CARTA DE PAULO AOS EFÉSIOS - Bíblia
Narrada e Com Texto Deslizante
Informações Gerais da carta
Esta
bela carta, a favorita de muitos, é uma das joias do Novo Testamento. Paulo
está impressionado com a extrema bondade que Deus, em Cristo, derramou sobre os
seus servos fiéis, e com o seu espantoso plano de unir os gentios e os judeus
em uma nova comunidade – a igreja, que é o corpo de Cristo.
Aqui temos uma das
mais belas descrições da vida cristã, em todo o Novo Testamento. Embora escrita
na prisão, esta carta é cheia de alegria, louvor e ação de graças. É uma
resposta apropriada para a maravilha da espantosa graça de Deus em Cristo,
derramada abundantemente sobre aqueles que são escolhidos para conhecer o seu
amor – os gentios, como também os judeus.
1.
CONTEXTO
A
terceira viagem missionária de Paulo (53-57 d.C.) se concentrou em Éfeso,
capital e cidade portuária na província romana da Ásia, na costa ocidental do
que agora chamamos de Turquia. Na época de Paulo, Éfeso era a quarta maior
cidade do Império Romano, com uma população de, talvez, 500.000 pessoas. Muitas
pessoas visitavam a cidade para conhecer o famoso templo de Ártemis.
Depois
de uma breve visita inicial (veja At 18.19-21), Paulo voltou para permanecer
dois ou três anos nessa grande e próspera cidade (veja At 19.1–20.1). Foi um
período difícil para ele: ele encontrou muita oposição e sofreu muita violência
(veja At 19.21-41; 1Co 15.32; 2Co 1.8-9; 11.23-27). Durante esse período,
porém, pessoas de toda a província ouviram as boas-novas de Cristo, pela
primeira vez, e muitos pequenos grupos de fiéis surgiram, congregando-se em
casas, em aldeias e em cidades por toda a província (provavelmente, as sete
igrejas às quais se dirigiu o livro do Apocalipse se originaram durante esse
período). Algumas dessas igrejas (a de Colossos, por exemplo) foram iniciadas
por convertidos de Paulo, e não tiveram um contato pessoal com o apóstolo.
Não
está claro quão preciso era o entendimento que tinham do evangelho, mas
sabemos, com base na carta de Paulo aos Colossenses, que alguns deles haviam se
deparado com ensinamentos errados e percepções distorcidas. Na carta aos
Efésios, Paulo está preocupado com uma percepção de que os cristãos gentios
eram inferiores ou diferentes dos cristãos judeus, e não faziam completamente
parte do “novo Israel” de Deus. Não está claro o que deu origem a esse mal
entendido – seria a discriminação dos cristãos judeus? A aversão dos gentios
aos cristãos judeus? – mas isso reflete tensões étnicas tradicionais entre
judeus e gentios por todo o mundo romano. Paulo também estava preocupado com a
falta de consciência de que o povo de Deus deve viver de uma maneira totalmente
diferente da do mundo à sua volta.
Como
pai espiritual desses novos convertidos, e como alguém comissionado por Deus
para transmitir as boas-novas aos gentios, Paulo estava profundamente
interessado em que os efésios tivessem um entendimento correto de tudo o que
Deus lhes havia dado, em Cristo, e do tipo de vida que Deus queria que eles
vivessem, em resposta. Na prisão, ele escreve uma carta que parece ser
destinada a várias dessas igrejas cheias de novos convertidos.
Com
um coração cheio de louvor por tudo o que Deus fez, Paulo resume,
maravilhosamente, as boas-novas da graça salvadora de Deus, em Jesus Cristo –
enfatizando que ela é para os gentios, bem como para os judeus. Ele também dá
instruções práticas sobre como os crentes fiéis devem viver, em resposta,
afastando-se de suas vidas anteriores para se tornarem verdadeiramente bons e
semelhantes a Cristo. Esta carta não trata de problemas graves ou urgentes; ela
é um resumo geral dos ensinamentos teológicos e morais de Paulo.
2.
RESUMO
Esta
carta resume as boas-novas da graça de Deus, em Jesus Cristo, enfatizando que
ela é para os gentios, tanto quanto para os judeus (Ef 1–3). A seguir, ela
apresenta instruções específicas sobre como os crentes fiéis devem viver, em
resposta (Ef 4–6).
Depois
de uma breve introdução (Ef 1.1-2), Paulo louva a Deus pela graça maravilhosa
que os fiéis receberam em Cristo (Ef 1.3-14). No seu amor soberano, Deus os
escolheu, os perdoou, os trouxe à sua família, fez deles seus filhos, e lhes
prometeu bênçãos eternas. Dando-lhes o seu Espírito, Ele os marcou como seus,
para que eles pudessem louvar a sua graça para sempre. Paulo ora, então, para
que Deus lhes dê entendimento espiritual para que entendam a profundeza de tudo
o que Ele fez por eles (Ef 1.15-23). Embora merecessem plenamente a ira de
Deus, eles foram salvos pela graça de Deus, não por alguma coisa que tivessem
feito, mas simplesmente porque estão unidos a Cristo (Ef 2.1-10). Sendo
gentios, eles estavam completamente afastados de Deus e das suas bênçãos; mas
através da misericórdia de Deus, por intermédio da obra reconciliadora de
Cristo, agora eles são membros da família de Deus, plenamente iguais aos
cristãos judeus. Eles não eram mais forasteiros (Ef 2.11-22).
Paulo
é aquele que foi comissionado por Deus para trazer a eles essas maravilhosas
boas-novas (Ef 3.1-13). A sua segunda oração por eles (Ef 3.14-21) é para que
Deus lhes dê poder espiritual, os fortaleça na sua fé e amor, os capacite para
entender completamente o amor salvador de Cristo, e os encha com a vida e o
poder do próprio Deus.
Em
resposta, eles devem viver uma vida de humildade, graça e amor – uma vida digna
do seu chamado, enquanto usam seus dons, dados por Deus, para edificar o corpo
de Cristo (Ef 4.1-16). Eles devem deixar a escuridão de seus antigos caminhos
pecaminosos e viver uma vida absolutamente boa, como filhos da luz. Cheios de
bondade e amor, no Espírito Santo, e seguindo o exemplo de Cristo, suas vidas
devem ser agradáveis a Deus em todas as coisas (Ef 4.17–5.20).
Todos
os seus relacionamentos domésticos – entre esposos e esposas, pais e filhos,
senhores e servos – devem ser caracterizados por respeito e amor, vivendo para
Cristo (Ef 5.21–6.9). Finalmente, eles são advertidos a tomar a armadura de
Deus, para se protegerem do diabo (Ef 6.10-20). Paulo conclui a carta com
algumas palavras pessoais e uma bênção (Ef 6.21-24).
3.
AUTOR
A
carta aos Efésios é, tradicionalmente, atribuída a Paulo, como o são as outras
cartas da prisão (Filipenses, Colossenses, e Filemom). No entanto, com base no
vocabulário, estilo, forma, ambiente, propósito e ênfase teológica, alguns
pensam que Efésios foi escrita por um discípulo posterior de Paulo. Outros a
consideram uma carta original de Paulo, que foi modificada por um editor
posterior. No entanto, a carta não é, de todo, incompatível com a mentalidade e
o estilo de Paulo (observe as similaridades entre Efésios e Colossenses), e não
há nenhuma razão convincente para negar que Paulo a tenha escrito.
As
supostas diferenças entre Efésios e as cartas de autoria incontestável de Paulo
podem ser explicadas, considerando
(1)
as variações no vocabulário e estilo do próprio Paulo;
(2)
o conteúdo diferente desta carta (por exemplo, Ef 1–3 inclui extensas seções de
bênção, louvor e oração);
(3)
evoluções na mentalidade do próprio Paulo;
(4)
o uso de secretários por Paulo (veja Rm 16.22), que podem ter exercido certo
grau de liberdade, ao colocar em suas próprias palavras os pensamentos dele; e
(5)
a natureza de Efésios como uma carta geral, enviada a várias igrejas, e não
apenas uma.
4.
DESTINATÁRIOS
Embora
tradicionalmente se entenda que a carta foi escrita à igreja de Éfeso, esta
carta pode ter sido escrita como uma carta geral, a circular entre várias
igrejas diferentes na província romana da Ásia. Esta opinião se baseia
(1)
na omissão das palavras introdutórias em Éfeso (Ef 1.1) em muitos dos
manuscritos mais antigos, e
(2)
na falta de saudações pessoais ou referências em Efésios – uma omissão
surpreendente, se a carta era destinada à igreja de Éfeso, considerando a
extensa permanência de Paulo na cidade e o seu relacionamento pessoal com a
igreja local (veja At 19.10; 20.31).
5.
DATA E LOCAL DE ESCRITA
Efésios
é uma das cartas da prisão (juntamente com Filipenses, Colossenses e Filemom).
Tradicionalmente, acredita-se que tenham sido escritas em Roma, em 60-62 d.C.
ou pouco antes que Paulo fosse executado, por volta de 64~65 d.C. Isso as
colocaria entre os últimos textos escritos por Paulo. No entanto, elas podem ser
mais bem interpretadas como tendo sido escritas da prisão em Éfeso. (Em 2
Coríntios, escrita pouco depois que Paulo deixou Éfeso, ele se refere à forte
oposição que encontrou na região, e menciona ter estado na prisão muitas vezes;
veja 2Co 11.23-27.) Se as cartas da prisão foram escritas em Éfeso, isso as
posicionaria mais cedo na vida de Paulo, por volta de 53~56 d.C.
6.
SIGNIFICADO E MENSAGEM
6.1.
Louvor pela Graça de Deus.
Talvez
mais do que qualquer outro livro do Novo Testamento, a carta aos Efésios está repleta
de gratidão pela graça salvadora que Deus exibiu aos que creem em Jesus Cristo.
Somente pela graça de Deus, os cristãos são escolhidos, perdoados, chamados à
sua família, feitos seus filhos; eles recebem as suas bênçãos eternas e o dom
do seu Espírito Santo para marcá-los como pertencentes a Ele para sempre (Ef
1.3-14). A salvação nunca pode ser considerada como algo que é conquistado; ela
é um presente (Ef 2.8-9). Como resultado, os cristãos sabem que devem louvar a
Deus para sempre, pela sua maravilhosa graça (Ef 1.6,12,14). Eles não podem
deixar de fazer isso, pois devem tudo a Ele.
6.2.
A Natureza Condenada dos Seres Humanos.
A
percepção da graça que permeia os três primeiros capítulos de Efésios é ainda
maior pela ênfase contrastante de Paulo no pecado e no juízo de Deus por ele. O
que é verdade a respeito dos seus leitores, é verdade a respeito de todos, uma
vez que, por natureza, todos estão sob o juízo de Deus (veja Ef 2.1-3,12, uma
das passagens mais fortes no Novo Testamento sobre como os seres humanos
perdidos estão separados de Cristo). Cada ser humano é culpado e condenado
perante o juízo eterno de Deus, que não pode tolerar o pecado. Este conceito
parece perturbadoramente rude e rígido para a mentalidade moderna; por trás
dele, há uma visão do pecado humano e da total santidade de Deus, muito mais
forte do que os ocidentais de hoje estão acostumados. Uma vez que, separados de
Cristo, os seres humanos são, por natureza, impulsionados pelo pecado e
sujeitos ao diabo, a evangelização é uma questão urgente no Novo Testamento
(veja Mc 16.15-16; cp. Rm 9.1-3; 10.1).
6.3.
A Unidade da Igreja.
Com
sua ênfase no espantoso plano de Deus de incluir os gentios na sua família
(veja Ef 2.11–3.6), Efésios nos lembra que as distinções étnicas não significam
nada para Deus, e não deveriam significar nada para o povo de Deus (cp. Gl
3.28). Como Deus uniu pessoas de todas as origens étnicas em sua igreja (veja
Ef 2.14-17; 3.6), os cristãos devem responder acolhendo uns aos outros, em
humildade, graça e amor, sem considerar as diferenças étnicas (veja Ef 4.1-6;
Rm 15.5-7). Na igreja, a identidade de uma pessoa é definida apenas pela fé
dessa pessoa em Cristo.
6.4.
Viver como Cristo.
Em
Ef 4–6 (e Cl 3–4), Paulo nos fornece um belo retrato da vida cristã, como
deveria ser vivida. Os fiéis devem se afastar da escuridão de suas vidas
anteriores, e, cheios com o Espírito Santo, viver como novas pessoas da luz,
buscando somente a “bondade, honestidade e verdade”. Eles devem expressar
atitudes gentis, integridade, respeito, bondade e amor pelos outros. Com
relação a Deus, suas vidas devem ser cheias de pureza, louvor e ação de graças
(veja Ef 4.17–5.20). Os cristãos devem se tornar como Cristo e refleti-lo em
tudo o que disserem e fizerem (veja Ef 4.13,15; Rm 8.29). Em Cristo, eles foram
criados para ser como Deus (veja Ef 4.24; 5.1-2).
6.5.
Respeito e Amor no Lar.
Em
Ef 5.21–6.9 (e Cl 3.18–4.1), Paulo enfatiza a importância de mostrar respeito e
amor àqueles com quem você vive. Por um lado, as esposas têm que respeitar seus
esposos, os filhos têm que honrar seus pais, e os servos têm que obedecer a
seus senhores. Por outro lado, os esposos devem amar suas esposas, os pais
devem disciplinar seus filhos gentilmente, e os senhores devem ser
misericordiosos com seus servos. Os relacionamentos culturais tradicionais são
mantidos e honrados, ao passo que as atitudes dos cristãos devem ser
semelhantes às de Cristo.
6.6.
Guerra Espiritual.
Ef
6.10-20 apresenta a narrativa do Novo Testamento sobre como os cristãos devem
se proteger, em sua guerra contra o diabo. Nessa batalha espiritual, os
cristãos não podem confiar em seus próprios recursos, mas devem usar as armas
que o Senhor lhes dá. Significativamente, todas as armas descritas – exceto a
espada – são armas defensivas. Aqui não há um retrato de cristãos atacando o
diabo. Embora a oposição do diabo deva ser levada a sério, a visão que Paulo
tem da vida cristã não se centra na batalha espiritual em um sentido agressivo
ou ofensivo.
7.
ESBOÇO DA CARTA
Saudações
(1.1,2)
I.
Doutrina Basilar — A Redenção do Crente (1.3—3.21)
A.
A Preeminência de Cristo na Redenção (1.3-14)
1.
Sua Preeminência no Plano do Pai (1.3-6)
2.
Sua Preeminência na Participação do Crente (1.7-12)
3.
Sua Preeminência na Concessão do Espírito (1.13,14)
Oração:
Pela Iluminação Espiritual do Crente (1.15-23)
B.
Os Resultados da Redenção em Cristo (2.1—3.21)
1.
Liberta-nos do Pecado e da Morte para uma Nova Vida em Cristo (2.1-10)
2.
Reconcilia-nos com os que Estão Sendo Salvos (2.11-15)
3.
Une-nos em Cristo, Numa só Família (2.16-22)
4.
Revela a Sabedoria de Deus Através da Igreja (3.1-13) Oração: Pelo Êxito
Espiritual do Crente (3.14-21)
II.
Instruções Práticas — A Vida do Crente (4.1—6.20)
A.
A Nova Vida do Crente (4.1—5.21)
1.
Em Harmonia com o Propósito de Deus para a Igreja (4.1-16)
2.
Uma Nova Vida de Pureza (4.17—5.7)
3.
Vivendo como Filhos da Luz (5.8-14)
4.
Cautelosos e Cheios do Espírito (5.15-21)
B.
O Relacionamento Familiar do Crente (5.22—6.9)
1.
Esposas e Maridos (5.22-33)
2.
Filhos e Pais (6.1-4)
3.
Servos e Senhores (6.5-9)
C.
A Guerra Espiritual do Crente (6.10-20)
1.
Nosso Aliado — Deus (6.10,11a)
2.
Nosso Inimigo — Satanás e Suas Hostes (6.11b,12)
3.
Nosso Equipamento — Toda a Armadura de Deus (6.13-20)
Conclusão
(6.21-24)
Conteúdo
publicado por: Subsídios Dominical
Referências:
-
BÍBLIA THE WAY – O CAMINHO
-
Bíblia de Estudo Pentecostal
-
NVT – Nova Versão Transformadora
-
MEJA TV
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