Subsídios Bíblicos: EM DEFESA DA FÉ CRISTÃ - Nova Edição

Revista Cristão Alerta : Edição 20, 1° trimestre de 2025: EM DEFESA DA FÉ CRISTÃ   Subsídios Bíblicos : EM DEFESA DA FÉ CRISTÃ A Revista Evangélica Digital é uma fonte confiável de subsídios bíblicos que oferece os melhores recursos para professores e alunos de Escolas Bíblicas, especialmente para as lições dominicais de adultos da CPAD. 📚 VOCÊ ENCONTRA NESTA EDIÇÃO Subsídios para todas as lições bíblicas, classe dos adultos: Subsídios Lição 1: Quando as Heresias Ameaçam a Unidade da Igreja   Subsídios Lição 2: Somos Cristãos     Subsídios Lição 3: A Encarnação do Verbo Subsídios Lição 4: Deus É Triúno       Subsídios Lição 5: Jesus é Deus Subsídios Lição 6: O Filho É igual com o Pai Subsídios Lição 7: As Naturezas Humana e Divina de Jesus Subsídios Lição 8: Jesus Viveu a Experiência Humana    Subsídios Lição 9: Quem é o Espírito Santo?     Subsídios...

Filhos de Deus em Cristo

Para entendermos o que são os filhos de Deus em Cristo, é preciso explicar sobre a eleição de Jesus, o Filho de Deus. O Antigo Testamento destaca a eleição de Cristo (Is 42.1-9; 49.1-7; 50.4-11). Semelhantemente, o Novo Testamento fala do mesmo tema no relato de Lucas, quando uma voz diz a Pedro, Tiago e João: “[...] Este é o meu filho, o meu eleito; a ele ouvi” (Lc 9.35). “O plano de Deus de eleger indivíduos unidos a Cristo pela fé para formar um povo para si passa necessariamente pela eleição do seu próprio Filho, como o primeiro eleito”.

Em Jesus, todos quantos creem em seu nome se tornam filhos eleitos de Deus. Essa eleição não é especificamente de indivíduos. A eleição bíblica expressa uma escolha corporativa, que nesse caso é a Igreja. Para os indivíduos fazerem parte dessa corporação eleita, há necessidade de crer na pessoa de Jesus para assim se tornarem filhos de Deus.


Mesmo no tempo da Lei, alguns homens eram conhecidos como filhos de Deus (Dt 32.6,19). Paulo nunca descartou essa verdade, mas a revelou, quando disse “... que todo tempo que o herdeiro é menino em nada difere do escravo, ainda seja senhor de tudo” (Gl 4.1).

Não é porque o menino não tem até então o direito da herança que deixa de ser filho. Nessa passagem, o apóstolo lembra que quando um filho ainda não havia chegado à fase adulta, apesar de toda riqueza de seu pai lhe pertencer, quem a administrava eram seus tutores (4.2). Essa metáfora ilustra claramente que assim eram os crentes da Antiga Aliança: eram herdeiros por serem filhos, mas quem governava e administrava essa herança era a Lei, a sua tutora. “As palavras de Paulo em Gálatas 3.23-4.7 revelam que os crentes sob a Lei eram filhos de Deus tanto quanto o são os crentes da presente era [no tempo da Graça], A distinção que Paulo faz não é de relacionamento, mas apenas de posição: os crentes sob a Lei estavam na posição de filhos pequenos, sujeitos à supervisão do pedagogo (a Lei), enquanto que os crentes hoje desfrutam a posição de filhos mais velhos, que atingiram a maioridade legal” (SHANK, 2016, p. 117).

Essa posição de filho dada ao cristão lhe proporcionou em Cristo o direito de clamar “aba pai”, que é um dito aramaico que significa “papaizinho”, expressão esta que só poderia fazer ao Pai o Filho Eleito de Deus, Jesus Cristo (Mc 14.36). Na cruz Ele garantiu ao homem esse relacionamento com Deus (Rm 8.15; G14.6).

Não é a genética do filho que dita a característica do pai, porém é o DNA do pai que rege a característica genética do filho. João diz que quem é nascido de Deus herda sua justiça (lJo 2.29), seu amor (4.7) e sua fé - neste caso, fé na dimensão de fidelidade (5.4). O dito de João, que faz referência a quem é nascido de Deus como alguém que não pode pecar (3.9), precisa de uma observação detalhada, porquanto os defensores da doutrina da segurança incondicional usam esta passagem para fundamentar sua teoria - que o homem uma vez salvo não pode cair da graça. Shank (2016) diz que essa passagem não quer dizer “não pode cometer pecado”, porque contrariaria o contexto da carta (lJo 1.8-2.2) como toda a doutrina da salvação. O jeito correto de entender essa expressão de João é que esse nascimento não é um nascimento pontual, mas um viver permanente. Enquanto, o cristão estiver em um viver contínuo em Deus logicamente não estará na prática do pecado. Se for pontual e não contínuo haverá uma contradição. Portanto, a tradução baseada no “gegenneménos” (nascido), que está no particípio do perfeito, ficaria da seguinte forma: “permanecer gerado de Deus”. O perfeito traz a ideia de um resultado permanente realizado desde o início.

Enquanto o homem permanecer no novo nascimento, certamente não haverá a possibilidade de estar almejando voltar para sua antiga vida depravada. Vincent afirma que o dito “não pode pecar” ou “não pode viver pecando” pressupõe que “a vida em Deus, concebida como um ideal perfeito, exclui a possibilidade do pecado” (VINCENT, 2013, p. 289). A “tese principal de 1 João é a insistência do apóstolo de que há condições específicas sob as quais o novo nascimento pode existir, e outras condições específicas sob as quais não pode existir” (SHANK, 2016, p. 125).

 

A responsabilidade do homem em decidir não viver na sua antiga vida de pecado automaticamente mostra a sua permanência no novo nascimento em Deus por intermédio de Cristo Jesus. A possibilidade de o novo nascimento existir está no homem não viver na sua antiga vida de pecado (2Co 5.17). Possibilidade de não existir o novo nascimento está na tentativa do homem de continuar a pecar como dantes. Portanto, a única possibilidade de o homem herdar o Reino de Deus está no nascer de novo (Jo 3.2).

 

A entonação "gennetêanoten” significa “nascer do alto”. Traz a ideia de que o cristão tem a natureza do Reino de Deus. Como disse Jesus, para o homem habitar o céu (Reino de Deus), antes precisa ter a natureza de lá. Em conformidade com esse pensamento, Paulo escreve aos cristãos de Colossos para buscarem as coisas que são de cima, contradizendo a natureza corrompida que ele chama de natureza terrena (Cl 3.2,5). Essa natureza de cima ou do alto é o revestimento do caráter de Deus (Cl 3.12-17).


Artigo: Natanael Diogo Santos