Lições Bíblicas BETEL: 3° Trimestre de 2023 |
REVISTA: Profetas Menores do Antigo
Testamento: Proclamando o
arrependimento, justiça e fidelidade a Deus. Anunciando a esperança da salvação
através do Messias.
TEXTO
ÁUREO:
"Então
vereis outra vez a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus
e o que o não serve." Malaquias 3.18
VERDADE
PRÁTICA
É
preciso permanente vigilância e andar em Espírito para o discípulo de Cristo
não se tornar frio, indiferente, superficial e relaxado na vida de adoração a
Deus.
OBJETIVOS DA LIÇÃO:
1.
Apresentar o cenário do profeta Malaquias.
2.
Falar acerca das ofertas contaminadas.
3.
Extrair lições do livro de Malaquias para hoje.
TEXTOS DE
REFERÊNCIA
MALAQUIAS 1
1.
Peso da palavra do Senhor contra Israel, pelo ministério de Malaquias.
MALAQUIAS 3
1.
Eis que eu envio o meu anjo, que preparará o caminho diante de mim; e, de
repente, virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais, o anjo do concerto, a
quem vós desejais; eis que vem, diz o Senhor dos Exércitos.
6.
Porque eu, o Senhor, não mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois
consumidos.
MALAQUIAS 4
6.
E converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais;
para que eu não venha e fira a terra com maldição.
LEITURAS
COMPLEMENTARES
SEGUNDA
| Ml 1.1-5
A
ingratidão do povo.
TERÇA
| Ml 1.7-14
O
formalismo dos sacerdotes.
QUARTA
| Ml 3.1
O
anúncio da vinda do Senhor.
QUINTA
| Ml 3.6
Deus
não muda.
SEXTA
| Ml 3.10
Trazer
dízimos à Casa do Senhor.
SÁBADO
| Ml 3.18
A
diferença entre o justo e o ímpio.
HINOS
SUGERIDOS: 144, 243, 244
MOTIVO DE
ORAÇÃO:
Ore
a Deus para não deixar que a apatia espiritual tome conta do seu coração.
ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1.
O cenário do profeta Malaquias
2.
As ofertas contaminadas
3.
Malaquias para hoje
Conclusão
INTRODUÇÃO
Malaquias
é o último profeta do Antigo Testamento e sua mensagem é sobre arrependimento e
juízo, mas também é uma mensagem de esperança, restauração e salvação.
PONTO
DE PARTIDA: Cuidado com a apatia espiritual.
1. O CENÁRIO
DO PROFETA MALAQUIAS
No
tempo de Malaquias, os judeus já tinham voltado da Babilônia cerca de 100 anos,
estavam curados da idolatria, mas indiferentes à Casa de Deus.
Os
sacerdotes tinham se tornado negligentes em suas funções. Os sacrifícios eram
de qualidade inferior, não atendendo às exigências divinas para tal. O dízimo
era negligenciado. E tinham voltado à antiga prática de misturarem-se com povos
idólatras pelo casamento [Ed 9]. Eles não voltaram à idolatria, mas havia
surgido um espírito de mundanismo entre o povo.
1.1.
Um pouco mais sobre o profeta Malaquias.
Não
há no livro de Malaquias informações sobre sua vida pessoal. Seu nome significa
“meu mensageiro”. O nome desse último profeta do Antigo Testamento tem sido
alvo de discussões, pois muitos estudiosos sugerem que se trata apenas do
título de um profeta anônimo; outros dizem que de fato é um nome próprio. Isso
deve ao fato de os profetas serem chamados de mensageiros do Senhor. A data que
o profeta viveu e escreveu seu livro também é incerta.
Manual Bíblico - Entendendo a Bíblia (CPAD, 2011, p. 339, 341):
““Ministério de Malaquias”, assim começa o livro. Nada mais se sabe sobre este
profeta. Alguns especialistas na Bíblia pensam que “Malaquias” é um título, e
não um nome. Esta palavra significa “meu mensageiro”. (...) Na verdade, a
primeira tradução grega do Antigo Testamento - de aproximadamente 250 a.C. -
traduzia o termo como um título, e não um nome. A escolha do autor da palavra
Malaquias, para descrever a si mesmo, também pode ter sido uma maneira de
apontar para a singular profecia do livro - 3.1 - uma referência ao profeta que
prepararia o caminho para a chegada do Senhor. Qualquer que seja o nome do
autor, os autores do Novo Testamento citam o livro com autoridade e respeito -
como Jesus também o faz.”
1.2.
A mensagem do profeta.
As
questões tratadas no livro de Malaquias, tais como a corrupção no sacerdócio
[Ml 1.6-14], o divórcio leviano de esposas israelitas [Ml 2.10-16] e o
casamento misto com mulheres pagãs também foram abordadas no livro de Esdras
[Ed 9.1-4; 10.1-4] e Neemias [Ne 10.28-31; 13.10-14,23-31], Assim, segundo o
Manual Bíblico (CPAD) e Introdução ao Estudo do Antigo Testamento (CPAD), a
partir da descrição apresentada por Malaquias em sua mensagem, é provável que
tenha exercido seu ministério profético, aproximadamente, entre 450 e 435 a.C.
Revista Betei Dominical - 2° Trimestre/1994 - Auxílios Didáticos
ao Professor, p. 44: “Depois de um período de reavivamento [Ne 10.28-39], o
povo tornara-se frio em matéria de religião, e descuidado moralmente. O profeta
Malaquias veio como reformador, encorajando ao mesmo tempo que está
repreendendo. Tratava com um povo difícil, de ânimo combalido, cuja fé em Deus
parecia correr o risco de um colapso. Se já não haviam tornado hostis a Jeová,
corriam o perigo de se tornarem céticos.”
1.3.
Israel e sua falta de amor a Deus.
Malaquias
repreendeu o povo por ter abandonado a Lei de Deus, chamando-os de volta para
um relacionamento genuíno com Ele e também tentando avivar o espírito nacional
deles. O profeta denunciou a hipocrisia dos sacerdotes, alertou sobre os
casamentos com mulheres de outros povos, a quebra da lei do sábado, a falta de
empatia entre seus próprios compatriotas, a negligência com os dízimos e a
desobediência à Palavra de Deus. Israel estava vivendo muito aquém de uma vida
daqueles que tiveram tantas experiências com Deus como povo escolhido e
separado por Ele. O amor a Deus havia esfriado e o culto tornou-se um ritual
frio e mecânico.
Comentário Warren W. Wiersbe - Antigo Testamento: “O povo
desobedeceu ao Senhor ao roubar seus dízimos e ofertas. Na verdade, quando o
povo de Deus não é fiel em seu doar, não apenas rouba ao Senhor, mas também a
si mesmo. O Senhor adiou a chuva e estragou a colheita por causa do egoísmo
deles. É claro que dar o dízimo não é “barganhar” com o Senhor; todavia, Deus
promete abençoar e cuidar dos que são fiéis em seu serviço cristão [Fp
4.10-19]. Sem dúvida, o Senhor não é destituído; Ele quer nosso dízimo e
ofertas como uma expressão de nossa fé e amor.”
EU ENSINEI QUE:
Não
se pode compactuar com a mera formalidade de um relacionamento com Deus, fruto
de uma vida espiritual vazia e sem frutos.
2. AS
OFERTAS CONTAMINADAS
Malaquias
denuncia a oferta que traziam para o sacrifício como expiação pelo pecado [Ml
1.8], Contrariando as orientações de Deus a Moisés de como deveria ser feito a
escolha dos animais para o sacrifício [Lv 22.17- 33; Nm 18.21-24], aquele povo
trazia animais enfermos e defeituosos, os quais não ousariam oferecer ao
governador. O profeta reprovou tal atitude e anuncia ao povo que Deus se
tornará amado da terra inteira [Ml 1.11].
2.1.
Os pecados dos sacerdotes.
Os
sacerdotes, que deveriam ensinar e guiar o povo na retidão [Ml 2.7], eram os
responsáveis por aquela situação deplorável. Haviam se tornado corruptos e tão
mercenários que a palavra “sacerdote” era alvo de desprezo entre o povo.
Preocupados com seus objetivos pessoais, os sacerdotes deixaram de exercer o
ministério para o qual foram consagrados.
Ev. Valdilon Ferreira Brandão (Revista Betei Dominical, 2°
Trimestre/ 1994, p. 55): “Na opinião do profeta, a indiferença para com Deus e
Sua obra era culpa dos sacerdotes. Eles não ensinavam a Palavra com clareza [Ml
2.8], desrespeitando tanto ao povo, como a obra que lhes fora confiada [Ml 1.6,
8]. O correto era que deviam ensinar o povo a ter uma verdadeira experiência
com Deus através de seus próprios exemplos [Ml 2.6-7]. Mas infelizmente, denuncia
o profeta: eles tornaram- -se uma pedra de tropeço, e causa de escândalos [Ml
2.8-9].”
2.2.
O Mensageiro de Deus e o Anjo da Aliança.
As
nações pagãs que viviam em torno de Israel começaram a ficar mais prósperas,
cultas e saudáveis e isso despertou a inveja e as murmurações dos israelitas
contra Deus. Eles tinham a impressão de que Deus estava abençoando mais os maus
e incrédulos do que o Seu povo, por isso começaram a duvidar do poder e da
justiça de Deus. O questionamento deles era: “...Qualquer que faz o mal passa
por bom aos olhos do Senhor, e desses é que ele se agrada, ou, onde está o Deus
do juízo?” [Ml 2.17].
Tal
questionamento logo encontra sua resposta nos primeiros versículos do capítulo 3. O título “meu Mensageiro” e a profecia
anunciada são aplicadas a João Batista [Mc 1.2]. Quanto ao “Anjo da Aliança”
[Ml 3.1], segundo os estudiosos é o Senhor Jesus Cristo, antes do seu
nascimento na forma humana. O contexto refere-se à primeira vinda de Jesus ao
mundo com o objetivo de restaurar o verdadeiro e aceitável culto a Deus. Por
causa da contaminação no Templo com a avareza, inveja, arrogância,
incredulidade, egoísmo etc. [Jo 2.13-22], já não poderia ser chamado de Casa de
Deus. Assim sendo, o Templo foi destruído no ano 70 a.C., e, em seu lugar,
Jesus oferece seu corpo como sacrifício na Nova Aliança. A partir de então,
todos os cristãos em todas as partes do mundo que O aceitam como Senhor e
Salvador constituem-se Templo do Espírito Santo de Deus [1Co 6.19-20; Ef
2.20-22]
Comentário Bíblia Shedd: “Meu mensageiro. Este título e predição
são aplicados a João Batista no Novo Testamento [Mc 1.2]. Anjo da Aliança. Só
pode ser o Anjo de Jeová, que é o próprio Senhor Jesus Cristo antes da
encarnação.”
2.3.
O dia vindouro do Senhor.
A
derradeira profecia do Antigo Testamento proclama uma palavra de esperança para
o futuro dos crentes em Jesus de todos os povos, nações e culturas. Prediz o
retorno de Elias, que foi levado vivo ao céu. Jesus indicou João Batista como
Elias que anunciou o Messias [Mt 17.10-13]. João Batista pregou e profetizou
“no poder e no espírito” [Mt 11.13-14; 17.12-13; Mc 9.11-13]. Quatro vezes
Malaquias olha à frente para o “dia do Senhor” [Ml 1.11; 3.1-6, 16-18; 4.1-6].
Seria como uma fornalha ardente que consumiria os perversos, mas para os que
temiam ao Senhor seria dia de alegria, quando o “sol da justiça”, o Messias, se
levantaria, trazendo salvação. O mesmo sol que destrói alguns, traz raios
benéficos para outros. Símbolos de Jesus Cristo como Salvador e Juiz.
Ev. Valdilon Ferreira Brandão (Revista Betel Dominical, 2°
Trimestre/1994, p. 55): “A fidelidade dos juízos divinos - A prosperidade dos
maus, tantas vezes evocadas nos salmos com escândalos [SI 30.6; 73.3],
provocava em muitos um ceticismo que os levava ao relaxamento na obediência.
Muitos questionavam: Para que servir a Deus, se o favorecido é o infiel? [Ml
2.17; 3.14].
Neste momento Malaquias volta a apoiar-se na espera profética do
julgamento, para anunciar o dia no qual a justiça de Deus haveria de se
manifestar [Ml 3.18] (...)
1) todos os infiéis seriam julgados [Ml 3.5];
2) o próprio Deus, qual fundidor de metais preciosos, purificará
os “filhos de Levi” [Ml 3.3-4];
3) os fiéis formariam então o novo povo eleito [Ml 3.17];
4) os fiéis seriam curados e abençoados com alegria, sob a luz
do “Sol da justiça” [Ml 3.20; Lc 1.77, 79].”
EU ENSINEI QUE:
O
Antigo Testamento termina com maldição para os desobedientes. A última palavra
do Antigo Testamento é "maldição", mas o Novo Testamento inaugura o
tempo de graça para os remidos.
3.
MALAQUIAS PARA HOJE
Malaquias
ainda fala ao mundo moderno sobre a necessidade de manter a prática da fé
alinhada a um verdadeiro relacionamento com Deus. É um alerta para que se tenha
cuidado com o mero formalismo religioso.
3.1.
Uma palavra de conforto.
Malaquias
encerra sua mensagem, falando da diferença entre o justo e o injusto [M13.18].
Deixa uma palavra de conforto aos justos: “Mas para vós, que temeis o meu nome,
nascerá o sol da justiça, e salvação trará debaixo das suas asas; e saireis e
crescereis como bezerros do cevadouro” [Ml 4.2].
Deus
exerce Seu juízo, mas também aponta para a verdadeira esperança. Há um memorial
escrito diante dEle para os que temem ao Senhor e se lembram do Seu nome. Deus
não se esquece de nossas obras [Ml 3.16].
Comentário Bíblico Moody: “A história tem evidenciado
sobejamente o fato de que "tudo o que o homem semear, isso também ceifará”
[Gl 6.7]; e continuará sendo assim. Só olhos cegos ou obstinação persistente
pode defender a tese de que Deus não faz distinção entre o justo e o ímpio na
dispensação de bênçãos.”
3.2.
Vale a pena servir a Deus?
O
povo tinha estabilidade, mas não era rico. Cansados de esperar, os judeus
acharam que Deus os havia abandonado. Eles continuavam a adorar a Deus, mas sem
fervor, sem empenho. Alguns se casaram com mulheres de outras nações porque
isso lhes conferia riquezas e bons relacionamentos. Eles colocavam em dúvida o
valor da fidelidade a Deus em detrimento da prosperidade dos ímpios. Não se
pode negar que, em muitos momentos, muitos servos de Deus titubeiam diante
dessa realidade. Diante da prosperidade dos maus, surge a pergunta se ainda
vale a pena ser fiel a Deus.
Bispo Oídes José do Carmo (Revista Betel Dominical, 2° Trimestre
de 2008, p. 79-80): “Deus exige confiança incondicional - Quando não confiamos
em Deus para nos satisfazer, sustentar, promover, guardar; somos tentados a
conseguir a satisfação dos nossos prazeres; nosso sustento; promoção e proteção
de forma egoísta, desonesta, desleal e infiel. Seguimos a mentalidade do homem
sem Deus, de que “o mundo é dos mais espertos e autoconfiantes”, e que não
existe lugar na sociedade para os honestos e éticos. Para não sermos arrastados
por esta mentalidade mundana, precisamos confiar inteiramente no senhor e:
a) Devemos esperar a Sua providência;
b) Devemos esperar por Sua justiça;
c) Devemos esperar em Seu amor.”
3.3. O verdadeiro culto.
O
profeta Malaquias traz um despertamento para o povo de Deus em uma época de
crise nos ambientes religiosos, no ambiente social e desânimo entre as pessoas.
É possível que a despeito de todas as crises vividas pessoalmente ou ao seu
entorno, o crente possa experimentar uma fase de apatia espiritual. Isso se
reflete em uma experiência de culto vazio e práticas religiosas sem sentido
algum. É como se Malaquias desafiasse cada crente para se colocar frente ao
espelho para uma avaliação muito sincera do seu relacionamento com Deus.
Manual Bíblico - Entendendo a Bíblia (CPAD, 2011, p. 338-339):
“Adoração insincera - Por todo este curto livro, Malaquias se queixa de que o
povo realiza a adoração de maneira superficial, como se isso fosse o que Deus
deseja. Eles não compreendem: Deus deseja que a adoração flua de um sentimento
interno de devoção e amor. Estas pessoas não se sentem devotadas, elas se
sentem obrigadas. Em vez de trazer a Deus o melhor que podem, trazem o que têm
de mais inferior: bois coxos, ovelhas cegas, cabras roubadas”. Acrescente-se
que tal realidade também refletiu na questão dos dízimos, prejudicando o sustento
dos sacerdotes e manutenção do Templo.
EU ENSINEI QUE:
O
amor a Deus deve ser demonstrado com um modo de vida coerente entre aqueles que
o obedecem daqueles que deliberadamente o rejeitam.
CONCLUSÃO
Vimos
neste trimestre que os profetas pregavam o arrependimento como requisito
indispensável para o perdão de Deus e o cumprimento de Suas promessas.
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