As forças russas
iniciaram um ataque em larga escala à Ucrânia na madrugada desta quinta-feira
(24/02/2022), com explosões na capital Kiev e outras cidades.
Líderes mundiais tentavam
evitar a catástrofe com uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, em meio a
alertas de que uma possível invasão poderia iniciar a maior guerra na Europa
desde a Segunda Guerra Mundial em 1945.
Quando o ataque começou,
em um discurso televisionado, o presidente russo, Vladimir Putin, alertou o
Ocidente que qualquer tentativa de interferência “levaria a consequências que
você nunca viu na história”.
O presidente dos EUA, Joe
Biden, declarou que o mundo “responsabilizará a Rússia”. O secretário-geral da
OTAN, Jens Stoltenberg, condenou a ação da Rússia como uma violação do direito
internacional e uma ameaça à segurança europeia.
O presidente ucraniano,
Volodymyr Zelenskyy, decretou a lei marcial, que consiste na implantação de
leis e autoridades militares.
Moradores de Kiev foram
ouvidos gritando nas ruas quando as primeiras explosões aconteceram. Na manhã
desta quinta, um grande tráfego de carros passou a circular nas ruas, com
cidadãos saindo da capital.
Diante disso, surge a questão: estamos caminhando para a Terceira
Guerra Mundial?
Em um artigo no The Wall
Street Journal, o cientista político William Galston disse que a invasão da
Ucrânia marcou o fim da era “pós-Guerra Fria”.
Galston observa que as
gerações de europeus do pós-guerra acreditam que “o uso da força não é mais
necessário para resolver disputas entre nações”, mas o conflito Rússia-Ucrânia
irá desencadear uma “crise de identidade europeia”.
O cientista político
exortou Biden a “liderar sem ambivalência”, alertando que a aliança ocidental
“deve suportar” o atual desconforto “para proteger o futuro da democracia”. A
alternativa, segundo ele, “é uma repetição de 1938” — quando o mundo se viu à
beira da guerra.
O deputado Steve Aiken,
membro do Partido Unionista do Ulster, da Assembleia Legislativa da Irlanda do
Norte, também mencionou as guerras mundiais anteriores, em um aviso nesta
semana. Ele disse ao Belfast News Letter que há “muitos paralelos para ficarmos
confortáveis” com a situação na Ucrânia e a preparação para a Primeira e a
Segunda Guerras Mundiais.
Aiken, que é
ex-comandante da Marinha Real Britânica, disse ainda: “Mesmo em conflitos
híbridos, há uma chance de consequências não intencionais. Tanto em 1938 quanto
em 1914, ninguém pensou que isso levaria a um conflito global”.
No final do ano passado,
a ministra do governo ucraniano e ex-chefe de inteligência, Yuliia Laputina,
disse à Sky News que uma invasão em larga escala da Ucrânia pela Rússia poderia
desencadear a “Terceira Guerra Mundial” se a ação militar de Putin se espalhar
para outras ex-nações soviéticas.
No entanto, um
correspondente da Sky News, Alistair Bunkall, disse na semana passada que não
via uma ameaça do conflito Rússia-Ucrânia “se espalhar ainda mais pela Europa”,
e observou que a OTAN não enviará tropas, porque a Ucrânia não é membro da
aliança. “Dito isso”, acrescentou, “a guerra pode se desenrolar rapidamente”.
“Estamos testemunhando o
prelúdio da 3ª Guerra Mundial?” questionou nesta quarta-feira (23) o
correspondente de segurança da BBC News, Frank Gardner. “Enquanto não houver
conflito direto entre a Rússia e a OTAN, não há razão para que essa crise, por
pior que seja, se torne uma guerra mundial em grande escala”, concluiu.
24/02/2022 – Com informações
GUIAME