Escola Dominical, Classe: Adolescentes – 3°
trimestre de 2023 – CPAD
Título: Grandes Cartas para Nós
Revista: do Professor
Comentarista: Rafael Luz
LEITURA
BÍBLICA
1
João 2.14-17
A
MENSAGEM
Eu
escrevo essas coisas a vocês que creem no Filho de Deus, para que vocês saibam
que têm a vida eterna. 1 João 5.13
Devocional
Segunda
» Mc 12.29-34
Terça »
Mt 24.23,24
Quarta »
1 Jo 2.1,2
Quinta »
2 Ts 2.3,4
Sexta »
Tg 4.4-7
Sábado »
1 Jo 5.21
Objetivos
MOSTRAR uma visão panorâmica da Primeira Carta
do apóstolo João;
APRESENTAR as mentiras dos falsos ensinadores;
INCENTIVAR os adolescentes a amarem a Deus.
Ei
Professor!
O autor desta carta era bem íntimo de Jesus (Jo 21.20). Ele
esteve com o Mestre em momentos especiais como no monte da transfiguração (Mt
17.1-13), na casa de Jairo (Lc 8.51), no Jardim do Getsêmani (Mc 14.32,33), no
julgamento e na crucificação (Jo 18.15,16; 19.26,27). Ele viu o túmulo vazio
(Jo 20.1-8), o Cristo ressuscitado (Jo 20.19-28; 21.1-24) e, quando Jesus subiu
aos céus, estava com os demais discípulos testemunhando também esse fato (At
1.9-11). Ele escreveu também o quarto evangelho. Em ambos os livros, há uma
ênfase em temas como amor, luz, verdade, testemunho e filiação, bem como o uso
de contraste entre luz e trevas, verdade e mentira, amor e ódio, vida e morte.
Ponto de
Partida
Prezado professor, no momento da preparação da aula é importante
que você selecione um recurso didático (quadro, apresentação em PowerPoint,
grupos de debates, dramatização, dinâmicas etc.) para estimular o interesse,
desenvolver a criatividade e prender a atenção dos seus alunos no conteúdo
abordado. Pensando nisso, sugerimos uma pesquisa na internet em busca de
dinâmicas que tratem do assunto estudado no tópico 3: Não amem o mundo, amem a
Deus. Faça algo simples, porém objetivo e impactante, a fim de que eles
extraiam uma lição importante, aplicando-a às suas vidas. Boa aula!
Vamos
Descobrir
Você já
divulgou ou recebeu uma informação e depois ficou sabendo que era notícia
falsa? Que tipo de sentimento essa notícia gerou em você? Indignação ou
indiferença? Preocupação ou decepção? Na aula de hoje veremos que o apóstolo
João ficou indignado ao tomar ciência de que uma informação falsa sobre Jesus
estava sendo propagada na Ásia. Ele ficou tão preocupado com as consequências
de tal mentira que escolheu combater o falso ensino dos hereges através de uma
carta.
Hora de Aprender
I
- ABRINDO A CARTA
1. Você
sabe quem escreveu essa Carta?
A Carta,
a princípio, é anônima. Isto porque seu autor escolheu não se identificar
diretamente. Ele fez isso, possivelmente, por ser muito conhecido entre os
leitores. Embora não assine a carta, o autor afirma ser um dos que se
relacionavam com Jesus (1 Jo 1.5). Com base em evidências externas e internas e
tradição da igreja, o autor da epístola é João, o filho de Zebedeu e Salomé (Mt
27.56; Mc 15.40), o qual, após a morte de João Batista, seu mestre, foi chamado
por Jesus para deixar as redes e se tomar seu discípulo (Mc 1.19,20). Ele é o
mesmo autor do quarto evangelho, das outras duas cartas subsequentes e do
Apocalipse.
2. Para
quem a Carta foi escrita?
Não há
um destinatário específico. Entretanto, considerando que os últimos anos de
vida do apóstolo João foram vividos na cidade de Éfeso, é provável que seu
público alvo fossem os cristãos da Ásia Menor. Sua proximidade com esses irmãos
era tão grande que se dirigia a eles com expressões afetuosas como “meus filhinhos”
(1 Jo 2.1,12,14; 3.7,18; 4.4; 5.21). Sabemos que os leitores da carta eram
crentes de todas as idades que precisavam ser confirmados no amor, na vida e na
verdade.
3. Afinal
de contas, por que a Carta foi escrita?
Escrita
possivelmente da cidade de Éfeso, entre os anos 85 e 90, antes do exílio do
apóstolo na ilha de Patmos, a Carta tinha pelo menos dois propósitos
fundamentais:
• Fortalecer
os verdadeiros cristãos,
conduzindo-os a uma compreensão mais profunda da fé e a uma confiança naquilo
que eles já possuíam (1 Jo 1.3; 5.13);
•
Combater os ensinos equivocados
dos falsos mestres infiltrados na igreja (1 Jo 2.18,19; 4.1). Assim, podemos
perceber que seu propósito era, ao mesmo tempo, teórico e prático. Por essa
razão, os ensinamentos e exortações contidos nessa carta são tão oportunos e
necessários para nós hoje.
I - AUXÍLIO TEOLÓGICO
A importância permanente desta epístola é o fato de que ela nos retrata,
idealmente, a comunidade de crentes como uma unidade de vida na comunhão com
Cristo, mediada pela palavra dos apóstolos, que é a Palavra da vida, Ela
descreve essa comunidade como a esfera de vida e luz, de santidade e de
justiça, do amor a Deus e aos irmãos; e como a absoluta antítese para o mundo,
com as suas trevas e morte, a sua contaminação e as suas injustiças, o seu ódio
e as suas mentiras. Todos os que são introduzidos em tal esfera devem,
necessariamente, ser santos e justos, cheios de amor, e devem evitar o mundo e
as suas luxúrias e desejos. Eles devem provar os espíritos, para saber se são
de Deus, e evitar qualquer erro anticristão. Assim, a epístola descreve para a
igreja de todas as gerações a natureza e os critérios da comunhão celestial, e
adverte os crentes para que se conservem incontaminados pelo mundo” (BERKHOF,
Louis. Introdução ao Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p. 279-280).
II - EM
DEFESA DE CRISTO
A pessoa
e a obra de Jesus Cristo, desde os tempos do Novo Testamento até os dias
atuais, têm sido alvo de muitas incompreensões e mentiras. Há fortes indícios
de que as congregações a quem João se dirige estavam sendo atacadas por um
falso ensinamento, que negava a humanidade de Jesus.
Tal ideia, provavelmente,
derivava de uma escola de pensamento que os estudiosos identificam como
“gnosticismo”. Esse termo é derivado da palavra grega gnosis, cujo
significado é “conhecimento”.
Os
gnósticos ensinavam uma espécie de salvação através do conhecimento místico e
superior. Jesus e sua obra não eram suficientes para eles, pois acreditavam que
era preciso algo mais. Os seus falsos ensinamentos se baseavam na premissa de
que a matéria era essencialmente má e que somente o espírito era bom — ideia
que não corresponde à verdade bíblica.
Os
gnósticos consideravam que se a matéria era má, então, o Filho de Deus não
poderia ter assumido um corpo humano de verdade. Assim, para eles, Jesus era
apenas um espírito com aparência de ser humano. Razão pela qual, João os chama
de inimigos de Cristo (1 Jo 2.18). O apóstolo combate tais heresias de forma
veemente (1 Jo 2.22,23; 4.2,3). Assim como nós devemos fazer hoje, tendo
cuidado, por exemplo, ao ouvir “pregações de redes sociais”, pois muitos
influenciadores digitais são “simpatizantes” de Jesus e não servos verdadeiros.
Semelhantes
aos hereges que João combateu, eles costumam destacar apenas um aspecto da vida
de Jesus ou apenas uma parte do Evangelho. Para eles, Jesus é um ser iluminado,
um exemplo a ser seguido, um mestre acima da média, um espírito evoluído etc.
Mas nunca se esqueça de que para nós, Jesus é verdadeiramente homem e
verdadeiramente Deus. Ele é o único Salvador, o verdadeiro Deus, Senhor dos
senhores.
II - AUXÍLIO DEVOCIONAL
“Para saber se um profeta tem o Espírito de Deus, isto é, se a
sua mensagem é a verdade de Deus, nós precisamos descobrir se ele confessa que
Jesus Cristo veio em carne. Um verdadeiro ensinador de Deus crê que Jesus de
Nazaré, conforme revelado nos Evangelhos, é o Messias de Deus, a única e
exclusiva encarnação de Deus. Um verdadeiro ensinador ou pregador deve também
ensinar que Jesus tornou-se um homem com um corpo humano. Deus, o Filho, era
plenamente Deus e plenamente homem. Hoje, ele tem um corpo imortal e
incorruptível. Um ensinador ou pregador que negue a humanidade completa e
verdadeira de Jesus estará provando que não é um servo de Deus […]. Nesse
contexto, recusar-se a confessar a Jesus significa negar a verdadeira pessoa de
Jesus que é tanto Deus como homem. Aqueles que fazem isso não são de Deus.
Portanto, existe somente uma outra fonte: o espírito que opera nos falsos
profetas é o espírito do anticristo (1 Jo 2.18), o espírito do erro (4.6).”
(Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal Vol. 2. Rio de Janeiro:
CPAD, 2010, p. 783)
III - NÃO
AMEM O MUNDO, AMEM A DEUS
João faz
uma advertência aos seus leitores: “não amem o mundo, nem as coisas que há
nele” (1 Jo 2.15). Que mundo é esse que o apóstolo diz que não devemos amar?
Certamente não é o mundo criado por Deus, no qual habitamos (Sl 24.1,2; At
17.24); muito menos a humanidade, que devemos amar e evangelizar (Jo 3.16; Mc
16.15).
O mundo aqui referido é o sistema maligno e pecaminoso, sob a regência
de Satanás (2 Co 4.4; 1 Jo 5.19), que se manifesta em valores, ideologias e
comportamentos opostos à vontade de Deus; um modelo de vida marcado por um
sistema moralmente corrupto que apoia o aborto, as drogas, as múltiplas formas
de violência, a discriminação, a ganância, o uso irresponsável dos recursos
naturais, a mentira e o prazer a qualquer custo (1 Jo 3.10). Esse sistema
mundial de oposição à Deus se utiliza de três armadilhas para nos seduzir e
derrubar:
Os maus
desejos da natureza humana: um apelo para a vida e o prazer imediato, sem medir
as consequências. Tais desejos impuros fluem de dentro para fora e se
manifestam em pensamentos, palavras e ações (Mt 15.19,20);
A
vontade de ter o que agrada aos olhos: trata-se do desejo intenso de adquirir
bens materiais, que nasce da crença que a felicidade é encontrada nas coisas
que se pode comprar com o dinheiro. Tal tentação começa a partir da cobiça do
olhar humano (Gn 3.6; Sl 101.3);
O
orgulho pelas coisas da vida: quando confiamos em nosso próprio poder e
recursos e desprezamos a lei de Deus e a sua justiça (Pv 16.18; Lc 12.17-21).
Deus nos livre dessas seduções! Nós, adolescentes cristãos, não podemos nos
esquecer de que embora estejamos no mundo, não somos do mundo (Jo 17.13-16).
Como o
navio está na água, mas a água não está dentro dele, caso contrário ele
afundaria, assim também somos nós, pois vivemos nessa sociedade pecaminosa, mas
o pecado não pode habitar em nosso coração.
As
Escrituras nos ensinam a não sermos amigos do mundo (Tg 4.4) e a não nos
conformarmos com o mundo (Rm 12.2), pois o amor ao mundo compromete o nosso
amor a Deus. Não podemos servir a dois senhores (Mt 6.24). Como cristãos,
devemos viver na luz (1 Jo 1.5-7), amar a Deus (1 Jo 2.5) e a nossos irmãos (1
Jo 2.10), bem como nos afastar do pecado (1 Jo 5.18).
III – AUXÍLIO TEOLÓGICO
“O terceiro uso principal da palavra [MUNDO] é o que envolve a
dimensão ética; e ele não apenas é o uso mais comum como também o mais
significativo nos escritos de João. A ideia aqui é do mundo dos homens em
rebelião contra Deus. Isso é o que poderíamos chamar de ‘o sistema do mundo’.
Ele envolve os valores do mundo, seus prazeres, suas atividades e aspirações.
João diz sobre esse mundo que ele está no maligno (1 Jo 5.19, que rejeitou a
Jesus quando Ele veio (Jo 1.10), que não o conhece (1 Jo 3.1) e,
consequentemente, que não conhece e assim odeia seus seguidores (Jo 15.18-21;
17.14) […]. Quando João diz que os cristãos não devem amar o mundo ou nada que
está no mundo’, não está pensando tanto a respeito do materialismo (coisas, mas
das atitudes que estão por trás do materialismo […]. Na verdade, João está
pensando a respeito da ambição egoísta, do orgulho, do amor pelo sucesso ou o
luxo e de outras características parecidas” (BOICE, Jam es Montgomery. As
epístolas de João. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p. 74).
CONCLUSÃO
Hoje,
vimos que Jesus não é um ser humano qualquer. Ele é o Deus que encarnou como
ser humano para nos salvar. Qualquer tentativa de reduzi-lo a um aspecto da sua
identidade é uma heresia, que deve ser combatida por nós. Jesus viveu aqui na
Terra sendo plenamente Deus e plenamente homem. Amá-lo, servi-lo, obedecê-lo e
adorá-lo são nossas mais inteligentes e espirituais escolhas.
VAMOS
PRATICAR
1. Quem
é o autor da Carta que estudamos nessa lição? João, discípulo de Jesus e apóstolo.
2. De
onde, possivelmente, João escreveu essa Carta?
Ela
provavelmente foi escrita na cidade de Éfeso.
3. Há
fortes indícios de que as congregações a quem João se dirige estavam sendo
atacadas por um falso ensinamento. O que esse falso ensinamento negava?
O falso
ensinamento negava a humanidade de Jesus.
4. Como
era conhecido o grupo que considerava a matéria má e Jesus apenas um espírito?
Eles
eram chamados de gnósticos.
5. Como
João chamou em sua Carta as pessoas que negavam a humanidade de Jesus?
João os
chama de inimigos de Cristo
Pense
Nisso
Esteja atento às inúmeras informações que você tem recebido, examinando-as
à luz das Escrituras, tal como faziam os crentes de Beréia (Cf. At 17.11).
Afinal, nem tudo o que dizem sobre Jesus e a fé cristã é verdadeiro.
Infelizmente, muitos mentem e difamam por preconceito ou interesses
inescrupulosos. Jamais se esqueça de que o seu coração tem um I dono: o único e
verdadeiro Deus, que entregou seu Filho para morrer na cruz pelos nossos
pecados.