REVISTA BETEL: 1° Trimestre de 2022 | Título:
EZEQUIEL – O Profeta com a Mensagem de Juízo, Arrependimento, Restauração e
Manifestação da Gloria de Deus.
TEXTO ÁUREO
“E levantou-me o Espírito e me levou ao átrio interior; e eis
que a glória do Senhor encheu o templo.” Ezequiel 43.5
👇 VEJA TAMBÉM
👇
✔️Escola Dominical: Adultos – Aqui
✔️Escola Dominical: Jovens – Aqui
✔️Escola Dominical: Adolescentes – Aqui
✔️Escola Dominical: BETEL – Aqui
VERDADE APLICADA
Deus nos convoca a viver em santidade para que se cumpra em nós o
propósito da nossa existência: relacionamento com Deus.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Mostrar que Deus não habita no meio da
impiedade.
Ressaltar que a glória de Deus não se negocia.
Ensinar
que
Deus nos chama a viver em santidade.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
EZEQUIEL
11
22-
Então os querubins elevaram as suas asas, e as rodas os acompanhavam; e a
glória do Deus de Israel estava no alto, sobre eles.
23-
E a glória do Senhor se alçou desde o meio da cidade e se pôs sobre o monte que
está ao oriente da cidade.
EZEQUIEL
43
2-
Eis que a glória do Deus de Israel vinha do caminho do oriente; e a sua voz era
como a voz de muitas águas, e a terra resplandeceu por causa da sua glória.
4-
E a glória do Senhor entrou no templo pelo caminho da porta, cuja face está
para o lado do oriente.
5-
E levantou-me o Espírito e me levou ao átrio interior; e eis que a glória do
Senhor encheu o templo.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA
/ Êx 33.12-17
Moisés roga a Deus a Sua presença.
TERÇA
/ Êx 33.18-23
Moisés roga a Deus que lhe mostre Sua glória.
QUARTA
/ Ez 8
As abominações no santuário.
QUINTA
/ Ez 11
O juízo de Deus contra os chefes do povo.
SEXTA
/ Ez 43
A restauração do templo: a glória do Senhor.
SÁBADO
/ Jo 1.14
A glória de Deus revelada em Jesus Cristo.
HINOS SUGERIDOS 169, 223, 422
MOTIVOS DE ORAÇÃO
Ore
a Deus por todas as igrejas que realizam a Escola Bíblica Dominical no Brasil.
ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1–
A glória de Deus
2–
Abominações do
povo no Templo
3– Afastamento e retorno da
glória de Deus
Conclusão
INTRODUÇÃO
O
plano de Deus é habitar com o Seu povo. Para tanto, Deus revelou em Sua Palavra
as diretrizes para nos aproximarmos dEle, aquilo que não lhe agrada e nos
concede o Seu Espírito Santo para nos guiar e capacitar a viver agradavelmente
diante do Senhor.
PONTO DE PARTIDA
Deus nos convoca a viver em santidade.
1- A GLÓRIA DE DEUS
Antes
de refletirmos sobre as visões de Ezequiel do afastamento e retorno da glória
de Deus em relação ao templo em Jerusalém, no presente tópico abordaremos sobre
alguns dos significados da expressão “glória” no hebraico e grego; a glória de
Deus revelada em Sua natureza; e revelada em Jesus Cristo [Rm 11.36; 1Pe 4.11].
1.1.
Glória: alguns significados da expressão.
Conforme
Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento, Dicionário de James
Strong, Dicionário VINE, entre outros, não há um único termo para expressar a
ideia de “glória” na Bíblia. Assim, o contexto no qual a palavra está sendo
usada é que determina a ideia que se deseja passar. Pois pode estar se
referindo a seres humanos [Gn 45.13], à riqueza material [Et 5.11], a Deus [Êx
33.18; Ez 1.28].
Alguns
sentidos são:
“aquilo que produz peso”; “aquilo que impõe”; “aquilo que produz consideração”.
Vários textos no Antigo Testamento fazem menção da glória de Deus num contexto
de junto com o Seu poder e a Sua santidade [Êx 14.4, 17; 15.11; Sl 29.2; Is
6.3]. Também é comum a manifestação da glória associada ao tabernáculo e a
templo [Êx 40.34; 1Rs 8.11; Ez 9.3; 43.4].
Subsídio do Professor:
Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento sobre a
manifestação da glória de Deus no tabernáculo e no templo: “Essas manifestações
estão diretamente relacionadas com a autorrevelação de Deus e seu desejo de
habitar entre os homens. Nessa condição elas são geralmente associadas à sua
santidade. Deus almeja habitar com os homens, deseja que sua realidade e seu
esplendor sejam conhecidos dos homens. Mas isso só é possível quando eles levam
em conta o impacto da santidade divina e começam, pela fé e obediência, a
deixar que esse caráter se manifeste em suas vidas [Nm 14.10; Is 6.3].”
1.2.
Revelada em Sua natureza.
Após
ter a garantia de que teria a presença divina [Êx 33.14-15], Moisés pediu para
ver a glória de Deus [Êx 33.18]. A resposta de Deus faz referência à bondade,
misericórdia, compadecimento [Êx 33.19]Vide que quando o Senhor Deus se manifestou,
há referências a nome e novamente às virtudes acima [Êx 34.5-8]. Ou seja, como
escreveu Tony Evans: “A glória de Deus pode ser melhor descrita como a
manifestação visível de seus atributos, caráter e perfeição (…) Falando de
outra maneira, nosso Deus é glorioso por natureza”.
Subsídio do Professor:
Robert P. Gordon comenta acerca da resposta divina ao pedido de
Moisés – “toda a minha bondade”: “Os atributos graciosos e os atos de Deus
pelos quais o seu caráter (o nome do Senhor) podem ser conhecidos”. R. Alan
Cole: “A revelação divina será a revelação de Seu nome (ou seja, de Sua
natureza), proclamada em termos de Seus atos em favor do homem.”
1.3.
Revelada em Jesus Cristo.
O
Verbo (a Palavra, o Filho Unigênito) tornou-se carne (ser humano) e habitou (“tabernaculou”),
viveu (morou entre nós), “e vimos a sua glória… cheio de graça e de verdade”
[Jo 1.14]. Como descrito no tópico acima, quando Deus revelou Sua glória a
Moisés, não foi somente em resplendor e nuvem, mas revelando o Seu caráter:
“grande em beneficência e verdade” – amor e fidelidade) – Êxodo 34.6. Em João,
a glória de Deus é revelada em Jesus – “cheio de graça e de verdade”.
Manifestou Sua glória nos sinais [Jo 2.11] e em sofrimentos e crucificação [Jo
12.23-33; 13.31].
Subsídio do Professor:
F.F. Bruce – João 1.14 – “habitou entre nós” – comentou sobre o uso
do termo associado ao verbo hebraico (“morar”) e derivados (“tabernáculo”), com
a shekînah pós-bíblica – uma palavra que literalmente significa “residência”:
“A gloriosa presença de Deus que residia no tabernáculo de Moisés e no templo
de Salomão. Quando o tabernáculo foi concluído e o templo de Salomão foi
dedicado, a glória do Senhor encheu o ambiente [Êx 40.34; 1Rs 8.10s.].
Portanto, quando o Verbo se fez carne, a presença gloriosa de Deus
corporificou-se nele, porque ele é a verdadeira shekînah.”
EU ENSINEI QUE:
A glória de Deus pode ser melhor descrita como a manifestação
visível de seus atributos, caráter e perfeição. Em outras palavras, nosso Deus
é glorioso por natureza.
2- ABOMINAÇÕES DO POVO NO TEMPLO
Tendo
uma visão panorâmica do que a Bíblia revela sobre a glória de Deus – atentando
para a associação com a santidade de Deus – no presente tópico abordaremos as
abominações cometidas pelo povo de Israel no templo, mesmo possuindo a
revelação da Palavra de Deus, resultando no afastamento da glória de Deus [Ez
9.3]. Tal reflexão deve contribuir para nos mantermos vigilantes e fiéis em
todo o tempo.
2.1.
Ídolos e criatura acima do Criador.
O
Espírito de Deus levou Ezequiel em visão a Jerusalém até o Templo e ele vê “a
imagem ciúmes” [Ez 8.3, 5]. É possível que seja a imagem colocada por Manassés
[2Rs 21.7]. Apesar de ter sido removida posteriormente [2Cr 33.15], contudo
parece que voltou [2Rs 23.6].
Foi
destruída por Josias e outra foi construída. Além da imagem, pinturas de
répteis e animais em lugares escondidos do Templo [Ez 8.6-12]. Visões que nos
fazem lembrar sobre a possibilidade de, havendo ausência de ensino, firmeza e
profundidade cristã, se adotar sincretismo religioso, ídolos secretos e
estabelecer no culto a criatura acima do Criador [Rm 1.21-23; 1Jo 5.21; Ap
22.15].
Subsídio do Professor:
F. F. Bruce – Ez 8.1-18: “A glória divina que normalmente brilhava a
partir do Lugar Santíssimo já não estava lá; Ezequiel a viu na proximidade do
templo pronta para deixar o santuário apóstata. Cultos cananeus e estrangeiros
que Josias havia abolido 30 anos antes haviam sido agora restabelecidos: longe
de o templo ser uma proteção para Jerusalém, como nos dias de Isaías [Is
31.8-9; 33.17-22], a sua profanação agora causou a queda da cidade, bem como a
sua própria [cf. Jr 7.4, 8-15].”
2.2.
Interesse pessoal e material acima de tudo.
A
seguir o profeta é levado para ver mulheres no templo do Senhor, mas “chorando
por Tamuz” [Ez 8.14]. Diversos comentaristas associam Tamuz a fertilidade e
vegetação. Mais um exemplo de adoção de práticas pagãs em um templo edificado
para adorar o Senhor Deus. São pessoas que estão mais interessadas em alcançar
a satisfação de suas necessidades ou desejos, acima do autêntico relacionamento
com Deus, que se expressa em adoração segundo a Sua vontade e em um viver de
obediência aos Seus mandamentos [2Pe 2.13-14; Jd 4, 12].
Subsídio do Professor:
Bíblia de Estudo Defesa da Fé: “As mulheres acreditavam que o ciclo
de estações representava a morte e a ressurreição de Tamuz. Na mitologia
babilônica, Tamuz era o filho de Ninrode [Gn 10.8-14], e sua esposa, Semíramis.
Ele foi morto em uma caçada a javalis selvagens, e imortalizado por sua mãe
como um deus da natureza, e uma personificação da ressurreição, retratada nos
ciclos das estações. As mulheres choravam no quarto mês de cada ano, no início
da primavera, para induzir Tamuz a ressuscitar outra vez.”
2.3.
Irreverência e indiferença.
O
profeta foi conduzido para o pátio interno e viu homens de costas para o templo
e voltados para o oriente, adorando o sol [Ez 8.16]. No tempo de Josias
sacerdotes que queimavam incenso ao sol foram destituídos [2Rs 23.5]. “De
costas para o templo”, entre o pórtico e o altar, lembra postura de
irreverência e indiferença. Estavam no templo, em uma área destinada somente a
sacerdotes, mas não estavam adorando Àquele que tinha enchido aquele lugar com
a Sua glória. Naquele lugar deveriam estar chorando e clamando ao Senhor por
misericórdia [Jl 2.17].
Subsídio do Professor:
John B. Taylor: “…eram homens de posição (9.6 os chama de “ancião”)
e estavam publicamente abusando do Templo para uma prática que era uma negação
total do propósito santo para o qual foi dedicado. E, como se isto não bastasse,
ainda enchem “a terra de violência” e irritam ao Senhor [8.17]. Quando a
liderança da igreja se torna corrupta, não há limite ao caos que é semeado na
vida da nação.”
EU ENSINEI QUE:
Mesmo possuindo a revelação da Palavra de Deus, o povo de Israel
cometeu abominações no templo, o que resultou no afastamento da glória de Deus.
3- AFASTAMENTO E RETORNO DA GLÓRIA DE
DEUS
Tendo
visto as abominações que estavam sendo praticadas no Templo, veremos que tais
práticas resultaram no afastamento da glória de Deus. Porém, segundo o
propósito divino, como visto na lição passada, Ezequiel também viu o retorno da
glória de Deus ao Templo restaurado e ouviu uma voz: “…este é o lugar do meu
trono e o lugar das plantas dos meus pés, onde habitarei no meio dos filhos de
Israel para sempre…” [Ez 43.7].
3.1.
Afastamento da glória de Deus.
Interessante
notarmos que o afastamento da glória do Senhor ocorre aos poucos. Daniel L.
Block comentou: “Ao invés de sair das esferas de menor para as de maior
santidade, a Glória divina parte das esferas de maior para as de menor
santidade: sai do Santo dos Santos para o limiar da entrada do templo [9.3; 10.4];
da entrada do templo à carruagem do trono, estacionada na entrada oriental do
templo [10.18-19]; do portão oriental para o meio da cidade; e do meio da
cidade para os montes ao orienta da cidade [11.22-23]”. As iniquidades separam
o homem do relacionamento com Deus [Is 59.1-2].
Subsídio do Professor:
De acordo com o Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento: “A
glória de Deus continuava movendo-se gradualmente, mas afastando-se do templo
[Ez 10.3-4], a partir da porta de entrada do templo para o trono com rodas, e
então com o trono até a porta oriental. A partida do Senhor sugere que Ele
relutou em sair. Embora Sua santidade tenha sido desprezada de modo que Ele não
mais pudesse permanecer, Ele foi embora entristecido ao ver a calamidade que
Seu povo havia atraído para si.”
3.2.
O retorno da glória de Deus.
Após
a visão do novo templo (vide lição 11), “a glória do Deus de Israel” vem pelo
caminho do oriente [Ez 43.2] – lembremos que o profeta já tinha visto que
estava sobre o monte, “ao oriente da cidade” [Ez 11.23] – e entrou no Templo
[43.4]. Tal descrição lembra Êxodo 40.34; 1Reis 8.11. Glorifiquemos ao Senhor,
pois Ele continua interessado em operar restauração no relacionamento com todos
os seres humanos [Sl 51.11-12; Ap 3.20]. É significativo que o último livro da
Bíblia, consequentemente antes da vinda de Jesus Cristo, registra que “nascerá
o sol da justiça, e salvação trará” [Ml 4.2].
Subsídio do Professor:
R. N. Champlin cita E. L. Allen, ao comentar sobre Ezequiel 43.3-4:
“Assim Israel renovado e dedicado fica esperando por Deus. Ele volta da mesma
maneira grandiosa que tinha saído. O autor aqui consegue captar uma partícula
da essência do evangelho. O Deus que julgou é o mesmo que restaura, anulando
deslealdades do passado. Seu amor nos ganha de volta, e o que Ele ganhou, Ele
transforma.”
3.3.
Impacto e resultado no povo de Deus.
Após
enfatizar a estrutura do Templo [Ez 40-42] e a volta da glória de Deus (tópico
anterior), agora a visão vai focar a conduta do povo e dos sacerdotes,
considerando que Deus está no meio do Seu povo [Ez 43.7]. A mensagem enfatiza
lançar fora tudo que contamina [Ez 47.7-9]. A lei do Templo está intimamente
ligada à santificação [Ez 43.12]. O ponto de partida é o altar [Ez 43.13]. No
tempo de Elias e de Manassés, o altar também precisou ser restaurado [1Rs
18.30; 2Cr 33.16]. Anos depois de Ezequiel, quando os primeiros judeus voltaram
do cativeiro babilônico, ao chegarem em Jerusalém, iniciaram as ações, visando
a restauração, pela edificação do altar do Deus de Israel [Ed 3.2]. Podemos
resumir algumas lições com as seguintes expressões: lançar fora o que
contamina; priorizar a santificação; restaurar e manter o relacionamento com
Deus.
Subsídio do Professor:
Tanto Daniel L. Block como a Bíblia de Estudo Arqueológica enfatizam
que “a importância do altar é evidente, em razão de sua descrição detalhada e
de seu lugar no centro geométrico do complexo do templo”. Assim, “ao povo
exilado que ansiava desesperadamente ser aceito novamente por YHWH, o design do
complexo do templo oferece esperança. Pois a centralidade do altar na planta
fornece um símbolo poderoso do propósito global do esquema. Pois todos os que
entrassem pelas portas exteriores poderiam olhar através das portas interiores
e observar os sacerdotes apresentando os sacrifícios do povo no altar como atos
de comunhão com YHWH. Se por um lado há determinação de YHWH em comungar com
seu povo, por outro, Ele proclama a transformação de Seu povo”.
EU ENSINEI QUE:
As abominações praticadas no Templo resultaram no afastamento da
glória de Deus. Porém, segundo o propósito divino, Ezequiel também viu o
retorno da glória de Deus ao Templo restaurado.
CONCLUSÃO
Deus,
em Sua soberania, decidiu revelar-nos a Sua glória e deseja habitar com Seu
povo. Tal plano foi plenamente manifestado em Jesus, que veio ao mundo “cheio
de graça e de verdade”. Assim, todos que estão unidos a Cristo recebem a graça
necessária para um viver santo e agradável a Deus.
Revista
BETEL | 1° Trimestre De 2022 | Reverberação: Subsídios Dominical
DICAS
DE CURSOS BÍBLICOS