mútua.
A
edificação mútua dos membros da Igreja ocorre por meio da comunhão, do ensino
bíblico, da adoração, do exercício dos dons espirituais e ministeriais; e isso
acontece quando estamos juntos. O apóstolo Paulo, quando quis mostrar a
relevância da Igreja na sua dimensão coletiva, usou a metáfora do corpo, para
dizer que é no espaço físico que a Igreja local como Corpo de Cristo se revela
e os relacionamentos e comunhão entre os seus membros se consolidam [1Co
12.12-27]. Isoladamente não somos Igreja, tanto é verdade assim que a palavra
grega “ekklêsia”, de onde deriva “Igreja’; sempre que aparece no Novo
Testamento é empregada para se referir a uma assembleia de pessoas, e, na
maioria das vezes, às reuniões destas para adorar e servir ao Senhor [At 2.42].
Pr. Sergio Costa (Livro “Igreja” – Editora Betel, 2019):
“Segundo o dicionário português Houaiss, a palavra “Igreja” tem os seguintes
significados:
1) comunidade composta por cristãos, que forma um corpo social
organizado, instituído por Jesus Cristo;
2) conjunto dos cristãos;
3) grupo de pessoas que possuem as mesmas aspirações, as mesmas
ideias e as mesmas doutrinas;
4) edifício onde se reúnem os fiéis para exercer o seu culto. No
entanto, a palavra tem sua origem no grego (ekklesia), sendo uma das palavras
mais importantes do Novo Testamento. Na Grécia Antiga, e em especial na cidade
de Atenas, ekklesia era a assembleia convocada do povo.”
3.3.
Saúde espiritual.
Congregar
faz bem para saúde espiritual do crente e a saúde espiritual tem reflexos na
vida da pessoa como um todo. Entretanto, é importante frisar que não basta
congregarmos, devemos fazê-lo da maneira certa. É muito importante estarmos
atentos” como” estamos procedendo nas nossas reuniões de culto, a fim de não
incorrermos no erro dos crentes da Igreja de Corinto que, segundo Paulo, quando
se reuniam, conforme os bons crentes devem fazê-lo, essas reuniões os pioravam,
ao invés de melhorar suas vidas [ 1 Co 11.17] . As expressões de culto e
adoração perdem o valor quando não retratam uma vida de pureza e retidão diante
de Deus e de comunhão com os irmãos [Mt 6.23-24; 1 Co 13.1-3]. Portanto,
devemos entender que o Senhor deseja que nos reunamos em Sua gloriosa presença,
a fim de que a nossa comunhão, fé, ânimo e unidade se fortaleçam cada vez mais
[Jo 17.20- 23; At 2.42].
Pr.
Sergio Costa (Livro “Igreja” – Editora Betel, 2019): “É no culto cristão que a
Igreja invisível se torna visível. Através da adoração, dos louvores, da
comunhão, do ensino, da pregação e da evangelização, a Igreja de Cristo cumpre
o seu propósito revelado nas Sagradas Escrituras, desde o Antigo Testamento até
a Igreja neotestamentária.”
EU ENSINEI QUE:
Congregar
faz bem para saúde espiritual do crente e a saúde espiritual tem reflexos na
vida da pessoa como um todo.
CONCLUSÃO
Somos
chamados para servir na Igreja local com o propósito de adorar a Deus, servir e
edificar uns aos outros em amor. Assim sendo, não podemos deixar de viver a
nossa divina vocação como Corpo de Cristo, que é estarmos unidos.