Lições Bíblicas BETEL: 2° Trimestre de 2023
| REVISTA: GÊNESIS – A segurança de viver pela fé nas promessas de Deus
TEXTO ÁUREO
"E
buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes de todo o vosso coração."
Jeremias 29.13
VERDADE APLICADA
Ao longo
das Escrituras vemos Deus se revelando e chamando o ser humano ao
arrependimento, visando a restauração da comunhão com Ele.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
1. MOSTRAR a busca do homem para se reatar com Deus.
2. DESTACAR que o homem não vive bem longe de Deus.
3. RESSALTAR que Deus provê os caminhos de volta para Ele.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
GÊNESIS 4
1- E conheceu Adão
a Eva, sua mulher, a ela concebeu, e teve a Caim, e disse: Alcancei do Senhor
um varão.
2- E teve mail a
seu irmão Abel; e Abel foi pastor de ovelhas, e Caim foi lavrador da terra.
25- E tornou Adão
a conhecer a sua mulher; e ela teve um filho, e chamou o seu nome Sete; porque,
disse ela, Deus me deu outra semente em lugar de Abel; porquanto Caim o matou.
26- E a Sete mesmo
também nasceu um filho, e chamou o seu nome Enos. Então se começou a invocar o
nome do Senhor.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA | Lv 26.40-45 Promessas de Deus para o povo de Israel.
TERÇA | Dt 4.29-31 O dever de buscar a Deus de todo coração.
QUARTA | 2Cr 7.7-14 O caminho do arrependimento.
QUINTA | Is 55.6-13 Buscar o Senhor enquanto se pode achar.
SEXTA | At 17.24-27 Deus não habita em templo feitos por homens.
SÁBADO | Tg 4.6-10 Devemos nos humilhar perante o Senhor
HINOS SUGERIDOS: 169, 171, 172
MOTIVOS DE ORAÇÃO
Ore para que
possamos enxergar com mais clareza o valor de Deus.
ESBOÇO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
1- O
desenvolvimento da religião
2- Um nascimento
da esperança
3- Um novo começo
com Deus
CONCLUSÃO
INTRODUÇÃO
Esta lição tem por
objetivo mostrar que Deus não abandonou o homem, mesmo depois de pecar. Em toda
a história do Antigo Testamento, vemos o desenvolvimento do plano divino para
resgatar o ser humano a as diferentes respostas deste ao Criador.
PONTO DE PARTIDA O homem não pode viver
bem longe de Deus
1. O DESENVOLVIMENTO DA RELIGIÃO
A religião (latim:
“religare”) traz a ideia de religar algo que se rompeu. Da necessidade
de Deus depois da queda nasce então a tentativa do homem em reatar seu
relacionamento com Deus.
1.1. Acesso
negado.
De todas as
consequências do primeiro pecado do homem, a pior delas com certeza foi a
ruptura da comunhão com Deus. O relacionamento foi rompido e a intimidade de
antes se perdeu [Gn 3.8-10].
O Jardim, o qual
Deus “passeava (…) pela viração do dia’; tem agora seu acesso negado à sua
entrada vigiada por querubins guardiões [Gn 3.22-23]. A mensagem é clara: o
acesso a Deus não era mais livre. Mesmo assim, vemos ao longo da história da
humanidade que o ser humano, criado para Deus, continuou procurando
reconectar-se com o Criador.
O Novo Comentário
da Bíblia – F. Davidson: “É possível que essa árvore tenha sido qualquer árvore, tão
somente simbólica da “vida” que o homem, se não tivesse pecado, poderia ter
desfrutado em comunhão com Deus. E coma e viva eternamente [Gn 3.22]. O tomar e
comer são expressões simbólicas da maneira de como desfrutamos da vida eterna.
Mas dessa vida não podia Adão agora desfrutar; por conseguinte, em figura, a
“árvore” posta fora do alcance do homem, ainda que ela, durante sua inocência,
tivesse sido símbolo de sua benção”.
1.2. Sinais de
misericórdia.
O casal foi
lançado fora do jardim, mas o Senhor Deus, com cuidado, misericórdia e graça,
continuou se revelando e interagindo com a humanidade por diversos meios. Eva
entendeu que Deus ter-lhe dado um filho depois do pecado era sinal do favor e
interesse de Deus e esperança para a humanidade [Gn 4.1].
Adão e Eva ensinam
seus filhos sobre Deus e o dever de adorá-lo [Gn 4.3-4]. Cada qual trouxe o que
parece ser sua primeira oferta a Deus, dando assim sinais de reconexão do homem
com Deus. Porém, a Escritura nos diz que “(…) atentou o Senhor para Abel e para
a sua oferta, mas para Caim e para a sua oferta não atentou” [Gn 4.4-5].
Para nos
reconectarmos com Deus, não adianta simplesmente cumprir obrigações religiosas.
É necessário obedecer a vontade de Deus do jeito de Deus [Gn 4.6-7]. Abel
estava mais alinhado com o princípio divino. De qualquer forma, Hebreus 11.4
diz que “Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou
testemunho de que era justo”. Sua oferta, porém, nos aponta para uma mais
excelente, que é a de Cristo, o verdadeiro justo de Deus [Hb 12.24].
1.3. Um “amor” por
Deus sem amor pelo próximo?
A devoção de Caim
por Deus se mostrou meramente religiosa no fato de que o ato de adoração se
tornou um motivo para um ato de crueldade ao seu próximo [Gn 4.5-8]. Como o
coração de Caim mudou tão rapidamente? Na verdade, não mudou. O amor verdadeiro
por Deus necessariamente estabelece em nós um amor pelo próximo [1Jo 4.19-21].
Uma religiosidade que não ama o próximo é uma religiosidade de Satanás, por
mais sacrificial que ela pareça [1Jo 3.12]. Quando fazemos da nossa adoração
uma forma de sermos aceitos por Deus, nos desligamos do evangelho de Cristo,
que é o que nos torna aceitos por Deus [Gl 5.4]. E isso nos desliga do próximo
[Ef 2.14-16].
“Onde está Abel, teu irmão” [Gn 4.9]. O nosso problema de
relacionamento com Deus afeta o nosso relacionamento com o próximo. Caim matou
seu irmão, porque estava mal com Deus. E é isso que somos capazes de fazer.
Talvez não cheguemos ao homicídio físico, mas chegamos ao homicídio espiritual.
Não só ativamente, mas também passivamente. A pergunta de Deus “Onde está Abel,
teu irmão?” é: Como está o seu irmão? Caim era o irmão mais velho. Deveria
cuidar do seu irmão mais novo. Com a nossa relação com Deus afetada, só
conseguimos pensar em nós mesmos. Quando Deus perguntou a Caim por Abel, veja o
que ele respondeu: “Não sei; sou eu guardador do meu irmão?” [Gn 4.9].
EU ENSINEI QUE:
Deus
sempre deixa rastros divinos para que o homem tenha a chance de reencontrá-lo.
2. UM NASCIMENTO DA ESPERANÇA
O nascimento de
Enos, neto de Adão, traz uma nova esperança para que a humanidade se volte para
Deus. O homem criado à imagem de Deus não pode seguir bem a vida longe dEle.
2.1. O início da
adoração comunitária.
Como Caim matou
Abel e passou a viver a vida fugindo de Deus [Gn 4.16], Deus dá a Adão outro
filho, chamado Sete. Interessante notarmos que, após o nascimento de Enos, as
pessoas começaram a invocar o nome do Senhor [Gn 4.25-26]. Gênesis 5.1 nos
lembra que Adão e Eva foram criados à semelhança de Deus, sem pecado. Aos 130
anos Adão gerou “um filho à sua semelhança” [Gn 5.3]. Isso pode significar que
Sete herdou do seu Pai Adão tanto a imagem de Deus quanto as máculas da queda
do Éden. Sete substituiu Abel morto não apenas como filho de Adão, mas como
herdeiro de uma fé genuína e amor a Deus. Há uma clara distinção de relação com
Deus entre os descendentes de Caim e os de Sete.
Comentário
Bíblico Broadman – Gênesis: “Em contraste com a linhagem de Caim, uma nova
direção tem início, com o nascimento de Sete a Adão e Eva. Desta vez, a alegria
de Eva é misturada com tristeza, e ela usa um termo mais impessoal para
referir-se a Deus. Quando nasceu um filho a Sete, que lhe deu o nome de Enos
(fraqueza), os homens começaram a invocar o nome do Senhor (Yahweh). Em sua
força, a linhagem de Caim não sentirá necessidade de Deus; em sua fraqueza,
Enos reconheceu que tinha necessidade dele. A força de Caim por fim de nada lhe
adiantaria. Enos iria estabelecer uma linhagem que nunca teria fim.”
2.2. Andar com
Deus.
Descendendo de
Sete se destaca uma figura: Enoque [Gn 5.8-18]. Ser alguém piedoso não garante
que toda sua descendência será. Porém, a narrativa de Gênesis mostra como Deus
sempre levanta em gerações futuras alguém que siga o caminho de devoção dos
seus antepassados. Enoque andou com Deus [Gn 5.22]. Não diz que começou a
andar, mas que sua vida foi um andar com Deus, mesmo vivendo neste mundo e
tendo filhos. As coisas do mundo não o atraíam. Enoque se encaixa no anseio do
salmista [Sl 73.25]. Deus, portanto, tomou para si aquele que não via no mundo
motivo de satisfação. Seu anseio por Deus foi tamanho que a maldição do
“morrerás” lançada sobre Adão e seus descendentes pulou sua vida.
Comentário Bíblico
Champlin – Gênesis: “O propósito da genealogia do quinto capítulo do Gênesis é expor
diante de nós a linhagem piedosa de Sete, em contraste com a linhagem de Caim
[Gn 4.17-19]. Ambas as linhagens descendem de Adão: a linhagem piedosa e a
linhagem ímpia. Da linhagem piedosa viria o povo de Israel e o Cristo. A outra
linhagem produziria uma sociedade pecaminosa. A genealogia remonta à criação,
chegando até Noé e seus filhos, o que arma o palco para o dilúvio, quando Deus
cansou-se de tanta iniquidade que viera a permear ambas as linhagens que
descendiam de Adão.”
2.3. Tempo de
renovação.
Enoque, antes de
ser tomado pra Deus, gerou o avô daquele que seria usado por Deus para
preservar a humanidade da completa extinção: Noé. Nos tempos de Noé o quadro da
humanidade só piorava [Gn 6.5]. Temos uma sociedade que poderia ser dividida
entre filhos dos homens (linhagem ímpia de Caim) e filhos de Deus (linhagem
piedosa de Sete) [Gn 6.1-3]. Porém, esta última começa a se misturar com a
primeira, multiplicando assim no mundo a impiedade [Gn 6.12]. Lameque profetiza
que o nascimento do seu filho Noé traria consolo à terra amaldiçoada em Adão
[Gn 5.29]. O consolo pode significar a destruição das cidades com o dilúvio
trazendo consolo ao solo, como a própria limitação da maldade com o
encurtamento da vida após o dilúvio.
Novo Comentário
Bíblico: “A coisa mais importante pela qual Lameque é lembrado é seu
descendente Noé, cujo significado do nome é o único comentado pelo narrador
deste capítulo (este nos consolará acerca de nossas obras e do trabalho de
nossas mãos, por causa da terra que o SENHOR amaldiçoou). A palavra Noé (hb.
Noach, repouso) vem de um verbo que significa descansar, e está associado a
alívio. O nascimento de Noé, para seu progenitor, significava uma inversão de
curso para a humanidade.”
EU ENSINEI QUE:
Deus sempre
desperta um remanescente que tem sede dEle.
3. UM NOVO COMEÇO COM DEUS
A tentativa do
homem em se religar a Deus não pode ser bem-sucedida sem que antes aja uma
iniciativa divina. Deus mesmo precisa prover os caminhos de volta para Ele.
3.1. As marteladas
da longanimidade divina.
Enquanto toda a
humanidade se desviava de Deus e se entregava à impiedade, Noé seguiu os
caminhos do seu avô Enoque e andava com Deus [Gn 6.9]. Ele não foi tomado para
Deus como foi Enoque, mas foi preservado por Deus no dilúvio, junto com sua
família [Gn 6.18]. Noé foi a única voz sensata num mundo perdido e cego pelo
pecado. Foi considerado o pregador da justiça de Deus não em uma civilização
injusta, mas em um mundo de injustiça [2Pe 2.5]. O longo tempo da construção da
arca unido às marteladas de Noé nas madeiras da arca consistiam em uma pregação
da longanimidade de Deus em dar aos homens a chance de se arrependerem [1Pe
3.20]. Ainda assim não creram nEle.
Comentário
do Novo Testamento – Simon Kistemaker: “Quando Deus esperou pacientemente”. Uma
tradução literal dessa parte do versículo é “quando a paciência de Deus
continuava aguardando” (NASB), ou seja, a longanimidade de Deus durou 120 anos
antes que ele destruísse a humanidade, exceto por oito pessoas, com o dilúvio.
A construção da frase traduzida como “Deus esperou pacientemente” enfatiza a
leniência de Deus antes de executar sua sentença sobre a raça humana (comparar
com Gênesis 6.3). Desde o tempo de Adão até o dia em que Noé entrou na arca,
Deus exercitou sua paciência.
3.2. Adoração após
o dilúvio.
Após o dilúvio que
limpou a terra, de Sem, um dos filhos de Noé, descendeu a linhagem abençoada e
piedosa [Gn 10.1; 11.10]. Após baixarem as águas do dilúvio, Noé levanta um
altar ao Senhor e sacrifica animais limpos em holocausto [Gn 8.20]. Vemos aqui
não apenas uma manifestação de gratidão pelo livramento, mas também a
necessidade do homem de reconexão com Deus. O perfume da gratidão de Noé
agradou a Deus a ponto dEle fazer uma aliança com Noé e prometer não mais
destruir a terra com águas [Gn 8.21-22; 9.1-19]. Mas isso não parou o caudal do
pecado [Gn 9.20-29]. A intemperança de Noé é imprudência e indiscrição do seu
filho Cam dividiu o destino das três civilizações pós-diluvianas.
Comentários
Bíblicos – Gênesis – João Calvino: “Aqui, porém, Moisés, em conformidade com
seu costume, apresenta Deus com um caráter humano com o propósito de
acomodar-se à capacidade de um povo ignorante. Pois nem mesmo se deve presumir
que o rito do sacrifício, em si mesmo, fosse agradável a Deus como um ato
meritório, senão que devemos considerar o propósito da obra, e não nos
confinarmos à forma externa. Pois, a que mais Noé se propôs, senão reconhecer
que havia recebido sua própria vida, e a dos animais, como dádiva somente da
graça de Deus? Essa piedade exalou um bom e suave cheiro diante de Deus.”
3.3. A fé como um
novo caminho pra Deus.
De Noé nasceu Sem
e de Sem descendeu o grande patriarca Abrão [Gn 11.10, 26-27]. O nascimento de
Abrão marcaria um novo rumo para a relação do homem com Deus. As maiores
bênçãos prometidas a humanidade seriam dadas a Abrão. A esperança se renova
porque finalmente uma nação, e não apenas alguns indivíduos, seria reconectada
à comunhão com Deus por meio de Suas promessas e caminhos.
Abrão, séculos
depois, seria identificado como “pai de todos os que creem” [Rm 4.11]. Deus se
revelou a Abrão, o chamou, lhe deu ordens e promessas. Abrão creu e obedeceu
[Hb 11.8]. Um verdadeiro exemplo para nós hoje: “Mas o justo viverá da fé” [Hb
10.38]. Fé não apenas no momento da conversão, mas fé em todo o tempo ao longo
da jornada, assim como foi com Abraão [Hb 11.9, 11, 13, 17]. Deus é fiel à Sua
Palavra e cumprirá Seus propósitos.
Comentário
Bíblico Adam Clarke: “A fim de manter esta linhagem distinta, encontramos um
cuidado especial que foi tomado por Deus. Onde havia dois ou mais filhos de uma
família, Deus escolhia sempre alguém especialmente projetado para ser o canal
que vai trazer o Seu Filho ao mundo. Assim, na família de Adão, Sete foi
escolhido. Na família de Noé, Sem. Na família de Abraão, Isaque. Na de Davi,
Salomão e Natã. Todas essas coisas são o zelo de Deus em uma providência
especial, mostrando desde o início que Cristo veio com a promessa por graça
divina e não pela descendência natural.”
EU ENSINEI QUE:
O
dilúvio e a salvação de Noé e sua família trouxeram um novo rumo para o
relacionamento com Deus.
CONCLUSÃO
A religião é a
tentativa do homem de se aproximar de Deus. A redenção é a iniciativa de Deus
em trazer o homem novamente para um relacionamento consigo.
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