📝
Tema: SEPARADOS PARA DEUS – Buscando a
Santificação para vermos o Senhor e sermos usados por Ele| 1° Trimestre de
2023 – CPAD
🎓
Classe: Jovens – Revista do professor
✍️Comentarista: Natalino das Neves
TEXTO
PRINCIPAL
“Ai
de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que sois semelhantes aos
sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente
estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia.” (Mt 23.27)
RESUMO
DA LIÇÃO
Deus
deseja uma santidade autêntica, que vem de dentro para fora.
LEITURA
SEMANAL
SEGUNDA
– Mt 15.11
O
que contamina o ser humano
TERÇA
– Mt 15.19
Os
pensamentos maus
QUARTA
– Is 29.13
A
falsa religiosidade
QUINTA
– Nm 5.1-4
O
leproso e o imundo
SEXTA
– Mt 23.27
Jesus
exorta a respeito da hipocrisia
SÁBADO
– Mt 24.24
Uma
santidade somente exterior
OBJETIVOS
MOSTRAR a hipocrisia
dos fariseus e escribas, os mestres da Lei;
CONSCIENTIZAR
de
que uma pseudo santidade favorece a prática da injustiça;
MOSTRAR
o
que leva uma pessoa à cegueira espiritual.
INTERAÇÃO
Professor (a), a hipocrisia é um tema que precisa de uma atenção
especial, pois infelizmente, existem pessoas em nosso meio com atitudes
semelhantes às dos escribas e fariseus. Elas querem impor, por falta de
conhecimento bíblico e doutrinário, um jugo pesado e impraticável que acaba
afastando as pessoas do Evangelho.
Muitos, como os fariseus e publicanos, até têm um discurso
eloquente, mas não se comportam de maneira adequada na igreja ou na sociedade
em geral. Muitos estão envergonhando o Evangelho e a Igreja. Um debate bem
conduzido a respeito do assunto poderá contribuir para que os jovens compreendam
a necessidade de viver uma vida íntegra e coerente diante das pessoas e de
Deus, pois sem santidade ninguém verá o Senhor.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor (a), sugerimos que para a aula de hoje você organize uma
dramatização. Solicite dois voluntários. Enquanto os demais alunos assistem,
coloque uma venda nos olhos dos voluntários e peça para um guiar o outro em uma
pequena caminhada pela sala, não permitindo que retirem a venda, como se fosse
uma pessoa cega, guiando à outra.
Após a atividade, peça para cada voluntário expressar qual o
sentimento que teve nas duas funções exercidas, bem como a opinião do público
que presenciou a atividade. Depois de ouvir a todos, explique que os escribas e
fariseus se achavam perfeitos e queriam guiar as demais pessoas, mas Jesus
afirmou que eles eram como cegos guiando cegos.
TEXTO
BÍBLICO
Mateus 15,10-14
10
E, chamando a si a multidão, disse-lhes: Ouvi e entendi:
11
O que contamina o homem não é o que entra na boca, mas o que sai da boca, isso
é o que contamina o homem.
12
Então, acercando-se dele os seus discípulos, disseram-lhe: Sabes que os
fariseus, ouvindo essas palavras, se escandalizaram?
13
Ele, porém, respondendo, disse: Toda planta que meu Pai celestial não plantou
será arrancada.
14
Deixa-os: são condutores cegos; ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão
na cova.
Mateus 23.25-28
25
Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que limpais o exterior do copo
e do prato, mas o interior está cheio de rapina e de iniquidade.
26
Fariseu cego! Limpa primeiro o interior do copo e do prato, para que também o
exterior fique limpo.
27
Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que sois semelhantes aos
sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente
estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia.
28
Assim, também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente
estais cheios de hipocrisia e de iniquidade.
INTRODUÇÃO
Na
Lição deste domingo, vamos conhecer a respeito dos fariseus e escribas e suas
atribuições para a sociedade judaica da época. Os escribas e fariseus são, por
diversas vezes, confrontados por Jesus por serem hipócritas.
Eles
são desmascarados por Jesus em suas muitas “pegadinhas” teológicas cujo intento
era apanhar o Mestre em alguma contradição. Veremos que Jesus advertiu aos
escribas e fariseus, e a nós também, que a santidade deve vir de dentro para
fora e não o contrário.
I-
A HIPOCRISIA DOS FARISEUS E ESCRIBAS
1.
A Origem dos fariseus.
Josefo
defendia que o judaísmo, nos tempos de Jesus, estava subdividido em três
escolas principais: os saduceus (que desfrutavam do apoio da elite), os
fariseus (que tinham o apoio popular) e os essênios (partido sacerdotal que
buscou o afastamento do Templo e do restante do sacerdócio).
A
origem dos fariseus, cujos membros eram oriundos de todos os níveis sociais,
sobretudo da “classe” média, deu-se na época dos Macabeus (século II a.C.).
Eles
preferiram priorizar a manutenção do seu status político e garantir os direitos
religiosos por meio de uma adaptação parcial ao sistema dominante. Outra
característica no farisaísmo é sua proximidade com os escribas, que eram os
responsáveis pelas ideologias dos fariseus.
2.
Os escribas e fariseus acreditavam ser os verdadeiros mestres (Mt 23.2-4).
Jesus
afirma que os escribas e fariseus estavam assentados na cadeira de Moisés,
dando a entender que conheciam bem a Lei de Moisés. Eles eram reconhecidos
pelos judeus como os herdeiros da autoridade de Moisés para ensinar.
Jesus
não nega a capacidade intelectual deles, inclusive, afirma que como mestres
eles têm o seu devido valor. No entanto, Ele recomenda: “não procedais em
conformidade com as suas obras, porque dizem e não praticam” (v. 3). Eles
colocavam pesados jugos sobre os ombros do povo com base em suas próprias interpretações
da Lei.
3.
Jesus repreende a falsa devoção dos fariseus (Mt 23.25-28).
Jesus
fez uma crítica ao comportamento hipócrita dos escribas e fariseus e, também,
quanto às regras de purificação, que ressaltava uma falsa “santificação” à mesa
(v. 25). As regras de purificação serviam como pretexto para impedir as
pessoas, tidas como impuras por eles, de compartilhar da mesma mesa. Por isso,
Jesus condena as atitudes dos escribas e fariseus.
Eles,
que eram tidos como “santos” e que faziam parte de uma elite entre os judeus,
viviam de aparência, enquanto interiormente estavam “cheios de hipocrisia e
iniquidade” (v. 28). Podemos concluir que a santidade que Deus requer de nós, é
a verdadeira, aquela que vem de um coração puro, quebrantado diante do Senhor.
É essa maneira de viver santa que faz diferença no dia a dia.
PENSE! Jesus não negou
o valor do ensino dos fariseus. Ele repreendeu a hipocrisia deles.
PONTO IMPORTANTE! O hipócrita é
um mentiroso e nenhum mentiroso pode agradar a Deus.
SUBSÍDIO
1
Professor (a). no primeiro tópico da lição os seus alunos vão
conhecer mais a respeito da origem dos fariseus. Então, inicie fazendo a
seguinte pergunta: “Quem eram os fariseus?” Ouça os alunos com atenção e
incentive a participação de todos. Em seguida explique que os fariseus eram
“partidários de uma das principais seitas rabínicas dos tempos de Cristo”.
Depois, explique que “ainda que pareciam ser santos, não eram sóbrios nem
justos (escribas e fariseus). Realmente somos o que somos por dentro.
Os motivos externos podem manter limpo o exterior, enquanto o
interior está imundo; porém, se o coração e o espírito são feitos novos, haverá
vida nova; aqui devemos começar por nós mesmos. A justiça dos escribas e dos
fariseus era como os adornos de uma tumba ou 0 vestido de um cadáver, que só
serviam como espetáculo.
O engano dos corações dos pecadores se manifesta em que navegam rio
abaixo, pelas torrentes de pecado de sua própria época, enquanto se sentem
orgulhosos de oporem-se aos pecados mais frequentes em épocas anteriores. […]
Justo é que Deus entregue à carnalidade de seus corações a estes que se obstina
em satisfazerem-se a si mesmos” (HENRY, Matthew. Comentário Bíblico de Matthew
Henry. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, p. 783)
II -
A EXTERIORIDADE DA SANTIDADE E A PRÁTICA DA INJUSTIÇA
1.
Os escribas e fariseus faziam acusações injustas a Jesus e aos seus discípulos
(Mt 15.1,2).
Jesus
e seus discípulos estavam na terra de Genesaré pregando as Boas-Novas e curando
os enfermos quando alguns escribas e fariseus, vindos de Jerusalém, perceberam
que os discípulos de Jesus comiam sem lavar as mãos. O que os incomodava não
era a falta de higiene, mas sim a questão cerimonial, a tradição.
A
Torá previa alguns procedimentos quanto ao ritual de pureza (Lv 11-15; Nm
5.1-4). Todavia, a questão levantada pelos escribas e fariseus não constava
nela, mas sim na tradição dos anciãos. Portanto, eles acusaram Jesus e seus
discípulos injustamente. A tradição deles, na verdade, era acréscimo feito
pelos homens e não por Deus.
2.
Jesus demonstrou que os acusadores eram, na verdade, os transgressores (Mt
15.1-20).
Os
escribas e fariseus acusaram Jesus e os discípulos de comer sem lavar as mãos.
No entanto, Jesus os repeliu e mostrou que eles estavam equivocados e o quanto eram
hipócritas. Então, o Mestre questiona o fato deles transgrediram os mandamentos
de Deus (v. 3). Jesus repreende os fariseus e escribas afirmando: “E assim
invalidastes, pela vossa tradição, o mandamento de Deus” (v. 6).
Jesus
cita a lei mosaica em que os filhos deveriam honrar o pai e a mãe (o quinto
mandamento), cuja penalidade para tal transgressão era a morte. Mas, para não
atenderem as necessidades materiais de seus pais alegavam que o bem que
possuíam era Corbã, isto é, oferta ao Senhor(Mc 711).
Segundo
A. T. Robertson na obra Comentário Mateus e Marcos, “os rabinos permitiam que o
filho infiel fizesse a mera declaração dessas palavras para deixar de usar o
dinheiro necessário para o sustento do pai ou mãe.” Na verdade, os acusadores
eram os verdadeiros transgressores da Lei de Deus.
3.
O profeta Isaías já havia alertado a respeito da falsa santidade em nome da
religião (Mt 15.7-9).
Jesus exorta os escribas e fariseus, demonstrando que eram eles que estavam
burlando a lei de Moisés por ganância. O Mestre chama os fariseus e escribas de
hipócritas e afirma a atitude errada deles citando Isaías 29.13.
O
profeta Isaías já havia, por diversas vezes, reprovado a exterioridade da
santidade do seu povo. Ele afirmou que seu povo adorava a Deus somente com
palavras, mas o coração deles estava bem longe do Senhor. Da mesma forma também
estavam os judeus na época de Jesus, como também muitos cristãos nominais de
nossos dias.
PENSE! A Santidade
Autêntica vem de dentro para fora e é refletida em nossas palavras e ações.
PONTO IMPORTANTE! Deus conhece a
intenção dos corações.
SUBSÍDIO
2
“Os fariseus e os doutores da lei vinham de Jerusalém, centro da
autoridade judaica, para inspecionar as atividades de Jesus. Ao longo dos
séculos, desde a volta dos judeus do cativeiro babilônico, centenas de
tradições religiosas haviam sido acrescentadas à lei de Deus, e eram
consideradas igualmente importantes por parte desses fariseus e mestres
religiosos.
Muitas tradições não são más em si mesmas, e podem acrescentar maior
significado e riqueza à nossa vida, mas não devemos admitir que, por nossas
tradições terem sido observadas durante anos, devam ser elevadas à mesma
condição das Escrituras. Os princípios de Deus são imutáveis e a sua lei não
precisa de qualquer complemento.
As tradições servem para nos ajudar a compreender melhor as leis de
Deus, não para se transformarem em outros mandamentos.” (Bíblia de Estudo
Aplicação Pessoal Rio de Janeiro: CPAD, p. 1249.)
III
- A CEGUEIRA ESPIRITUAL
1.
A cegueira espiritual dos escribas e fariseus (Mt 15.10-14).
Jesus
não se intimidou diante dos fariseus e dos escribas. Ele os exortou de forma
segura e eficaz, chamando-os de cegos e condutores de cegos. Os fariseus e
escribas se apegavam tanto às questões secundárias e irrelevantes (tradições
humanas) que se privavam da observância da Lei divina. Na realidade, o que os
incomodava era a popularidade.
O
reconhecimento e o respeito que Jesus e seus discípulos vinham conquistando
diante da população. Os testemunhos dos feitos de Jesus se espalhavam
rapidamente e todos queriam ouvir e ver o Senhor. Os líderes religiosos, com
suas tradições, discursos monótonos e repetitivos, já não chamavam mais a
atenção do povo.
2.
Pedro pede que Jesus os ensine (Mt 15.15).
Em
alguns momentos, os discípulos também tiveram dificuldades para entender os
ensinos de Jesus. Entretanto, Pedro, tomando a palavra pediu a Jesus:
“Explica-nos essa parábola” (Mt 15.15). O discípulo Pedro não se preocupava em
declarar publicamente que não havia compreendido.
Ele
estava certo, pois quem quer aprender tem de perguntar e não pode se importar
com a reação das pessoas. Muitas pessoas deixam de aprender por receio de
perguntar. Jesus fica admirado com a atitude de Pedro e diz: “Até vós mesmos
estais ainda sem entender?” (v. 16). De acordo A. T. Robertson, Comentário
Mateus & Marcos, “os discípulos ainda estavam sob o ‘encanto’ da
perspectiva teológica dos fariseus.” Por isso, a dificuldade de entendimento.
Os
fariseus e escribas ouviam os ensinos de Jesus e não aprendiam, pois seus
interesses pessoais e a hipocrisia impediam que seus “olhos fossem abertos”
para entender a mensagem do Reino. Já os discípulos de Jesus realmente
desejavam compreender e aplicar, às suas vidas, o ensino do Mestre.
3.
O que contamina o ser humano é o que está no seu coração (Mt 15.16-20).
Jesus
explica aos discípulos que o que contamina o ser humano não é o que entra pela
boca, mas o que procede do seu coração. É do interior do ser humano que provém
os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos
testemunhos e blasfêmias.
As
práticas, os ensinos errôneos e perversos dos escribas e fariseus ainda
influenciam muitos religiosos na atualidade, pois, infelizmente, ainda há
pessoas que valorizam mais as tradições humanas do que a Palavra de Deus. Jesus
deixa claro que a falsa santidade contamina o ser humano, e não o fato de comer
sem lavar as mãos. O Mestre critica duramente o ritualismo hipócrita e a falsa
santidade dos fariseus e escribas.
PENSE! O que realmente
contamina o coração do homem?
PONTO IMPORTANTE! O que contamina
o homem é o que vêm do seu interior
SUBSÍDIO
3
“O profeta Isaías também criticou os hipócritas (Is 20.23). Jesus
aplica as palavras do profeta àqueles líderes religiosos. Quando afirmamos que
honramos a Deus, porém nosso coração está longe dEle, o culto que prestamos
nada significa. Não basta agir com religiosidade, nossas atitudes devem ser
sinceras. Se não forem, as palavras de Isaías também se aplicam a nós.” (Bíblia
de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, p. 1249)
CONCLUSÃO
Nesta
lição, aprendemos que a santidade vem de dentro para fora. Os escribas e
fariseus viviam uma falsa santidade exterior e foram duramente criticados por
Jesus. Eles acusaram os discípulos de Jesus de não cumprirem as tradições
religiosas. Entretanto, Jesus derruba o argumento deles demonstrando que em
nome de uma falsa santidade, eles estavam dando mais importância às tradições
humanas do que à essência da Palavra de Deus.
HORA DA REVISÃO
1.
Segundo a lição, quais eram as principais escolas do judaísmo? Josefo defendia
que o judaísmo nos tempos de Jesus estava subdividido em três escolas
principais: os saduceus, os fariseus e os essênios.
2.
Em qual época os fariseus surgiram? A origem dos fariseus, cujos membros
eram oriundos de todos os níveis sociais, sobretudo da “classe” média, se deu
na época dos Macabeus (século II a.C.).
3.
Segundo a lição, o que contamina o homem? Jesus afirma que o homem é
contaminado pelo que sai da sua boca, pois procede do seu interior.
4.
Qual a recomendação de Jesus em relação aos fariseus? Ele recomenda:
“não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não praticam”
(v. 3).
5.
Qual o profeta do Antigo Testamento que havia alertado a respeito da falsa
santidade?
O profeta Isaías.
Este
E-book é uma verdadeira fonte informativa para os novos e os veteranos
professores de Escola Bíblica.