🔥 REVISTA ADULTOS — 4º
TRIMESTRE DE 2022, CPAD
🕛 Data: 6 de novembro de 2022
✍️Comentarista: Esequias Soares
📝 REVISTA: A
Justiça Divina: A Preparação do Povo de Deus para os Últimos Dias no
Livro de Ezequiel
📚 TEXTO ÁUREO
“Com o puro te mostrarás puro; e com o perverso te mostrarás
indomável.” (Sl 18.26)
💡 VERDADE PRÁTICA
Os agentes do juízo divino revelam que
a responsabilidade humana é pessoal.
⏰ LEITURA DIÁRIA
Segunda - Gn 18.26
O Justo Juiz de toda a Terra sabe
separar o justo do injusto
Terça - 2 Rs 17.25
Animais selvagens são agentes de Deus
para o juízo divino
Quarta - Jr 24.10
Espada, fome e peste são agentes da ira
divina
Quinta - Jr 29.18
A trilogia da morte, espada, fome e
peste, envolve destruição e diáspora
Sexta - Dn 12.1
O juízo divino sobre Jerusalém é o
prenúncio da Grande Tribulação
Sábado - Lc 21.21-24
O derramamento da ira de Deus nunca
acontece sem aviso prévio
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Ezequiel 14.12-21
12 - Veio ainda a mim a palavra do
SENHOR, dizendo:
13 - Filho do homem, quando uma terra
pecar contra mim, gravemente se rebelando, então, estenderei a mão contra ela,
e tornarei instável o sustento do pão, e enviarei contra ela fome, e arrancarei
dela homens e animais;
14 - ainda que estivessem no meio dela
estes três homens, Noé, Daniel e Jó, eles, pela sua justiça, livrariam apenas a
sua alma, diz o Senhor JEOVÁ.
15 - Se eu fizer passar pela terra
nocivas alimárias, e elas a assolarem, que fique assolada, e ninguém possa
passar por ela por causa das feras;
16 - ainda que esses três homens
estivessem no meio dela, vivo eu, diz o Senhor JEOVÁ, que nem a filhos nem a
filhas livrariam; só eles ficariam livres, e a terra seria assolada.
17 - Ou, se eu trouxer a espada sobre a
tal terra, e disser: Espada, passa pela terra: e eu arrancar dela homens e
animais;
18 - ainda que aqueles três homens
estivessem nela, vivo eu, diz o Senhor JEOVÁ, que nem filhos nem filhas
livrariam, mas eles só ficariam livres.
19 - Ou se eu enviar a peste sobre a
tal terra e derramar o meu furor sobre ela com sangue, para arrancar dela
homens e animais;
20 - ainda que Noé, Daniel e Jó
estivessem no meio dela, vivo eu, diz o Senhor JEOVÁ, que nem filho nem filha
eles livrariam, mas só livrariam a sua própria alma pela sua justiça.
21 - Porque assim diz o Senhor JEOVÁ:
Quanto mais, se eu enviar os meus quatro maus juízos, a espada, e a fome, e as
nocivas alimárias, e a peste, contra Jerusalém para arrancar dela homens e
animais?
HINOS SUGERIDOS: 389, 450, 522 da Harpa Cristã
PLANO DE AULA
1. INTRODUÇÃO
A presente lição está
fundamentada em três grandes tópicos. O primeiro identifica o juízo divino
exposto pelo profeta. O segundo mostra um tipo de petição que Deus não atende.
E, finalmente, o terceiro diz respeito a impossibilidade de uma possível
intercessão de homens justos, como Noé, Daniel e Jó, para livrar o povo do
juízo divino. À luz desses tópicos, a presente lição desenvolve o tema da
retribuição divina ao pecado.
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Identificar o juízo
divino;
II) Mostrar a petição que
Deus não atende;
III) Refletir a respeito
da intercessão de Noé, Daniel e Jó.
B) Motivação: A justiça
divina traz justa retribuição ao pecado. Não podemos perder o foco do perigo do
pecado. Deus é o justo Juiz. A natureza de sua justiça se revela no atributo de
sua santidade. O pecado nos distancia da santidade divina.
C) Sugestão de Método:
Trabalharemos agora com a terceira lei do ensino: a lei da comunicação. Essa
lei pode ser descrita assim: "a linguagem comunicada no ensino deve ser
comum ao professor e ao aluno". Tão importante como preparar a aula é
cuidar do tipo de comunicação em classe. Essa comunicação deve levar em conta
que todos devem aprender a Bíblia. Por isso, 1) Tenha cuidado em traduzir
devidamente os termos bíblicos, pois o que para você parece simples, para o
aluno pode ser complexo; 2) Tenha sempre uma versão moderna da Bíblia para
simplificar o entendimento de uma passagem complexa, nem todos conseguem compreender
uma versão tradicional como a ARC (nesse sentido, a versão NAA pode auxiliar
nesse objetivo); 3) Convide os alunos a comentarem um trecho bíblico, ou parte
da lição, com as suas próprias palavras.
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Advirta a
classe que, diante de Deus, temos responsabilidade com os próprios atos. O
justo Juiz nos pedirá conta deles.
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
Auxílios Especiais: Ao
final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de
sua aula: 1) O texto "Responsabilidade Humana" traz um aprofundamento
a respeito da responsabilidade dos próprios atos;
2) O texto "O Justo
Juízo de Deus" faz uma distinção entre o juízo de Deus a justiça dos
homens.
INTRODUÇÃO
É importante compreender a estrutura do
discurso de Ezequiel 14.12-21. Estaria o profeta partindo do genérico para o
específico? Ou seja, de uma terra qualquer para depois se dirigir à casa de
Israel? É o que parece. A primeira parte dessa palavra profética é genérica e a
segunda é específica, dirigida a Jerusalém. A presente lição tem por objetivo
mostrar e explicar a retribuição divina ao pecado de uma nação.
PALAVRA-CHAVE
Justiça
I – SOBRE A IDENTIFICAÇÃO DO JUÍZO
DIVINO
Uma leitura atenta dos profetas do
Antigo Testamento nos ajuda a compreender as ações de Deus concernentes à
retribuição ao pecado.
1. O discurso profético.
À luz das Escrituras, ficamos sabendo
que a ira de Deus nunca acontece sem uma justa causa e nem mesmo sem um prévio
aviso (Am 3.7). O Deus Javé de Israel procede dessa maneira para oferecer
oportunidade de arrependimento (Jr 3.14; 38.17,18; Am 5.1-4,14,15).
O perdão divino vem com o
arrependimento como aconteceu com a cidade de Nínive (Jn 3.10). Mas o tempo
dessa oportunidade já havia expirado para Jerusalém. A vontade de Javé é
abençoar o seu povo e restaurar sua herança, mas como ajudar quem não se ajuda?
Por isso o castigo é inevitável, trata-se de uma questão de justiça e
santidade.
2. A primeira parte do oráculo (v.13).
A expressão, “[. . .] quando uma terra
pecar contra mim”, pode se aplicar a qualquer povo e em qualquer lugar e época.
Existem inúmeras formas de Deus castigar um desobediente contumaz, que se
recusa ouvir sua Palavra. Ele torna “instável o sustento do pão” (v.13; 4.16;
5.16).
Como isso é feito? A palavra profética
esclarece com a carestia, fome e extermínio de seus moradores e até dos animais
(Mt 24.7; Ap 6.8). Trata-se de uma grande crise econômica nacional, que
chamamos de recessão financeira.
3. Descrição dos agentes do juízo
divino (vv.17,21).
É Javé quem manda as chuvas e fertiliza
a terra e os campos (Jr 5.24; 14.22; Dt 32.2; Am 4.7,8). Ao invés de agradecer
a Deus, eles agradeciam as abençoadas colheitas a Baal (Os 2.8). A seca era um
sinal visível do castigo divino (Jr 12.4; Dt 28.23). A espada, linguagem
figurada para designar a guerra, também resulta em fome e peste (Ez 6.3,12;
7.15).
A fome é uma referência à escassez de
alimento provocada pela destruição da produção agropecuária; a peste é
resultado da epidemia causada pelas mortes nos campos de batalha. Mas, no
versículo 21, o profeta acrescenta a figura dos animais ferozes. No versículo
21, o oráculo inclui Jerusalém como destinatária da profecia, de modo que
podemos afirmar que essa palavra profética é para qualquer nação e época.
SINOPSE
I
Deus
não executa o seu juízo sem uma justa causa nem mesmo sem um prévio aviso.
AMPLIANDO O
CONHECIMENTO
A Lição Transmitida por Ezequiel
Ao longo de seu ministério,
[...] Ezequiel explicou aos israelitas o significado da presença de Deus com
eles. Quando o povo de Deus é fiel e anda humildemente diante dEle, a presença
do Senhor é uma fonte de bênção, paz e prosperidade. No entanto, quando o povo
de Deus é desleal, rebelde e adúltero, a presença de Deus é algo terrível
porque significa julgamento e correção. Porém, por Deus ser misericordioso e
compassivo, sua presença também significa perdão, salvação, restauração e
esperança . Leia mais em Panorama da Bíblia, CPAD, p.118.
Ezequiel refuta o imaginário
popular de que Deus é obrigado a tolerar o pecado do povo por causa dos justos
da cidade.”
II - SOBRE A PETIÇÃO QUE DEUS NÃO
ATENDE
Nós encontramos em Jeremias e Ezequiel
duas situações hipotéticas de orações intercessórias de justos que Deus não
atende. O exemplo de Moisés e Samuel; o de Noé, Daniel e Jó.
1. Exemplos de intercessão pelo
pecador.
Deus aceitou poupar as cidades de Sodoma
e Gomorra atendendo a oração intercessória de Abraão, isso se houvesse pelo
menos 10 justos em Sodoma (Gn 18.32). Moisés e Samuel, dois baluartes de
Israel, foram atendidos nas petições em favor do povo nos casos de pecados e
rebeliões (Êx 32.11,14; Nm 14.19,20; 1 Sm 7.5,6,9; 12.19-25; Sl 99.6-8). Deus
perdoou o povo reiteradas vezes. Israel se rebelou contra Deus, ainda no Sinai,
com o culto do bezerro de ouro. Mas Deus perdoou-os e renovou o concerto com os
israelitas (Êx 34.10). Inspirados nessas experiências dos homens de Deus que
oramos, uns pelos outros (Ef 6.18,19; Tg 5.16), e intercedemos pelos pecadores,
para que eles se arrependam e venham a Cristo.
2. Um castigo inevitável.
As reiteradas rebeliões dos filhos de
Israel ao longo de sua história, desde a peregrinação no deserto, levaram a
nação a uma apostasia generalizada. Chegou-se a um ponto em que não havia mais
retorno (2 Cr 36.15, 16).
As Escrituras mostram que há situações
em que Deus se recusa a perdoar a nação e até pessoas, como aconteceu com Saul
(1 Sm 16.1). O profeta Jeremias intercedeu pelo povo (Jr 14.21), mas Deus
endureceu sua resposta ao profeta, afirmando que nem mesmo Moisés e Samuel
seriam atendidos se orassem em favor de Judá (Jr 15.1).
3. Quando Deus não atende a oração
intercessória de um justo.
A Bíblia ensina que a “oração feita por
um justo pode muito em seus efeitos” (Tg 5.16), mas quando o pecado ultrapassa
todos os limites, Deus não atende tais orações intercessórias. O “pecado para
morte”, na linguagem do apóstolo João (1 Jo 5.16), é a apostasia total tanto
individual quanto coletiva que se aparta da fé e abjura o seu Deus (Hb
10.28,29). Isso é diferente do pecador que se arrepende. A apostasia é negar a
fé que antes defendia, isso acontecia reiteradas vezes em Israel, mas no
período final do reino de Judá, não havia mais remédio senão o juízo divino
sobre a cidade de Jerusalém.
SINOPSE
II
Na
Bíblia, encontramos exemplos de orações intercessórias de justos que Deus não
atende: os de Moisés e Samuel; os de Noé, Daniel e Jó.
Auxílio Teológico
Responsabilidade HUMANA
“Embora estivesse ansioso
para aceitar as mensagens dos falsos profetas, o povo de Judá considerava a
presença de alguns homens tementes a Deus na nação uma apólice de seguro contra
desastres. Em tempos de adversidade, sempre podiam pedir conselhos aos profetas
de Deus. Devemos lembrar que a relação que o nosso pastor, nossa família e
amigos têm com Deus não nos protegerá das consequências de nossos pecados. Cada
pessoa é responsável por sua relação pessoal com Deus. Sua fé é pessoal e real
ou você se apoia naquilo que outros fazem?” (Bíblia de Estudo Aplicação
Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.1046).
III – SOBRE A INTERCESSÃO DE NOÉ, DANIEL E JÓ
Estava chegando o tempo em que nem com
a intercessão de Moisés e Samuel o povo seria poupado. Ezequiel refuta o
imaginário popular de que Deus é obrigado a tolerar o pecado do povo por causa
dos justos da cidade.
1. Por que o povo rejeitou os profetas?
A geração dos profetas Jeremias e
Ezequiel conhecia o relato da destruição de Sodoma e Gomorra. Se apenas 10
justos são suficientes para Deus poupar a cidade, por que destruiria Jerusalém
com um número maior de justos? (Gn 18.32). Essa era uma das razões pelas quais
a maioria não acreditava no juízo divino anunciado pelos profetas. Esse
argumento pode explicar por que Ezequiel afirma que “ainda que estivessem no
meio dela estes três homens, Noé, Daniel e Jó, eles, pela sua justiça,
livrariam apenas a sua alma” (vv.14,20).
Esse oráculo está entre os mais
severos, veja que todas as vezes que os três justos são mencionados, vêm
acompanhados da chancela de autoridade espiritual “diz o Senhor Jeová” (v.14)
ou, “vivo eu, diz o Senhor Jeová” (vv. 16,18,20).
2. “Noé, Daniel e Jó” (vv.14,20).
Por que Daniel? Há quem se surpreenda
em ver o nome de um jovem entre dois grandes e antigos patriarcas. Mas, a
pergunta deveria ser invertida, pois Daniel era judeu, mas Noé e Jó não eram
israelitas e viveram muito tempo antes da formação do povo de Israel. Porém,
eram exemplos de justos, reconhecidos de todo o povo, pois adoraram e serviram
o mesmo Deus Javé de Israel, Criador dos céus e da terra (Gn 6.7,8; Hb 11.7; Jó
1.8; Tg 5.11). Mas, somente a justiça de Cristo é extensiva a todos os
pecadores que creem (Rm 3.22; 5.17-19).
3. O profeta Daniel.
Nos últimos tempos, têm surgido
questionamentos sobre a identidade do Daniel apresentado nesse trio de justos.
São dois os argumentos para explicar não ser o profeta Daniel da Bíblia.
Primeiro, a grafia do nome, que Ezequiel emprega Dan’l, não é como Dan‘yel
usada no livro de Daniel; e, segundo o fato de ser muito jovem para ser contado
entre dois patriarcas antigos.
Mas muitos expositores do Antigo
Testamento consideram tais argumentos insuficientes, pois não se deve dar
importância demais à ortografia, pois soletrações variantes nunca foram
novidades na antiguidade bíblica. Além disso, Daniel era contemporâneo de
Ezequiel na Babilônia, e era ministro na corte de Nabucodonosor (Dn 2.48,49). A
reputação de Daniel pela sua fé e sabedoria se espalhou rapidamente entre os
exilados de Babilônia (Ez 28.3).
SINOPSE
III
Segundo
a mensagem de Ezequiel, Deus não é obrigado a tolerar o pecado do povo por
causa dos justos da cidade.
Auxílio Teológico
O justo juízo de deus
“Noé, Daniel e Jó foram
grandes homens na história de Israel, renomados por seu relacionamento com Deus
e por sua sabedoria (ver Gn 6.8,9; Dn 2.47,48; Jó 1.1). Daniel foi levado
cativo durante a primeira invasão da Babilônia contra Judá em 605 a.C.; oito anos
antes, Ezequiel havia sido exilado. Na época em que Ezequiel pregou essa
mensagem, Daniel ocupava uma elevada posição no governo da Babilônia. Mas mesmo
estes grandes homens de Deus não poderiam ter salvado o povo de Judá, porque
Deus já havia julgado a nação devido à impiedade geral” (Bíblia de Estudo
Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.1047).
CONCLUSÃO
Concluímos a nossa lição conscientes de
que o enfoque da justiça de Deus nesse discurso de Ezequiel diz respeito à
retribuição divina ao pecado. É importante ter em mente esse conceito para não
se confundir com a justiça da teologia paulina, que justifica o pecador que crê
em Jesus.
REVISANDO O CONTEÚDO
1. O que ficamos sabendo
à luz das Escrituras sobre a ira de Deus?
À luz das Escrituras ficamos sabendo
que a ira de Deus nunca acontece sem uma justa causa e nem mesmo sem um prévio
aviso (Am 3.7).
2. Quais os agentes do
juízo divino?
A seca, a espada, a peste, a fome,
animais ferozes.
3. Quais os dois
baluartes de Israel que tiveram as suas orações intercessórias pelo povo
atendidas?
Moisés e Samuel, dois baluartes de
Israel, foram atendidos nas petições em favor do povo nos casos de pecados e
rebeliões (Êx 32.11, 14; Nm 14.19, 20; 1 Sm 7.5, 6, 9; 12.19-25; Sl 99.6-8).
4. Por que a maioria não
acreditava no juízo divino anunciado por Ezequiel?
Se apenas 10 justos são suficientes
para Deus poupar a cidade, por que destruiria Jerusalém com um número maior de
justos? (Gn 18.33). Essa era uma das razões pelas quais a maioria não
acreditava no juízo divino anunciado pelos profetas.
5. Quais os patriarcas
citados na profecia como exemplos de justos que não teriam suas petições
atendidas em favor do povo, mas apenas pela própria justiça deles?
Eles são Noé, Daniel e Jó (Ez 14.14,
20).
VOCABULÁRIO
Abjurar: Renegar a crença (convicção, princípio moral etc.) em que
antes acreditava.