Lições Bíblicas BETEL:
2° Trimestre de 2023 | REVISTA: GÊNESIS – A segurança de viver pela fé
nas promessas de Deus
TEXTO ÁUREO
O coração com
saúde é a vida da carne, mas a inveja é a podridão dos ossos.” Provérbios 14.30
VERDADE APLICADA
Não devemos
compartilhar com qualquer pessoa as coisas que Deus tem revelado a nosso
respeito.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
1. Mostrar
a
diferença entre amor e afinidade.
2. Ensinar que a vida é determinada por Deus.
3. Conscientizar
que
José foi preservado por Deus.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
GÊNESIS 37
2- Estas são as
gerações de Jacó: Sendo José de dezessete anos, apascentava as ovelhas com seus
irmãos; e estava este mancebo com os filhos de Bila, e com os filhos de Zilpa,
mulheres de seu pai; e José trazia uma má fama deles a seu pai.
3- E Israel amava
a José mais do que a todos os seus filhos, porque era filho da sua velhice; e
fez-lhe uma túnica de várias cores.
4- Vendo, pois,
seus irmãos que seu pai o amava mais do que a todos os seus irmãos,
aborreceram-no e não podiam falar com ele pacificamente.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA / Gn
39.21-23
Deus estava com
José na prisão.
TERÇA / Gn
42.21-24
Os irmãos de José
reconhecem sua culpa.
QUARTA / Sl
105.7-21
Deus guardou o Seu
pacto com os patriarcas.
QUINTA / Pv 4.23
Devemos guardar o
nosso coração.
SEXTA / Is 41.8-11
Deus cuida dos
Seus filhos.
SÁBADO / At 7.9-10
Deus era com José.
HINOS SUGERIDOS: 377, 409, 459
MOTIVOS DE ORAÇÃO
Ore para que Deus
nos proteja de pessoas invejosas.
ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1– José: amado e
odiado.
2– Sonhos que
parecem se tornar pesadelos
3– Preservado pela
misericórdia
Conclusão
INTRODUÇÃO
Veremos na
presente lição que o turbulento contexto familiar de José não foi capaz de
corrompê-lo, destruí-lo e fazê-lo abandonar a fé no Deus Todo-Poderoso. O plano
de Deus continua se desenvolvendo, mesmo lidando com seres humanos falhos,
débeis e limitados.
PONTO DE PARTIDA
Nossa vida é projetada por Deus.
1. JOSÉ: AMADO E ODIADO
Não devemos
confundir o amor dos pais com o sentimento de afinidade por certos filhos. O
amor tem a ver com a filiação. A afinidade tem a ver com relacionamento.
1.1. O filho
predileto.
O primogênito era
geralmente o filho querido do pai, por ser a expressão do seu vigor masculino.
Mas, no caso da família de Jacó, o pai amava mais a José, que nasceu de Raquel,
aquela que Jacó amou quando chegou a Harã. José era o primogênito de Raquel,
quando Jacó já era mais avançado em idade [Gn 37.3]. Esta predileção de Jacó
por José lhe rendeu uma túnica colorida de presente e o ódio mortal pela inveja
de seus irmãos [Gn 37.4].
A Bíblia está
cheia de histórias de como a manifestação da predileção de pais por seus filhos
gera conflitos sérios entre os irmãos. Ainda que um pai ou mãe possa ter mais
afinidade com determinado filho, deve ter muita sabedoria para não passar a
ideia de que ama um mais que outro. Algo desnecessário, mas que revela bem o
coração humano em sua necessidade de aceitação e como pode responder à
rejeição.
Comentário
Bíblico Champlin: “A história de um jovem de dezessete anos de idade, que foi
vendido como escravo, de nome José, prepara-nos para entender como foi que o
povo de Israel (embora já estivesse na Terra Prometida a Abraão), acabou
migrando para o Egito, onde se multiplicou, no exílio. A Moisés caberia, cerca
de duzentos e cinquenta anos mais tarde, tirar Israel desse exílio e conduzi-lo
de volta à Terra Prometida.”
1.2. O irmão
odiado.
Os escritores da
Bíblia não registraram apenas os aspectos pacíficos e positivos do contexto de
vida daqueles que foram escolhidos por Deus no desenvolvimento de Seu plano de
redenção. Há, também, ódio, inveja, problemas no relacionamento familiar,
competição. Vemos que na família de Jacó, com a chegada dos filhos de
diferentes mulheres, a harmonia ficou abalada [Gn 37.4].
O relacionamento
tornou-se um barril de pólvora. Tudo o que vinha de José agora era motivo de
desprezo dos seus irmãos. Não tinha necessariamente a ver com alguma provocação
de José. Ser o preferido do pai já era motivo para o ódio que passou só a
aumentar dentro deles. José poderia até se perguntar: Por que me tratam assim?
Mas nada que ele pudesse fazer poderia mudar isso. Sua existência é o próprio
motivo do problema dos seus irmãos.
Comentário
Bíblico Moody: “José, o filho mais velho de Raquel, era o predileto de seu pai
Jacó. Por causa disso e por outros motivos ele ficou prejudicado diante dos
seus irmãos. De um lado, ele reagia fortemente contra o comportamento imoral e
contrário à ética dos seus irmãos, denunciando-os ao seu pai e, assim, levando
a fama de intrigante. Para piorar ainda mais a situação, seu pai lhe deu
túnicas reais, com longas mangas esvoaçantes, o que o destacava como o mais
favorecido do grupo. Deduzimos naturalmente que Jacó havia escolhido José como
aquele através do qual as bênçãos divinas continuariam. Além disso, José tinha
sonhos que apontavam para sua futura e destacada grandeza, e ele contava seus
sonhos aos seus irmãos.”
1.3. Um sonho
intimidador.
José teve um sonho
que veio a piorar ainda mais a situação. Imaturo para a vida e ingênuo em
relação à maldade humana [Gn 37.2,14], contou o que viu [Gn 37.5]. É possível
que José, até este momento, não tivesse sabedoria para discernir o que Deus
estava revelando para ele nos sonhos. Mas seus irmãos, sim. Já desconfiados
sobre o futuro do clã, deduziram com rapidez o que aqueles sonhos poderiam
significar.
No sonho os feixes
de trigos dos seus irmãos se dobravam diante do feixe de trigo de José, que
estava em pé [Gn 37.7]. Não há como saber se os irmãos de José interpretavam o
sonho como sendo um desígnio de Deus. É mais provável que pensassem ser um
desejo de José ser o líder da família. Esta revelação despretensiosa, porém,
intimidadora, gerou mais antagonismo ainda.
Comentário
Bíblico Moody: “Em sua conversa ingênua, (José) acendeu o fogo da inveja e do
ódio assassino. Mas Deus tinha em mente algumas bênçãos maravilhosas para o
rapaz, conforme o tempo revelaria. José deveria ter sido aconselhado sobre como
lidar com criaturas imperfeitas que se ressentiam com os seus modos e o seu ar
de superioridade (como eles achavam). Como ele precisava de um conselheiro
sábio! Aparentemente Jacó o amava tão ardente e tão cegamente que não era capaz
de orientá-lo sabiamente.”
EU ENSINEI QUE:
A simplicidade deve andar de mãos dadas com a
sabedoria.
2. SONHOS QUE PARECEM SE TORNAR PESADELOS
A infantilidade
pode nos fazer determinar supersticiosamente a vida por sonhos bons e maus.
Mas, para quem crê em Deus, sabe que a vida não é determinada por sonhos, mas
por Deus.
2.1. O sonho de
José: desejo pessoal ou revelação de Deus?
É muito comum e popular
ouvir pregadores falando de todas as questões do sonho de José como se seus
sonhos fossem desejos do seu coração. Desejos de viver e realizar coisas. A
narrativa do texto bíblico não fala nem insinua nada disso. Pregadores chegam a
usar frases de efeito baseado nesta ideia, dizendo: “Não desistam dos seus
sonhos”. Mas a verdade é que os sonhos de José não eram fruto de ambição
humana, mas, sim, revelação dos planos de Deus quanto ao futuro da família. E
Jacó começa a considerar isso [Gn 37.9, 11]. Eram planos de Deus que incluíam a
vida de José e seus irmãos, que, conforme se percebe, inicialmente fizeram da
sua vida um inferno.
É
preciso remover o romantismo e intenções estranhas ao texto sagrado para não
dizer pela Bíblia o que Deus nunca quis que disséssemos. Os sonhos de José
foram claramente revelações de Deus a respeito do seu futuro. Não um futuro que
Deus previa, mas um futuro que Deus iria construir segundo Seus propósitos.
Cada peça do quebra-cabeça divino está seguindo seu rumo. Algumas dessas peças
humanas sofrem, outras fazem outros sofrer. Mas Deus nunca perde o controle e
tem objetivos maiores à frente.
2.2. O medo da
própria maldade.
A preferência de
Jacó por José mudou a relação dos seus irmãos com ele. Os dois sonhos que Deus
concedeu a José e este contou aos seus irmãos tornaram a relação odiosa,
ciumenta e perigosa. No seu segundo sonho, Deus está revelando que José
alcançará grande destaque em relação à sua família [Gn 37.9-11].
O problema não
eram as ambições de José. Ele não as tinha. Mas as ambições dos seus irmãos.
Pessoas que possuem uma ambição tóxica veem todo mundo como ameaça. Olham a
todos com desconfiança esperando delas o mal que são capazes de fazer a outros.
José estava experimentando oposição como resultado do ódio por parte dos
próprios irmãos.
O Novo
Comentário Bíblico – Antigo Testamento: “Neste trecho, até mesmo o pai (Jacó)
se sentiu insultado por causa da atitude de José. Ele podia ter contado a
respeito de seu sonho com mais cuidado. Resultado: Seus irmãos, pois, o
invejavam, seu pai, porém, guardava este negócio no seu coração. Apesar de a
princípio ter interpretado as palavras de seu filho como uma afronta, Jacó
considerou que os sonhos de José eram um claro anuncio de Deus (compare com
Lucas 2.19).”
2.3. A imprudência
de demonstrar preferência entre os filhos.
Jacó não consegue
perceber como sua predileção explícita está pondo em risco a vida do seu
preferido. Não percebe o ódio dos irmãos contra José e, por isso, o envia, sem
saber, a uma emboscada que pode lhe custar a vida [Gn 37.12-14].
Se Jacó tivesse
neste caso a sensibilidade necessária, saberia que as coisas não estavam nada
bem na sua família. A aparente harmonia externa não significa que tudo está
bem. Todas as guerras exteriores começam no interior do coração [Tg 4.1-2]. E
os homens se tornaram muito bons em esconder o que sentem e como são por
dentro. Tanto que às vezes conseguem enganar até a si mesmos.
Comentário
Bíblico Champlin: “Sendo menos amados, eles odiavam. O amor é o poder maior, na
terra ou no céu. Ser alguém menos amado pode levá-lo ao ódio e a atos de
destruição. Jacó via Raquel em José. Ademais, desde a infância, sem dúvida,
José era dotado de um caráter espiritual e moral superior. E isso fez Jacó ver
nele o que ele mesmo gostaria de ser, mas que não era. E assim, fixou-se em
José; e seus meios-irmãos tinham plena consciência do fato. E assim, todo sinal
de favoritismo paterno só servia para aumentar mais ainda o ódio deles.”
EU ENSINEI QUE:
Os sonhos de José não eram ambições, aspirações e
planos pessoais. Eram planos de Deus que Ele resolveu revelar àquele menino.
3. PRESERVADO PELA MISERICÓRDIA
O coração humano é
um abismo escuro de pecado capaz de esconder as maiores podridões da alma
caída. Quando nasce algum sinal de piedade, podemos ter certeza de que Deus
está por trás disso.
3.1. Homicídio
premeditado.
José não precisou
fazer nenhum tipo de provocação, de atitude aversiva ou atos que prejudicassem
os seus irmãos. A inveja e o ódio dos seus irmãos já tornavam sua presença com
vida insuportável [Gn 37.18]. Os sonhos de José, e não mais a predileção de
Jacó, eram o foco de revolta agora [Gn 37.19]. O compartilhamento de tais
piorou ainda mais a relação. Talvez chegassem a acreditar que, misticamente,
matando o sonhador, matariam seu sonho. Ou seja, estava eliminando qualquer
chance deste sonho maluco acontecer. Mas é mais provável que estavam
simplesmente cegos pela inveja. Em seus corações José já estava morto. Então
criam um plano [Gn 37.20].
A
inveja é um sentimento deprimente no coração humano, pois é o ódio pelo que é
bom no outro ou que é bom para o outro. Ou seja, não apenas o mal no outro que
provoca o mal na gente. O bem alheio vivido também incomoda o coração invejoso.
O mesmo tipo de pecado nasceu no coração de Caim quando Abel, seu irmão, só fez
o bem e o correto. Não conseguir fazer o certo com a mesma qualidade faz do
outro um motivo de desprezo. Se a inveja não for morta no coração do invejoso,
ele provavelmente vai desejar matar seu objeto de inveja.
3.2. A
misericórdia salvadora.
Mesmo que a inveja
pudesse também estar no coração de Rúben, ele não estava disposto a levar isso
ao ponto de matar o próprio irmão [Gn 37.21]. Sua atitude de misericórdia
preservou a vida de José. Rúben sabe que, com Jacó, José estaria seguro [Gn
37.22]. Mas o que vemos neste parêntese não é simplesmente a misericórdia de
Rúben, irmão de José, mas de Deus em proteger-lhe a vida. Caso Deus deixasse o
corrupto coração humano seguir seu plano, de fato, as intenções malignas se concretizariam
em ações de destruição. Portanto, ainda que Deus não vá livrá-lo de sofrimentos
por causa do que planeja para José, está decidido a preservar sua vida. A fala
limitadora de Rúben nos faz lembrar de Deus falando a Satanás sobre Jó [Jó
1.12]. Sermos escolhidos para os propósitos de Deus não significa que não
sofreremos. Mas os limites do nosso sofrimento são sempre determinados por
Deus.
O Novo
Comentário Bíblico – Antigo Testamento: “Não derrameis sangue. Rúben quis poupar
a vida de José. Então, convenceu seus irmãos a jogar José em um poço. Em um
poço sem água, José só conseguiria sobreviver alguns dias. Contudo, Rúben
planejava resgatá-lo na hora certa. O primogênito de Jacó foi provavelmente
motivado pelo amor ao seu pai e pelo desejo de facilitar o relacionamento
estremecido com este por causa de seu abuso com Bila [Gn 35.22; 49.4]. Depois
que Rúben convenceu seus irmãos a não matarem José, ele partiu (v. 29).”
3.3. Um pai em
luto.
Ao invés de matar
José, o lançam numa cova, e, por sugestão de Judá, o vendem a mercadores de
Midiã que iam para o Egito [Gn 37.23-28]. Mas eles ainda precisariam responder
a Jacó que fim teve José. Eles não estão, porém, preocupados em magoar Jacó,
seu pai. Estão preocupados em não levar a culpa. A inveja e o ódio eram mais
poderosos do que o amor por seus pais. Mas embora José esteja vivo, Jacó sofre
seu luto de forma inconsolada [Gn 37.31-36]. Uma túnica ensopada de sangue foi
o objeto dilacerador do coração de Jacó. Como a imaginação é poderosa. Quantas
coisas horríveis Jacó pensou sobre como poderia ter sofrido seu predileto.
Porém, Deus está conduzindo Seu plano na mais perfeita ordem e o que agora é
luto, se transformará em júbilo e gratidão.
Comentário
Bíblico Champlin: “O coração do pai se partiu, e assim, em ato reflexo, Jacó
rasgou suas vestes. A túnica preciosa, seu presente especial, tornou-se
mensageira de agonia. Somos levados a relembrar a túnica inconsútil de Jesus,
que se tomou objeto de um jogo, para se saber com qual soldado romano ela
ficaria (Jo 19.23-24). Ambas as vestes se tornaram emblemas de tristeza e de
aparente derrota. ‘Assim como a túnica estava rasgada, assim também deve estar
despedaçado o corpo de José, meu filho amado! E assim pensando, Jacó rasgou
suas vestes’ (Adam Clarke, in loc.).”
EU ENSINEI QUE:
A maldade humana não é um acidente nem um deslize
humano. É o coração caído seguindo seu curso natural. Somente pela misericórdia
de Deus, este curso natural maligno é sempre interrompido pela graça.
CONCLUSÃO
O estudo sobre a
vida de José atesta a relevância de atentarmos para ações que devemos adotar
visando construir um ambiente familiar saudável; a necessidade de perseverarmos
no cultivo dos valores bíblicos mesmo num ambiente adverso; e a confiança de
que Deus é poderoso para levar adiante o Seu perfeito e maravilhoso plano.
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