🎓 Classe: JOVENS
✍Revista: Do professor - CPAD
✍Trimestre: 3° de 2023
✍Título: Sejam Firmes -
Ensino Sadio e Caráter Santo nas Cartas Pastorais
✍Comentarista: Silas Queiroz
TEXTO
PRINCIPAL
Todas
as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me
são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma." (1 Co 6.12)
RESUMO DA LIÇÃO
A
Igreja tem um relevante papel como coluna e firmeza da verdade; e trata do
mistério da piedade, que é a sublime revelação de Cristo.
LEITURA
SEMANAL
SEGUNDA
- l Tm 1.3 Cuidando da doutrina
TERÇA
-1 Tm 1.5 O amor fraterno
QUARTA
-1 Tm 1.18 Militando a boa milícia
SÁBADO
-1 Co 6.20 Glorificando a Deus com o nosso corpo
QUINTA
-1 Co 6.1-11 O litígio entre os irmãos
SEXTA
- Hb 12.23 A "universal assembleia e igreja dos primogênitos"
SÁBADO
-1 Co 6.20 Glorificando a Deus com o nosso corpo
OBJETIVOS
I.
COMPREENDER o propósito de Paulo ao escrever a
Timóteo;
II.
CONSCIENTIZAR de como convém andar na Igreja do Deus
vivo;
III.
SABER a respeito do ministério da piedade.
INTERAÇÃO
Prezado (a) professor (a), na lição deste domingo estudaremos os
três últimos versículos do capítulo 3 da Primeira Carta de Paulo a Timóteo.
Você verá que é um trecho pequeno, entretanto com um riquíssimo conteúdo. Paulo
expressa o seu desejo de rever a Timóteo e fala do relevante papel da Igreja
como coluna e firmeza da verdade. Veremos que o apóstolo trata de um tema muito
relevante para a Igreja do Deus vivo: o mistério da piedade, que é a sublime
revelação de Cristo, o Filho de Deus encarnado, ressurreto e glorificado.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor (a), peça a um aluno(a) que leia 1 Timóteo 314.15 para
toda a turma. Depois pergunte: "Qual a importância destes versículos
finais do capítulo?” Ouça os alunos com atenção e incentive a participação de
todos. Depois explique que o versículo 15 “é um versículo significativo na carta,
pois ele exprime a razão de Paulo para escrever e provê uma descrição tríplice
da identidade e missão da igreja. Casa se refere à igreja como família de Deus,
com referência à administração da família.
A expressão ‘igreja do Deus vivo' salienta a igreja como
assembleia em que Deus mais claramente revela a sua presença. A igreja como a
coluna e firmeza da verdade' significa que Deus confiou a igreja a tarefa de
promover e proteger o evangelho (Bíblia de Estudo Holman. Rio de Janeiro: CPAD,
2018, p. 1943).
TEXTO
BÍBLICO
1Timóteo 3.14-16
14
Escrevo-te estas coisas, esperando ir ver-te bem depressa.
15
Mas, se tardar, para que saibas como convém andar na casa de Deus, que é a
igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade.
16
E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Aquele que se manifestou
em carne foi justificado em espirito, visto dos anjos, pregado aos gentios,
crido no mundo e recebido acima, na glória.
INTRODUÇÃO
Na
lição deste domingo, estudaremos os três últimos versículos do capítulo 3 da
Primeira Carta de Paulo a Timóteo. Apesar de ser um trecho pequeno, tem
riquíssimo conteúdo. Nele Paulo expressa o seu desejo de rever Timóteo,
possivelmente na própria Éfeso: fala do relevante papel da Igreja como coluna e
firmeza da verdade; e trata do mistério da piedade, que é a sublime revelação
de Cristo, o Filho de Deus encarnado, ressurreto e glorificado.
Refletiremos
a respeito do conteúdo da verdadeira mensagem cristocêntrica e os perigos de um
evangelho político ou moral, denominado evangelho social. São faces diferentes
de um mesmo problema. Manter a essencialidade bíblica da pregação é um grande
desafio para a Igreja em todos os tempos.
I -
O PROPÓSITO DE PAULO
1.
Uma palavra pessoal.
Com
a expressão “escrevo-te estas coisas", Paulo volta a dar um tom bem
pessoal ao seu texto, principalmente ao dizer que esperava ir ao encontro de
Timóteo “bem depressa” (1 Tm 3.14). Isso mostra que Paulo pretendia retornar da
Macedônia (Europa) para a Ásia Menor (atual Turquia) a fim de reencontrar seu
amigo e fiel cooperador.
Como
já estudamos, Paulo escreveu sua Primeira Carta a Timóteo durante a viagem que
fez depois de seu primeiro aprisionamento em Roma, quando visitou Creta (onde
deixou Tito - Tt 1.5) e algumas cidades da Ásia Menor, como Mileto (2 Tm 4.20),
e possivelmente a própria Éfeso. De Mileto, seguiu para Trôade, rumo à Macedônia
(Filipos, Tessalônica e Bereia), região de onde escreveu a Primeira Carta a
Timóteo (1Tm 1.3).
2.
Mudança de planos.
No
versículo 13 do capítulo 4 Paulo também expressa seu desejo de encontrar-se
novamente com Timóteo. Mas não há nenhuma evidência de que tenha havido seu
retorno para a Ásia Menor. Escrevendo a Tito algum tempo depois, o apóstolo
informa que pretendia passar 0 inverno em Nilópolis (Tt 3.12), na costa
ocidental da Grécia, ainda mais distante de Éfeso.
O
mais provável é que, saindo da Ásia Menor pela cidade de Troâde (2 Tm 4.13).
Paulo tenha visitado a Macedônia, descido a Corinto, na Acaia, e, de lá, seguido
para Nicópolis, onde provavelmente foi preso e levado à Roma.
Assim
como qualquer um de nós, Paulo também fazia planos, mas ele havia entregado a
sua vida totalmente à direção de Deus, o que incluiu sofrimentos e o próprio
martírio (At 9.6,15,16; 20.22-24). Fazer a vontade de Deus é sempre o melhor
(Sl 18.30-34).
3.
“Mas, se tardar".
Ao
mesmo tempo em que esperava logo rever Timóteo, Paulo cogitava que sua viagem
pudesse demorar. Assim, enviou por carta suas instruções. O apóstolo se mostrou
precavido e diligente, fazendo o melhor uso possível do principal meio de
comunicação da época. Timóteo ficou devidamente suprido de orientações
pastorais complementares àquelas que havia recebido pessoalmente (1 Tmi.3).
Quando
usados sabiamente, os meios de comunicação são uma bênção. Eles podem nos
edificar individualmente e a toda a igreja.
SUBSÍDIO 1
Prezado (a) professor(a), explique que “a carta passa agora da
primeira para a segunda seção principal (1 Tm 3.14-16). No ponto de transição,
o apóstolo reitera sua declaração quanto ao propósito. Iniciou a carta com uma
ordem a Timóteo para que ficasse em Éfeso com a finalidade de fazer oposição
aos falsos mestres (1.3), então deu-lhes conselhos específicos relativos ao
estabelecimento da igreja (2.1—3.13). Agora repete seu propósito, marcando-o
com um hino cristão da época.
Paulo antecipa um encontro com Timóteo em um futuro próximo, porém
caso haja algum atraso, lhe dá de antemão conselhos específicos para sua
liderança na igreja. Timóteo tem a mesma responsabilidade dos bispos e dos
diáconos, que devem governar bem sua própria casa e a de Deus (3.4,12).
II
- À IGREJA DO DEUS VIVO
1.
“Como convém andar”.
A
construção gramatical utilizada por Paulo nos permite entender que o ensino não
era somente para Timóteo, mas para todos os crentes de Éfeso e, via de
consequência, para os cristãos de todos os tempos, pois visava a “igreja do
Deus vivo”.
São
instruções quanto ao comportamento de todos que são chamados para pertencer à
família de Deus na Nova Aliança.
2.
Casa de Deus.
O
sentido aqui não é físico. Paulo não está referindo-se ao templo como um
edifício, mas ao corpo místico de Cristo, a Igreja, formada pela reunião de
todos os santos, os quais são templo do Espírito Santo, habitação permanente de
Deus (1 Co 3.16; 6.19: 2 Co 6.16). É a “universal assembleia e igreja dos
primogênitos, que estão inscritos no céu” (Hb 12.23).
Jesus
anunciou aos discípulos a edificação de sua Igreja (Mt 16.18), usando um termo
grego bem conhecido na época: ekkleisa formado de ek, “para fora
de", e klesis, “chamado”. De acordo com a Bíblia de Estudo Pentecostal,
tem o sentido literal de “reunião de um povo, por convocação".
É
para esse povo, portanto, que são dirigidas as instruções paulinas. Onde quer
que nos reunamos, precisamos nos comportar de acordo com a Palavra de Deus.
3.
O Deus vivo.
A
expressão “igreja do Deus vivo” contrasta com os inúmeros templos dos deuses
pagãos da época, ídolos mortos que não podiam esboçar nenhuma reação ao culto
que recebiam. Ali mesmo, em Éfeso, muitos haviam se convertido a Cristo,
abandonando os seus ídolos, o que causou grande alvoroço na cidade (At
19.1-20).
Hoje,
igualmente, precisamos ter fé e convicção de que estamos servindo a um Deus
vivo. Não podemos perder a poderosa presença de Deus em nossa vida, individual
e coletivamente. Precisamos orar fervorosamente (At 4.31) e dedicar tempo nos
exercitando em piedade ou devoção, o que inclui a prática de disciplinas
espirituais que nos levem a conhecer e amar cada vez mais a Deus (1Tm 4.7,8).
SUBSÍDIO 2
Professor
(a), explique que "é aconselhável que a congregação saiba como se
comportar, pois, a igreja é o povo de Deus, 'a coluna e firmeza da verdade’. A
confiança sagrada da igreja é verdadeira; se a verdade for comprometida, a
própria igreja estará em risco. Os falsos mestres, por exemplo, já abandonaram
a verdade (cf. 6.5; 2 Tm 2.18; 3.8;4.4). É crucial que Timóteo não somente
silencie os falsos mestres (1 Tm 1,3-11), mas também coloque a igreja novamente
sobre o seu correto alicerce.
III
- O MISTÉRIO DA PIEDADE
1.
Coluna da verdade.
Mais
que um sentido geral, verdade aqui tem um sentido fundamental e específico, que
é o “mistério da piedade". Esse “mistério" ou razão de nossa devoção
é Cristo, a Palavra encarnada, em torno de quem estão escondidos os tesouros da
sabedoria e do conhecimento (Cl 2.2,3). Para proclamar essa verdade, os líderes
de Éfeso precisariam ter uma firme estrutura moral e espiritual, por isso as
qualificações apresentadas por Paulo eram fundamentais, 0 enfraquecimento da
liderança compromete a mensagem.
Há
um risco enorme de se tentar reduzir o evangelho a uma pregação de moral
pública, enquanto as qualificações individuais vão sendo desprezadas. Em
“tempos trabalhosos” (2 Tm 3.1), não são poucos os que estão reduzindo o “evangelho"
à defesa de pautas públicas. Uma pregação aparentemente espiritual, mas bem
afastada da mensagem cristocêntrica.
2.
Verdade libertadora.
A
única mensagem libertadora é o evangelho bíblico completo, que expõe o
“mistério da piedade”: encarnação, morte, ressurreição e glorificação de
Cristo, e seu poder regenerador, justificador e redentivo eterno. Esta mensagem
(e somente ela!) tem o poder de libertar o homem e dar-lhe força interior para
vencer suas próprias inclinações pecaminosas, afastando-o de toda a imoralidade
e mundanismo (1 Co 2.1-5).
Uma
pregação moral, portanto, é como atacar as consequências de um problema,
deixando inatingível a causa. Isso é o que tem sido feito com parte da pregação
evangélica, fazendo dela um discurso político, na vã esperança de transformação
da sociedade.
O
problema da humanidade, afinal de contas, não é primariamente coletivo, mas
individual. Não existe libertação da sociedade se os indivíduos permanecem
presos em seus delitos e pecados (Ef 2.1-5). Homens imorais jamais construirão
uma sociedade moralmente sadia.
O
verdadeiro evangelho, portanto, apresenta a Cristo, o Homem perfeito, único que
tem o poder de libertar, perdoando os pecados e produzindo uma profunda
transformação do caráter. É a obra da regeneração, pela qual se inicia um
processo progressivo e permanente, que é o crescimento em santificação (Hb
12.14). Somente a graça de Deus nos faz alcançar virtudes espirituais como o
domínio próprio, fruto do Espírito (Ef 5.22).
3.
O conteúdo da mensagem.
Igrejas
da Europa e dos Estados Unidos da América vivem trágicos resultados de um
processo de declínio da pregação. Isso, infelizmente, se projeta no Brasil, com
as facetas próprias de um país tropical e continental, altamente eclético no
campo evangélico. Há também um movimento de psicologização, pela inserção de
conteúdos motivacionais e de autoajuda, como a Teologia do Coaching.
No
campo pentecostal, há movimentos sem solidez bíblica e doutrinária. Por isso,
rapidamente caem em descrédito, gerando frieza, incredulidade e apostasia (Mt
7.21-23; 18.6).
Como
“coluna e firmeza" da verdade, a igreja deve sustentar a proclamação do
“mistério da piedade", que Paulo expressou através do trecho de um hino
bem conhecido dos crentes primitivos: “Aquele que se manifestou em carne foi
justificado em espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo e
recebido acima, na glória" (1Tm 3.16). Em poucas palavras, uma profunda
mensagem cristológica. Apresenta a Cristo, o Filho de Deus que se fez carne,
morreu e ressuscitou como prova de sua vitória sobre o pecado, a morte e o
inferno (Jo 1.14; Cl 2.12-15; Ap 1.18). Sua vida e ressurreição, assim como sua
ascensão aos céus foi testemunhada pelos anjos (Lc 2.10; At 1.9-11). Seu nome
tem sido pregado aos gentios, e crido por incontáveis pessoas em todas as
épocas e lugares, as quais esperam vê-lo glorificado (1 Jo 3.2,3).
4.
Buscando o equilíbrio.
Ao
tratar da centralidade do Evangelho, que é Cristo, não podemos imaginar que não
devemos estudar muitos outros importantes temas da vida cristã, também contidos
nas Escrituras. O ensino de Paulo visa ensinar “como convém andar" e isso
deve ser feito com equilíbrio.
O
segredo do equilíbrio é ter Cristo sempre no centro de todas as coisas,
interpretando e aplicando os ensinos relativos a todas as áreas da vida. Nosso
foco central deve ser a glorificação de nosso Senhor e Salvador: “Porque dele,
e por ele, e para ele são todas as coisas: glória, pois, a ele eternamente.
Amém!” (Rm 11.36).
SUBSÍDIO 3
"Paulo mescla suas metáforas da igreja como família ('Casa de
Deus’) com a igreja como templo (cf. 'coluna e firmeza'). O grego tem duas
palavras para 'templo'. Heron é todo o complexo do templo, o lugar onde as
pessoas se congregam para a adoração; nãos é o santuário interior (por exemplo,
o Lugar Santíssimo), o lugar onde Deus habita.
Os templos gregos pagãos eram frequentemente pequenos santuários,
compostos por uma fundação e algumas colunas para alojar um ídolo. A imagem que
Paulo mostra da igreja como mãos de Deus não consiste em que Ele se uma
conosco, a congregação, no lugar onde nos reunimos para adoração; mas que a
Igreja (o corpo de crentes) é o próprio santuário no qual Deus tem prazer em
habitar (1 Co 3.16,17; 2 Co 6.16; Ef 2.21).
Com estas duas imagens, da família e do templo, Paulo expressa os
dois pontos mais urgentes desta carta: sua preocupação com o comportamento
apropriado e face a face com os falsos mestres, e a igreja como o povo a quem
foi confiado o trabalho de sustentar e proclamar a verdade do Evangelho."
PROFESSOR (A),
"no pequeno hino apresentado em 1 Timóteo
3.16, Paulo afirma a humanidade e a divindade de Cristo. Assim sendo, ele
revela o âmago do evangelho, 'grande é o ministério da piedade (ou da nossa fé)
(o segredo de como nos tornamos tementes e obedientes ao Senhor). ... se
manifestou na carne' - Jesus era um homem; sua encarnação é a base de nosso
correto relacionamento com Deus" (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio
de Janeiro: CPAD, p. 1704).
CONCLUSÃO
Em
tempos tão trabalhosos, com tantos fundamentos destruídos, é imperativo que,
como Igreja, cumpramos nosso papel de defesa e proclamação da verdade, que é
Cristo e seu Evangelho pleno. Para essa importante missão, precisamos manter um
comportamento apropriado, cumprindo fielmente a Palavra de Deus. Isso não é possível
com as nossas próprias forças, mas a graça de Deus nos capacita.
HORA
DA REVISÃO
1
Qual o significado da expressão “casa de Deus" no texto estudado?
Significa
o corpo místico de Cristo, a Igreja, formada pela reunião de todos os santos,
2.
Que mensagem extraímos da expressão ‘‘igreja do Deus vivo"?
Que
hoje precisamos ter fé e convicção de que estamos servindo a um Deus vivo, Não
podemos perder a poderosa presença de Deus em nossa vida, individual e coletivamente.
3.
O que é o “mistério da piedade" referido por Paulo?
Esse
“ministério” ou razão da nossa devoção é Cristo, a Palavra encarnada, em torno
de quem estão escondidos os tesouros da sabedoria e do conhecimento.
4.
Que sinais temos do declínio da pregação?
Uma
pregação aparentemente espiritual, mas bem afastada da mensagem Cristocêntrica.
5.
Quem é a centralidade do Evangelho?
Jesus
Cristo.