Revista Cristão Alerta : Edição 20, 1° trimestre de 2025: EM DEFESA DA FÉ CRISTÃ Subsídios Bíblicos : EM DEFESA DA FÉ CRISTÃ A Revista Evangélica Digital é uma fonte confiável de subsídios bíblicos que oferece os melhores recursos para professores e alunos de Escolas Bíblicas, especialmente para as lições dominicais de adultos da CPAD. 📚 VOCÊ ENCONTRA NESTA EDIÇÃO Subsídios para todas as lições bíblicas, classe dos adultos: Subsídios Lição 1: Quando as Heresias Ameaçam a Unidade da Igreja Subsídios Lição 2: Somos Cristãos Subsídios Lição 3: A Encarnação do Verbo Subsídios Lição 4: Deus É Triúno Subsídios Lição 5: Jesus é Deus Subsídios Lição 6: O Filho É igual com o Pai Subsídios Lição 7: As Naturezas Humana e Divina de Jesus Subsídios Lição 8: Jesus Viveu a Experiência Humana Subsídios Lição 9: Quem é o Espírito Santo? Subsídios...
📝 Assunto da Revista: OS
ATAQUES CONTRA A IGREJA DE CRISTO:As Sutilezas de Satanás nestes Dias que
Antecedem a Volta de Jesus Cristo
📚TEXTO ÁUREO
“Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que
Deus ajuntou não separe o homem.” (Mt
19.6)
💡VERDADE PRÁTICA
O padrão bíblico para o casamento é que
ele seja heterossexual, monogâmico e indissolúvel.
⏰LEITURA DIÁRIA
Segunda - Gn 1.27,28; 2.22-25
A natureza do casamento é monogâmica e
vitalícia
Terça - Mt 19.4-6
A indissolubilidade do casamento
Quarta - Ml 2.15
O aspecto moral do divórcio
Quinta - Ml 2.16
Deus odeia o divórcio
Sexta - Dt 24.1-4
O divórcio como permissão no AT
Sábado - Mt 5.32; 1 Co 7.10,11
As cláusulas de exceção no divórcio
segundo o Novo Testamento
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Mateus 19.1-9
1 - E aconteceu que, concluindo Jesus
esses discursos, saiu da Galileia e dirigiu-se aos confins da Judeia, além do
Jordão.
2 - E seguiram-no muitas gentes e
curou-as ali.
3 - Então, chegaram ao pé dele os
fariseus, tentando-o e dizendo-lhe: É lícito ao homem repudiar sua mulher por
qualquer motivo?
4 - Ele, porém, respondendo,
disse-lhes: Não tendes lido que, no princípio, o Criador os fez macho e fêmea
5 - e disse: Portanto, deixará o homem
pai e mãe e se unirá à sua mulher, e serão dois numa só carne?
6 - Assim não são mais dois, mas uma só
carne. Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem.
7 - Disseram-lhe eles: Então, por que
mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio
e repudiá-la?
8 - Disse-lhes ele: Moisés, por causa
da dureza do vosso coração, vos permitiu repudiar vossa mulher; mas, ao
princípio, não foi assim.
9 - Eu vos digo, porém, que qualquer
que repudiar sua mulher, não sendo por causa de prostituição, e casar com
outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério.
HINOS SUGERIDOS:176, 213, 252 da Harpa Cristã
PLANO DE AULA
1. INTRODUÇÃO
A presente lição trata o
divórcio de acordo com o contexto bíblico do Antigo e Novo Testamento. Outro
ponto interessante é que a lição aborda dois aspectos a respeito do divórcio: o
legal e o moral. E, finalmente, conclui com uma importante reflexão acerca da
prática pastoral com pessoas divorciadas ou em processo de divórcio.
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Expor o divórcio no
contexto bíblico;
II) Pontuar os aspectos
legal e moral do divórcio;
III) Refletir a respeito
da prática pastoral com pessoas em situação de divórcio.
B) Motivação: O divórcio é um desafio em toda a igreja
cristã. Mais desafiador ainda é não banalizar a prática do divórcio e, ao mesmo
tempo, cuidar de maneira evangélica das pessoas que sofreram com o
divórcio.
C) Sugestão de Método: Estamos na quarta lição. Sugerimos que você
faça uma revisão de pelo menos cinco minutos a respeito dos temas vistos até
agora: As Sutilezas de Satanás contra a Igreja; A Sutileza da Banalização da
Graça; A Sutileza da Imoralidade Sexual. Em seguida, apresente o assunto do
divórcio como uma extensão da lição anterior a respeito da imoralidade sexual.
Procure contextualizar a classe com o tema.
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Vimos que o
padrão bíblico para o casamento tem a ver com a sua indissolubilidade.
Entretanto, é possível que em sua classe haja problemas na área do casamento.
Por isso, ao final da aula, faça uma oração, apresentando a vida conjugal de
seus alunos. Reserve esse momento para apresentar a Deus as demandas conjugais
da classe.
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador
Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos,
entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 91, p.38,
você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao
final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de
sua aula: 1) O texto "Contextualização da questão do divórcio em Mateus
19" amplia a exposição bíblica do divórcio; 2) O texto "A Interpretação
de Jesus Cristo", localizado após o segundo tópico, traz uma conclusão a
respeito do aspecto doutrinário do divórcio.
INTRODUÇÃO
O divórcio é entendido como um atopor meio do qual o casamento é dissolvido.
Nesse aspecto, o divórcio é a dissolução absoluta da aliança conjugal, tendo
como resultado a anulação de seus efeitos civis. Dependendo da cultura, dos
pressupostos religiosos praticados e da motivação que levou a ruptura do
casamento, a prática do divórcio pode permitir os cônjuges contrair um novo
casamento ou não.
A lição de hoje fará uma análise sobre
o divórcio no contexto da cultura bíblica e contemporânea. Devido à tendência
contemporânea de vulgarizar o divórcio, tornando-o banal e normal, a presente
lição tomará como padrão aquilo que as Escrituras Sagradas ensinam sobre esse
assunto. Também se orientará por aquilo que o nosso documento confessional, a
Declaração de Fé, ensina e orienta sobre o divórcio.
PALAVRA-CHAVE
Divórcio
I – O
DIVÓRCIO NO CONTEXTO BÍBLICO
1. O divórcio no contexto do Antigo
Testamento.
Na Antiga Aliança, o plano de Deus para
a raça humana é que o casamento fosse monogâmico e vitalício (Gn 1.27,28;
2.22-25). O profeta Malaquias afirmou que Deus odeia o divórcio (Ml 2.16 -
NAA). Contudo, em certos casos, o divórcio era previsto e em outros aparece
como uma permissão (Dt 24.1-4). Em Deuteronômio 24.1-4, o texto afirma que uma
das condições para o divórcio era o marido encontrar “coisa feia” na esposa. A
expressão hebraica ‘erwat dābār, traduzida como “coisa feia”, possui o sentido
de “nudez ou coisa vergonhosa”.
O texto não especifica o que significa
essa expressão. Isso deu margem para uma série de debates pelas escolas
rabínicas, que a interpretavam de diferentes modos. No entanto, fica claro que
não se tratava do adultério, que no tempo de Moisés era punido com a morte (Dt
22.22).
Fica claro também que, após o divórcio,
a mulher poderia se casar com outro homem e que, nesse caso, ela não estaria
cometendo adultério. Em outras palavras, em tal circunstância, o seu segundo
casamento era legítimo. Mas, seu primeiro marido, de quem ela havia se
divorciado, não poderia se casar novamente com ela.
2. O divórcio no contexto do Novo
Testamento.
No texto de Mateus capítulo 19, Jesus
mostra que o plano original de Deus é que o casamento dure para toda a vida (Mt
19.4-6). Ele também rejeita todas as outras razões ou motivos dados pelos
Fariseus (Mt 19.7-9) para justificar o fim do casamento, inclusive a “coisa
feia” citada na lei de Moisés, ou “coisa indecente” (Dt 24.1-4 - NAA).
De acordo com Jesus, o único motivo que
justifica a separação (gr. Apolyo, divórcio) é se um dos cônjuges praticou
“relações sexuais ilícitas”.
A expressão “relações sexuais ilícitas”
traduz o termo grego moichaomai, que significa “adulterar” (Mt 5.32; Jo 8.3; Mt
5.27; Rm 13.9). No texto de Mateus, portanto, o seu sentido é de alguém que
cometeu adultério. O que se depreende dessa passagem bíblica é que Jesus estava
dizendo que o divórcio feito por razões outras que não o adultério não dissolve
o casamento aos olhos de Deus.
Dizendo isso de outra forma, alguém que
sofreu uma traição conjugal tem direito a um novo casamento. Contudo, se a
motivação não foi a infidelidade conjugal e ele se “casar com outra comete
adultério”. A Declaração de Fé das Assembleias de Deus reconhece a legitimidade
de um novo casamento quando o motivo do fim do primeiro casamento foi o
adultério.
No contexto das cartas de Paulo, o
casamento também é para a vida toda. Contudo, o apóstolo trata de outras situações
não contempladas nos Evangelhos. Escrevendo aos coríntios, Paulo se refere ao
casamento entre cristãos e a casamentos mistos, quando um crente era convertido
ao Evangelho e o outro não. No caso de crentes, Paulo diz que se o casal venha
a se separar, que não se case de novo ou que se reconcilie (1 Co 7.10,11).
No caso de casamentos mistos, Paulo diz
que se o cônjuge descrente abandonasse a esposa esta não estaria sujeita à
servidão (1 Co 7.15). A maioria dos intérpretes entende que essa expressão “não
está sujeito à servidão” (gr. dedoulotai) significa que o cônjuge crente que
foi abandonado está livre para se casar novamente. Esse entendimento é seguido
pela Declaração de Fé das Assembleias de Deus. Contudo, somente no caso de o
abandono partir do cônjuge não crente.
AMPLIANDO
O CONHECIMENTO
A VONTADE DE DEUS PARA O CASAMENTO
“A vontade de Deus para o
casamento é que ele seja vitalício, i.e., que cada cônjuge seja único até que a
morte os separe [...]. Neste particular, Jesus cita uma exceção, a saber, a
‘prostituição’ (gr. porneia), palavra esta que no original inclui adultério ou
qualquer outro tipo de imoralidade sexual (5.32; 19.9).” Amplie mais o seu
conhecimento, lendo a Bíblia de Estudo Pentecostal, editada pela CPAD, p.1427.
SINOPSE
I
O divórcio está presente tanto no
Antigo quanto no Novo Testamento.
AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO
CONTEXTUALIZAÇÃO DA
QUESTÃO DO DIVÓRCIO EM MATEUS 19
“A questão do divórcio
teve um papel importante no primeiro século, da mesma forma que hoje. Jesus
discutiu essa questão no Sermão do Monte (5.31,32). Agora ela reapareceu [Mt
19.3-9]. [...] O conflito se originou a partir da interpretação de Deuteronômio
24.1 – ‘Quando um homem tomar uma mulher e se casar com ela, então, será que,
se não achar graça em seus olhos, por nela achar coisa feia, ele lhe fará
escrito de repúdio, e lho dará na sua mão, e despedirá da sua casa’. Shammai
afirmava que ‘coisa feia’ significa fornicação: ‘Um homem não se divorciaria de
sua mulher, a não ser que tivesse encontrado nela um motivo de vergonha’. Seu
colega Hillel (cerca de 60.d.C. – 20 d.C.), que era muito mais liberal,
enfatizava a primeira frase: ‘Ela não encontrou favor em seus olhos’. Ele
permitiria a um homem divorciar-se da esposa se ela fizesse alguma coisa que o
desagradasse, até mesmo se queimasse o alimento ao cozinhá-lo” (Comentário
Bíblico Beacon. Vol. 6. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, p.135).
II – A
SUTILEZA DA NORMALIZAÇÃO DO DIVÓRCIO
1. O divórcio no seu aspecto legal.
A legislação brasileira já foi muito
mais rígida com respeito ao divórcio. Contudo, nas últimas décadas as razões
que justificam o divórcio podem ser várias. A partir da Constituição de 1988,
passou-se a permitir divorciar-se e recasar quantas vezes fosse preciso. No
aspecto legal da legislação brasileira é muito fácil alguém se divorciar e se
casar novamente.
2. O divórcio no seu aspecto moral.
Além do aspecto legal do divórcio, como
cristãos necessitamos saber do seu aspecto moral. Para um descrente qualquer
razão ou motivo justifica a prática do divórcio e um novo casamento (cf. Dt
24.1-4), mas o cristão deve perguntar se isso é moral. O Estado garante o seu
aspecto legal, contudo a Escritura define seu aspecto moral (Mt 19.4-6).
Trocar a esposa por uma mais jovem ou
abandonar o marido por um mais rico e famoso são práticas normais no mundo, e
que contam com o amparo legal do Estado. Contudo, isso é moral para o cristão?
O crente pode fazer isso? No caso de pastores, além do aspecto legal, deve-se
levar em conta, sobretudo, o aspecto moral do divórcio (Ml 2.15). Alguns se
divorciam, mas nunca deveriam ter feito (Ml 2.16). Há um preço alto para se
pagar. Aqueles que se arriscam a desobedecer a Palavra de Deus forçosamente
terminam machucados.
SINOPSE
II
O divórcio se dá na esfera legal e, ao
mesmo tempo, moral.
AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO
A INTERPRETAÇÃO DE JESUS CRISTO
“Cristo se colocou
claramente a favor da estrita interpretação de Deuteronômio 24.1. Ele só
permitia uma razão para o divórcio – exceto por causa de prostituição (9). Essa
cláusula acrescentada ocorre apenas em Mateus (aqui [Mt 19.10] e em 5.32).
Embora alguns estudiosos tenham assumido a posição de que essas palavras não
teriam sido pronunciadas por Jesus, a opinião deles rejeita a inspiração de
Mateus.
O adultério representa a
negação do voto do casamento e, nesse caso, a posição de Jesus é bastante sólida.
Marcos e Lucas enfatizam, ainda mais do que Mateus, a divina aversão ao
divórcio. No plano de Deus, o casamento deve ser uma união permanente”
(Comentário Bíblico Beacon. Vol. 6. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, p.136).
III – O
DIVÓRCIO E A PRÁTICA PASTORAL
1. A pessoa do divorciado.
O (A) divorciado(a) é uma pessoa e como
tal deve ser vista. Quem passou por um processo de divórcio sabe o quão
traumático isso é. Sentimentos de rejeição, medo e abandono muitas vezes
continuam presentes na vida de quem passou por uma separação. Isso fica mais
complexo quando há filhos gerados no relacionamento. A alienação parental é uma
tentação, mas nunca a forma mais adequada a ser buscada. Divorciados devem
obter aconselhamento pastoral e, concomitantemente, o acompanhamento
psicológico não deve ser negligenciado.
2. O divorciado como cristão.
Outra coisa acerca de quem passou por
um processo de divórcio diz respeito a sua condição de membro da Igreja. Talvez
esse seja um dos principais desafios pastorais da atualidade. Os pastores são
desafiados dia a dia a tratar com essa questão. Os casos de divórcio se
multiplicam e as razões que os motivaram nem sempre são bíblicas. Cada situação
deve ser analisada com cuidado, de forma que o divorciado não deixe de ser
visto como alguém amado por Deus. Contudo, que esse amor não sirva de
justificativa para anular a justiça de Deus que exige uma vida que se orienta
por sua Palavra.
SINOPSE
III
É preciso cuidar das pessoas
divorciadas, dando-lhes auxílios espiritual e psicológico
CONCLUSÃO
Como servos de Cristo que vivemos as
verdades do Evangelho, não deixemos que pensamentos, palavras e ações firam o
nosso Vimos nesta lição o divórcio sob a perspectiva de diferentes culturas e
em diferentes contextos. Observamos que na atualidade há uma tendência entre os
cristãos de enxergarem o divórcio com “normalidade”. Essa é uma postura
perigosa, arriscada e, até mesmo, pecaminosa. Isso porque as Escrituras contêm
princípios e preceitos que moldam os relacionamentos humanos. O casamento é uma
instituição divina, que reflete o ideal de Deus. Portanto,e devido nossa condição de pecadores, o
divórcio deve ser visto como uma anormalidade desse ideal divino.
VOCABULÁRIO
Alienação parental: Processo em que a criança, ou a adolescente, é induzida,
mediante diferentes formas e estratégias de atuação, a destruir os seus
vínculos afetivos com um dos genitores (pai ou mãe).
REVISANDO O CONTEÚDO
1. Qual era o plano de Deus na Antiga
Aliança em relação ao casamento?
Na Antiga Aliança, o plano de Deus para
a raça humana é que o casamento fosse monogâmico e vitalício (Gn 1.27,28;
2.22-25).
2. Qual é o plano original de Deus para
o casamento em Mateus 19?
No texto de Mateus capítulo 19, Jesus
mostra que o plano original de Deus é que o casamento dure para toda a vida (Mt
19.4-6).
3. Quais são os dois aspectos do
divórcio tratados na lição?
Legal e moral.
4. Quais são os dois aspectos do
divórcio que envolvem a prática pastoral?
A pessoa divorciada e o divorciado como
cristão.
5. O que as Escrituras contêm arespeito dos relacionamentos?
As Escrituras contêm princípios e
preceitos que moldam os relacionamentos humanos.