Revista
de Jovens – Assunto: Imitadores de Cristo - Ensinos Extraídos das Palavras de Jesus e dos Apóstolos
COMENTARISTA:
Thiago Brazil
3°
Trimestre de 2022. Escola Dominical CPAD
TEXTO PRINCIPAL
"Então, o senhor daquele servo, movido
de íntima compaixão, soltou-o e perdoou-lhe a dívida." (Mt 18.27)
RESUMO DA LIÇÃO
A prática do perdão é condição fundamental
para a vivência do Cristianismo.
LEITURA SEMANAL
SEGUNDA - 2 Ts 2.12
A humanidade sem Deus
TERÇA - Tt 2.14
A finalidade do perdão
QUARTA - Sl 77.11
A memória do bem do Senhor
QUINTA - Mc 11.25
O perdão, distintivo do cristão
SEXTA - At 2.44
Amor e misericórdia
SÁBADO - 1 Jo 4.8
Uma existência de amor
OBJETIVOS
• EXPLICAR a parábola do Credor Incompassivo;
• SABER a respeito das consequências do
perdão;
• COMPREENDER a respeito do amor de Deus.
INTERAÇÃO
Prezado (a) professor (a),
na lição deste domingo trataremos a respeito da prática do perdão e do amor.
Como seguidores de Jesus Cristo somos chamados pelo Pai para uma experiência
plena de perdão e amor. Tomaremos como base o texto de Mateus 18.21-35 que
trata a respeito da Parábola do Credor Incompassivo. Veremos que quando o servo
saiu da presença do seu senhor não havia mais nada a dever, nenhum tipo de
débito que seria cobrado no futuro. Que venhamos ter a consciência de que essa
é a marca inconfundível do perdão do nosso Deus. Como novas criaturas somos
desafiados a vivermos o perdão do Pai em nossos relacionamentos.
Que seus alunos possam
compreender que 0 amor que foi manifesto na cruz do Calvário tem poder para
salvar 0 pecador por meio do perdão. Que venhamos, como discípulos de Jesus
Cristo, espelhar a graça e o perdão divino a todos aqueles que ainda não
conhecem do amor de Deus e da sua graça salvadora.
TEXTO BÍBLICO
Mateus 18.31-35
31 Vendo, pois, os seus conservos o que
acontecia, contristaram-se muito e foram declarar ao seu senhor tudo o que se
passara.
32 Então, 0 seu senhor, chamando-o à
sua presença, disse-lhe: Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque
me suplicaste.
33 Não devias tu, igualmente, ter
compaixão do teu companheiro, como eu também tive misericórdia de ti?
34 E, indignado, o seu senhor o
entregou aos atormentadores, até que pagasse tudo o que devia.
35 Assim vos fará também meu Pai
celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas.
INTRODUÇÃO
Nossa sociedade está espiritualmente
adoecida. Um sintoma desse quadro terrível é a falta de amor, profeticamente
anunciada por Cristo, e a expressão máxima dessa carência de amor está na
promoção da vingança em detrimento do perdão.
O amor verdadeiro se materializa em
atos de perdão, que se recebe e que se doa. Então, para termos uma
transformação social, precisamos estabelecer o perdão como princípio
fundamental das relações interpessoais.
I. UMA
PARÁBOLA SOBRE A GRAÇA IMERECIDA
1. A dívida era impagável do ponto de
vista humano.
A primeira parte da parábola do credor
incompassivo desnuda a miserável condição de toda a humanidade: éramos todos
devedores de um débito impossível de ser saldado. O domínio do pecado sobre nós
era pleno. Portanto, por si mesmo, isto é, por seus méritos ou estratégias, a
humanidade jamais conseguiria romper o ciclo maldito de escravidão e repetição
do mal.
A cegueira espiritual fez-nos desejar o
mal e odiar o bem (2 Ts 2.12); nos comportávamos de maneira tola, com uma
arrogância típica de quem está tão perdido e que não sabe nem por onde começar
(Rm 1.29-32). Somente uma intervenção deliberada e graciosa de Deus poderia
oportunizar um futuro diferente do Inferno para cada uma das filhas e filhos de
Adão (Tt 2.14).
A boa notícia de Cristo é exatamente
esta: O perdão nos foi concedido por quem, em primeiro lugar, havíamos ofendido
em todos os nossos atos pecaminosos, ou seja, pelo próprio Deus. Não foi o
pedido desesperado do devedor que mudou o estatuto espiritual em que ele vivia;
foi o bondoso coração do Rei do Universo.
2. A compaixão de Deus.
Essa é a fonte de toda a esperança que
devemos ter na vida: a grande compaixão divina que não nos mede por nossos atos
inconsequentes cometidos sob o controle do Maligno, mas nos olha a partir da
ótica do amor (Ef 2.4,5).
Louvemos ao Deus Criador que, mesmo
sendo o soberano do Universo, se permite comover diante de nossos sofrimentos e
angústias (Mt 18.27: Mc 1.41). Essa é a óbvia conclusão a que chegamos, ao
analisar a parábola do credor sem misericórdia; somente um Deus rico em
misericórdia poderia tratar aqueles que não tinham valor algum como pessoas
dignas de respeito, atenção e perdão (Sl 145.8). Essa é a vida que Ele preparou
para nós, uma existência de restauração, liberdade e compaixão (Mc 5.19).
3. O Reino dos Céus como lugar de
vivência do perdão.
Deus nos convida para uma experiência
plena de perdão. O coração do Senhor está voltado para nos oferecer uma vida,
na qual a misericórdia seja uma constante e não apenas um pico de
emocionalismo. Quando aquele homem da parábola saiu da presença do seu senhor,
não havia mais nada a dever, nenhum tipo de débito passado que seria cobrado no
futuro. Essa é a marca inconfundível do perdão do nosso Deus:
Ele tem o poder de mudar nossas vidas,
mas isso não se realiza de modo automático, arbitrário, à revelia daquele que
foi perdoado.
Nosso desafio diário é viver o perdão
divino em todos os níveis e em todas as formas de nos relacionarmos. Compreendamos,
então, que o amor que foi manifesto na cruz do Calvário tem poder de nos salvar
por meio do perdão. Porém, nos salva para uma trajetória que se constitui para
a glória de Deus. Se, por uma decisão pessoal inconsequente, resolvemos
praticar de modo sistemático e deliberado algo que não espelhe a graça e o
perdão divino, rompemos nosso relacionamento com Deus, e voltamos à condição de
miseráveis rebeldes (Hb 8.12; 10.17).
PENSE!
O Reino de Deus é movido por perdão e
graça, nunca por vingança.
PONTO
IMPORTANTE!
A falta da prática do perdão é indício
de um coração que caminha para a condenação.
SUBSÍDIO
1
“Prezado (a)
professor(a), inicie o tópico fazendo a seguinte pergunta: O que perdão?
Incentive a participação e ouça os alunos com atenção. Depois explique que
perdão” é a remissão de pecados. Indulto. Meio da graça através do qual o
pecador arrependido tem as suas faltas perdoadas mediante os méritos de Cristo.
O perdão, sendo uma das bem-aventuranças do Evangelho (Rm 4 7). é-nos concedido
através da justiça do Filho de Deus (1 Jo 1.9).
Nem sempre, porém, o
perdão livra o ofensor das consequências de sua ofensa. Haja vista o caso de
Davi. Embora prontamente perdoado, teve de arcar com os amargos frutos de seu
crime. A dívida do rei para com Deus foi imediata quitada. Mas para com a
sociedade, a questão era outra. Exigia pública reparação."
II. CONSEQUÊNCIAS
DO PERDÃO
1. Somos perdoados para amar.
Para que Deus nos perdoou? Se o Eterno
nos concedeu o livramento de não sermos eternamente condenados ao Inferno, o
que Ele espera de nós? Se quisermos utilizar a parábola de Mateus 18.23-34 como
chave-de-leitura para essa questão, a resposta seria amor. Sim, o Criador nos
ofereceu perdão para que uma vez experimentando a verdadeira vida, livre do
peso do pecado e da morte, sejamos praticantes daquilo que é o propósito de
nossa existência: a potência do amar (1 Jo 4.8).
O fracasso da personagem perdoada pelo
seu senhor se expressa no fato dele não ter correspondido com amor quando isso
lhe foi exigido, Não era uma questão de falar a respeito do amor, de discursar
sobre misericórdia, mas de pôr em prática, de encarnar relacional- mente a
amplitude do milagre que é ser amado e perdoado pelo bondoso Deus (Mc 11.25).
2. O dever de desenvolver uma memória
compassiva.
Muitas pessoas vivem presas em
terríveis egoísmos, gente que quer ser tratada com o máximo de paciência
possível, mas não é capaz de fazer o mesmo com os outros. Na parábola, o
perdoado pelo rei, diante da vida nova que ganhou, insistiu em viver conforme
os antigos padrões e essa foi sua ruína. Jamais nos esqueçamos da situação
desgraçada da qual fomos resgatados, e somente assim poderemos oferecer a
outras pessoas aquilo que temos recebido de Deus (1 Jo 5.1; 1 Pe 2.17).
Essa então é a bênção de uma memória
compassiva, isto é, de uma mente que se lembra de modo constante das maravilhas
que o Altíssimo fez por cada um de nós (Sl 77.11). Nossa forma de olhar, depois
da experiência do perdão, deve ser completamente guiada pela métrica do amor.
Assim, não devemos mensurar os outros por aquilo que recebemos deles, como se a
vida fosse uma eterna negociação interesseira, ou por aquilo que podemos
extrair desse relacionamento, como se fôssemos sulgadores de vida, alegria e
riquezas dos outros.
O Evangelho nos convida para uma
existência de amor e empatia.
3. As exigências de uma vida perdoada.
Existe um tipo de pseudoe-vangelho
muito comum em nossos dias. Nele, as pessoas advogam a tese absurda de que o
perdão é uma carta de alforria para se tornar qualquer coisa, inclusive,
causador de sofrimento nos outros. Isso é um completo absurdo, e é óbvio que
não se propaga assim, de modo tão explícito. Em nossos dias muitos aprisionam
pessoas em sua infantilidade espiritual, prendendo-as a invejas, ganância e
arrogância (Mt 75)
A distorção do amor de
Deus se estabelece assim: invoca-se
a graça de Deus como garantidora de uma vida de pecado, na desculpa de que o
perdão nos faz imunes às consequências de nossas irresponsabilidades (Rm
3.3-7).
Ser discípulo de Cristo exige de nós um
coração que se converta a Deus em tudo, o tempo todo (Lm 5.21). O personagem da
parábola perdeu tudo, não em virtude de sua dívida impagável, mas porque seguiu
seu coração perverso. Uma vez perdoados, é nosso dever ser santos, cheios de
compaixão e misericórdia para com todos.
PENSE!
Lembre-se dos outros a partir da ótica
da redenção de Deus.
PONTO
IMPORTANTE!
Somos salvos para perdoar os outros,
salvação sem perdão não existe.
SUBSÍDIO
1
Professor (a), explique
que "pelo fato de Deus perdoar todos os pecados que cometemos, não devemos
negar perdão a nossos semelhantes. À medida que entendemos o completo perdão de
Cristo em nossa vida, devemos demonstrar uma atitude de perdão em relação aos
outros. Se não o fizermos, colocamo-nos acima da lei do amor de Cristo."
III. SEGUINDO
O AMOR DE JESUS
1. Amar, o fundamento do crente.
Sejamos objetivos: se existe algo que
você faz em sua vida e não carrega a marca do amor, o distintivo da graça,
abandone-o. Não importa onde seja, na igreja, em família, na universidade,
trabalho, aquilo que você faz e não expressa a majestade do amor divino deve
ser nomeado de inutilidade e, muito provavelmente, definido como prática
pecaminosa.
Essa é a amplitude do amor nas nossas
vidas, que se constitui como o elemento balizador de todas as nossas atitudes e
escolhas. Se o amor não cabe em alguma decisão que pretendemos tomar, ela
simplesmente não deve sequer constar como uma alternativa às nossas vidas. Os
cristãos devem ser conhecidos exclusivamente pelo amor, pela insistência de
tentarem se comportar como o bendito Cristo, ou seja, vivendo pelo e para o
amor (1 Co 13.1-3).
2. As formas de amar.
Não existe amor a Deus que abandone os
filhos dEle com quem convivemos. Não há amor ao próximo que exclua os valores
eternos e o próprio Altíssimo da equação afetiva.
Um “amor” que se fundamenta na
iniquidade não passa de um embuste libertino praticado por pessoas que,
desejosas de fugir de suas consciências cansadas por suas transgressões
cotidianas, procuram se "dopar" de falácias espirituais. Por outro
lado, um amor que não se deixa afetar pelo sofrimento alheio, que ignora a
angústia dos pequeninos e frágeis, é puro farisaísmo.
Somos exortados à prática do amor,
experiência que se estrutura simultaneamente, de modo vertical, em nosso
relacionamento com o Rei que está assentado no trono, e de maneira horizontalizada.
em nossa comunhão diária com as demais filhas e filhos de Adão. Quem proclama
amor a Deus, mas odeia o pecador, o sofrido, não passa de pregoeiro de
mentiras.
3. O amor como unidade, dualidade e
multiplicidade.
Lembremo-nos de que na narrativa do
Evangelho de Lucas, a discussão sobre o primado do amor é enriquecida com a
célebre parábola do Bom Samaritano (Lc 10.25-37).
Nesta imagem bíblica fica bem claro que
os contemporâneos de Jesus conseguiam compreender bem a natureza singular do
amor ao Deus único de Israel (Dt 6.4), e também eram capazes de entender a
natureza dual do ágape divino, que se expressa na certeza pessoal de que cada
um de nós tem de ser amado. Em resumo: entendemos o amor como experiência única
com o único Deus, mas também como vivência relacionai ao sermos individualmente
tocados pela graça que nos ama. Este é o problema central da parábola, restava
saber quem era o outro, o próximo a ser amado. É neste momento que Jesus
condena todos os exclusivismos, pois o próximo é digno do genuíno amor que vem
do Redentor deve ser todos, independe de sua ascendência étnica, condição
social, erros pregressos ou estado atual,
PENSE!
O amor restaura as pessoas, jamais
discrimina ou afasta.
PONTO
IMPORTANTE!
A verdadeira espiritualidade está
centrada no amor que acolhe o próximo.
SUBSÍDIO
3
“Sem menosprezar a
paciência, misericórdia e graça de Deus, a Bíblia associa mais frequentemente o
desejo de Deus em nos salvar ao seu amor.
No Antigo Testamento, o
enfoque primário recai sobre o amor segundo a aliança, como se vê em Deuteronômio
7.
Num capítulo a respeito
da redenção segundo a aliança, diz o Senhor: ‘Com amor eterno te amei; também
com amável benignidade te atraí (Jr 31.3).' A despeito da apostasia e idolatria
de Israel, Deus 0 amava com amor eterno.
O Novo Testamento emprega
agopaõ ou ágape para referir-se ao amor salvífico de Deus. No grego pré-bélico,
essas palavras tinham pouca relevância, No Novo Testamento, porém, são óbvios o
seu poder e calor. ‘Deus é ágape' (1 Jo 3.16), Por isso, ‘Ele deu seu Filho
unigênito' (Jo 3.16) para salvara humanidade. Deus tem demonstrado seu amor
imerecido para conosco ‘em que Cristo morreu por nós. sendo nós ainda
pecadores’ (Rm 5.8). O Novo Testamento dá amplo testemunho do fato de que 0 amor
de Deus impeliu-o a salvara a humanidade perdida”.
PROFESSOR(A), a parábola
do Credor Incompassivo traz uma vivida (y advertência a cada cristão. Cada
crente receberá perdão de uma dívida incalculável de pecados, que nunca teria
possibilidade de pagar. No entanto, alguns cristãos confessos guardam rancor
durante anos contra algum companheiro membro da igreja, por causa de uma
palavra ou ação insignificante que pode ter sido pronunciada ou realizada por
inocência ou ignorância.
O ensino é perdoar de
coração; isto é, conceder um verdadeiro perdão. Isso significa perdoar e
esquecer, uma pessoa não pode abrigar 0 ódio em seu coração e ser, ao mesmo
tempo, um verdadeiro cristão” (Comentário Bíblico Beacon. Rio de Janeiro: CPAD,
p. 133).
CONCLUSÃO
O Cristianismo não é um exercício
teórico; crer em Jesus significa assumir uma atitude propositiva diante do
mundo de pecado e dor em que convivemos. Nossa fé em Jesus Cristo, o Filho de
Deus, se materializa nestas duas práticas tão nobres: amar e perdoar.
HORA
DA REVISÃO
1. Como se pode explicar o perdão
concedido ao personagem da parábola?
Não foi o pedido desesperado do devedor
que mudou o estatuto espiritual em que ele vivia, foi o bondoso coração do Rei.
2. É possível perder as bênçãos do
perdão divino?
Sim. Se resolvemos praticar de modo
sistemático e deliberado algo que não espelhe a graça e o perdão divino.
3. Por que o personagem da parábola
acabou condenado mesmo depois de inicialmente perdoado? Não em virtude de sua dívida
impagável, mas porque seguiu seu coração perverso.
4. O que devemos fazer com atitudes que
realizamos e que não carregam a marca do amor?
Devemos para de praticá-las
imediatamente.
5. O amor de Deus é acolhedor ou
preconceituoso?
Justifique sua resposta. O amor divino acolhe o diferente e auxilia-o a ser
cada vez mais um reflexo da glória de Deus.
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