Lições Bíblicas BETEL: 3° Trimestre de 2022 | Título: SERMÃO
DO MONTE: A ética, os valores e a relevância dos ensinos de Jesus Cristo.
TEXTO ÁUREO
“Inclinai
os ouvidos, ó céus, e falarei; e ouça a terra as palavras da minha boca.”
Deuteronômio 32.1
VERDADE APLICADA
O Sermão da Montanha é considerado como a mais pura e sublime
expressão da moralidade já conhecida pela humanidade.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Ensinar
acerca do Sermão do Monte.
Destacar a
conduta cristã e o combate à falsa moralidade.
Mostrar
a natureza inversa do Reino de Deus.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
SEGUNDA
/ Lv 18.3
Não fareis segundo as obras do Egito.
TERÇA
/ Mt 5.17-19
O cumprimento da lei e dos profetas.
QUARTA
/ Lc 13.18
A que é semelhante o reino de Deus?
QUINTA
/ Rm 12.1-2
Consagração a Deus.
SEXTA
/ Tt 3.4-7
A graça da salvação.
SÁBADO
/ 1Jo 2.15-17
A separação do mundo.
LEITURAS COMPLEMENTARES
MATEUS
5
1. E Jesus, vendo a
multidão, subiu a um monte, e, assentando-se, aproximaram-se dele os seus
discípulos;
2. E, abrindo a sua boca,
os ensinava, dizendo:
3. Bem-aventurados os
pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus;
4. Bem-aventurados os que
choram, porque eles serão consolados;
5. Bem-aventurados os
mansos, porque eles herdarão a terra;
6. Bem-aventurados os que
têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;
7. Bem-aventurados os
misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia;
8. Bem-aventurados os
limpos de coração, porque eles verão a Deus.
HINOS SUGERIDOS: 107, 205, 577
MOTIVOS DE ORAÇÃO
Ore
louvando a Deus por Sua maravilhosa atitude de graça sobre nós.
ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1-
Conhecendo o Sermão da Montanha
2-
O sermão em relação à vida prática
3-
A natureza do Reino de Deus
Conclusão
INTRODUÇÃO
O
Sermão da Montanha retrata a qualidade de vida que o homem que está em comunhão
com Deus deve produzir diariamente. Além de um programa de vida, ele porta
consigo uma promessa de recompensa celestial
PONTO DE PARTIDA
O Reino de Deus é justiça, paz e amor.
1.
Conhecendo o Sermão da Montanha
Agostinho
(O Sermão da Montanha e escritos sobre a fé): “Quem quiser meditar com piedade
e recolhimento o sermão que nosso Senhor Jesus Cristo pronunciou na montanha,
tal como o lemos no Evangelho segundo Mateus, encontrará aí, creio eu, (…)
todos os preceitos necessários à perfeição da vida cristã”.
1.1.
O caráter do sermão.
Depois
de iniciar Seu ministério público anunciando o Reino de Deus, chamando ao
arrependimento e realizando os primeiros milagres, Jesus estabelece quais são
os valores do Reino e deixa claro que eles são completamente contrários aos do
mundo [Rm 12.1; 1Jo 2.15-17]. É afirmado implicitamente aqui a necessidade de
uma escolha, porque não se pode estar de acordo com ambos.
O
que Jesus apresenta aqui é “a forma de viver de quem se diz cristão”. Passamos
assim, “do reino da lei para a lei do reino”. No conteúdo deste ensino vemos
Jesus esclarecendo e revelando diversos pontos das Escrituras para os quais os
judeus não tinham atentado ou percebido. Tais princípios devem ser considerados
norteadores na caminhada do povo de Deus, em seus relacionamentos com Deus e
com o próximo [Mt 7.22].
O Senhor Jesus anuncia a chegada do Reino dos céus, chama as
pessoas ao arrependimento e apresenta as condições para uma vida de
bem-aventurança conforme a vontade de Deus [1Sm 15.22]. O Sermão da Montanha,
que também é conhecido como o discurso das bem-aventuranças, foi considerado
por crentes e não crentes como um dos textos mais bonitos e significativos de
todos os tempos.
1.2.
O conteúdo do sermão.
Mateus
destaca três capítulos para descrever as palavras mais significantes proferidas
por Jesus do alto do monte, o monte das bem-aventuranças [Mt 5.1-7.29]. O
Sermão do Monte aborda questões importantíssimas acerca do amor ao próximo, a
oração, o jejum e a conduta cristã. Muito do que é abordado nas cartas e
epístolas, podemos encontrar nesses três capítulos. O Sermão da Montanha é
muito esclarecedor acerca da justiça de Deus e como Ele deseja que os Seus
seguidores se comportem nesse mundo [Mt 6.33].
Um texto fascinante, mas também desconcertante, onde a pessoa é
atraída e, ao mesmo tempo, se vê acuada pelo caráter de seu conteúdo: os
chamados para não resistir aos malvados; para amar os inimigos; para não
julgar; para se tornar perfeito como o Pai Celestial, para entrar pela porta
estreita que conduz à vida. Quem não fica perplexo diante de um chamado a não
revidar diante de um insulto; a arrancar um olho ou cortar a mão direita para
não escandalizar, a não se inquietar pelo amanhã [Mt 5.29-30; 6.34]?
1.3.
O local do sermão.
Mateus
menciona que Jesus sobe o monte e do alto começa a ensinar Seus discípulos e
aqueles que estavam a seu derredor [Mt 5.1-2]. Por que uma montanha? Porque ela
tem um significado muito importante para seus ouvintes. Com muita frequência
lemos nas Escrituras que Deus se manifestou em um monte, que da altura falou,
por exemplo, a Abraão e Moisés. Aqui se vê claramente que Jesus não é apenas o
profeta que seria levantado como Moisés [Dt 18.15, 18], embora esteja no
sentido de guiar Seu povo para fora da escravidão (do pecado e da morte) para a
(verdadeira) Terra Prometida, mas é o próprio Deus! Sim, porque Ele não recebe
de ninguém as tábuas da lei, é Ele quem vem pessoalmente e proclama a Palavra
com autoridade.
Cristo pregou este sermão, que foi uma explicação da lei, sobre uma
montanha, porque sobre uma montanha a lei foi dada; e este sermão também foi um
solene anúncio dos princípios que norteiam o Reino dos céus que era chegado.
Mas observe a diferença: quando a lei foi dada, o Senhor desceu sobre a
montanha; agora o Senhor subiu. Naquela ocasião, Ele falou em trovões e
relâmpagos; agora, fala com voz suave; naquela ocasião, recomendou-se às
pessoas que ficassem a distância; agora, elas são convidadas a se aproximar [Êx
19.1-25].
EU ENSINEI QUE:
O Sermão da Montanha é muito esclarecedor acerca da justiça de Deus
e como Ele deseja que os Seus seguidores se comportem nesse mundo.
2.
O Sermão em Relação à Vida Prática
O
Senhor Jesus denunciou a hipocrisia nas sinagogas e ruas. Assim, o Sermão do
Monte é um chamado à justiça e uma rejeição à prática farisaica da lei [Mt
6.1-7.6].
2.1.
A conduta dos cidadãos do Reino.
É
importante notar que as bem-aventuranças descritas no Sermão da Montanha não
são uma série de regulamentos que alguém deve obedecer para se tornar um
cristão, são uma descrição de como um seguidor de Cristo deve viver. Deve-se
observar também que o sermão acontece no início do ministério de Jesus Cristo.
Ele
começou seu ministério pregando o arrependimento e a chegada do reino dos céus
[Mt 4.17]. Para realçar a diferença que este arrependimento traz, Ele ensinou
as qualidades fundamentais do caráter cristão, onde Seus seguidores devem viver
uma conduta diferente tanto daqueles que estão ao seu redor, quanto do crente
nominal [Lv 18.3; Mt 6.8]. O crente deve ser diferente não apenas do mundo, mas
também do sistema religioso (comparado aqui pelo ensinamento e vida dos
fariseus do tempo de Jesus).
Jesus declarou qual seria a prioridade daqueles que fazem parte de
Seu Reino. Ele estabeleceu uma busca pela compreensão do reino e a justiça como
alicerce de vida [Mt 6.33]. A justiça ou retidão de vida é um requisito
indispensável como cidadão do reino e o povo conhecia apenas a justiça ensinada
pelos fariseus. O Sermão do Monte lança luz à verdade divina e denuncia o falso
conceito de justiça ensinado pelos fariseus e mestres da época de Jesus.
2.2.
A essência contida nas entrelinhas do sermão.
Vendo
a multidão que O seguia, Jesus sobe a um monte e Seus discípulos se aproximam.
Então Ele começa a ensinar tanto a forma como deveriam viver, quanto anunciar
aos homens. De acordo com William Barclay, o termo grego registrado por Mateus
como: “abriu a boca”, abrange dois sentidos especiais:
a)
É usado como prefácio de alguma declaração particularmente solene ou
importante, uma declaração de peso;
b)
Usa-se para referir-se às afirmações de uma pessoa que verdadeiramente está
abrindo seu coração e mostrando os conteúdos mais íntimos de sua mente.
O
termo grego: “os ensinava”, está no tempo imperfeito e descreve uma ação que se
repete, ou seja, não se trata de algo que não mais foi enfatizado, mas aponta
para a essência do que Jesus ensinava continuamente e de maneira habitual a
seus discípulos [Mt 5.1-2; 9.35].
O Sermão da Montanha é algo muito maior e importante do que em
geral pensamos. Mateus, nestas breves palavras introdutórias, nos faz notar que
se trata do “ensino oficial de Jesus”, que nestas palavras Ele está abrindo Seu
coração a Seus discípulos, e lhes comunicando o mais profundo de seu
pensamento; que esse sermão é o resumo dos ensinos que Jesus costumava
transmitir ao círculo mais íntimo de Seus seguidores [Mt 7.24]. O Sermão da
Montanha não é outra coisa que a evocação concentrada de muitas horas de
comunhão íntima entre os discípulos e Seu Mestre.
2.3.
O combate à falsa moralidade.
Neste
trecho do Sermão do Monte, Cristo se revela como o cumpridor da lei [Mt
5.17-20]. Logo em seguida, ele passa a alertar quanto a uma abrangência maior e
mais profunda da lei do que a interpretação tradicional segundo os fariseus.
Jesus apresenta, por exemplo, um enfoque que até então não era considerado com
relação ao homicídio [Mt 5.21-26], ao adultério [Mt 5.27-30], ao divórcio [Mt
5.31-32], aos juramentos [Mt 5.33-37], à vingança [Mt 5.38-42] e, finalmente,
ao amor [Mt 5.43-48]. Dessa feita, o Senhor Jesus, ao apresentar um novo enfoque
e denunciar a prática hipócrita dos fariseus, lhes apresenta o que é a
verdadeira justiça e como os cidadãos do reino deveriam vivê-la [Mt 5.20].
Os líderes religiosos da época de Jesus possuíam uma justiça
artificial e exterior baseada apenas nos ritos da lei. A justiça que Jesus
descreve, porém, é verdadeira e essencial, ela começa no interior do coração de
cada seguidor. O sermão termina com Cristo, o caminho estreito pelo qual as
pessoas poderiam entrar no reino e o fundamento sólido sobre o qual elas
poderiam permanecer [Mt 7.13-14].
EU ENSINEI QUE:
O Sermão do Monte é um convite à justiça e uma rejeição à prática
farisaica da lei.
3.
A Natureza do Reino de Deus
O
Sermão da Montanha foi descrito como a mensagem mais poderosa que já foi
pregada. A multidão ficou admirada com a maneira de Jesus ensinar e com Sua
autoridade na transmissão da doutrina [Mt 7.28-29].
3.1.
Um novo sistema de valores.
A
abertura do sermão soa familiar para muitos. Todavia, a ideia de Jesus acerca
das bênçãos é totalmente diferente do que muitos de nós imaginamos. Jesus nos
oferece uma nova vara de medir, um novo par de lentes, um novo sistema de
valores ao revelar o reino dos céus [Mt 5.19-20]. Para entender essa bênção
precisamos compreender os valores do reino. Valores que parecem não ter sentido
são ensinados por Ele. Se perguntarmos a Jesus o que é uma vida abençoada em
Sua perspectiva, Suas respostas nos surpreenderão, porque todas elas apresentam
uma natureza diferente das regras do mundo em que vivemos. Para ilustrar a
natureza desse Reino, Jesus começa afirmando que a felicidade de Deus vem para
aqueles que reconhecem que são pobres [Mt 5.3].
Na perspectiva de Jesus, o consolo divino se derrama sobre o
coração quebrantado. Se és verdadeiramente humilde, o mundo é seu; aos que
sofrem por fazer o que é correto, é maravilhoso; são os desafortunados que
pertencem ao rol dos cidadãos do reino. A verdade contraditória encontrada
nesse sermão anula a sabedoria convencional do mundo. Ela é totalmente oposta à
forma que a maioria de nós aprendeu a pensar acerca da felicidade e do sucesso
[Mt 5.3-10].
3.2.
Uma nova harmonia produzida pelo Espírito Santo.
As
bem-aventuranças formam uma matriz para o desenvolvimento espiritual onde
ocorre a transformação pessoal e se estende até a plenitude de Cristo [Lc
6.47-49]. Representam um crescimento espiritual contínuo, que determina e
destaca os elementos chaves da maturidade espiritual pelos quais podemos
examinar nosso progresso. As bem-aventuranças de Jesus são palavras que fluem
do coração do nosso Criador e Redentor como lâmpada para os pés de Seus
discípulos e luz no caminho para que não se enganem com os muitos atalhos que
são encontrados ao longo da jornada cristã.
No maior sermão de Jesus, Ele começa com as bem-aventuranças: são
nove declarações que viram nosso mundo de cabeça para baixo. Ele está
estabelecendo uma contracultura, uma maneira diferente de ver a realidade, com
um conjunto chocante de bênçãos. Jesus está nos pedindo para nos juntarmos a
Ele em um reino que desafia tudo o que normalmente acreditamos e amamos e que
nos oferece mais do que jamais imaginamos.
3.3.
Jesus, o exemplo do modelo da vida cristã.
Devemos
ver este sermão como o modelo para a vida cristã: realista, mas ideal. Apesar
do Sermão da Montanha nos dar o ideal do discipulado, essa meta se apresenta
dentro de uma compreensão realista da vida humana diária, que será transformada
pela participação na vida da nova aliança.
A
nova aliança que Jesus inaugura inclui tanto o perdão dos pecados quanto a
transformação de vidas, a partir da regeneração e continuando no crescimento
espiritual produzido pelo Espírito Santo [Ez 36.26-29; Tt 3.4-7]. Embora o
Espírito Santo não seja mencionado explicitamente no sermão, ungido pelo
Espírito de Deus, Jesus exemplifica o tipo de vida capacitada pelo Espírito
para viver o ensino puro no Sermão da Montanha [Mt 3.16; 4.1; 10.25a].
Viver de acordo com os ditames das Sagradas Escrituras é ser
diferente e viver o inverso do padrão que o mundo oferece. O Sermão da Montanha
nos apresenta uma perspectiva radicalmente diferente daquela do mundo a nosso
redor. O mundo estimula o orgulho, o pecado, a corrupção, e tudo aquilo que
Deus abomina. Jesus nos apresenta outra forma de vida, onde devem prevalecer a
humildade, a justiça e o amor [Lc 6.27-35].
EU ENSINEI QUE:
O Sermão da Montanha foi descrito como a mensagem mais poderosa que
já foi pregada.
CONCLUSÃO
O
Sermão da Montanha nos ensina que ainda existem muitas outras bênçãos nos
esperando para dar as boas-vindas. Acima de tudo, elas apontam para Aquele que
encarna cada uma de suas letras.
APROFUNDE SEU CONHECIMENTO VEJA
Lição 01 - O Sermão do Monte: o caráter do Reino de Deus
Lição 02 - Sal da terra, luz do mundo
Lição 03 - Jesus, o discípulo e a Lei
Lição 04 - Resguardando-se de sentimentos ruins
Lição 05 - O casamento é para sempre
Lição 06 - Expressando palavras honestas
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