🎓 Classe: JOVENS
✍Revista: Do professor - CPAD
✍Trimestre: 2° de 2023
✍Título: Encorajamento, Instrução e Conselho: Alcance uma
vida cristã feliz com os ensinos dos Salmos
✍Comentarista: Marcelo Oliveira
TEXTO PRINCIPAL
“Como
o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó
Deus!” (SI 42.1)
RESUMO DA LIÇÃO
A
nossa alma suspira por Deus; sua presença traz sentido à nossa vida. Não
podemos viver sequer um dia sem o Senhor.
LEITURA SEMANAL
SEGUNDA
– Hb 11.1-3
Homens
que dependeram de Deus
TERÇA
– Js 3.14-17
A
natureza nos ensina lições de Deus
QUARTA
– 1Co 13.13
A
esperança é uma virtude
QUINTA
– Sl 43. 4,5
Deus
é a nossa alegria e auxílio
SEXTA
– 1Jo 4.4
“Maior
é o que está em vós”
SÁBADO
– Lm 3.21
Cultivando
lembranças que edificam
OBJETIVOS
1.
COMPREENDER
que a alma humana suspira por Deus;
2.
MOSTRAR
as características da alma que se encontra abatida;
3.
EXPLICAR como
podemos fortalecer a esperança em tempos difíceis.
INTERAÇÃO
Professor (a), na lição deste domingo estudaremos o Salmo 42. Você,
juntamente com seus alunos, verá que este cântico traz lições preciosas para a
nossa vida pessoal e espiritual. No decorrer da lição, reforce a ideia de que
passar pela juventude desejando a presença de Deus é uma bênção singular.
Entretanto, não significa que não sentiremos dores e tristezas, mas que, uma
vez na presença de Deus, estaremos prontos para vencer os desafios e
dificuldades que a vida nos impõe.
Veremos que a nossa profundidade devocional determinará a qualidade
da nossa vida. Jamais podemos nos esquecer de que a nossa alma é dependente de
Deus. Não há nada em que podemos colocar a nossa confiança para preencher o
lugar do Senhor. Somente Ele nos completa e não nos deixa caminhar sozinhos.
Somente a comunhão com o Eterno pode trazer equilíbrio espiritual e social, bem
como nos conduzir a viver a vontade de Deus.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor(a),
reproduza o quadro abaixo. Sugerimos que você o utilize-a para mostrar aos
alunos que o verdadeiro crente tem fome e sede de Deus.
1.
“Sem sede de Deus a pessoa morre espiritualmente. Não devemos,
pois, permitir que coisa alguma faça diminuir nosso anelo pelo Senhor.
Acautele-se dos cuidados deste mundo, da busca das coisas terrenas e dos
prazeres que tiram a fome e sede de Deus, e o desejo de buscar a sua face em
oração (Mc 4.19},”
2.
“Devemos orar
para que aumente o nosso anseio pela presença de Deus, que o nosso desejo peta
plena manifestação do Espírito Santo cresça, e que se aprofunde a nossa paixão
pela plenitude do reino de Cristo e sua justiça, até clamarmos por Ele de dia e
de noite, com sede sincera, assim como o cervo ‘brama pelas correntes das
águas’ em tempos de seca (v.1 Mt 5.6)”
TEXTO BÍBLICO
Salmos 42.1-11
1
Como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por
ti, ó Deus!
2
A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresentarei
ante a face de Deus?
3
As minhas lágrimas servem -m e de mantimento de dia e de noite, porquanto me
dizem constantemente: Onde está o teu Deus?
4
Quando me lembro disto, dentro de mim derramo a minha alma; pois eu havia ido
com a multidão; fui com eles à Casa de Deus, com voz de alegria e louvor, com a
multidão que festejava.
5
Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas em mim? Espera em
Deus, pois ainda o louvarei na salvação da sua presença.
6
Ó meu Deus, dentro de mim a minha alma está abatida; portanto, lembro-me de ti
desde a terra do Jordão, e desde o Hermom, e desde o pequeno monte.
7
Um abismo chama outro abismo, ao ruído das tuas catadupas; todas as tuas ondas
e vagas têm passado sobre mim.
8
Contudo, o SENHOR mandará de dia a sua misericórdia, e de noite a sua canção
estará comigo: a oração ao Deus da minha vida.
9
Direi a Deus, a minha Rocha: Por que te esqueceste de mim? Por que ando
angustiado por causa da opressão do inimigo?
10
Como com ferida mortal em meus ossos, me afrontam os meus adversários, quando
todo o dia me dizem: Onde está o teu Deus?
11
Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas dentro de mim?
Espera em Deus, pois ainda o louvarei. Ele é a salvação da minha face e o meu
Deus.
INTRODUÇÃO
O
estudo do Salmo 42 traz lições preciosas para a vida espiritual. Nele, veremos
que passar pela juventude desejando a presença de Deus é uma bênção. Isso não
significa que as dores da alma não serão sentidas, mas que, uma vez na presença
de Deus, a nossa alma é preenchida e estaremos prontos para vencer os desafios
que a vida nos impõe. Aprenderemos, portanto, que a nossa profundidade
devocional determinará a qualidade do nosso futuro.
I. A ALMA QUE SUSPIRA POR DEUS
1.
Introdução ao Salmo 4.
O
Salmo 42 introduz o Livro II de Salmos. Ele forma uma unidade com o Salmo 43.
Trata-se de uma canção escrita pelos filhos de Corá, uma família de levitas.
Esses levitas que sabiam bem a respeito da importância da adoração no Templo.
Por isso, a canção dos Salmos 42 e 43 expressa o desejo do levita em retornar
ao Templo para adorar a Deus. O cantor lamenta as circunstâncias da vida que o
impedem de participar do culto no Templo. Nesta lição, priorizamos a exposição
do Salmo 42.
2.
A alma anseia por Deus.
O
cantor usa a imagem da corça que anseia pelas águas a fim de mostrar o quanto
ele anseia pela presença de Deus (Sl 42.1). Em seu Comentário Bíblico, Matthew
Henry escreve: “Comparecer diante de Deus é, ao mesmo tempo, o desejo dos
justos e o terror dos hipócritas”. Essa citação capta exatamente o desejo do
justo em estar diante da face de Deus por intermédio do culto público, mas
quando isso não acontece, por causa de uma circunstância impeditiva, sua alma
chora e se abate.
O
justo sente prazer em estar diante de Deus. Nesse sentido, o início do Salmo 42
revela a privação do cantor em cultuar a Deus no Templo e sua preocupação em
encontrar uma fonte que alivie a sua sede (v.2). Essa imagem revela que não há
alívio para a alma do jovem sem a presença de Deus.
3.
A capacidade da memória, uma faculdade da alma.
Longe
da presença de Deus, simbolizada pela presença no Templo, memórias e
sentimentos passados do salmista o lembram dos tempos áureos da adoração
pública (Sl 42.3,4). Entretanto, essas lembranças aprofundam o desânimo de sua
alma ao ponto de ele indagá-la: “Por que se perturba dentro de mim?” (Sl
42.5a). Note que as lembranças têm a capacidade de aprofundar uma dor ou a
consequência de uma experiência negativa: mas, ao mesmo tempo, elas têm a
capacidade de renovar a esperança (Sl 42.5b).
Isso
dependerá da capacidade que você tem de lembrar das dores e das experiências
negativas e aprender com elas, bem como a capacidade de recordar das
experiências edificantes, dos milagres extraordinários da providência divina em
sua vida para motivar as suas ações hoje. Não por acaso, o apóstolo Paulo nos
convida a cultivar a memória, com a verdade, a honestidade, a justiça, a
pureza, a amabilidade e todas as virtudes possíveis (Fp 4.8 cf. Lm 3.21). É
preciso que você selecione bem o que entra em sua memória, pois o que você
lembra hoje o motivará para tomar decisões espirituais, morais e sociais amanhã
(Sl 42.5).
SUBSÍDIO
1
Prezado (a) professor (a), inicie fazendo as seguintes perguntas: ‘O
que vocês sabem a respeito do Salmo 42?” “Quem é o autor do Salmo 42?” “Ouça os
alunos com atenção e explique que este é um Salmo bem conhecido e ele é de
autoria dos filhos de Corá, uma família de levitas, Este Salmo abre o segundo
livro dos Salmos (Salmos 42 a 73) dando-nos um cântico para aqueles momentos em
que não temos vontade de cantar. Trata-se de um masquil, um poema de
discernimento que apresenta instruções sobre como nos conduzir em momentos de
profundo desânimo.
A causa da maioria das depressões é um sentimento de perda — de ser
amado, um objeto desejado, um amigo querido, da saúde, do emprego ou da
carreira, do casamento ou de uma história de amor, sonhos. O abatimento se
intensifica quando sentimos que o próprio Deus já se foi. Que perda você
experimentou que o fez ficar triste? Seria a ausência de Deus a primeira coisa
da sua lista? Era assim com o salmista. O salmista se compara a um cervo
bramando pelas correntes de água (v. 1), implicando uma grave necessidade e uma
longa privação.
Como o cervo, também queremos saber onde podemos encontrar a fonte
para aliviar a nossa sede (v. 2). Nossa secura de coração contrasta com as
lágrimas que correm de nossos olhos. Quando as pessoas perguntam ‘onde está o
teu Deus? (v, 3), a resposta comum é: “não sei” (WOOD. George. Rio de Janeiro:
CPAD, 2006. p. 174)
II – A ALMA QUE SE ENCONTRA ABATIDA
1.
Não é pecado a alma estar abatida.
O
versículo 6 diz assim: “Ó Deus, dentro de mim, a minha alma está abatida”.
Muitos servos do Senhor, ao longo da história, tiveram momentos de angústias na
caminhada cristã. Há uma galeria de heróis da fé que comprova isso (Hb 11). O
versículo 6 deste salmo revela que uma experiência negativa pode introduzir em
nossa alma um estado de angústia. Por exemplo, a não aprovação no vestibular
pode fazer isso com a sua alma; o término de um namoro pode trazer esse
sentimento de abatimento que paralisa a sua vida espiritual; experiências que
trazem um sentimento de fracasso têm um potencial de aprisionar você por
dentro.
2.
A natureza traz lições de Deus.
A
expressão “portanto” traduz uma mudança de atenção do salmista. Nesse versículo
6, duas expressões se destacam, “terra de Jordão” e “Hermon“, além do
desconhecido monte Mizar. O salmista se encontra nessa região, provavelmente ao
norte do mar da Galiléia. Embora ele esteja longe de Jerusalém, ele está num
local que, historicamente, sempre revelou as grandezas de Deus (Js 314-17; Sl
133).
A
partir dessa imagem, o saudoso pastor norte americano, George Wood, escreveu:
“Encontramo-nos na ‘terra do Jordão’, o ponto mais baixo da terra. Desse lugar
tão baixo, devemos nos lembrar do ponto mais alto, o Hermon (v.6). Dias
melhores virão; a vida é feita de altos e baixos”. Assim, a natureza nos traz
lições belíssimas de que ela não é fruto de um caos, de uma desordem. Há um
Criador que a sustenta e a dirige. Se Ele faz isso com os minerais, os
vegetais, os animais, por que seria diferente com os seres humanos?
3.
É preciso ter esperança.
Na
fé cristã, o problema não é estar abatido, pois isso é esperado em nossa caminhada
(2 Co 4.8,9). O problema é perder a esperança (cf. 1 Co 13.13). Esta é uma
virtude intrínseca à nossa fé, pois esperamos o Senhor Jesus voltar-se contra
todo tipo de incredulidade. Portanto, podemos dizer assim para a nossa alma:
“Espera em Deus, pois ainda o louvarei” (Sl 42.11).
SUBSÍDIO
2
“Quando foi que Davi expressou este desejo intenso por Deus? Quando
ele foi impedido de tomar parte nas ocasiões públicas em que se esperava em
Deus, quando foi expulso para a terra do Jordão, e estava a uma longa distância
dos átrios da Casa de Deus. Observe: Às vezes Deus nos ensina, de forma
efetiva, a conhecer o valor das suas misericórdias pela ausência delas e aguça
o nosso apetite pelos meios da graça ao diminuir drasticamente estes meios.
Somos propensos a repudiar o maná, em função da sua fartura, o qual voltará a
ser precioso para nós se voltarmos a sofrer da sua escassez.
Quando ele foi privado, em grande medida, do conforto interior que
costumava desfrutar diante de Deus. Ele agora começou a se lamentar; mas
continuou bradando, Observe: Se Deus, pela sua graça, operou em nós um desejo
sincero e intenso de buscá-lo, podemos encontrar conforto neste desejo quando
perdermos os prazeres arrebatadores que, muitas vezes, tínhamos um Deus, porque
o lamento diante de Deus é uma evidência tão certeira de que o amamos quanto a
alegria diante dele.
Antes de o salmista registrar as suas dúvidas, os seus temores, as
suas aflições que haviam lhe abalado profundamente, ele pressupõe algo: que ele
estava olhando para o Deus vivo como o seu bem maior, e nele havia colocado o
seu coração e estava decidido a viver e morrer por Ele; e, depois lançar a
âncora em um primeiro momento, ele escapa da tempestade.” (HENRY. Matthew.
Comentário Bíblico Antigo Testamento: Jó a Cantares. Rio de Janeiro: CPAD,
2010, p. 357.)
III – COMO FORTALECER A ESPERANÇA EM TEMPOS DIFÍCEIS
1.
Não esteja sozinho.
Diferentemente
do tempo dos filhos de Corá, você tem a presença de Jesus e a plenitude do
Espírito Santo com você (Hb 13.5; Jo 14.16). Por isso, uma lição que o Salmo 42
ensina é que nada em nossa vida pode tirar o foco da fé. Sua vida espiritual
dará a direção para o futuro que você colherá. Por isso, vá ao altar do Senhor,
louve-o, pois Ele é a sua alegria (Sl 43.4 ); anseie e priorize a presença de
Deus, pois Ele é o teu auxílio (Sl 43 5; Js 1.8). Observe a importância dos
cultos públicos, das reuniões de estudos bíblicos, da vocação ministerial e da
devoção pessoal. Disso depende do sentido da sua vida cristã.
2.
Equilíbrio espiritual e social.
Há
muitos desafios na vida de muitos jovens. Há jovens que trabalham e estudam. Há
os que assumiram o sustento da casa, pois um dos pais foi recolhido por Deus.
Outros ainda estão iniciando a carreira nas forças armadas, ou lutando para se
sustentar numa universidade pública ou privada. Enfim, os desafios são
complexos. Dependendo de como reagimos a esses desafios sociais, podemos entrar
num ciclo de ansiedade tendo como consequência a depressão.
Por
isso, uma preciosa lição que o Salmo nos ensina é que na proporção que a sua
vida espiritual for profunda, você superará os desafios reais da vida, podendo
prevenir a rota da ansiedade e da depressão. Por isso, se você está vivendo uma
situação complexa, pare, se acalme e reflita:
1)
ore e leia a Palavra de Deus;
2)
estude e trabalhe com dedicação:
3)
espere em Deus. Assim, esse momento complexo passará, você aprenderá com ele e
sairá mais maduro do que quando entrou (Rm 5-3- 5).
3.
Traga à memória o que dá esperança.
Outra
lição preciosa que podemos extrair do Salmo 42 é a capacidade de trazer boas
lembranças para o tempo presente desafiador. Tenha em mente que o que Deus
permitiu você passar ontem é porque isso o ajudará hoje (Lm 3,21). Por isso,
Ele nos deu a faculdade da memória. Entre recordações e lembranças, nossa alma
é alimentada por tudo o que Deus fez de bom. Não seja escravo das lembranças
que trazem sofrimento e dor, mas cultive aquelas que trazem esperança, ânimo e
coragem (Js 1.13).
SUBSÍDIO
3
Professor (a), enfatize o que podemos fazer quando estamos abatidos.
Explique que “o salmista apresenta a dor e a cura dela no Salmo 42. Ele afirma:
‘Espera em Deus, pois ainda o louvarei na salvação da sua presença’. Explique
que a confiança em Deus é um antídoto supremo contra o desânimo e a inquietude
que querem dominar o nosso espírito.
E, portanto, quando admoestamos a nós mesmos no sentido de manter a
esperança em Deus: quando a alma abraça a si mesma, ela afunda; se ela se apega
ao poder e às promessas de Deus, ela mantém a cabeça para cima da linha da
água.
Espera em Deus: Que Ele receberá glória a partir de nós: ‘pois ainda
o louvarei; experimentarei uma mudança tão significativa na minha situação, que
não me faltará motivo para louvar, e uma mudança tal no meu espírito, que não
me faltará louvor no coração” (Adaptado de HENRY. Matthew: Comentário Bíblico
Antigo Testamento: Jó a Cantares. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 357)
CONCLUSÃO
Nesta
lição, vimos que a nossa alma é dependente de Deus. Não há nada em que você
possa colocar a sua confiança para preencher o lugar do Senhor. Percebemos
também que a alma sente a ausência de Deus diante de uma tributação e angústia,
embora Ele esteja perto. Podemos usar recursos espirituais para reagir ao
sentimento paralisante. Assim, somos convidados a não estar sozinhos, a andar
em equilíbrio espiritual e social, bem como, a cultivar lembranças que nos
motivam a viver a vontade de Deus.
HORA DA REVISÃO
1.
O que a canção dos Salmos 42 e 43 expressam?
Expressa
o desejo do levita em retornar ao Templo para adorar a Deus.
2.
Por que o cantor usa a imagem da corça?
O
cantor usa a imagem da Corça que anseia pelas águas a fim de mostrar o quanto
ele anseia pela presença de Deus (Sl 42.1).
3.
O que o versículo 6 do Salmo 42 revela?
O
versículo 6 revela que uma experiência negativa pode introduzir em nossa alma
um estado de angústia
4.
Por que a esperança é uma virtude intrínseca à nossa fé?
Esta
é uma virtude intrínseca à nossa fé, pois esperamos O Senhor Jesus voltar
contra todo tipo de incredulidade.
5.
Cite três atitudes que fortalecem a nossa esperança. Não estar
sozinho: equilíbrio espiritual e social e trazer à memória o que dá esperança.
Este
E-book é uma verdadeira fonte informativa para os novos e os veteranos
professores de Escola Bíblica.