REVISTA BETEL: 1° Trimestre de 2022 | Título:
EZEQUIEL – O Profeta com a Mensagem de Juízo, Arrependimento, Restauração e
Manifestação da Gloria de Deus
TEXTO ÁUREO
“E o
nome da cidade desde aquele dia será: O Senhor Está Ali.” Ezequiel 48.35
VERDADE APLICADA
O perfeito e maravilhoso plano divino para o Seu povo será cumprido,
pois o Senhor é o Todo-Poderoso
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Mostrar
as
tentativas de destruir o povo de Deus.
Ressaltar acerca do plano divino e a
escatologia.
Ensinar sobre a cidade “O Senhor Está Ali”.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
APOCALIPSE
21
3-
E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os
homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará
com eles e será o seu Deus.
27-
E não entrará nela coisa alguma que contamine e cometa abominação e mentira,
mas só os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro.
APOCALIPSE
22
14-
Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro,
para que tenham direito à árvore da vida e possam entrar na cidade pelas portas.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA
/ Sl 33.11
O conselho de Deus permanece para sempre.
TERÇA
/ Is 46.10
Os planos de Deus sempre triunfarão.
QUARTA
/ Tt 2.13
A bem-aventurada esperança.
QUINTA
/ 2Pe 3.1-4
A vinda do Senhor.
SEXTA
/ Ap 1.3
O tempo está próximo.
SÁBADO
/ Ap 21.7
Quem vencer, herdará todas as coisas.
HINOS SUGERIDOS
619, 620, 621
MOTIVOS DE ORAÇÃO
Ore
pela unidade das igrejas no Brasil e para que haja um grande avivamento na
nação.
ESBOÇO
DA LIÇÃO
Introdução
1–
Tentativas de destruir o povo de Deus
2–
O plano divino e a escatologia
3–
O Senhor Está Ali
Conclusão
PONTO DE PARTIDA
O
plano divino para o Seu povo será cumprido.
INTRODUÇÃO
Encerrando
o estudo sobre o livro de Ezequiel veremos que o plano de Deus prevalecerá.
Portanto, o povo de Deus deve viver neste presente século, procurando agradar
ao Senhor e aguardando a “bem-aventurada esperança” que é a volta de Jesus
Cristo.
1- TENTATIVAS DE DESTRUIR O POVO DE DEUS
Os
capítulos 38 e 39 de Ezequiel registram um conjunto de nações que invadirá a
terra de Israel [Ez 38.11-12]. Interessante notarmos que tais registros
encontram-se entre os capítulos que tratam de restauração [Ez 33-37, 40-48] e
transformação do povo e da terra de Israel. Tal constatação nos traz à memória
que ao longo da história o inimigo sempre tentou impedir que o plano de Deus se
cumprisse, porém sem êxito, assim como ocorrerá nos últimos dias [Ap 20.7-10].
1.1.
A insistência maligna de destruir.
O
povo de Deus deve perseverar confiante no Senhor sabendo que as intenções
malignas não prevalecem contra os planos de Deus, que sempre triunfarão [Sl
33.10-11; Is 46.10]. Inclusive a profecia de Ezequiel registra que a agressão
de Gogue e sua coalizão de nações contra Israel, se trata de um evento já
anunciado profeticamente no passado [Ez 38.17; 39.8]. A Bíblia é clara ao
afirmar que, ainda que o dragão e os seus anjos batalhem, tentando impedir o
plano divino, contudo não prevalecerão [Ap 12.4-8].
Subsídio do
Professor:
Derek Kidner comenta sobre Salmos 33.10-11: “O ponto de vista destes
versículos é retomado e desenvolvido por Isaías 40ss. (que é melhor comentário
sobre eles), onde as nações e seus desígnios acabam em nada, ou ficam servindo
aos propósitos de Deus sem o saber [Is 44.25; 45.4-5], e onde àqueles que Deus
escolheu (12) são mostradas as implicações escrutinadoras de sua vocação [Is
41.8; 42:1].”
1.2.
A profecia contra Gogue.
Não
é possível na presente lição esgotar o tema dos capítulos 38 e 39, bem como
apresentar detalhadamente as diversas considerações acerca da identificação de
Gogue e Magogue e do momento no qual se dará a invasão. Não há consenso entre
os estudiosos acerca destes pontos. Assim, vamos destacar os seguintes aspectos:
1)
A invasão se dará “no fim dos anos”
[Ez 38.8] e “no fim dos dias” [Ez 38.16] – expressões que apontam para
acontecimentos escatológicos referentes a Israel, portanto é possível que
ocorra no período da septuagésima semana [Dn 9.26-27];
2)
Os motivos da invasão
visam as riquezas e, quase certamente, a estratégica posição geográfica de
Israel [Ez 38.10-13];
3)
Não confundir
esta invasão com a batalha do Armagedom [Ap 16.16; 19.19] – que se dará antes
do Milênio; e nem com o ajuntamento descrito em Apocalipse 20.7-10 – que
ocorrerá no final do Milênio.
Subsídio do
Professor:
Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento: “Gogue é
o governante da terra de Magogue e príncipe de Rôs, Meseque e Tubal. Líder de
uma imensa horda de tropas armadas que incluem pessoas da Pérsia, Cuxe, Pute,
Gômer e Bete Togarma. Eles marcharão contra Israel numa época em que o povo de
Deus tiver voltado para sua terra e estiver completamente indefeso. Mas tudo
isso será permitido pelo Senhor para que ele possa demonstrar sua santidade
entre eles (…) Teologicamente não é importante que sejamos capazes de remontar
linguisticamente à origem do nome ou identificá-lo historicamente. A maioria
dos cristãos interpreta essas passagens escatologicamente.”
1.3.
Deus será glorificado.
É
relevante o fato de ser recorrente expressões que apontam para a glória de Deus
e o Senhor ser conhecido entre as nações. Tal aspecto também está presente nos
capítulos 38 e 39 de Ezequiel: 38.16, 23; 39.6-7, 13, 21-22, 27-29.
Interessante notarmos que outro resultado de Deus permitir os acontecimentos
aqui estudados é que as nações conhecerão mais acerca do plano de Deus para com
o Seu povo [Ez 39.23-29].
Notemos
os aspectos ressaltados: pecado, disciplina, graça, ação de Deus, resposta humana,
restauração, testemunho. Importantes lições podemos extrair destes capítulos,
pois ainda que não possamos ter certeza quanto aos muitos detalhes, mas os
aspectos que compõem o plano de Deus com Seu povo perpassam o tempo, a
interpretação escatológica adotada e os muitos pormenores.
Subsídio do
Professor:
F. F. Bruce comenta sobre Ezequiel 39.21-29: “As promessas resumidas
aqui foram desenvolvidas em 36.16-38; 37.11-14 (…) Com o derramamento do
Espírito de Deus [cf. 36.26-27; 37.14; Jl 2.28-32], o seu favor é renovado para
com o seu povo. A derrota de Gogue vai confirmar a lição já ensinada pelo
exílio de Israel e sua consequente restauração: o propósito de Deus é que
Israel e todas as nações saibam que ele é Javé – e vejam o seu nome vindicado e
o seu caráter manifesto. Foi a sua justiça, e não a sua fraqueza, que enviou o
seu povo para o exílio; e foi a sua justiça que trouxe o povo de volta.”
EU ENSINEI QUE:
Ao longo da história o inimigo sempre
tentou impedir que o plano de Deus se cumprisse, porém sem êxito, assim como
ocorrerá nos últimos dias.
2- O PLANO DIVINO E A ESCATOLOGIA
O
livro do profeta Ezequiel nos faz entender que o plano divino para o Seu povo
vai além daquele momento de cativeiro e disciplina. Lembremos que Ezequiel
exerceu o ministério profético “no meio dos cativos” [Ez 1.1] para pessoas que,
talvez, estivessem interessadas em ouvir somente o que Deus iria fazer em seus
dias. Porém, o Senhor Deus o comissionou para anunciar a mensagem divina,
independente do povo estar disposto a ouvir e obedecer ou não [Ez 2.7].
2.1.
Tempos de desinteresse e descrença.
Não
apenas no público de Ezequiel, mas, também, nos tempos da Igreja, há aqueles
que escarnecem, zombam, são indiferentes e até já não creem mais quando a
mensagem se refere à vinda do Senhor e aos acontecimentos que estão para
ocorrer na terra [2Pe 3.1-4]. Sim, à medida que vamos nos aproximando do fim da
presente era, vai crescendo o interesse em assuntos que se referem mais à vida
debaixo do sol, o que Deus tem a fazer “aqui e agora”, conquistas pessoais,
entre outros.
Subsídio do
Professor:
Michael Green comenta sobre 2Pedro 3.3-4: “O hedonismo
antropocêntrico sempre zomba da ideia de padrões ulteriores e uma divisão final
entre os salvos e os perdidos. Para homens que vivem no mundo do relativo, a
declaração de que o relativo será levado ao fim pelo absoluto é nada menos do
que ridícula. Para os homens que nutrem uma crença na autodeterminação e
perfectibilidade humanas, pois, a própria ideia de que somos dependentes e
teremos que prestar contas é uma pílula amarga para engolir.”
2.2.
Jesus Cristo ensinou sobre os últimos dias.
Não
apenas os profetas veterotestamentários anunciaram acontecimentos
escatológicos, mas o próprio Senhor Jesus se ocupou em proferir mensagens
acerca dos últimos dias, como encontramos em diversos textos nos Evangelhos [Mt
24-25; Mc 13; Lc 12.35-59; 17.20-37; 21.5-36]. Portanto, não podemos, como
discípulos de Cristo, ignorar e desprezar o conteúdo escatológico das
Escrituras Sagradas. Notar que a primeira bem-aventurança descrita no último
livro da Bíblia se refere a ler, ouvir e guardar a mensagem apocalíptica,
acompanhada de uma advertência: “porque o tempo está próximo” [Ap 1.3].
Subsídio do
Professor:
J. Dwight Pentecost: “Qualquer indivíduo que se refere às Escrituras
como Antigo e Novo Testamento testemunha o fato de que Deus dividiu Seu plano
em segmentos de tempo. A história da revelação evidencia o progresso da
revelação divina através de eras sucessivas. (…) Nesta presente era entre os
dois adventos de Cristo, Deus está cumprindo dois planos distintos: um com a
Igreja (…) e outro com Israel (…). Deve ser feita distinção cuidadosa, caso
contrário alguém atribuirá à Igreja o que constitui acontecimentos finais de
Israel ou vice-versa.”
2.3.
A bem-aventurada esperança da Igreja.
O
livro do profeta Ezequiel está repleto de mensagens de esperança aos cativos,
como vimos ao longo deste trimestre. Tais mensagens devem nos produzir em nós
um despertamento, pois o Deus que revelou a Israel Seus planos futuros, também
nos faz conhecer por intermédio de Jesus Cristo e dos escritores do Novo
Testamento acerca de Seu plano quanto à Sua Igreja. Nossa esperança, como povo
de Deus, não se resume ao nosso viver “aqui e agora”, vivenciando o dia a dia
neste mundo. Também somos exortados a aguardarmos “a bem-aventurada esperança”,
como descreveu o apóstolo Paulo em Tito 2.13.
Subsídio do
Professor:
Livro 217-A – Carta aos Líderes Cristãos (Edições Luz do Evangelho,
1972): “É maravilhoso saber que Deus tem a solução certa para as dificuldades do
mundo atual. É confortador saber que Deus sempre teve essa solução – desde
antes da fundação do mundo. Em Tito 2.13 somos instruídos a aguardar a “bendita
esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo
Jesus”. Na hora conveniente, o Filho de Deus voltará e tratará da situação da
forma já decidida nos conselhos da divindade. Esta verdade gloriosa da volta de
Cristo foi sempre a resposta divina ao povo da terra em tempo de grande
dificuldade e perseguição.”
EU ENSINEI QUE:
O livro do profeta Ezequiel nos faz
entender que o plano divino para o Seu povo vai além daquele momento de
cativeiro e disciplina.
3- O SENHOR ESTÁ ALI
O
título deste tópico foi extraído do último versículo do livro de Ezequiel [Ez
48.35]. O nome dado à cidade nos faz lembrar a mensagem recebida por João:
“…Deus com os homens, pois com eles habitará…” [Ap 21.3]. Veremos neste tópico
as condições para, no porvir, estarmos habitando com Deus na santa Cidade.
3.1.
Quem vencer.
“Quem
vencer, herdará todas as coisas” [Ap 21.7]. São os vencedores como mencionados
ao final das cartas enviadas às sete igrejas da Ásia [Ap 2.7, 11, 17, 26-27;
3.5, 12, 21]. Para o povo de Israel vivenciando invasão e cativeiro no tempo de
Ezequiel, os vencedores são os que se arrependem e submetem à disciplina do
Senhor [Ez 11.16-20]. Sabemos que Cristo venceu, mas também sabemos que, mesmo
estando em Cristo, enquanto neste mundo, precisamos perseverar e lutar contra o
pecado, o mundo e os seres espirituais da maldade, fortalecidos no “Senhor e na
força do seu poder” [Ef 6.10; Rm 8.37; 1Co 15.57].
Subsídio do
Professor:
John
B. Taylor comenta sobre Ezequiel 48.30-35: “A passagem inteira nos leva a
comparar Apocalipse 21, com sua descrição do novo céu e nova terra, e a visão
da nova Jerusalém descendo do céu, da parte de Deus. […] O escritor do
Apocalipse devia muita coisa à vívida linguagem figurada de Ezequiel, e não
tinha medo de cristianizá-la, porque via que o simbolismo ainda possuía
relevância para a igreja cristã dos seus dias, e não somente para os judeus do
exílio.”
3.2.
Santificação.
Para
o povo cativo, antes da revelação sobre a restauração do templo e a nova
cidade, primeiro o Senhor fala sobre a obra da purificação [Ez 36.25]. Também
encontramos em Apocalipse que não entrará na Nova Jerusalém impureza [Ap
21.27], mas somente os “que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro” [Ap
22.14]. Encontramos em toda a Bíblia exortações e um chamado ao povo de Deus
para um viver santo, pois o Senhor é santo. A esperança mencionada no tópico
anterior deve mover-nos à purificação. Temos responsabilidade no processo de
purificação [2Co 7.1; 1Tm 5.22; Tg 4.8; 1Pe 1.22].
Subsídio do
Professor:
Daniel L. Block, ao comentar sobre Ezequiel 40-48: “…onde a presença
de Deus é reconhecida, há pureza e santidade. Nesse sentido, Ezequiel lança os
fundamentos da espiritualização paulina do templo, pois sob a nova aliança,
Deus está literalmente presente em Jesus Cristo, o Deus encarnado. […] nessa
nova ordem, até mesmo os gentios podem ser transformados no templo vivo de Deus
[1Co 3.16-17].”
3.3.
Viver de acordo com a Palavra de Deus.
Não
foi por falta de aviso que o povo de Israel foi levado cativo e o templo
destruído. A Palavra de Deus tinha sido enviada, contudo o povo zombou e
desprezou as mensagens dos profetas enviados por Deus [2Cr 36.15-16]. É
relevante atentarmos para o fato de que a última exortação bíblica se refere à
nossa relação com a Palavra de Deus [Ap 22.18-19]. Para habitar na cidade “O
Senhor Está Ali” é preciso estar atento à Palavra de Deus, guardá-la e viver de
acordo, pois nela encontramos a revelação da vontade de Deus e “aquele que faz
a vontade de Deus permanece para sempre” [1Jo 2.17].
Subsídio do
Professor:
A expressão “aquele dia” nos faz lembrar do glorioso dia para o qual
o perfeito plano de Deus se dirige. A história do povo de Deus não terminará em
cativeiro ou destruição, pois há um dia preparado para a consumação. Paulo
menciona que o que começou é poderoso para levar até ao final: “até o dia de
Jesus Cristo” [Fp 1.6]. Deus preparou um futuro glorioso para o Seu povo.
EU ENSINEI QUE:
Para habitar na cidade “O Senhor Está
Ali” é preciso estar atento à Palavra de Deus, guardá-la e viver de acordo,
pois nela encontramos a revelação da vontade de Deus.
CONCLUSÃO
Temos
visto que a jornada do povo de Deus nesta terra não está à mercê do acaso. O
Deus que nos chamou e salvou tem um plano estabelecido desde antes da fundação
do mundo e é poderoso para levar adiante. Portanto, nossa esperança é que um
dia Jesus Cristo voltará e assim “estaremos sempre com o Senhor” [1Ts 4.17].
Revista
BETEL | 1° Trimestre De 2022 | Reverberação: Subsídios Dominical
DICAS
DE CURSOS BÍBLICOS