🎓 Classe: JOVENS
✍Revista: Do professor - CPAD
✍Trimestre: 3° de 2023
✍Título: Sejam Firmes -
Ensino Sadio e Caráter Santo nas Cartas Pastorais
✍Comentarista: Silas Queiroz
TEXTO
PRINCIPAL
Conjuro-te,
diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, e dos anjos eleitos, que, sem
prevenção, guardes estas coisas, nada fazendo por parcialidade. (1 Tm 5.21)
RESUMO DA LIÇÃO
O
líder deve ser imparcial, sem se deixar influenciar por quaisquer fatores que o
leve a favoritismos.
LEITURA
SEMANAL
SEGUNDA
-
1 Tm 5.22 Conselho em relação às atitudes
TERÇA
-1 Tm 5.23 Conselho em relação à saúde
QUARTA -1 Tm 1.2 O amor de um pai
na fé
QUINTA
-1
Tm 4.16 Conselho em relação ao cuidado de si mesmo
SEXTA
-1
Tm 6.20 Conselho para guardar a fé
SÁBADO - 2 Tm 2.1 Conselho para se
fortificar na graça
OBJETIVOS
I. COMPREENDER qual
deveria ser o julgamento dos presbíteros;
II. MOSTRAR como deve ser a
designação de líderes;
III. EXPLICAR por que
Paulo aconselha Timóteo a usar um pouco de vinho na água.
INTERAÇÃO
Prezado (a) professor (a), na lição deste domingo vamos concluir o
estudo da Primeira Carta a Timóteo. Veremos a responsabilidade que os pastores
têm na escolha dos presbíteros e a disciplina aplicada a eles.
No decorrer da lição, enfatize que aqueles que exercem juízo não
podem se esquecer de que todos estamos sujeitos ao julgamento do Juiz de toda a
Terra, que a tudo vê. O caráter público da repreensão do presbítero fica
bastante evidente no texto em estudo. Precisamos ter consciência de que o
encobrimento de pecados enfraquece a igreja.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor (a), peça que um aluno ou aluna, leia em voz alta 1
Timóteo 5.21. Em seguida pergunte: “Como o líder deve agir em caso de
disciplina?" Ouça os alunos com atenção. Em seguida explique que “a
liderança da igreja é uma grande responsabilidade. Por mais difícil que pudesse
ser, Timóteo não deveria vacilar em nenhuma das instruções de Paulo (e,
particularmente, nas instruções a respeito da repreensão aos presbíteros).
Qualquer disciplina ou repreensão necessária deveria ser administrada sem
considerar as inclinações pessoais de Timóteo ou seu eventual favoritismo.
Hoje, da mesma maneira, a liderança na igreja deve ser abordada com maturidade,
fidelidade, piedade e ausência de favoritismo. A saúde de um corpo de crentes é
muito mais importante que ter preferência por alguém que não satisfaz os
padrões aqui estabelecidos" (Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação
Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2015, p. 1756).
TEXTO
BÍBLICO
1
Timóteo 5.21-25
1
Conjuro-te diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, e dos anjos eleitos, que
sem prevenção guardes estas coisas, nada fazendo por parcialidade.
22
A ninguém imponhas precipitadamente as mãos, nem participes dos pecados
alheios; conserva-te a ti mesmo puro.
23
Não bebas mais água só, mas usa de um pouco de vinho, por causa do teu estômago
e das tuas frequentes enfermidades.
24
Os pecados de alguns homens são manifestos, precedendo o juízo; e em alguns
manifestam-se depois.
25
Assim mesmo também as boas obras são manifestas, e as que são de outra maneira
não podem ocultar-se.
INTRODUÇÃO
A
lição de hoje conclui o estudo da Primeira Carta de Paulo a Timóteo.
Estudaremos a respeito da responsabilidade pastoral de escolha dos presbíteros
e da disciplina a eles aplicada. O apóstolo volta a advertir ao jovem pastor
acerca da indispensável cautela para a ordenação desses líderes, apontando para
a necessidade de um tempo de observação para conhecer eventuais pecados do
candidato, assim como para ciência inequívoca de suas boas qualificações.
Em
um tempo em que impera a cultura da pressa, fruto da profunda ansiedade que
insiste em afetar a todos nós, é salutar considerar o que a Palavra de Deus nos
ensina. Precisamos ser moderados e esperar, sempre, o tempo de Deus para tudo
(Ec 3.1).
I -
O JULGAMENTO DOS PRESBÍTEROS
1.
Sem prejulgamento ou parcialidade.
Timóteo
tinha a missão de observar a conduta dos presbíteros e fazer o devido juízo,
para honra ou para repreensão. Para isso Paulo o responsabilizou solenemente
(“conjuro-te"), “diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, e dos anjos
eleitos” (1 Tm 5.21).
O
juízo deveria ser exercido “sem prevenção", isto é, sem prejulgamentos ou
motivações subjetivas que o inclinassem previamente a favor ou contra alguém,
Timóteo deveria ser imparcial, sem se deixar influenciar por quaisquer fatores
que o levassem a favoritismos. Paulo o lembra de que estava diante de Deus, o
Juiz de toda a terra, do Senhor Jesus, perante quem todos deveremos comparecer,
e dos anjos de Deus, que participarão do Juízo Final (Gn 18.25; Hb 12.23; Ap
14.14-20).
2.
A honra devida.
No
versículo 17 do capítulo 5 o apóstolo prevê a retribuição especial que os
pastores locais deveriam ter, em conformidade com o trabalho prestado. Os
presbíteros, que governassem bem, deveriam ser “estimados por dignos de
duplicada honra”. Isso incluía a remuneração pelo trabalho, como está explícito
no versículo 18, no qual Paulo usa a figura “do boi que debulha”, citando o
Antigo Testamento (Dt 254), como já havia feito na carta à igreja de Corinto (1
Co 9.9). Também se refere ao ensino de Jesus registrado por Lucas; “[...] digno
é o obreiro de seu salário" (Lc 10.7).
O
reconhecimento deveria ser maior ainda para os presbíteros que trabalhassem “na
palavra e na doutrina”, ou seja, pregando e ensinando as Escrituras. Conforme 1
Timóteo 3.2, todos os presbíteros deveriam ser aptos para ensinar, mas
certamente nem todos o faziam. Por isso, aqueles que se dedicassem ao
ministério da Palavra deveriam ser ainda mais honrados.
O
texto não abona, contudo, que haja um pastor-dirigente que cuide somente de questões
administrativas e não ensine a igreja, pois é a exposição da Palavra o que
realmente identifica a essência da missão pastoral (Hb 13.7).
3.
A repreensão devida.
O
tratamento justo aos presbíteros impunha, ao mesmo tempo, a repreensão para os
que pecassem. A igreja precisa ser um ambiente onde impere a justiça. Não pode
ser um lugar onde acusações levianas tenham espaço. Por isso, Paulo diz a
Timóteo e para conhecimento de todos, que não deveria ser aceita acusação
contra presbítero senão com duas ou três testemunhas.
O
apóstolo apresenta a necessidade de um verdadeiro juízo de admissibilidade,
para evitar que qualquer tipo de acusação sem lastro em provas pudesse pôr em
dúvida a conduta do obreiro e macular a sua reputação. Na verdade, essa exigência
de apresentação mínima de testemunhas é aplicável a todos, desde o Antigo
Testamento (Dt 19.15; Mt 18.15-17). Deveria ser observada também em relação ao
presbítero, certamente porque o próprio exercício do ministério pode suscitar
oposições e calúnias.
4.
O caráter público.
A
repreensão ao presbítero deveria ser feita de forma pública. Não se poderia
“abafar" o caso, ou tratá-lo reservadamente, evitando que se tornasse
público. Pelo contrário!
A
expressão “na presença de todos" não deixa dúvida de que não havia espaço
para acobertamento de pecados.
Acobertar
pecados, sob a alegação de proteger a “imagem" do faltoso, além de não
contribuir para sua verdadeira recuperação espiritual serve para enfraquecer o
temor no corpo eclesiástico, criando um círculo vicioso de pecados e
escândalos. Repreender, na presença de todos, o presbítero que pecasse, levaria
“os outros” a terem temor (1Tm 5.20).
Pela
natureza pública do procedimento, podemos afirmar que a expressão “os
outros" abrangeria a todos da igreja, já que de todos seria dado a
conhecer os fatos e a disciplina aplicada.
SUBSÍDIO 1
Prezado (a) professor (a), explique que ‘uma vez que ninguém é
exposto a tantas reclamações e calunias como o ministro que serve fielmente, os
presbíteros merecem mais do que somente a proteção financeira Merecem a
confiança da congregação a menos que as reclamações sejam substanciadas por
várias testemunhas. Em outras palavras, os ministros devem ser considerados
inocentes até que seja provado o contrário, como ocorre com todas as pessoas (2
Co 13,1; cf. Dt 19.15; Jo 8.17; Hb 10.28). Calvino disse que tal prática é um
remédio necessário contra a malícia dos homens; ninguém está mais sujeito a
calúnia e difamações do que os mestres piedosos'.
No entanto, se as reclamações podem ser substanciadas, os
pecados do presbítero não devem ser ocultados e sim expostos publicamente (v.
20.) Este exemplo público não será apenas uma forte advertência aos demais
presbitério, mas também a toda a congregação.
II
- A DESIGNAÇÃO DE LÍDERES
1.
Sem precipitação.
Vivemos
em uma sociedade na qual tem imperado a cultura da pressa. É a chamada
“sociedade fast food", cheia de ansiedade, estresse e depressão. Você já
deve ter ouvido falar da Síndrome do Pensamento Acelerado (SPA), que alguns
especialistas afirmam estar atingindo mais de 80% da população. Precisamos
tomar muito cuidado para não sermos envolvidos nesse turbilhão de inquietação
mundial.
Em
um aspecto prático da administração eclesiástica, Paulo trata disso com Timóteo
ao falar sobre a designação de líderes para a igreja de Éfeso. O jovem pastor
deveria ser cauteloso e não impor precipitadamente as mãos sobre ninguém (1 Tm
5.22). A ordenação de obreiros precisa ser fruto de um processo rigoroso de observação
de condutas, visando identificar as qualificações previstas no capítulo 3 em
Primeira a Timóteo.
2.
Pecados evidentes.
No
versículo 24, Paulo trata dos pecados evidentes, que podem ser observados com
mais facilidade na vida de um candidato a líder espiritual. Todavia, o apóstolo
adverte a Timóteo de que alguns pecados somente se manifestam ao longo do
tempo, daí a necessidade de espera e análise da conduta.
De
fato, existem pecados que podemos chamar de flagrantes. Outros, contudo,
costumam ficar escondidos, e até disfarçados em comportamentos aparentemente
sadios. Pecados menos patentes, como o orgulho, a soberba e a rebeldia, que
geralmente só se manifestam com o tempo, diante de situações específicas às
quais a pessoa é submetida, também serão julgados pelo Senhor.
3.
Boas obras.
Da
mesma forma que os pecados, também existem boas obras que facilmente são
percebidas. Outras, contudo, que não são feitas em público, somente com 0 tempo
aparecem. Essas, na verdade, costumam ser as mais autênticas. Assim, ao se
impressionar com boas ações logo no começo, Timóteo poderia ser enganado. Como
diz o conhecido adágio: “Nem tudo que reluz é ouro”.
Alguns
exegetas entendem que a expressão “as que são doutra maneira não podem
ocultar-se" (1 Tm 5.25) diz respeito a más obras e não a boas obras.
Assim, o sentido seria: boas obras aparecem facilmente, mas as más obras
costumam ser ocultadas. Por isso, é preciso esperar com paciência, para que os
verdadeiros frutos apareçam, sejam bons, sejam maus (Mt 7.15-23).
SUBSÍDIO 2
Professor (a), explique que “existem pessoas, Paulo assinala,
cujos pecados são imediatamente óbvios, estando diante deles para julgamento -
um outro modo de dizer que até o pastor mais inexperiente e sem discernimento
não tem desculpas por não tê-los notado. Existem outros, porém, cujos pecados
vêm como rastro de cada um deles; isto é, só serão trazidos à luz quando
comparecerem na presença do Juiz que tudo vê. A existência de tais pessoas
sublinha a necessidade de se ter um extremo cuidado ao selecionar os ministros.
III
- UM POUCO DE VINHO
1.
A questão da abstinência.
Paulo
recomenda a Timóteo que não bebesse somente água, mas que usasse “um pouco de
vinho” (1Tm 5.23). Alguns eruditos veem neste versículo certo embaraço para o
entendimento vigente em nossas igrejas, de abstinência total de vinho ou de
quaisquer bebidas alcoólicas. Por outro lado, alguns intérpretes consideram que
a referência do apóstolo seria ao vinho não fermentando ou não embriagante.
A
dificuldade apontada pelos eruditos é apenas aparente, porque o texto é
absolutamente claro quanto ao propósito do uso do vinho, que era medicinal e
não embriagante. Assim, se fermentado ou não, não há, na recomendação de Paulo,
a mínima margem para se interpretar o sancionamento do uso do vinho para fins
embriagantes. O exame da motivação resolve a equação.
2.
Os males do vinho.
São
diversos os textos bíblicos que apontam para os perigos do vinho, razão que bem
fazemos em nos manter longe dele, assim como de qualquer bebida embriagante (Pv
23.29-32; Is 28.7; Ef 5.18). Provérbios 20.1 diz: “O vinho é escarnecedor, e
a bebida forte, alvoroçadora; e todo aquele que neles errar nunca será sábio”.
Como
já afirmamos em lição anterior, não são poucos os exemplos de terríveis
tragédias na vida de pessoas que escolheram relativizar essa recomendação. Em
Jeremias 35.6-19 temos o belíssimo exemplo dos recabitas. Eles se mostraram
zelosos pelo ensino de seu pai Jonadabe, filho de Recabe, abstendo-se
totalmente de vinho e foram honrados por Deus.
3.
As enfermidades de Timóteo.
O
texto bíblico não explicita que enfermidades Timóteo enfrentava. Pela expressão
paulina, acredita-se que ele tinha problemas estomacais, o que se atribui à
baixa qualidade da água. Conforme Donald Stamps, “Timóteo começara a ter
distúrbios gástricos, provavelmente devido ao teor de álcali [metais alcalinos
como o lítio, o sódio e o potássio na água em Éfeso. Paulo, portanto, declara
que ele devia usar um pouco de vinho com aquela água para neutralizar os
efeitos daninhos da alcalinidade." Mas Paulo menciona também “frequentes
enfermidades”, de forma indeterminada.
Talvez
fossem efeitos colaterais, decorrentes do problema estomacal, o que indica que
Timóteo tinha uma certa debilidade em sua saúde. Isso provavelmente
representava um desafio a mais na vida daquele jovem obreiro. Uma razão a mais
para seu mentor espiritual demonstrar preocupação e encorajamento. É
reconfortante quando vemos líderes que se preocupam, de verdade, com a vida de
seus liderados, demonstrando como, no Reino de Deus, se valoriza não apenas o
trabalho do obreiro, mas a pessoa em todos os aspectos. Isso é fruto de
verdadeiro amor e sincera afeição.
CONCLUSÃO
Concluímos
essa lição com essa nota da afetuosidade que havia entre Paulo e Timóteo, um
jovem cooperador que servia ao lado do apóstolo "como filho ao pai” (Fp
2.22). Timóteo havia se entregado à mentoria de Paulo desde os primeiros anos
de sua fé (At 16.1-5). Foi obediente e fiel em todas as missões que recebeu.
Que o Senhor continue levantando Paulos" e “Timóteos ’ para o bem de sua
Igreja.
HORA
DA REVISÃO
1.
Que fatores seriam motivos de duplicada honra aos presbíteros?
Os
presbíteros, que governassem bem e os que trabalhassem “na palavra e na
doutrina".
2.
Por que os presbíteros deveriam ser repreendidos na presença de todos?
Para
que os outros que não haviam pecado tivessem temor. Também para que não
houvesse espaço para acobertamento de pecados.
3.
Por que é preciso ter cautela na ordenação de obreiros?
Porque
a ordenação de obreiros precisa ser fruto de um processo rigoroso de observação
de conduta, visando identificar as qualificações previstas no capítulo 3 em
Timóteo.
4.
Por que Timóteo deveria tomar um pouco de vinho?
Devido
suas frequentes enfermidades e do estômago.