🎓 Classe: JOVENS
✍Revista: Do professor - CPAD
✍Trimestre: 3° de 2023
✍Título: Sejam Firmes -
Ensino Sadio e Caráter Santo nas Cartas Pastorais
✍Comentarista: Silas Queiroz
TEXTO
PRINCIPAL
"Da
mesma sorte os diáconos sejam honestos, não de língua dobre, não dados a muito
vinho, não cobiçosos de torpe ganância." (1 Tm 3.8)
RESUMO DA LIÇÃO
Servir
a Deus é um privilégio e uma responsabilidade.
LEITURA
SEMANAL
SEGUNDA
- At 6.1 A instituição dos diáconos
TERÇA
-
At 6.1-7 Os primeiros diáconos
QUARTA
- Fp 1.1 Bispos e diáconos em Filipos
QUINTA
- At 6.3 Qualidades espirituais dos diáconos
Servir
a Deus é um privilégio e uma responsabilidade.
SEXTA
-1 Tm 6.10 Vigilantes em relação ao dinheiro
SÁBADO
- At 6.3,5.8 Qualificações morais
OBJETIVOS
I. MOSTRAR o perfil do ministério
diaconal;
II. COMPREENDER as qualificações
morais dos diáconos;
III. DISCUTIR a atuação das mulheres no
diaconato.
INTERAÇÃO
Prezado (a) professor (a), na lição deste domingo vamos estudar
a respeito do serviço dos diáconos. Desde Jerusalém ficou evidente a
necessidade de dois ministérios na igreja: o primeiro, de direção pela palavra:
o segundo, de auxílio nas questões materiais. Veremos que o ministério diaconal
é, também, de elevada importância e de natureza espiritual, daí a necessidade
de qualificações semelhantes às do presbítero. Também veremos que a diferença
determinante entre o presbitério e o diaconato está no ministério da Palavra,
que é atribuído ao bispo, o pastor da igreja Local.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor (a), explique aos alunos que “diáconos geralmente se
refere a um servo que atende as necessidades de outros. Os responsáveis por
servir uma refeição (Jo 2.5,9) e os auxiliares de um rei são servos (Mt 22.13).
Aquele que almeja uma posição de grandeza deve se tornar um serviçal (Mc
10.43). Alguém pode também estar servindo uma potestade espiritual. Falsos
apóstolos são chamados de ministros de Satanás (2 Co 11.15) e Paulo é ministro
do evangelho (Ef 3.7). Em outros lugares, diáconos retém a ideia de serviço,
enquanto adota o sentido mais técnico de uma posição de liderança eclesiástica
(ou seja, diácono)" (Bíblia de Estudo Holman. Rio de Janeiro: CPAD, 2018,
p. 1943).
TEXTO
BÍBLICO
1 Timóteo 3.8-13
8
Da mesma sorte os diáconos sejam honestos, não de língua dobre, não dados a
muito vinho, não cobiçosos de torpe ganância.
9
Guardando o mistério da fé em uma pura consciência.
10
E também estes sejam primeiro provados, depois sirvam, se forem
irrepreensíveis.
11
Da mesma sorte as mulheres sejam honestas, não maldizentes, sóbrias e fiéis em
tudo.
12
Os diáconos sejam maridos de uma mulher e governem bem seus filhos e suas
próprias casas.
13
Porque os que servirem bem como diáconos adquirirão para si uma boa posição e
muita confiança na fé que há em Cristo Jesus.
INTRODUÇÃO
Na
lição anterior estudamos as instruções dadas a Timóteo para a ordenação dos
bispos, anciãos ou presbíteros, que eram os pastores locais; responsáveis pela
direção das igrejas e pelo ensino do rebanho. Nesta Lição, estudaremos a
respeito do segundo ofício presente nas igrejas do primeiro século, o diaconato.
Veremos
que a principal distinção entre o presbítero e o diácono é que ao primeiro é
dada a tarefa de ensinar a igreja, enquanto ao segundo é dada a missão de
cuidar de questões temporais, como a assistência aos necessitados, nos moldes
da experiência vivida pela igreja em Jerusalém (At 6.1-6). Consideraremos,
contudo, como esse ministério auxiliar apresenta variações ao longo do tempo,
de acordo com a realidade da igreja local.
I
- O MINISTÉRIO DIACONAL
1.
A origem dos diáconos.
Os
primeiros diáconos foram instituídos em Jerusalém (At 6.1-6), na igreja
Liderada pelos apóstolos (At 1.12-26; 2.41,42), sob a direção de Tiago, irmão
de Jesus (At 15.13). Lucas narra que “crescendo o número dos discípulos, houve
uma murmuração dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram
desprezadas no ministério cotidiano” (At 6.1).
Isso
se deu pela conversão de judeus de fala grega, que fez reproduzir, no seio da
igreja cristã, uma divergência que já existia no mundo judaico. Era um certo
divisionismo entre judeus nativos - que falavam o aramaico, língua corrente em
Israel na época - e judeus não nativos, que haviam se helenizado e falavam a
língua grega.
De
acordo com Lawrence O. Richards, escritos rabínicos indicam que a igreja de Jerusalém
havia adotado o sistema judeu de ajuda aos pobres, que envolvia a “tigela dos
pobres” e a "cesta dos pobres”. A primeira, uma distribuição diária de
comida fornecida aos necessitados. A segunda, uma distribuição semanal de
comida e roupas para as famílias pobres.
Lucas
descreve que estava havendo um desprezo às viúvas gregas. Os apóstolos, então,
precisaram agir para resolver esse problema interno (At 6.1). Foi nesse
contexto que surgiu a necessidade de instituir “sete varões", como
assistentes ou auxiliares, para servirem às mesas, enquanto os dirigentes
espirituais (os apóstolos) cumpriam integralmente o ofício que lhes cabia e era
essencial para a vida da igreja: perseverar na oração e no ministério da
palavra (6.4).
2.
Um duplo ministério.
Embora
Lucas não use o substantivo diakonos (“aquele que serve”) como um título
para identificar os sete varões eleitos pela igreja de Jerusalém, é
consensualmente admitido que ali se deu a instituição dos diáconos. Mesmo
porque, o termo grego diakonia (serviço ou atendimento) está presente no
versículo 1, enquanto o verbo diakoneo (servir) aparece no versículo 2.
Em ambos os casos, a referência está ligada a servir às mesas.
No
versículo 4 o termo diakonia (serviço) volta a aparecer. Agora, contudo,
na expressão “ministério da palavra”. Assim, são dois ministérios ou serviços
distintos: o principal, de servir a palavra: e o auxiliar, de servir às mesas.
Um duplo ministério estava estabelecido, realidade que seria reproduzida nas
demais igrejas do Novo Testamento.
A
síntese é: tanto o presbítero quanto o diácono são servos (diakonos), no
sentido comum do termo. Contudo, o primeiro serve à Palavra. O segundo, às
mesas. Em outros trechos do Novo Testamento o mesmo vocábulo grego vai aparecer
com o sentido amplo (servos) e com o sentido específico (o ofício diaconal),
como veremos no tópico III desta lição.
3.
Bispos e diáconos.
Como
já vimos, Paulo instituiu presbíteros nas diversas igrejas que fundou em suas
viagens missionárias. Éfeso foi uma delas (At 20.17). Lucas relata em Atos
14.23: "E, ha- vendo-lhes por comum consentimento eleito anciãos em cada
igreja, orando com jejuns, os encomendaram ao Senhor em quem haviam
crido." De igual sorte, foram ordenados diáconos, como se vê na Carta aos
Filipenses, na qual Paulo saúda “a todos os santos em Cristo Jesus que estão em
Filipos, com os bispos e diáconos" (Fp 1.1). Vê-se, portanto, que os
ministérios locais foram constituídos por bispos ou presbíteros, responsáveis
por dirigir e ensinar a igreja: e por diáconos, auxiliares para as questões
administrativas ou temporais, conforme a necessidade de cada comunidade.
SUBSÍDIO 1
Prezado (a) professor(a), explique que “da mesma maneira como
fez com os bispos ou líderes, o apóstolo discute as qualificações (não os
deveres) daqueles que servem à igreja como diáconos ou ministros, Embora sirvam
como auxiliares da igreja e não como líderes, seus requisitos morais e
espirituais são semelhantes; deste modo, o apóstolo introduz suas qualificações
com a expressão 'da mesma sorte'.
Quem eram os diáconos? Ainda
que seja uma prática comum considerar os que fossem selecionados para servir às
mesas em Atos 6,1-6 e 21.8 como protótipos daqueles que desempenhasse este
papel, tais homens não foram chamados de diáconos.
II - AS QUALIFICAÇÕES DOS DIÁCONOS
1.
Diferença determinante.
Entre
as qualificações dos presbíteros (pastores locais) e dos diáconos há uma
diferença determinante: a aptidão para ensinar, que somente é exigida dos
bispos (1 Tm 3.2). Isso reforça o que já foi dito: o pastor é o responsável por
dirigir e ensinar a igreja, contando com o auxílio direto do diácono, a quem é
dada a tarefa de atuar na esfera administrativa, como nos assuntos do templo,
na arrecadação de finanças e donativos e na assistência aos necessitados.
2.
Da mesma sorte.
Ao
começar a seção relativa aos diáconos com a expressão “da mesma sorte",
Paulo já indica que o padrão que se espera deles é semelhante ao dos
presbíteros.
A
honestidade refere-se ao estrito cumprimento de suas responsabilidades e
deveres em todos os âmbitos. Não deve ser admitido ao diaconato quem tenha
negócios mal resolvidos. O diácono precisa ser um homem de palavra (“não de língua
dobre”), ou seja, alguém em quem se pode confiar no que diz.
A
expressão “não dado a muito vinho” costuma suscitar muita discussão. O emprego
do advérbio de intensidade “muito" é invocado por alguns intérpretes como
uma concordância de Paulo com o uso moderado de bebida alcoólica. Isso,
contudo, destoa do conselho do próprio apóstolo quanto à abstinência do vinho
(Ef 5.18; 1 Co 6.10). Por isso, considera-se que ele estava se referindo a um
vinho não fermentado (não embriagante), e, ainda assim, recomendada a
moderação, em função das práticas pagãs da época, que consistiam em glutonaria.
Nossa conduta prudente sempre é de abster-se de toda a aparência do mal (1 Ts
5.22).
3.
Completando o rol.
Assim
como os presbíteros, os diáconos deveriam ser vigilantes em matéria de
dinheiro, afastando-se da cobiça, Contentamento e moderação são fundamentais
para nos livrar de toda a ambição ou desejo imoderado por bens ou riquezas.
Paulo enfatiza isso nos versículos 9 a 12 do capítulo 6 de primeira a Timóteo,
especialmente no versículo 10: “[...] o amor do dinheiro é a raiz de toda
espécie de males [...]".
Outra
recomendação semelhante à dos presbíteros diz respeito à vida conjugal e à
liderança da família. A expressão “marido de uma mulher" não é apenas uma
reprovação à poligamia, mas, também, ao divórcio e ao novo casamento fora das
hipóteses bíblicas de exceção, quando esgotadas todas as possibilidades de reconciliação
(Mt 19.9; 1 Co 715).
Paulo
inclui aos diáconos a recomendação de que guardem "0 mistério da fé em uma
pura consciência". Devem estar convictos de sua salvação em Cristo e não
terem nenhuma culpa que possa lhes abalar a fé. Somente homens que tenham todas
essas qualificações e forem "primeiro provados" e atestados como “irrepreensíveis”
poderão ser ordenados ao importante ministério diaconal.
SUBSÍDIO 2
Professor (a), explique que “acima de tudo, os diáconos devem
ser pessoas convictas. O ‘ministério da fé' que os diáconos devem manter
equivale à verdade do ensino cristão que transcende a razão humana, e que
somente é acessível por meio da revelação divina. Paulo está insistindo na
relação íntima entre uma fé sadia e uma consciência irrepreensível e imaculada;
sem essa última a primeira está estéril A consciência dos diáconos deve estar
livre de ofensas. A qualificação genérica final para todos os diáconos é que
deverão ser primeiramente avaliados, e se considerados inocentes, então,
poderão servir."
III
- A REFERÊNCIA ÀS MULHERES
1.
Diaconisas?
Aparentemente,
Paulo abre uma nova seção em seu texto para se referir às mulheres. Assim como
havia dito "Da mesma sorte os diáconos”, agora diz: “Da mesma sorte as
mulheres...”. Isso tem levado alguns eruditos a considerarem que o apóstolo
estava tratando de três ofícios distintos na igreja: bispos, diáconos e
diaconisas. Mas os contextos mediato e imediato não convergem para esta
interpretação.
As
mulheres sempre exerceram um papel de alta relevância no serviço cristão, sendo
sempre bem reconhecidas, principalmente pelo apóstolo Paulo, como na referência
que faz a uma distinta mulher de nome Febe, que “[servia] na igreja que
[estava] em Cencreia” (Rm 16.1).
Alguns
intérpretes acreditam que se tratava de uma diaconisa. Contudo, é sabido que a
referência à diakonia é feita muitas vezes no Novo Testamento em relação
à função de servir e não ao ofício de diácono, como um cargo da estrutura
ministerial.
Paulo
usa a palavra diakonos para se referir ao seu próprio ministério e aos
de seus cooperadores (1 Co 3.5; 2 Co 3.6: Cl 1.23:4.7). No mesmo sentido é
feita a referência a Febe, razão que a estrutura do texto não é suficiente para
afirmar que se tratava de uma mulher ordenada ao ministério diaconal. Isso não
impede, naturalmente, em reconhecer e saber que as mulheres desempenham
extraordinário serviço como auxiliares na obra de Deus, inclusive na
assistência às pessoas enfermas e necessitadas.
2.
Esposas dos diáconos.
Além
da interpretação de que a referência as mulheres em 1 Timóteo 3.11 seria às
diaconisas, há outras duas linhas de entendimento: uma que considera que Paulo
estava se referindo às mulheres em geral, e outra que sua fala estava sendo
dirigida às esposas dos diáconos.
Essa
é a posição mais aceita, em função de que a palavra grega presente no texto (gynaikas)
pode ser interpretada tanto como "mulheres” quanto como “esposas”. Paulo
estava, portanto, recomendando que as esposas dos diáconos tivessem um viver
honesto; não fossem maldizentes, mas equilibradas e fiéis em tudo.
SUBSÍDIO 3
Mulheres no texto de 1 Timóteo 3.11 “pode ser uma referência a
mulheres auxiliares ou a diaconisas. Pode,
também, referir-se a esposas de diáconos. Seja como for, Paulo esperava
que o comportamento de mulheres em posição de proeminência fosse tão
responsável e irrepreensível como o de homens proeminentes."
(Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal, Rio de
Janeiro: CPAD, 2015, p. 1753.)
CONCLUSÃO
Paulo
conclui suas instruções aos diáconos enfatizando que os que servirem bem serão
dignos de respeito e honra perante a igreja e se fortalecerão em convicção
espiritual. Além de recompensa no céu, quem se dispõe a servir recebe de Deus,
já nesta vida. uma profunda alegria interior, que não pode ser sufocada nem
mesmo diante das perseguições, Que Deus nos conceda sempre a graça de servir.
HORA
DA REVISÃO
1
Como se deu o surgimento do ministério diaconal?
Os
primeiros diáconos foram instituídos em Jerusalém, na igreja liderada pelos
apóstolos, sob a direção de Tiago, irmão de Jesus.
2.
Quais os ofícios instituídos nas igrejas dos dias de Paulo?
Bispos,
presbíteros e diáconos.
3.
Qual a diferença determinante entre o diaconato e o presbitério?
A
aptidão para ensinar.
4.
Qual a melhor atitude para nos prevenir das ambições?
Contentamento
e moderação.
5.
O que significa a expressão “marido de uma mulher”?
É
uma reprovação à poligamia, mas também, ao divórcio e ao novo casamento fora
das hipóteses bíblicas de exceção.