🎓 Classe: JOVENS
✍Revista: Do professor - CPAD
✍Trimestre: 3° de 2023
✍Título: Sejam Firmes -
Ensino Sadio e Caráter Santo nas Cartas Pastorais ✍Comentarista: Silas Queiroz
TEXTO
PRINCIPAL
“A
Timóteo, meu amado filho: graça, misericórdia e paz, da parte de Deus Pai, e da
de Cristo Jesus, Senhor nosso.” (2 Tm 1.2)
RESUMO DA LIÇÃO
O
líder deve manifestar sua afeição aos seus fiéis cooperadores.
LEITURA SEMANAL
SEGUNDA
– 2 Tm 2.9 Paulo, apóstolo de Cristo
TERÇA
– 2 Tm 2.4 O real interesse de Paulo
QUARTA
– 2 Tm 1.1 O que nutria Paulo
QUINTA
– 2 Tm 4 8 A tônica da Segunda Carta
SEXTA
– Fp 3.20,21 A esperança do apóstolo
SÁBADO
– 2 Tm 3.12 Sofre comigo
OBJETIVOS
MOSTRAR
A
firmeza na fé de Paulo;
COMPREENDER Porque Paulo
tinha Timóteo como um filho na fé;
SABER que vivemos
tempos trabalhosos.
INTERAÇÃO
Na Lição deste domingo vamos dar início ao estudo da Segunda Carta
a Timóteo. Sabemos que a Carta a Tito foi escrita antes, mas nossa reflexão
será feita segundo a sequência bíblica. Professor(a), você já parou para pensar
no fato de que Paulo foi um jovem judeu devoto e culto (Fp 3.4-8), m as deixou
uma carreira pessoal altamente promissora e abraçou um ministério que lhe
trouxe intensos sofrimentos, exemplo de Paulo nos mostra que precisam os
abraçar a fé em Cristo e viver conforme a vontade de Deus por toda a nossa
vida. Assim como Paulo, precisamos ser vigilantes e não viver de falsas
esperanças, manter uma visão espiritual plena, focada na eternidade.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor (a), peça que um aluno ou aluna, leia em voz alta 2
Timóteo 4.10. Em seguida explique aos alunos que o segundo aprisionamento de
Paulo foi bem mais rigoroso que a prisão domiciliar quando ele veio a Roma pela
primeira e (At 28 30-31). Alguns de seus amigos o abandonaram nesta ocasião.
Onesíforo não se envergonhou das cadeias de Paulo. Ele o procurou, veio até a
prisão e serviu o apóstolo (2 Tm 1.13-18). Onesíforo era um exemplo de
fidelidade em contraste com aqueles que tinham abandonado Paulo. O versículo 18
do capítulo 1 é uma expressão do desejo de Paulo de que Onesíforo persevere,
prosseguindo em fidelidade, não deixando se afastar pelos falsos caminhos
(Adaptado de Bíblia de Estudo Homam. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p. 1950).
TEXTO
BÍBLICO
2 Timóteo
1.1,2; 2.1,2; 3.1-5
1
Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus, segundo a promessa da
vida que está em Cristo Jesus.
2
A Timóteo, meu amado filho: graça, misericórdia e paz, da parte de Deus Pai, e
da de Cristo Jesus, Senhor nosso.
2
Timóteo 2.1,2
1
Tu, pois, meu filho, fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus.
2
E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que
sejam idôneos para também ensinarem os outros.
2
Timóteo 3.1-5
1
Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos.
2
Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos,
blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos.
3
Sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem
amor para com os bons.
4
Traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de
Deus.
5
Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te.
INTRODUÇÃO
Vamos
iniciar o estudo da segunda carta de Paulo a Timóteo. Na ordem cronológica, a
Carta a Tito foi escrita antes desta. Contudo, para que tenhamos uma
continuidade imediata do processo histórico de comunicação entre Paulo e
Timóteo, nossa reflexão será feita nesta ordem, como consta da sequência
bíblica.
Nesta
lição abordaremos a diferença de contexto em que a carta foi escrita. Paulo
estava preso novamente em Roma e sentia a proximidade de sua morte. Seu texto
tem um tom mais pessoal, diferente da primeira carta, em que transmitiu ensinos
relacionados à vida da igreja, o velho apóstolo manifesta sua profunda afeição
ao seu fiel cooperador e emite claros sinais de que está lhe passando a tocha
ministerial.
I –
A FIRMEZA DE PAULO
1.
Apóstolo até o fim.
Das
13 cartas de autoria paulina, a Segunda Carta a Timóteo é a última delas. O
prefácio da obra nos apresenta Paulo chegando ao final de sua vida e de seu
ministério com a mesma firmeza que demonstrou ao longo de sua carreira. Mesmo
preso e tratado como um criminoso (2 Tm 2.9), ele se identifica com o “apóstolo
de Jesus Cristo”. Paulo se converteu por volta do ano 35 d.C. Desde então,
experimentou terríveis sofrimentos por causa de sua fé e do apostolado que
abraçou. Um relato parcial de suas aflições está em 2 Coríntios 11.23-27.
Inclui açoites, prisões, apedrejamento, naufrágios, fome e sede, frio e nudez.
Agora,
cerca de 32 anos depois (provavelmente em 67 d.C.), ele permanece firme na fé e
na missão apostólica. Paulo jamais pôs o seu interesse em “negócios dessa vida”
(2 Tm 2.4). Não que Paulo não fosse conhecedor da realidade de seu tempo!
Aliás, estava preso por ordem de Nero, que governou Roma de 54 a 68 d.C. A
cidade havia sido incendiada, talvez pelo próprio imperador sanguinário, que,
contudo, pôs a culpa nos cristãos. O mundo estava em grande agitação. Paulo
passa totalmente ao largo de tudo isso. Seu texto não faz uma referência sequer
a esses fatos, nem mesmo indiretamente. Envolver-se com os temas do mundo
somente prejudicariam o exercício de seu ministério. Ele entendeu, até o fim,
que era apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus”.
2. A promessa da vida.
A
firmeza de Paulo quanto à sua fé e ao exercício de seu ministério estava na
compreensão do propósito escatológico (últimas coisas) de sua conversão e
chamado. O que nutria o apóstolo e o fazia permanecer firme em sua carreira era
“a promessa da vida que está em Cristo Jesus” (2 Tm 1.1). Essa “vida em Cristo”
tem o caráter presente, mas tem, acima de tudo, o caráter futuro, da eternidade
(1 Tm 48).
Como
Paulo já havia dito aos coríntios: “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos
os mais miseráveis de todos os homens” (1Co 15.19). A grande tônica dessa
segunda carta é a esperança final do apóstolo, em relação a ele mesmo e a todos
os que amarem a vinda de Jesus (2 Tm 48). Se não fosse assim, as circunstâncias
vividas por Paulo seriam absolutamente desanimadoras.
Com
o um jovem judeu devoto e culto (Fp 34-8), Paulo deixou uma carreira pessoal
altamente promissora e abraçou um ministério que lhe trouxe intensos
sofrimentos e agora o fazia viver desamparado em uma terrível cadeia romana (2
Tm 4.9-16). Se não fosse a esperança celestial, teria valido a pena?
3.
Conservando a esperança.
Paulo
nos deixa um exemplo inspirador de como devemos conservar a esperança em Cristo
para a vida eterna (1 Tm 1.16; 6.12); uma vida além dessa passageira realidade
terrena. Não podemos deixar que essa esperança que aponta para a “cidade [que]
está nos céus” (Fp 3.20,21) seja sufocada por nada, Nos últimos tempos,
teologias importadas pela igreja evangélica brasileira têm difundido um a visão
de mundo muito voltada para o presente século.
A
pregação escatológica
– do Jesus que breve voltará! – tem sido substituída, em grande parte, por
discursos sobre temas seculares, com ênfase no aqui e agora. A crença em uma
“redenção da cultura” tem ganhado muito espaço e sua verbalização vem expondo o
enfraquecimento da esperança no Reino Celestial. Vigiemos (Mt 25.1-13)!
SUBSÍDIO
1
Prezado (a) professor(a), explique que a Segunda Carta de Paulo a
Timóteo é pessoal, Ela é a última mensagem que temos do apóstolo.
Provavelmente, foi escrita poucos anos após as cartas de 1 Timóteo e Tito,
depois que Paulo havia sido preso, novamente, em Roma. Desta vez,
aparentemente, Paulo não sairia da prisão, ele escreveu essa carta para ‘passar
o bastão’ para uma nova geração de líderes cristãos. Paulo dá a Timóteo
conselhos úteis para permanecer firmemente fundamentado no serviço cristão, e
para suportar o sofrimento, durante os dias difíceis que viriam.
É fácil servimos a Cristo pelas razões erradas; porque isso é estimulante,
recompensador, ou pessoalmente enriquecedor. No entanto, sem uma fundação
apropriada, acharemos também fácil, desistir, nos momentos difíceis. Todos os
crentes precisam de uma forte fundação para seu serviço.” (Bíblia de Estudo
Cronológico Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2015. p. 1762.)
CURSOS BÍBLICOS PARA VOCÊ:
II -
O AMADO FILHO TIMÓTEO
1.
Um tom mais pessoal.
Na
Primeira Carta Paulo dirige-se a Timóteo usando a expressão “meu verdadeiro
filho na fé”. Agora, há uma expressão ainda mais afetuosa. O tratamento de
“amado filho” revela o profundo sentimento de Paulo por seu principal cooperador.
O difícil momento que o apóstolo vivia, o tempo longe de Timóteo e a
expectativa de sua morte, produziram em Paulo lembranças singulares e ainda
mais afetivas de seu fiel cooperador (2 Tm 1.4).
2.
“Fortifica-te na graça”.
Outra
característica específica dessa Segunda Carta é a emissão de claros sinais de
que Paulo está passando a tocha ministerial para Timóteo: “Tu, pois, meu filho,
fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus. E o que d e mim, entre muitas
testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também
ensinarem os outros” (2 Tm 2.1,2),
Para
atender a esse comissionamento, Timóteo precisaria se fortificar. No grego,
“fortifica-te” é endynamoõ e quer dizer “crescer em força” ou “continue
a se fortificar”. Isso exigiria de Timóteo uma resposta pessoal contínua.
Crescer com a ajuda de Deus sempre; fortalecido pela graça divina. Do grego
charis, graça é “favor imerecido”.
Por
meio dela, Cristo opera em nós no aspecto salvífico (Ef 2.8) e no aspecto
capacitador, nos habilitando a viver a vida cristã e servi-lo (“trabalhei muito
mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus, que está comigo”,
1 Co 15.10). Paulo tinha plena consciência do quanto a graça de Deus era
imprescindível para uma vida cristã vitoriosa e o exercício de um ministério
eficaz. Uma de suas mais profundas experiências com 0 poder da graça foi quando
recebeu o “espinho na carne” (2 Co 12.1-10).
3.
“Sofre, pois comigo”.
A
vida cristã é dinâmica e cheia de vitórias. Mas é, também, um chamado ao sofrimento
(Lc 9.23; 1 Pe 4.12-16). Paulo disse a Timóteo: “[…I todos os que piam ente
querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições” (2 Tm 3.12). Abraçar o
evangelho de Cristo e vivê-lo em sua inteireza nos impõe uma luta constante
contra a nossa própria natureza e o mundo hostil, que está sob o poder do
Maligno (Rm 12.1,2).
Confrontar
o sistema mundano com atitude individual de amor, pureza, justiça e honestidade
é um desafio diário para todo o cristão (Mt 5.38-48). Mais que um mero ativismo
religioso, político ou ideológico, nosso grande desafio é cumprir a vontade de
Deus em nossa vida, como indivíduos. Os reflexos disso na sociedade são
consequências d e nosso viver como sal da terra e luz do mundo (Mt 5,13-16).
A
vocação ao serviço cristão nos traz responsabilidades ainda maiores. Por isso,
Paulo anima a Timóteo a compartilhar de suas aflições: “Sofre, pois, comigo,
com o bom soldado de Cristo” (2 Tm 2.3). O sofrimento de Timóteo, assim como de
todos quantos compreendem o que é servir a Cristo e o aceitam com resignação,
será recompensado por Jesus em seu reino eterno (2 Tm 2.11,12).
SUBSÍDIO
2
Professor (a). explique que “Paulo orava constantemente por
Timóteo, seu amigo, seu companheiro de viagens, seu filho na fé, e um forte
líder na igreja cristã. Embora os dois homens estivessem distantes um do outro,
suas orações proporcionaram uma fonte de mútuo encorajamento. Enfatize que
também devemos orar constantemente pelos outros, especialmente os que realizam
a obra de Deus. Na sua lista de orações, incluía seu pastor, outros líderes da
igreja, e missionários pelo mundo, Eles precisam das nossas orações”, (Adaptado
de Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2015.
p, 1763.)
III
– TEMPOS TRABALHOSOS
1.
“Últimos dias”.
De
acordo com a Bíblia de Estudo Pentecostal a expressão “últimos dias” aparece no
Novo Testamento como “a era cristã na sua totalidade”. Em Atos 2.17, Pedro cita
“últimos dias” como a era da Igreja, já presente no dia de Pentecostes. Há
textos, contudo, que indicam se tratar dos tempos do fim, os dias que antecedem
a volta de Cristo, quando o quadro moral da humanidade seria ainda mais
degradante (2 Pe 3.3; Jd 17.18).
Esse
agravamento é indicado por Paulo a Timóteo também pelo uso da expressão “de mal
a pior”, contida em 2 Timóteo 3.13. Os dias de Paulo e Timóteo já eram
difíceis, mas dias ainda mais trabalhosos estavam por vir. Essa escalada do mal
é crescente, infelizmente, e não será eliminada senão com o retorno triunfal d
e Cristo para julgar as nações e implantar seu Reino Milenial (Mt 25.31.32; Ap
20.1-6).
2.
“Haverá homens”.
A
falência do corpo começa com a degeneração das células. Paulo era bem
consciente de que a origem do problema da humanidade não era estrutural ou
coletiva, mas individual. Por isso, não nutria esperança alguma em estruturas
humanas. Os “tempos trabalhosos” são uma consequência da perversão pessoal (2
Tm 3 2).
As
características apontadas por Paulo são um nítido retrato do que vivemos em
nossos dias: egoísmo (“amantes de si mesmos”), materialismo (“avarentos ),
arrogância (“presunçosos, soberbos), rebeldia (“desobedientes a pais e mães”),
ingratidão, profanação, desprezo aos valores familiares (“sem afeto natural),
hostilidade, calúnia, crueldade, ódio ao bem e apego ao mal, busca desenfreada
de prazeres (hedonismo) (2 Tm 3.2-4).
Em
uma sociedade tão corrompida, o papel da Igreja continua sendo o mesmo: pregar
o Evangelho, “poder de Deus para salvação de todo aquele que crê” (Rm 1.16).
3.
“Destes afasta-te ”.
Quando
alguém é um pecador confesso, nossa convivência com um serve para que esta
pessoa testemunhe a obra de Deus em nós e possa desejar a mesma transformação e
graça para viver liberto do pecado (Fp 2.15). No texto de 2 Timóteo 3.5.
Paulo
trata, contudo, daqueles que buscam encobrir suas iniquidades com uma
“aparência de piedade”. Uma religiosidade falsa, na qual fala-se em Deus, mas
vive-se de acordo com os próprios desejos. É a negação da eficácia da piedade,
isto é, do poder do Evangelho. Nesse caso de extrema hipocrisia, a recomendação
bíblica é: “afasta-te”.
CONCLUSÃO
A
missão de Timóteo já não era fácil e se tornaria ainda mais difícil com o
aumento da perversidade. Amadurecido na fé e próximo de sua morte. Paulo
precisava conscientizar seu jovem cooperador da realidade da vida cristã e dos
desafios da vida ministerial. Assim como para Timóteo, o segredo para todos nós
é nos fortificar na graça que há em Cristo Jesus. Ele venceu o mundo (Jo 16.33:
Rm 8.37-39).
HORA DA REVISÃO
1. Quais as diferenças circunstanciais entre a Primeira e a Segunda
Carta a Timóteo?
Pauto
agora estava preso em condições ainda piores que da sua prisão domiciliar em
Roma, Ele estava em uma masmorra e sabia que não sairia mais de lá.
2. Que exemplo inspirador Paulo nos deixa com sua firmeza
espiritual?
O
exemplo de que mesmo preso e tratado como um criminoso, ele se identifica como
“apóstolo de Jesus Cristo”.
3. Que característica específica a Segunda Carta a Timóteo
apresenta?
É
uma Carta pessoal. A grande tônica dessa segunda Carta é a esperança
escatológica do apóstolo, em relação a ele mesmo e a todos os que amarem a
vinda de Jesus.
4. Por que a vida cristã é um chamado ao sofrimento?
A
vida cristã é um chamado ao sofrimento, pois “[…] todos os que piamente querem
viver em Cristo Jesus padecerão perseguições’ (2 Tm 3 12 ). Abraçar o evangelho
de Cristo e vivê-lo em sua inteireza nos impõe uma luta constante contra a
nossa própria natureza e o mundo hostil que está sob o poder do maligno.
5. Qual o significado da expressão “últimos dias” em 2 Timóteo 3.1?
De
acordo com a Bíblia Pentecostal de Estudos expressão “últimos dias” aparece no
Novo Testamento como a era cristã na sua totalidade”. Há textos, contudo, que
indicam se tratar dos tempos do fim, os dias que antecedem a volta de Cristo,
quando o quadro moral da humanidade seria ainda mais degradante.