🔥 REVISTA ADULTOS — 4º
TRIMESTRE DE 2022, CPAD
🕛 Data: 11 de dezembro de 2022
✍️Comentarista: Esequias Soares
📝 REVISTA: A
Justiça Divina: A Preparação do Povo de Deus para os Últimos Dias no
Livro de Ezequiel
📚 TEXTO ÁUREO
“E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, Santo, Santo
é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória.” (Is 6.3)
💡 VERDADE PRÁTICA
O ultraje à santidade divina traz
destruição espiritual. A santidade de Deus é a expressão máxima de sua glória.
⏰ LEITURA DIÁRIA
Segunda - Êx 40.34,35
A glória de Deus se manifestou por
ocasião da dedicação do Tabernáculo no deserto
Terça - 2 Cr 7.1,2
A glória de Deus desceu ao Templo de
Jerusalém quando o rei Salomão o inaugurou
Quarta - Ez 43.12
Santidade é a lei do novo Templo
Quinta - Sl 26.8
A glória de Javé simboliza a presença
de Deus
Sexta - Ez 11.23
A glória de Deus se afastou do Templo
por ocasião de sua destruição pelos caldeus
Sábado - Jo 1.14
O Senhor Jesus Cristo é o clímax da
manifestação da glória de Deus
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Ezequiel 43.1-9
1 - Então, me levou à porta, à porta
que olha para o caminho do oriente.
2 - E eis que a glória do Deus de
Israel vinha do caminho do oriente; e a sua voz era como a voz de muitas águas,
e a terra resplandeceu por causa da sua glória.
3 - E o aspecto da visão que vi era
como o da visão que eu tinha visto quando vim destruir a cidade; e eram as
visões como a que vi junto ao rio Quebar; e caí sobre o meu rosto.
4 - E a glória do SENHOR entrou no
templo pelo caminho da porta cuja face está para o lado do oriente.
5 - E levantou-me o Espírito e me levou
ao átrio interior; e eis que a glória do SENHOR encheu o templo.
6 - E ouvi uma voz que me foi dirigida
de dentro do templo; e um homem se pôs junto de mim
7 - e me disse: Filho do homem, este é
o lugar do meu trono e o lugar das plantas dos meus pés, onde habitarei no meio
dos filhos de Israel para sempre; e os da casa de Israel não contaminarão mais
o meu nome santo, nem eles nem os seus reis, com as suas prostituições e com os
cadáveres dos seus reis, nos seus altos,
8 - pondo o seu umbral ao pé do meu
umbral e a sua ombreira junto à minha ombreira, e havendo uma parede entre mim
e entre eles; e contaminaram o meu santo nome com as suas abominações que
faziam; por isso, eu os consumi na minha ira.
9 - Agora, lancem eles para longe de
mim a sua prostituição e os cadáveres dos seus reis, e habitarei no meio deles
para sempre.
Hinos Sugeridos: 312,
371, 525 da Harpa Cristã
INTRODUÇÃO
Depois das visões e dos diversos
discursos contra o Templo e contra a cidade de Jerusalém em Ezequiel, os
oráculos divinos substituem ameaças e castigos por bênçãos futuras. Estudamos,
na lição passada, a restauração espiritual de Israel, que o profeta anunciou
para um futuro distante. Veremos, a partir de agora, o epílogo da revelação de
Ezequiel. É longo e ocupa os capítulos 40-48, mas o registro da volta da glória
de Deus aparece depois da descrição do Templo, sendo parte das promessas
divinas de restauração.
PALAVRA-CHAVE
Santidade
I - SOBRE O QUE VEM DEPOIS DA
RESTAURAÇÃO
Essa parte da revelação de Ezequiel
segue o mesmo padrão da sua experiência no início de sua vocação que ocupa todo
o capítulo 1. A linguagem é a mesma da visão do capítulo 8, quando o profeta
foi levado em espírito para Jerusalém e para o Templo.
1. A porta oriental do Templo (v.1).
Os capítulos 40 a 42 descrevem o
complexo do Templo com suas áreas, espaços e dimensões, mas só no capítulo
43.1-12 que a glória de Deus aparece. Na descrição do Templo, Ezequiel é levado
“à porta que olhava para o caminho do oriente” (Ez 40.6). Quando se refere ao
retorno da glória de Deus, o profeta volta a falar dessa mesma porta (v.1). A
intenção do Espírito Santo é fazer o destinatário original desses oráculos
lembrar que quando a glória de Deus se afastou da Casa de Deus foi em direção
ao oriente (Ez 10.19; 11.23) e que o seu retorno será pelo mesmo caminho.
2. Três observações importantes (v.2).
Observe que a glória de Deus “vinha do
caminho do oriente”. Quando Ezequiel recebeu a incumbência de anunciar a
destruição do Templo e a queda da cidade de Jerusalém, ele viu o afastamento da
glória de Javé para o Oriente como sinal de sua retirada do meio do povo. O
profeta já tinha visto isso na revelação inaugural (Ez 1.24); “a terra
resplandeceu por causa da sua glória”, isso faz lembrar da visão do profeta
Isaías (Is 6.3). A “voz como de muitas águas” (v.2) é uma expressão metafórica
para indicar o grande poder de Deus (Ap 1.15; 14.2; 19.6). Esse Ser da visão do
profeta, “como semelhança de um homem” (Ez 1.26), é o Messias pré-encarnado;
“vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de
verdade” (Jo 1.14) quando veio ao mundo na plenitude dos tempos (Gl 4.4).
3. As reminiscências (v.3).
A comunicação profética e a estrutura
dos discursos continuam na mesma forma da atividade profética de antes, ou
seja, o profeta é levado em espírito. Ezequiel compara essa visão com a de sua
primeira experiência como profeta (Ez 1.1; 8.3). Estudamos, na lição 4, que a
glória de Javé se retirou do Templo de Jerusalém como sinal da retirada de sua
presença do meio do seu povo. Depois de 14 anos da destruição da Cidade Santa,
Ezequiel foi levado de volta, em visão, para Jerusalém, “No ano vigésimo quinto
do nosso cativeiro, no princípio do ano, no décimo dia do mês” (Ez 40.1),
estamos falando de 28 de abril de 573 ou 572 a.C. Essa revelação é
escatológica, não é para o contexto histórico em que vivia o profeta.
SINOPSE I
A glória do Senhor entra pelo caminho da
porta cuja face está para o oriente.
APROFUNDE SEUS CONHECIMENTOS – VEJA SOBRE O MILÊNEO:
II – O TEMPLO DO MILÊNIO
Há um contraste entre o que o profeta
viu quando foi levado em visão ao Templo de Jerusalém e o que ele vê nessa
última visão. Ezequiel não foi o único profeta a mencionar a referida Casa (Is
2.2-5; Jl 3.18), mas é o único a descrever o complexo do Templo com abundância
de detalhes.
1. Um templo diferente.
Que templo é esse? Não aparecem nele
peças e utensílios próprios do Tabernáculo e do Templo de Salomão. Podemos
enumerar alguns como a Arca da Aliança (2 Cr 5.6-8), o altar de ouro do
incenso, o candelabro ou castiçal, a mesa dos pães da proposição (2 Cr
4.19,20).
Comparado com o que se conhece da Casa
de Deus em Jerusalém e do Tabernáculo, pode-se dizer que é um templo atípico,
ou seja, diferente. Visto que o Tabernáculo e o Templo com toda a sua estrutura
de funcionamento, rituais, peças e sacerdotes apontavam para Cristo e tudo isso
se cumpriu nEle (Hb 9.11,12). Por essa razão, não haverá necessidade desses
rituais no Milênio.
2. Uma dispensação diferente.
O último bloco do livro de Ezequiel,
capítulos 40-48, foca o Novo Templo (40.1-43.12); a nova forma de adoração a
Deus (43.13-46.24); e a partilha da terra santa entre as tribos de Israel
(47.1-48.35). Tudo isso aponta para o Milênio, o reinado de Cristo de mil anos
(Ap 20.1-5), anunciado pelos profetas (Ez 37.22, 23; Is 2.2-4; 11.6-8).
Há muitas interpretações sobre o templo
de Ezequiel, é extremamente difícil separar o literal do simbólico. Sabemos que esse é o Templo do Milênio, mas,
como Jesus já foi sacrificado por nós, seria necessário sacrifício de animais
(Jo 1.29; 1 Co 5.7; Hb 7.24-28)? O incenso representa as nossas orações (Sl
141.2; Ap 8.3). O castiçal tipificava Cristo como a luz do mundo (Jo 8.12). A
era messiânica será marcada pela presença real e literal de Cristo (Ap 20.1-5).
3. Um ritual diferente.
Sem a Arca da Aliança: “naqueles dias,
diz o SENHOR, nunca mais se dirá: A arca do concerto do Senhor! Nem lhes virá
ao coração, nem dela se lembrarão, nem a visitarão; isso não se fará mais” (Jr
3.16). Ela não aparece no templo de Ezequiel e nem mesmo no templo de
Zorobabel. Ela aparece pela última vez na Bíblia no reinado de Josias (2 Cr
35.3). Depois disso, a Arca desapareceu completamente da história. A Arca da
Aliança era o símbolo da presença de Deus (Êx 25.22; Lv 16.2) e foi confeccionada
pelos israelitas por ordem de Deus durante a peregrinação no deserto (Êx
25.10-16; 37.1-9).
4. Como explicar os sacrifícios no
Milênio?
O ponto mais crucial da visão de
Ezequiel é a descrição dos sacrifícios (Ez 43.18-27) no sistema levítico, visto
que o Senhor Jesus já cumpriu toda a lei, tornando sem efeito a eficácia do
modelo mosaico (Hb 9.10-15; 10.1-4,8). O apóstolo Paulo usa uma metafórica
linguagem do sistema de sacrifícios do Antigo Testamento para o culto e o
serviço cristãos (Rm 12.1,2; 1 Co 9.13,14; Fp 4.18). Mas existem diversas
explicações para os sacrifícios no Milênio em Ezequiel. Uma delas, e a
principal, considera o sacrifício como literal, como memória do sacrifício de
Cristo; assim como a ceia do Senhor será celebrada “no Reino de meu Pai” (Mt
26.29); ou: “no Reino de Deus” (Mc 14.25).
SINOPSE II
No novo Templo não haverá a Arca da
Aliança, seus sacrifícios serão um memorial, pois é uma nova dispensação.
Auxílio Teológico
A Descrição do Templo
“As medidas precisas do
Templo – com o projeto de seus pátios, colunas, galerias, cômodos, câmaras,
portas, ornamentos e vasos, além das instruções pormenorizadas quanto ao
serviço sacerdotal – demonstram que o texto trata de um Templo real.
O trecho de Ezequiel
43.10,11 foi escrito para aqueles judeus que viverão ao tempo da restauração
final (ao tempo do cumprimento da profecia), para que eles construam o Templo
conforme as instruções ali contidas. O mesmo tipo de informação sobre as
dimensões arquitetônicas do Templo também é dado a respeito do altar
(43.13-27). Tais dimensões devem ser observadas ‘no dia em que o farão [o
altar] (v.18). A coerência e a lógica literária exigem que, se o altar do
Templo deve ser construído, o mesmo vale para o próprio templo” (Bíblia de
Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.1223).
III - SANTIDADE E GLÓRIA
1. A glória de Deus volta ao Templo
(v.5).
O Espírito Santo levou Ezequiel para o
átrio interior do Templo, como havia feito anteriormente (Ez 8.1-3). Vimos isso
na lição 4. Mas, nessa ocasião, a situação do Templo e dos seus adoradores era
de completa apostasia com práticas abomináveis. Dessa vez, o profeta viu “que a
glória do Senhor encheu o templo” (v.5). Como aconteceu com Moisés na dedicação
do Tabernáculo a Deus (Êx 40.34,35); e com o rei Salomão na inauguração do
Templo, consagrando-o a Deus (2 Cr 7.1,2). O retorno da glória de Javé
significa a volta da presença de Deus no meio do seu povo.
2. A identidade do guia celestial
(vv.6,7).
Na sua visão, Ezequiel viu no interior
do Templo um personagem, diz o profeta: “um homem se pôs junto a mim” (v.6).
Pelas características, tudo indica se tratar do “Anjo do Senhor”; que é o
próprio Javé, pois Ele fala em primeira pessoa: “este é o lugar do meu trono e
o lugar das plantas dos meus pés, onde habitarei no meio dos filhos de Israel
para sempre; e os da casa de Israel não contaminarão mais o meu nome santo”
(v.7); como na revelação a Moisés no Sinai, a manifestação do “anjo do SENHOR”.
3. Santidade para sempre (vv.8,9).
Assim como a idolatria foi erradicada
definitivamente do meio do povo de Israel durante o exílio na Babilônia, do
mesmo modo todas as abominações e prostituição desaparecerão do meio do povo.
Será o lugar do trono de Deus e da planta dos seus pés (v.7). A santidade de
Javé é um dos seus atributos mais solenizados nas Escrituras (1 Sm 2.2), e no
milênio nunca mais entrará coisa impura na cidade santa (Is 52.1). Isso porque
“esta é a lei da casa. Sobre o cume do monte, todo o seu contorno em redor será
santíssimo; eis que esta é a lei da casa” (Ez 43.12).
SINOPSE III
A glória e a santidade estarão para
sempre no novo Templo.
Auxílio Teológico
A volta da glória de
Deus
“Nos capítulos 8–11, Ezequiel
descreve a partida da “glória” de Deus, essa expressão visível de Sua presença
no templo construído por Salomão. A saída, naquela época, simbolizava que Deus
abandonara temporariamente sua proteção à cidade e ao povo judeu. Agora,
entretanto, Ezequiel observa a volta da mesma “glória” a Jerusalém, e sua acomodação
no Templo reconstruído. Finalmente, Deus restaura inteiramente seu
relacionamento com o povo judeu e as suas promessas da aliança dadas a Abraão
são cumpridas em sua integridade” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do leitor da
Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, p.508).
CONCLUSÃO
O chamado de Ezequiel para o ministério
dos profetas aconteceu pela visão da glória de Deus. É assim que o livro
começa, cuja visão ocupa todo o capítulo primeiro. Outra vez ele foi levado em
visão para Jerusalém, quando testemunhou as abominações no interior do Templo,
razão pela qual a Casa de Deus foi destruída. O retorno da glória de Deus
acontece depois da restauração espiritual de Israel no novo Templo, que Deus
mostrou a Ezequiel em visão.
VOCABULÁRIO
Epílogo: O resumo da ação; desfecho, fecho, final.
Reminiscência: Imagem lembrada do
passado; o que se conserva na memória.
REVISANDO O CONTEÚDO
1. Qual a intenção do Espírito Santo em
relação ao retorno da glória de Deus?
É fazer o destinatário original desses
oráculos lembrar que, quando a glória de Deus se afastou da Casa de Deus, foi
em direção do oriente (10.19; 11.23) e que o seu retorno será pelo mesmo
caminho.
2. Quais peças e utensílios ausentes do
templo de Ezequiel que podemos enumerar?
Não aparecem nele peças e utensílios
próprios do tabernáculo e do templo de Salomão. Podemos enumerar alguns como a
arca da aliança (2 Cr 5.6-8) o altar de ouro do incenso, o candelabro ou
castiçal, a mesa dos pães da proposição (2 Cr 4.19, 20).
3. O que profetizou Jeremias sobre a
Arca da Aliança (Jr 3.16)?
Ela não será visitada, nem ela virá ao
coração e ninguém se lembrará dela.
4. O que significa retorno da glória de
Deus?
O retorno da glória de Javé significa a
volta da presença de Deus no meio do seu povo.
5. Qual é a lei do novo Templo?
“Esta é a lei da casa. Sobre o cume do
monte, todo o seu contorno em redor será santíssimo; eis que esta é a lei da
casa” (Ez 43.12).
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E-book é uma verdadeira fonte informativa para os novos e os veteranos
professores de Escola Bíblica.