Revista Cristão Alerta : Edição 20, 1° trimestre de 2025: EM DEFESA DA FÉ CRISTÃ Subsídios Bíblicos : EM DEFESA DA FÉ CRISTÃ A Revista Evangélica Digital é uma fonte confiável de subsídios bíblicos que oferece os melhores recursos para professores e alunos de Escolas Bíblicas, especialmente para as lições dominicais de adultos da CPAD. 📚 VOCÊ ENCONTRA NESTA EDIÇÃO Subsídios para todas as lições bíblicas, classe dos adultos: Subsídios Lição 1: Quando as Heresias Ameaçam a Unidade da Igreja Subsídios Lição 2: Somos Cristãos Subsídios Lição 3: A Encarnação do Verbo Subsídios Lição 4: Deus É Triúno Subsídios Lição 5: Jesus é Deus Subsídios Lição 6: O Filho É igual com o Pai Subsídios Lição 7: As Naturezas Humana e Divina de Jesus Subsídios Lição 8: Jesus Viveu a Experiência Humana Subsídios Lição 9: Quem é o Espírito Santo? Subsídios...
Como Julgar se uma profecia é de Deus?
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Inúmeros dons espirituais
estão à disposição dos salvos em Cristo revestidos do poder do Espírito Santo,
os quais podem ser classificados em dois grupos gerais: ministeriais e congregacionais
(cf. Ef 4; 1Co 12-14; Rm 12.6-8). Dentre os muitos dons congregacionais
outorgados pelo Paráclito, o que mais se destaca é o de profecia: “procurai com
zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar” (1Co 14.1).
Considerando que o revestimento de poder abre os receptores para a ampla gama
de ministrações espirituais, qualquer membro de uma congregação batizado no
Espírito pode profetizar (vv. 5,24,31). Não obstante, a direção da Igreja
ocorre, sobretudo, mediante os dons ministeriais (12.10,28; 14.1-29).
Antes de tudo, é
importante distinguir o dom congregacional de profecia do dom ministerial de
profeta (At 11.28; 13.1,2), já que tanto um ministro chamado por Deus quanto um
crente usado momentaneamente em profecia são chamados de “profeta” (1Co 14.29;
At 21.10,11). Por que os dons congregacionais — distribuídos a cada um,
individualmente, conforme a direção do Espírito (1Co 12.11) — são diferentes
dos ministeriais? Porque estes são residentes e dependem de chamada divina,
específica e soberana (Mc 3.13,14; Ef 4.8-11). Quanto ao uso, o dom de profecia
é uma inspiração momentânea, sobrenatural (1Co 14.30), enquanto o ministério
profético, como um ofício, é permanente e relaciona-se com a pregação da
Palavra de Deus (At 11.27,28; 15.32; 13.1).
Se não houvesse essa
diferenciação, qualquer crente poderia, por exemplo, insurgir-se contra o seu
líder, na congregação, e até exigir sua imediata substituição. Não por acaso,
Jesus repreendeu o pastor de uma igreja que tolerava uma falsa profetisa, a
ponto de deixar-se dominar por ela (Ap 2.20). Nosso Deus é Deus de ordem (1Co
14.40; 12.28-31). Nesse caso, ainda que creiamos, a priori, que um crente, ao
profetizar, foi capacitado naquele momento pelo Espírito para nos transmitir
uma mensagem, esta precisa ser julgada, posta à prova, examinada mediante os
critérios mencionados nas Escrituras.
Certo rapaz olhou
fixamente para uma jovem e lhe disse: “Eis que te digo: tu és a minha preparada
e casar-te-ás comigo”. A moça sorriu e lhe respondeu: “Eis que já sou casada! E
meu marido está bem aí do seu lado”.
Esse exemplo e outros
igualmente risíveis mostram que precisamos ter cuidado com algumas “profecias”
que não provêm do Espírito Santo. O dom de profecia não deve ser usado a
bel-prazer, a fim de orientar pessoas quanto a viagens e relacionamento
afetivo. Como dom congregacional, é ministrado soberanamente pelo Paráclito
quando a congregação se reúne para cultuar ao Senhor (1Co 14.26-40).
A profecia deveria ser,
sempre, uma manifestação sobrenatural com a função tríplice de edificar,
exortar e consolar (1Co 14.3). Como isso nem sempre ocorre, ela precisa ser
testada pela congregação: “falem dois ou três profetas, e os outros julguem”
(v. 29). Como julgar uma profecia? Em primeiro lugar, não é pecado fazer isso,
desde que os critérios empregados sejam bíblicos, e não depreciativos. Julgar
profecias não é o mesmo que desprezá-las, e sim provar, examinar, investigar,
questionar, analisar e discernir segundo a reta justiça — e não segundo a
aparência — o que os profetas dizem (lTs 5.20,21; cf. Jo 7.24).
Uma congregação
pentecostal instruída conforme a sã doutrina é parte do Corpo, que trabalha em
sintonia com a Cabeça: Cristo (Ef 4.14,15; 1Co 2.16; At 13.1-4). Nesse caso, há
que se julgar a profecia, antes de tudo, de acordo com as Escrituras, que são
inerrantes e infalíveis (At 17.11; Hb 5.12-14). Lembremo-nos de que o Senhor
elevou sua Palavra acima de tudo (Sl 138.2). Uma igreja local, como parte do
Corpo, tem a mente de Cristo (1Co 2.16), porém deve obedecer aos ensinamentos
do Mestre e andar como Ele andou (lJo 2.6), a fim de discernir mediante nossa
fonte primária de autoridade, a Bíblia — que está acima da razão, da
experiência e da tradição (1Co 4.6) — se uma profecia é verdadeira ou não.
Outra maneira de julgar
profecias é mediante o dom de discernir os espíritos, muito necessário para a
detecção do erro camuflado e julgamento de fontes (1Co 12.10,11; At 5.1-11;
13.6-11; 16.1-18). É por meio desse dom que provamos “se os espíritos são de
Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo” (lJo 4.1).
Devemos, ainda, atentar para o cumprimento da predição (Dt 18.21,22; Jr 28.9).
Por mais emoção que sintamos no momento em que recebemos uma mensagem
profética, só teremos a certeza de que ela de fato proveio do Senhor .no
momento em que ela se cumprir: “quando vier isto (eis que está para vir),
então, saberão que houve no meio deles um profeta” (Ez 33.33).
Existe uma exceção quanto
ao cumprimento. Algumas profecias, mesmo que se cumpram, podem ser rechaçadas
pelo povo de Deus quando aquele que a profere for um propagador do erro. Jesus
nos adverte: “Acautela-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós
vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores. Por seus frutos
os conhecereis. Porventura, colhem-se uvas dos espinheiros ou figos dos
abrolhos?” (Mt 7.15,16). O Mestre deixa claro, aqui, que a vida do profeta
também é um critério a ser considerado no julgamento da profecia.
Entretanto, julgar, nesse
caso, não é o mesmo que difamar ou caluniar, o que é pecado (Mt 7.1,2). Esse
tipo de análise do falso profeta abarca algumas perguntas. Ele honra a Cristo
em tudo e não recebe glória dos homens? Ele repudia a avareza, ou ama
sordidamente o dinheiro? Ele ama os pecadores e deseja vê-los salvos, de fato? Ele
prega contra o pecado e defende o Evangelho, conduzindo o povo de Deus à
santificação? Ele ama a justiça e detesta o mal? Ele tem uma vida de oração e
devoção a Deus? Ele demonstra amar a Palavra do Senhor, verdadeiramente, ou
relativiza seu primado?
Há falsos profetas
milagreiros cujas predições se cumprem, mesmo não tendo compromisso algum com a
Palavra de Deus. Profetizam e fazem obras fenomenais, capazes de deixar o
público em êxtase, mas não amam ao Senhor nem fazem a sua vontade, posto que
não guardam a sua Palavra (Jo 14.23; Mt 7.21-23). Essas profecias se cumprem
porque o Inimigo também pode fazer prodígios de mentira para enganar os desavisados,
inclusive no meio do povo de Deus (2Co 11.13-15; 2Ts 2.9; Mt 24.24; Êx 7.11,12;
8.18,19).
Por que Deus permite que
isso ocorra? Leiamos Deuteronômio 13.1-4: “Quando o profeta ou sonhador de
sonhos se levantar no melo de ti e te der um sinal ou prodígio, e suceder o tal
sinal ou prodígio, de que te houver falado, dizendo: Vamos após outros deuses,
que não conheceste, e sirvamo-los, não ouvirás as palavras daquele profeta ou
sonhador de sonhos, porquanto o Senhor, vosso Deus, vos prova, para saber se
amais o Senhor, vosso Deus, com todo o vosso coração e com toda a vossa alma.
Após o Senhor, vosso Deus, andareis, e a ele temereis, e os seus mandamentos
guardareis, e a sua voz ouvireis, e a ele servireis, e a ele vos achegareis”.