🎓 Classe: JOVENS
✍Revista: Do professor - CPAD
✍Trimestre: 3° de 2023
✍Título: Sejam Firmes -
Ensino Sadio e Caráter Santo nas Cartas Pastorais
✍Comentarista: Silas Queiroz
TEXTO
PRINCIPAL
“Combati
o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.” (2 Tm 4.7)
RESUMO DA LIÇÃO
De
uma das cadeias romanas, possivelmente acorrentado e esperando o por sua
execução, Paulo escreveu a Timóteo e apelou para vê-lo depressa.
LEITURA
SEMANAL
SEGUNDA
– Rm 1.16 O Evangelho e o poder de Deus
TERÇA
– 1 Co 2.4 A pregação do autêntico Evangelho
QUARTA
– 2 Tm 4.2 Pregando a correta doutrina
QUINTA
– 2 Tm 4.8 A coroa da justiça: A recompensa que Paulo almejava
SEXTA
– 2 Tm 4.6 Sacrifício vivo
SÁBADO
–
2 Co 7.5 Fiel em meio à oposição
OBJETIVOS
MOSTRAR
a
importância da pregação da Palavra segundo Paulo;
EXPLICAR
a declaração de Paulo diante da iminência da morte;
CONHECER
o
desfecho da vida do apóstolo Paulo
INTERAÇÃO
Professor (a), na LIÇÃO deste domingo veremos a despedida de um
líder experiente, Paulo, e o seu desejo de instruir seu filho na fé e amigo que
estava iniciando sua carreira, Timóteo (2 Tm 4.6). Em um tom de despedida,
Paulo é bem enfático ao encorajar seu fiel cooperador.
Ele sabia que era o momento certo de passar-lhe o cajado, a
tocha ministerial. A atitude de Paulo evidencia maturidade e convicção
espiritual. Ele foi um líder extraordinário que além de cumprir o seu
ministério, soube formar outros líderes, dando-lhes oportunidade e espaço para
servir. Já no final da vida, teve a tranquilidade de comissionar seus
auxiliares, especialmente Timóteo, a dar prosseguimento na obra de propagação
do Evangelho. Aprendemos com Paulo que um dos sinais da boa liderança é uma
transição tranquila.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Professor
(a), sugerimos que você reproduza o quadro abaixo. Utilize-o para mostrar as
quatro ordens que Paulo deu a Timóteo. Peça que em grupo, os alunos façam um
contraste entre as ordens de Paulo e a obra dos falsos mestres.
As 4 ordens de Paulo:
“Se
sóbrio em tudo”.
“Sofra
as aflições”.
“Faça
a obra de um evangelista” (continue pregando a mensagem).
“Cumpre
o teu ministério”, ou seja, cumpre sua responsabilidade da melhor maneira
possível
TEXTO
BÍBLICO
2
Timóteo 4.1-9
1
Conjuro-te, pois, diante de Deus e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os
vivos e os mortos, na sua vinda e no seu Reino.
2
Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas,
exortes, com toda a longanimidade e doutrina,
3
Porque virá tempo em que não sofrerão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos
ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências.
4
E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.
5
Mas tu sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faz a obra de um evangelista,
cumpre o teu ministério.
6
Porque eu já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo da
minha partida está próximo.
7
Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.
8
Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz,
m e dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a
sua vinda.
9
Procura vir ter comigo depressa.
INTRODUÇÃO
No
ano 67 da era cristã, Nero, um dos mais sanguinários imperadores romanos, que
ordenou a execução da própria mãe, havia desencadeado uma terrível perseguição
aos cristãos, a quem atribuiu a autoria do incêndio ocorrido em Roma no ano 64
d.C. As prisões e os martírios se multiplicavam por todo o império.
Roma
era uma cidade espetáculo com tantas atrocidades praticadas. Corpos de
cristãos, atados em postes, ardiam em chamas. Paulo foi uma das vítimas de
Nero. É de uma das cadeias romanas, possivelmente acorrentado e esperando por
sua execução, que ele escreve a Timóteo e apela para que vá vê-lo depressa. Na
lição de hoje, vamos meditar acerca desse momento crucial da vida de Paulo e
seu anseio de ver Timóteo mais uma vez.
I -
PREGUE A PALAVRA
1.
Consciência da missão.
Embora
essa segunda carta tenha um tom mais pessoal, fica evidente a preocupação
primordial de Paulo com a continuidade da pregação do Evangelho. Consciente de
que a missão precisava prosseguir, ele não dedicou o texto, em primeiro plano,
para a exposição de suas preocupações individuais.
A
segunda carta a Timóteo é repleta de apelos, incentivos e orientações para que
o jovem ministro continuasse o serviço de pregação e defesa do Evangelho. Em 2
Timóteo 4.1, Paulo emprega novamente a expressão “conjuro-te” (no grego, diamartyromai;
um apelo solene), como em 1 Timóteo 5.21. Agora, para dar uma incumbência
missional a Timóteo.
2.
A missiologia paulina.
O
método missional de Paulo sempre esteve pautado na ordem imperativa de Cristo:
a pregação (Mc 16.15; At 1.8). Atualmente, métodos tidos como inovadores,
apresentados como alternativas para que as igrejas sejam “relevantes”, defendem
um jeito humanista secular de fazer missão, no qual a essência não é a pregação
do evangelho.
A
igreja pode sim desenvolver outras ações no seu dia a dia – de cunho social ou
cultural, por exemplo, mas nenhuma delas pode substituir sua missão precípua,
que é a pregação do Evangelho no poder do Espírito, fruto de constante busca em
oração (At 4.31). Qualquer proposta missional que não considere o valor da
pregação do Evangelho em primeiro plano não tem respaldo bíblico. Somente a
pregação da Palavra de Deus gera a fé salvífica (Rm 10.17).
O
Evangelho é “o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê” (Rm 1.16).
Paulo sempre enfatizou a essencialidade da pregação poderosa do autêntico
Evangelho, como escreveu aos coríntios: “A minha palavra e a minha pregação não
consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do
Espírito e de poder” (1 Co 2.4).
3.
O conteúdo da pregação.
Paulo
adverte a Timóteo para que pregasse a palavra “a tempo e fora de tempo”, sendo
perseverante na exposição da correta doutrina (2 Tm 4.2). O jovem pastor
deveria preservar a essência da verdade revelada a despeito do desejo dos
ouvintes. Esta era uma advertência essencial, inclusive porque o apóstolo já
previa tempos em que as multidões iriam rejeitar a “sã doutrina”; a doutrina
ortodoxa, pura, como contida na Palavra de Deus, preferindo mensagens que
estivessem de acordo com seus desejos pecaminosos. Paulo estava desenhando,
profeticamente, o quadro que hoje vemos.
Cresce
o número de “doutores” que torcem as Escrituras a partir de suas concepções, a
fim de amoldar seus ensinos aos desejos de seus ouvintes (2 Tm 43) Em tais
igrejas, nada mais é pecado. Sempre que se rejeita esse ou aquele trecho da
Bíblia, forçando interpretações que se ajustam aos nossos próprios desejos,
opera-se um mortal desvio da verdade, culminando em apostasia (2 Tm 44).
SUBSÍDIO
1
“Considerando ‘a vinda’ e o ‘reino’ de Cristo, Timóteo é instruído a
‘pregar a Palavra”, ou seja, anunciar ou ser um arauto da verdade, Esta
instrução solene ao jovem pastor é modificada com quatro ordens adicionais;
1) pregues a palavra’, mantenha-se firme nisto, guarde seu posto
(isto é, sua pregação), quer isto seja quer não seja conveniente para você e
seus ouvintes;
2) Instes a tempo e fora de tempo’, corrija ‘com tal sentimento
eficaz, seja para trazer alguns ao menos a uma confissão, ou a simples
convicção de pecado;
3) ‘Repreendas’ ou censure claramente aqueles que estão no erro;
4) ‘Exorte’, ‘encoraje’ (quer dizer, implore, exorte, advogue,
admoeste) a todos, Estas ordens e instruções devem ser executadas ‘com toda a
longanimidade e doutrina’ – um temperamento caracterizado pela paciência, que
tolere as pessoas que são lentas a responder à correção e à instrução,”
(Comentário Bíblico Pentecostal, Rio de Janeiro; CPAD, 2003 p, 1500.)
II
– COMBATI O BOM COMBATE
1.
A expectativa do apóstolo.
Por
muito tempo Paulo teve a expectativa de que Cristo voltaria em seus dias (1 Co
15.51; 1 Ts 4.17). Em princípio, esse deve ser o anseio e a esperança de todo o
cristão (2 Pe 3.9-14; 1 Jo 2.18; 3.2,3).
Fato
é, contudo, que as circunstâncias que passou a viver produziram em Paulo a
consciência de que seu encontro com Cristo provavelmente não se daria por meio
do arrebatamento, como esperava. Ele precisaria, como tantos outros santos,
passar pela morte e aguardar o dia da ressurreição, como já havia ensinado para
consolo dos cristãos (1 Ts 4.13-18). Isso está explícito na referência que fez
ao recebimento da “coroa da justiça”, a recompensa que Paulo espera receber do
justo Juiz “naquele Dia” (2 Tm 4.8), perante o Tribunal de Cristo (1 Co
3.11-14).
2.
A transição.
Em
2 Timóteo 4.6 Paulo indica claramente que o seu enfático propósito com o
encorajamento e as recomendações transmitidas ao seu fiel cooperador era mesmo
passar-lhe o cajado, a tocha ministerial.
O
apóstolo tinha plena consciência da iminência de sua morte. No versículo
imediatamente anterior (2 Tm 4.5), o apóstolo fecha o ensino com a sentença
“cumpre o teu ministério”, enquanto abre a próxima seção indicando o porquê:
“Porque eu já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo da
minha partida está próximo” (2 Tm 4.6). Esse é um grande sinal de maturidade e
convicção espiritual Paulo foi um líder extraordinário. Além de cumprir o seu
ministério, soube formar outros líderes, dando-lhes oportunidade e espaço para
servir.
Já
no final da vida, teve a tranquilidade de comissionar seus auxiliares,
especialmente Timóteo, a dar prosseguimento na obra de propagação do Evangelho.
Um dos sinais da boa liderança é uma transição tranquila, Paulo havia combatido
o bom combate”. Enfrentou oposição de todos os lados (2 Co 7.5; 11.26),
batalhas espirituais (1 Ts 2.18) e fortes resistências ao seu ministério, como
a de um certo Alexandre, o latoeiro, que lhe causou muitos males (2 Tm 4.14).
Mas o apóstolo permaneceu firme e concluiu a sua carreira sem perder a fé.
3.
Oferecido como libação.
Em
2 Timóteo 4.6 Paulo volta a usar a mesma figura de linguagem que usou em
Filipenses 2.17. Segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal, sua vida estava sendo
oferecida como libação” ou “aspersão de sacrifício”; uma demonstração concreta
de sua entrega pessoal à causa do Evangelho: de seu “amor sacrificial pelos
seus filhos espirituais na fé”.
O
que isso significa?
Que
Paulo não reteve sua vida para si mesmo em momento algum, mas se deixou gastar
completamente para alcançar muitas almas para Cristo (At 20.24; 2 Co 12.15). O
resultado de seu trabalho alcançaria milhões de pessoas em todas as eras da
Igreja, Quase dois mil anos depois, continuamos sendo edificados por seu
exemplo e palavras. Assim como Paulo, milhares de cristãos têm sido
martirizados ao longo de toda a história da Igreja. Nos nossos dias, muitos
estão sob forte perseguição por causa da fé em Cristo. Oremos por eles! E
oremos também pelo Brasil, para que continuemos tendo liberdade religiosa.
SUBSÍDIO
2
Professor (a), explique que “Paulo descreve antecipadamente seu
fim por meio de quatro retratos vívidos da palavra:
1) Retrata seu martírio iminente como se o seu sangue fosse uma
libação prestes a ser derramada no altar do sacrifício;
2) Descreve sua partida desta vida como se fosse um navio
levando a âncora ao deixar a orla, ou como um soldado que rapidamente desmonta
sua barraca antes de uma marcha. ‘O que para Timóteo poderia parecer o fim,
para o apóstolo parece ser uma gloriosa nova quando será libertado de todas as
aflições presentes;
3) Paulo conclui dizendo que sua competição ou luta,
representada pelo simbolismo atlético ou militar, foi um bom combate;
4) Comenta que concluiu sua carreira, usando a metáfora atlética
de uma corrida a pé. Sua preocupação não era chegar antes dos outros, mas
terminar sua carreira tendo feito o melhor possível,” (Comentário Bíblico
Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2003 p.1487)
III
– O DESFECHO PAULINO
1.
O apelo a Timóteo.
Paulo
se encaminha para o final de sua carta fazendo um forte apelo ao seu jovem e
fiel cooperador; “Procura vir ter comigo depressa. [...] antes do inverno” (2 Tm
4.9,21). Naquela época, as navegações costumavam ser interrompidas na estação
invernosa, geralmente entre novembro e março.
Se
Timóteo se atrasasse, seu tempo de chegada a Roma seria muito prolongado em
função do inverno, Paulo também menciona a necessidade de sua capa, que havia
deixado em Trôade (2 Tm 4.13), e era útil para protegê-lo do frio. Não se sabe
se Timóteo chegou à Roma a tempo de rever Paulo e entregar-lhe suas encomendas
(a capa, os livros e os pergaminhos). Historiadores clássicos, como Eusébio de
Cesareia, registram que Paulo foi martirizado por ordem de Nero. Isso deve ter
ocorrido ainda no ano 67 d.C. Como já registramos, Nero suicidou-se em junho de
68 d.C.
2.
As decepções de Paulo.
Como
todo grande líder, Paulo também experimentou decepções com seus liderados. Na
verdade, o final da vida do apóstolo não foi muito animador no que diz respeito
à assistência de seus companheiros.
Paulo
cita Demas nominalmente, que estava entre seus colaboradores por ocasião de sua
primeira prisão em Roma, ao lado de Lucas (Cl 4.14). Talvez a intensidade das
últimas perseguições o tivesse feito desanimar, “amando o presente século ,
expressão que indica que ele trocou as promessas de uma recompensa celestial,
por alguma facilidade ou oportunidade da vida presente.
Outros
cooperadores certamente se deslocaram a serviço da obra de Deus, como Crescente
e Tito (2 Tm 4.10), e o próprio Tíquico, que Paulo enviou a Éfeso,
provavelmente para substituir Timóteo em sua ausência (2 Tm 4.12). De qualquer
sorte, por ocasião da “primeira defesa”, a audiência preliminar a que Paulo foi
submetido (2 Tm 4.16), “todos” haviam desamparado o apóstolo, certamente
temerosos diante da implacável e cruel perseguição de Nero.
3.
Triunfo escatológico.
Apesar
de sentir-se abandonado por seus companheiros, Paulo estava firme em sua fé e
propósito, porque nunca se sentiu só em relação a quem servia, ao Senhor Jesus.
Ele o havia assistido, fortalecido e livrado da “boca do leão” (2 Tm 4.17). O
mesmo Senhor o livrará de toda má obra” e o guardaria para o seu Reino
celestial (2 Tm 4.18). A morte não seria o seu fim. Os céus o esperavam.
CONCLUSÃO
Paulo
teve Timóteo como fiel cooperador, pronto tanto para assisti-lo pessoalmente
como para cumprir missões distantes, quando designado, Que o Espírito Santo
incline o nosso coração para o serviço cristão humilde, em nossas igrejas
locais, ao lado de nossos líderes; ou onde quer que Ele nos envie, sempre sob a
autoridade de nossa liderança.
HORA DA REVISÃO
1.
Qual a característica predominante da missiologia paulina?
O
método missional de Pauto sempre esteve pautado na ordem imperativa de Cristo:
a pregação (Mc 16.15: At 1.8).
2.
Qual o conteúdo da pregação de Paulo?
A
Palavra de Deus: a sã doutrina.
3.
Que quadro profético Paulo desenhou para o fim dos tempos em relação à
doutrina?
Paulo
estava desenhando, profeticamente, o quadro que hoje vemos. Cresce o número de
“doutores” que torcem as Escrituras a partir de suas concepções, a fim de
amoldar seus ensinos aos desejos de seus ouvintes.
4.
Qual o sentido da expressão “aspersão de sacrifício”?
Significa que Paulo não reteve sua vida para si mesmo em momento algum, mas se
deixou gastar completamente para alcançar muitas almas para Cristo.
5.
Segundo a lição, porque “todos” haviam desamparado a Paulo?
Certamente
temerosos diante da implacável e cruel perseguição de Nero.