Lições Bíblicas BETEL:
2° Trimestre de 2023 | REVISTA: GÊNESIS – A segurança de viver pela fé
nas promessas de Deus
TEXTO ÁUREO
“Muitas são as
aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas.” Salmo 34.19
VERDADE APLICADA
A nossa confiança
na bondade de Deus não pode depender das circunstâncias do momento.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
1. Falar que adversidades não impedem os planos de Deus.
2. Mostrar que as provas fazem parte da vida cristã.
3. Destacar que Deus está vendo e cuidando de tudo.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
GÊNESIS 39
1 E José foi
levado ao Egito, e Potifar, eunuco de Faraó, capitão da guarda, varão egípcio,
comprou-o da mão dos ismaelitas que o tinham levado lá.
2 E o Senhor
estava com José, e foi varão próspero; e estava na casa de seu senhor egípcio.
3 Vendo, pois, o
seu senhor que o Senhor estava com ele e que tudo o que ele fazia o Senhor
prosperava em sua mão,
4 José achou graça
aos seus olhos e servia-o; e ele o pôs sobre a sua casa e entregou na sua mão
tudo o que tinha.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA / Sl 24.1
O domínio
universal de Deus.
TERÇA / Rm 8.28-39
Todas as coisas
contribuem para o bem.
QUARTA / 1 Co
7.20-24
Cada um fique na
sua vocação.
QUINTA / 2Co
4.15-17
O desígnio e
efeito das aflições.
SEXTA / 1Tm 6.1-2
Os deveres dos
servos.
SÁBADO / Tt 2.7-10
Devemos ser exemplos
em tudo.
HINOS SUGERIDOS: 16, 25, 484
MOTIVOS DE ORAÇÃO
Ore para que Deus
nos capacite a confiar e sermos fiéis a Ele.
ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1– Circunstâncias
adversas não impedem os planos de Deus
2– A fé provada pelas
circunstâncias da vida
3– Semeadura e
colheita
Conclusão
INTRODUÇÃO
A história de José
é repleta de preciosas lições para a jornada do povo de Deus em todos os
tempos. Na presente lição enfatizaremos o desenvolvimento do plano de Deus,
mesmo nas adversidades e oposições; a firmeza e integridade de José mesmo
quando tudo parecia estar dando errado; e a ação poderosa e soberana de Deus em
favor dos Seus.
PONTO DE PARTIDA
Devemos confiar em Deus sempre.
1. CIRCUNSTÂNCIAS ADVERSAS NÃO IMPEDEM OS PLANOS DE
DEUS
O desenvolvimento
dos planos de Deus na vida do Seu povo não significa ausência de adversidades.
A Bíblia revela que o Senhor é Poderoso para fazer com que todas as
dificuldades e adversidades que surgem na jornada do Seu povo sejam
contribuições para o bem dos que nEle confiam e esperam [Rm 8.28].
1.1. Sonhos ou
pesadelos?
Ser vendido como
escravo é uma experiência terrível. Ser vendido como escravo tendo nascido
livre é pior ainda. Agora ser vendido como escravo por seus próprios irmãos de
sangue, é algo inimaginável. José aparece em cena com cerca de 17 anos de idade
[Gn 37.2]. Ele estava para viver o melhor da vida e ser integrado aos negócios
da família. Porém é separado dela para viver sob a sombra do medo e insegurança
em uma terra que não era sua, o Egito. Ser comprado como um objeto e passado de
mão em mão de estranhos deveria lhe trazer traumas inapagáveis [Gn 39.1].
Porém, apesar desta terrível situação, “o Senhor estava com José” [Gn 39.2]. E
isso fez e faz toda a diferença.
Comentário
de Gênesis – Bruce K. Waltke: “A cena precedente revelou o nobre caráter de
José. Ainda que severamente tentado, tampouco trai a confiança de Potifar
depositada nele, nem abandona sua confiança em Deus. Esta cena implica a mesma
fé, porém o apresenta como divina e singularmente dotado. Ele depende de Deus
para seu dom de intérprete de sonhos e, possivelmente, antecipa um cumprimento
do seu próprio quando pede ao copeiro que se lembre dele. José reconhece que
ele pertence à mais elevada autoridade, acima dos próprios senhores egípcios,
em cujas casas ele serve. Ao mesmo tempo, o rogo de José ao copeiro para que se
lembrasse dele o torna muito humano.”
1.2. A companhia
do Deus imutável.
José estava na
condição de escravo na casa do seu senhor egípcio. Mas o Senhor dos senhores
estava com ele [Gn 39.2]. E por causa disso, José prosperará em tudo o que faz
não importa a condição que se encontra. O próprio senhor de José podia perceber
isso [Gn 39.3-4], ao ponto de confiar a ele posições mais importantes. Às vezes
nós ficamos tão preocupados em mudar a nossa condição e sair de onde estamos
para ver se as coisas melhoram, que deixamos de nos certificar do mais
importante: se Deus está conosco! Não são as condicionantes favoráveis que
determinam o nosso sucesso nas coisas. Isso é um pensamento secular. É Deus
quem determina as condições das coisas, por mais difíceis que sejam a realidade
presente. Precisamos estar certos disso!
Comentário
Bíblico Champlin: “Autores judeus disseram que José trabalhou por um ano na
casa de Potifar. Nesse caso, houve tempo suficiente para observá-lo bem. Seu
trabalho mereceu atenção especial, e, uma vez favorecido, trabalhava e servia
ainda melhor. A arqueologia tem descoberto monumentos egípcios que exibem um
supervisor munido de material de escrita, cuidando de todas as coisas da casa
de seu senhor.”
1.3. Fonte de
prosperidade.
Desde Abraão Deus
sempre deixou claro o que Israel não conseguia entender: que as bênçãos de Deus
sobre Israel tinham o objetivo de abençoar as demais famílias da terra e não
apenas Israel [Gn 12.3]. Podemos ver isso no caso de Jacó, cuja prosperidade
divina fez seu sogro enriquecer [Gn 30.30]. E agora, numa condição muito
adversa, vemos o mesmo acontecendo com José. Deus, por amor a ele, está usando
(um escravo) para abençoar o seu rico e poderoso senhor [Gn 39.4-5]. O nosso
Deus não mudou. Precisamos continuar acreditando nisso, que Deus usa Seus
servos para abençoar outras pessoas. A mulher cananéia entendeu isso e foi atendida
pela graça de Cristo [Mt 15.27]. As bênçãos de Deus são transbordantes!
Comentário
Bíblico Moody: “Mesmo na cadeia José não podia ser derrotado. Ficou encarregado
da supervisão dos prisioneiros, para que os servisse. A velha masmorra
tornou-se um lugar diferente por causa de sua presença. Deus abençoava os
outros através da delicadeza e bondade de José. Potifar o colocou onde seus
notáveis talentos continuaram em evidência.”
EU ENSINEI QUE:
A presença do Deus
imutável em nossa vida é o que determina se algo será bênção ou maldição.
2. A FÉ PROVADA PELAS CIRCUNSTÂNCIAS DA VIDA
Assim como Abraão
teve sua fé testada, José passou por vários funis divinos que o colocaram no
lugar adequado pra Deus fazer da sua vida uma bênção para tantos.
2.1. Teste de
integridade.
Mesmo jovem, José
já passou por situações muito difíceis na vida. Quase foi morto por seus
irmãos, mas acaba sendo arrancado da sua família sendo vendido como um escravo.
Tudo isso foram provas externas. Pareciam testes de resistência. Agora, porém,
ele passa por uma prova interna. Um teste de integridade. A mulher do seu
senhor quer possuí-lo [Gn 39.6-7]. José considera o ato de deitar com a mulher
de Potifar mais um pecado contra Deus do que um pecado contra Potifar [Gn 39.8-9].
A nossa consideração pelos homens ou medo das consequências dos nossos erros
não é o que melhor nos protege de pecar. A coisa mais poderosa para nos ajudar
a vencer a tentação, quando tudo é propício ao pecado, é o nosso relacionamento
com Deus. Quem Deus é para nós, não importante a situação, é que faz toda a
diferença.
Comentário
Bíblico Broadman – Gênesis: “Que importava a Deus a sua situação, sendo um
escravo solitário em terra estranha? No entanto, várias considerações determinaram
um diferente curso para os acontecimentos.
(1) Ele
sentia um grande senso de dever para com o seu senhor, que confiava nele.
(2)
Pecar contra Potifar era pecar contra Deus. Nada ajuda a coragem moral como a
percepção de que Deus está por detrás da cena.”
2.2. Teste de
resistência.
O diabo nunca pode
ser convencido. Ele só pode ser vencido. Por isso não acredite que sua simples
recusa às suas ofertas o farão desistir. A recusa de José deve ter parecido uma
afronta à senhora egípcia [Gn 39.10]. Ela deveria estar acostumada a ter o
homem que quisesse. O comportamento de José, portanto, lhe é estranho, mas
também estimulante. Ele passa a ser uma caça para ela, ao ponto de levá-la à
loucura de tentar agarrá-lo a força [Gn 39.11-12]. Como deve ter sido difícil
para José tomar a decisão desta fuga corajosa. Nossa resistência interior à
tentação não é estável como gostaríamos. Há momentos em que podemos nos
encontrar mais vulneráveis do que em outros. É neste momento que o teste de
integridade se transforma em um teste de resistência interior. Deus, porém,
promete nos livrar se confiarmos nEle [1Co 10.13].
Comentário
Bíblico Broadman – Gênesis: “Ele não deu nenhuma indicação de ter sido tentado.
Não sabemos se a mulher era atraente. José, provavelmente, já se decidira de
antemão de que não deixaria tal coisa acontecer. Como Jó, ele fizera um pacto
com os seus olhos [Jó 31.1], e não deixaria a tentação começar.”
2.3. Teste de
força.
José foge porque
se conhece [Gn 39.11-12]. Este tipo de fuga é a atitude mais corajosa que
podemos ter. Aqueles que caem são justamente aqueles que acham que podem ficar
em pé por suas próprias forças. Que são mais fortes que a própria carne. Não
são. Ninguém é. Cristo já nos alertou sobre isso [Mc 14.38]. Encontramos na
Bíblia várias exortações acerca de atitudes que devemos tomar para vencer as
inclinações pecaminosas: andar em Espírito [Gl 5.16]; fugir [2Tm 2.22]. José
era homem formado e, obviamente, nenhuma mulher poderia forçá-lo a ter relações
com ela sem seu consentimento interior. Ele percebe que suas negativas verbais
não podem mais manter a mulher longe do seu corpo. E sentindo seu próprio homem
interior correndo o risco de sucumbir, ele faz o que os sábios devem fazer na
tentação. Ele foge!
O Novo
Comentário Bíblico – Antigo Testamento: “O Senhor continuou ao lado de José
mesmo na prisão [SI 139.7-12]. Neste caso, a misericórdia de Deus pode ser
representada por Sua benignidade [SI 13.5]. No cárcere egípcio, José experimentou
o amor e a fidelidade do Senhor. Deus cumpriu Sua promessa ao permanecer ao
lado de Seu povo — ainda que em difíceis circunstâncias.”
EU ENSINEI QUE:
Os maiores testes
da vida não acontecem no exterior, mas dentro de nós. Se formos aprovados por
fora, mas fomos reprovados por dentro, seremos sempre derrotados.
3. SEMEADURA E COLHEITA
As Escrituras
abordam a realidade da semeadura e colheita. Contudo, é importante buscarmos a
ajuda do Espírito Santo para discernirmos que nem sempre a colheita se dará
exatamente como imaginamos e no tempo que esperamos. Em tudo precisamos confiar
e esperar no Senhor.
3.1. Frutos
amargos da integridade.
Se engana aquele
que pensa que ser íntegro não lhe trará dores e que toda fidelidade renderá
recompensas maravilhosas. Nem toda vitória no teste de integridade traz um
prêmio imediato. Muitas vezes, sofreremos justamente por decidir não pecar. E é
por isso que o caminho do pecado parece muitas vezes o melhor caminho. A
tentação oferece uma satisfação rápida e fácil. E quando resistimos à oferta, o
próprio tentador pode lançar em nossa cara as dores da “burra” escolha que
fizemos. A mulher de Potifar, sentindo-se rejeitada e frustrada, quer a morte
de José com a acusação de abuso sexual [Gn 39.13-20]. José será reservado na
prisão para esperar a morte. Mas, mesmo no vale da sombra da morte, “O Senhor
(…) estava com José” [Gn 39.21-23].
O Novo
Comentário Bíblico – Antigo Testamento: “Os escravos egípcios tinham,
provavelmente, inveja da prosperidade de José. Por causa disso, a esposa de
Potifar encontrou servos prontos a ouvir e acreditar em suas mentiras. Dessa
forma, claro, ela não foi desmentida por nenhum deles. Contudo, a acusação de
violência sexual naquela época era tão séria quanto é hoje. O atentado sexual a
uma esposa de oficial por um escravo estrangeiro era um ultraje gravíssimo. A
pena do réu podia ser a morte.”
3.2. Servindo aos
homens como ao Senhor.
José não era
apenas íntegro. Também era eficiente [Gn 39.23]. Tudo o que era colocado para
fazer, fazia com empenho e dedicação. A sua atitude é contrária à que
naturalmente teríamos se passássemos por tudo o que ele passou e se
estivéssemos na condição que ele se encontra. Deveria fazer tudo de má vontade
ou o mínimo para sobreviver. Porém, José bem conhecia as promessas de Deus e a
aliança do Senhor com Abraão e seus descendentes por Isaque e Jacó. E por isso
fazia o melhor para a glória de Deus, de forma que os homens ímpios percebiam
que Deus estava com ele [Gn 39.3; 41.38]. Paulo ensinou sobre isso: devemos
servir aos homens como ao Senhor e para a glória dEle [Ef 6.5-8; Cl 3.22-24].
O Novo
Comentário Bíblico – Antigo Testamento: “O carcereiro soube, coisa que Potifar
já sabia, que o que animava e sustentava José era a presença de Yahweh. Assim,
o carcereiro-mor entregou na mão de José todos os presos que estavam na casa do
cárcere; e ele fazia tudo o que se fazia ali. A integridade e a eficiência de
José atestavam a todos sobre quem era o verdadeiro Deus, mesmo ele estando no
cárcere (da mesma forma que Paulo e outros apóstolos fariam tempos depois).”
3.3. A visão
espiritual da tribulação.
As coisas parecem
que vão piorando para José. Ele recebe as revelações de Deus em sonhos e isso o
fez ser odiado pelos irmãos a ponto de ser vendido como escravo. Servindo como
escravo na casa de Potifar, por causa da sua integridade, foi encarcerado como
prisioneiro numa masmorra por vários anos. Mas não é isso. É lá que ele vai
ganhar a simpatia do carcereiro [Gn 39.21-22], e passa a ser responsável pelos
prisioneiros da guarda [Gn 40.4]. Além disso, por estar preso é que seus dons
de interpretar sonhos serão descobertos [Gn 40.5-8]. Sua interpretação de
sonhos livrou o copeiro da morte, mas este esqueceu de José [Gn 40.12-15, 20-21,
23]. O mal que o alcançou abriu caminho para que ele tivesse diante de Faraó,
dando-lhe a interpretação sobre seus sonhos. Os homens sonham. Mas Deus nunca
dorme.
Comentário
Bíblico Broadman – Gênesis: “O Senhor era com José. Esta expressão é um refrão
no decorrer do capítulo [Gn 39. 2, 21, 23]. Porque “o Senhor era com ele”,
vários resultados se manifestaram: 1) Ele teve sucesso, o que fala de
realizações, e não de posição [Gn 39.2, cf. Gn 24.21, 40; Is 53.10]; 2) o
Senhor abençoou tudo e todas as pessoas associadas com ele [Gn 39.5]; 3) Deus
foi-lhe fiel em meio às adversidades [Gn 39.21]; (4) ele ganhou com facilidade
o favor de pessoas importantes [Gn 39.4, 21].”
EU ENSINEI QUE:
Devemos
fazer o que é certo e o que agrada a Deus porque o amamos e não fazer nada
visando vantagens pessoais. Devemos confiar que é Deus que governa todas as
coisas.
CONCLUSÃO
Temos aprendido
que a fé, confiança e integridade dos que pertencem ao Senhor, não dependem das
circunstâncias. Que cada discípulo de Cristo esteja sempre lembrando que temos
o Espírito Santo nos ajudando em nossas fraquezas [Rm 8.26] e nos guiando mesmo
nos momentos mais críticos em nossa caminhada cristã. O Senhor está conosco,
como esteve com José!
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