Classe: Jovens | 1° Trimestre de 2022 | Escola Dominical CPAD
TEXTO PRINCIPAL
“Jesus principiou assim os seus sinais em
Caná da Galiléia e manifestou a sua glória, e os seus discípulos creram nele.”
(Jo 2.11)
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RESUMO DA LIÇÃO
Os sinais que Jesus realizou visavam fazer
com que o reconhecessem como o Redentor anunciado pelos profetas, sendo a
manifestação plena do Deus Filho encarnado.
LEITURA SEMANAL
SEGUNDA
– Jo 2.2 Jesus não teve uma vida reclusa
TERÇA
– Jo 2.3 Maria esperava uma intervenção de Jesus
QUARTA
– Jo 2.4 Jesus tem a hora certa de agir
QUINTA
– Jo 4.14 Jesus, a água da vida
SEXTA
– Jo 7.37 Jesus sacia a nossa sede
SÁBADO
– Ap 22.17 “Quem tem sede venha”
OBJETIVOS
EXPLICAR a
importância do primeiro sinal realizado por Jesus Cristo;
APONTAR à narrativa e o
contexto do primeiro sinal realizado por Jesus;
CONHECER a respeito do
significado do “bom vinho”
INTERAÇÃO
Na
lição deste domingo estudaremos o primeiro sinal realizado pelo Senhor Jesus
Cristo na região da Galileia. O Filho de Deus realizou este sinal com o
objetivo de revelar a sua divindade e o seu poder transformador. Somente Ele
pode transformar o homem pecador. Alguém já declarou que “o pecado deforma, a
religião reforma, mas somente Jesus Cristo pode transformar o nosso interior”.
O vinho no Casamento significava a alegria e o fato dele acabar em plena festa
nos mostra que ‘precisamos ter cuidado para não nos envolvermos em práticas
litúrgicas frias enquanto ficamos embebidos com o ‘vinho’ deste mundo. O que
fazer quando a “alegria” termina? É preciso voltar para perto de Jesus Cristo,
o Filho Unigênito de Deus, fonte de alegria perene e vida.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor (a), explique aos
alunos que a partir desta lição estudaremos alguns sinais realizados por Jesus
e narrados somente no Evangelho de João. Em seguida, faça a seguinte pergunta
aos alunos: “Qual era o propósito de Jesus ao transformar a água em vinho?”
Ouça os alunos com atenção e incentive a participação de todos. Em seguida,
explique que o propósito era revelar o poder de Jesus sobre a natureza. Diga
que Jesus Cristo não mudou e continua a realizar milagres, seja de qualquer
natureza, contudo os milagres têm sempre como alvo glorificar a Deus
demonstrando o seu poder. Explique também que entre os judeus dos tempos
bíblicos, os costumes sociais e religiosos não permitiam o uso de vinho puro,
fermentado ou não. O Talmude (uma obra judaica que trata das tradições do
judaísmo entre 200 a.C. e 200 d.C.) fala, em vários trechos, da mistura de água
com vinho. Certos rabinos insistiam que, se o vinho fermentado não fosse
misturado com três partes de água, não podia ser abençoado e contamina quem o
bebesse. Outros rabinos exigiam dez partes de água no vinho fermentado para
poder ser consumido” (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD,
p.1572).
TEXTO BÍBLICO
João 2.1-12
1 E, ao terceiro dia, fizeram-se umas bodas
em Caná da Galiléia; e estava ali a mãe de Jesus.
2 E foram também convidados Jesus e os
seus discípulos para as bodas.
3 E, faltando o vinho, a mãe de Jesus lhe
disse: Não têm vinho.
4 Disse-lhe Jesus: Mulher, que tenho eu
contigo? Ainda não é chegada a minha hora.
5 Sua mãe disse aos empregados: Fazei tudo
quanto ele vos disser.
6 E estavam ali postas seis talhas de
pedra, para as purificações dos judeus, e em cada uma cabiam duas ou três
metretas.
7 Disse-lhes Jesus: Enchei de água essas
talhas. E encheram-nas até em cima.
8 E disse-lhes: Tirai agora e levai ao
mestre-sala. E levaram.
9 E logo que o mestre-sala provou a água
feita vinho (não sabendo de onde viera, se bem que o sabiam os empregados que
tinham tirado a água), chamou o mestre-sala ao esposo.
10 E disse-lhe: Todo homem põe primeiro o
vinho bom e, quando já têm bebido bem, então, o inferior; mas tu guardaste até
agora o bom vinho.
11 Jesus principiou assim os seus sinais
em Caná da Galileia, e os seus discípulos creram nele.
12 Depois disso, desceu a Cafarnaum. ele,
e sua mãe, e seus irmãos, e seus discípulos, e ficaram ali não muitos dias.
INTRODUÇÃO
Como vimos na primeira lição, o Evangelho
de João nos apresenta sete sinais, sete sermões e sete declarações de Jesus
acerca de sua divindade, todos com o mesmo propósito: revelar que aquele homem
simples e humilde que “habitou entre nós” (Jo 1.14) era o Cristo, o Messiasde
Israel, sendo Ele o Filho de Deus, eterno e perfeito. João nos apresenta
registros que demonstram que Jesus cuidou de não ser identificado como mais um
dos mestres judaicos ou mesmo como um messias revolucionário, que traria
libertação política para Israel. Os sinais que realizou visavam fazer com que o
reconhecessem como o Redentor anunciado pelos profetas, sendo a manifestação
plena do Deus Filho encarnado. O milagre operado nas bodas de Caná da Galileia
é o primeiro desses sete sinais.
I- MAIS QUE UM MILAGRE
1- A completude das Escrituras.
Sabemos que os 66 livros da Bíblia foram
escritos por cerca de 40 homens, que viveram em épocas, lugares e culturas
distintas. Embora as Escrituras tenham essas autorias humanas, têm também um
Autor divino, o Espírito Santo (2 Pe 1.21); daí elas serem as Palavras de Deus,
perfeita, inerrante e infalível (Sl 19.7; Jo 10.35). É maravilhoso saber disso
para que compreendamos que as Escrituras são completas, ou seja, nada lhes falta
e nada lhes sobra (2 Tm 3.16,17).
2 - Um sinal específico.
A inspiração plenária e verbal das
Escrituras faz com que nenhuma parte do conteúdo escriturístico seja aleatória.
Jesus operou inúmeros milagres. Muitos não foram registrados (Jo 21.25). Nenhum
deles, contudo, deixou de ter um propósito específico, seja quanto à
realização, seja quanto ao registro. No Evangelho de João isso se sobressai na
forma distinta que o evangelista trata os milagres contidos em sua narrativa,
em comparação com os demais evangelistas. Em sua obra, A Bíblia Explicada, S.E.
McNair observa que há três palavras traduzidas por milagres no Novo Testamento.
A primeira, ‘dunamis’, significa simplesmente manifestação de poder,
obra poderosa; a segunda, ‘semeiori significa um sinal, e a terceira, ‘teros’
quer dizer maravilha”. João nunca empregou a palavra “dunamis”, e
valeu-se da expressão “teros” somente uma vez (e não relacionada à
descrição de um milagre – Jo 4.48). Isso confirma que os escritos de João
tinham clara intenção doutrinária a respeito das heresias doutrinárias já
reinantes em seu tempo e que tentavam prejudicar os fundamentos da Igreja nos
séculos seguintes.
3- A divindade sendo revelada.
A sensibilidade espiritual de João o levou
a interpretar o milagre de Caná dentro de seu real propósito, daí a relevância
do uso da palavra grega semeion, que o Dicionário Vine nos apresenta
como “marca, prova, indicação, o que distingue uma pessoa”. Por isso se diz que
o milagre realizado em Caná, assim como seu registro, teve como finalidade
especial revelar a divindade de Jesus, distinguindo-o de todos os demais
homens. Naquele momento, o Messias estava se revelando como Deus para seus
discípulos, como um ato inicial, de uma série de outros sinais que realizaria.
É por isso que João escreve que Jesus principiou assim os seus sinais em Caná
da Galiléia e manifestou a sua glória, e os seus discípulos creram nele” (Jo
2.11). Ou seja, Jesus não estava apenas evitando um constrangimento ao esposo e
aos organizadores da festa, Ele estava comunicando sua divindade.
SUBSÍDIO 1
Professor (a) mostre aos alunos
que “o fato de que as grandes talhas que João menciona fossem de pedra (2.6) é
significativo e indica que a água que elas continham era provavelmente usada
para a purificação ritual, pois recipientes de pedra, ao contrário dos de barro
ou metal, não contraem ‘impurezas’. Assim, a transformação desta água em vinho
tem significado simbólico; a água que representava a religião do Antigo
Testamento foi transmutada por Jesus em um vinho que representava a abundante
bênção de Deus. A validade deste símbolo está estabelecida nas Escrituras, que
frequentemente retratam o reino escatológico de Deus como um banquete (Mt 5.6;
8.11,12), do qual uma característica básica era a profusão de vinho (cf. Is 25.6).”RICHARDS,
Lawrence O. Comentário histórico-Cultural do Novo Testamento, 1.ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2007)
II- A NARRATIVA E SEU
CONTEXTO
1- Caná da Galileia.
João é o único evangelista que registra
eventos ocorridos no primeiro ano do ministério de Jesus. Dentre eles está o
primeiro milagre, que é a transformação da água em vinho em Caná da Galiléia,
assim identificada para distingui-la de outra Caná, localizada na Síria, ao
nordeste de Israel. Terra de Natanael (Jo 21.2), Caná era uma pequena vila. Assim
como a vizinha Nazaré, fazia parte da baixa Galileia, região do mar da
Galileia, um lago de água doce alimentado pelo rio Jordão, que recebe o nome de
mar por sua grande extensão, de aproximadamente 20 km.
2 - Faltou vinho.
Um incidente inesperado põe Jesus em cena.
A falta de vinho levou sua mãe a procurá-lo, numa indicação de que esperava
dEle uma solução para o problema. Há entendimentos diferentes acerca da
motivação desse diálogo, mas a resposta de Jesus nos leva a entender que Maria
realmente esperava uma ação miraculosa porque bem sabia quem era Jesus, a quem
o anjo lhe anunciara como o Filho de Deus (Lc 1.30-35).
3 - A expectativa de Maria.
Há no coração de Maria, uma expectativa
pela manifestação de Jesus ao mundo; tanto pelo anúncio de seu nascimento e
propósito (Lc 2.8-19,25-38); quanto por declarações que Ele fazia a respeito de
sua missão (Lc 2.49). É nesse contexto que Jesus respondeu: “Mulher, que tenho
eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora” (Jo 2.4). Para além de mãe e
filho, havia entre eles um relacionamento espiritual, com Maria lhe
reconhecendo como seu Senhor (Lc 1.38,46-55), o que se confirma também na
orientação dada aos empregados: “Fazei tudo quanto ele vos disser” (Jo 2.5).
Como vemos, não há aqui intercessão alguma. Pelo contrário! O contato entre os
empregados e Jesus foi direto e não indireto (Jó 2.7,8).
SUBSÍDIO 2
Professor (a), explique aos
alunos que “é significativo que Cristo revelasse do seu poder criador num
banquete de casamento, ocasião festiva vinculada a um relacionamento humano
comum. Assim ficamos sabendo que Ele não veio esmagar os sentimentos humanos:
veio elevá-los ao compartilhar deles; não veio destruir relações humanas: veio
enobrecê-las mediante a sua presença; não veio acabar com os afazeres e
convívios da vida coletiva: veio purificá-los; recreios: veio santificá-los
segundo os princípios do Reino de Deus.”(PEARLMAN, Myer. João. O Evangelho do
Filho de Deus. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, pp 34.35)
III- O BOM VINHO
1 - Uma mensagem a Israel.
Por algumas vezes Israel é comparado a uma
vinha (Sl 80.8,14; Is 5.1-7; Jr 2.21). Amorosamente plantada e protegida por
Deus, havia chegado o tempo que essa vinha seria arrancada, e não mais cercada
ou cuidada, pois só produziu uvas bravas (Is 5.2). Os judeus rejeitaram todas
as oportunidades que receberam durante o Antigo Pacto. Como nação escolhida,
foi quebrada por sua incredulidade (Rm 11.20). Não havia mais o vinho da
alegria. A religiosidade judaica se mostrará totalmente inútil. Como as talhas
vazias que estavam postas em Caná, a estrutura da religião já não tinha, em si
mesma, valor algum diante de Deus. O templo havia se transformado em um “covil
de ladrões” (Mt 21.13). Apesar desse quadro caótico, Jesus se manifestou
intensamente aos judeus, mas eles não o reconheceram como o Messias prometido
(Jo 1.12). O encher as talhas e transformar água em vinho representava a
chegada de um tempo de verdadeira alegria, disponível não somente para Israel,
mas para todos os povos, em um Novo Concerto (Lc 2.10; Jo 1.12; Rm 1.16).
2 - Quando o vinho acaba.
Além do propósito de revelar a divindade
de Cristo e ser uma mensagem para Israel, esse texto sagrado tem, também para
nós, uma mensagem eloquente. Através dele podemos refletir sobre o sério perigo
que corremos de nos envolver em práticas litúrgicas frias, enquanto ficamos
embebidos por “vinhos” desse mundo, ou seja, fontes de alegrias mundanas,
aprazíveis aos nossos próprios desejos. Em situações assim, Jesus está no
recinto, mas a alegria que nutrimos não vem dEle. Resta somente uma saída: esse
“vinho” mundano precisa acabar.
O momento da crise é propício para
reflexão. É quando se percebe que as alegrias que vêm dos prazeres dessa vida –
sejam eles lícitos ou não – não nos satisfazem e são passageiros. Em momentos
assim, o que precisamos fazer? Voltar-nos para Jesus com profunda contrição,
ouvi-lo e fazer sua vontade. Ele nos enche da água da Palavra e do Espírito,
que produzem em nós profunda alegria e paz (Jo 4.14). Podemos ter boas
oportunidades nesse mundo e alcançar importantes conquistas, nas mais diversas
áreas da vida, mas o bom vinho só Ele tem.
3 - “Enchei-vos do Espírito”.
Ao falarmos sobre vinho é importante ter
firmes as recomendações bíblicas quanto aos perigos das bebidas embriagantes.
São muitas as discussões acerca do tipo de vinho referido no Novo Testamento
(se fermentado ou não), inclusive no texto ora analisado. Por vezes, esse
debate é fomentado numa tentativa de se justificar o consumo de bebidas
alcoólicas. As Escrituras nos advertem, contudo, dos males que o vinho causa e
desaconselham seu uso. Salomão escreveu: “O vinho é escarnecedor, e a bebida
forte, alvoroçadora; e a todo aquele que neles errar nunca será sábio” (Pv
20.1); “Não olhes para o vinho, quando se mostra vermelho, quando resplandece
no copo e se escoa suavemente. No seu fim, morderá como a cobra e, como o
basilisco, picará” (Pv 23.31,32). Sigamos, pois, o conselho de Paulo: “Não vos
embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito” (Ef
5.18).
SUBSÍDIO 3
Professor (a), dê início ao
tópico III fazendo a seguinte pergunta: “O que significa ‘o vinho bom?” Ouça os
alunos com atenção e depois explique que “o vinho bom, de conformidade com
vários escritores antigos, era o vinho mais doce, vinho este que podia ser
bebido livremente em grandes quantidades sem causar danos. O adjetivo grego
traduzido por ‘bom’, não significa agathos, mas halos, que significa
‘moralmente excelente ou apropriado'”. (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de
Janeiro: CPAD. p.1573 ).
CONCLUSÃO
Estudamos a respeito do primeiro milagre
realizado por Jesus, como sinal de sua divindade, Os discípulos, que já haviam
declarado ter achado ‘‘o Messias (que, traduzido, é o Cristo)” (Jo 1.41), agora
tinham a oportunidade de vê-lo manifestando sua glória, como o Unigênito do Pai
(Jo 1,14; 2.11). Conservemos firme nossa fé e esperança nesse Salvador eterno,
verdadeiro homem e verdadeiro Deus.
HORA DA REVISÃO
1- Qual o primeiro sinal
apresentado por João?
R. O sinal da água transformado em vinho.
2 - De acordo com a Bíblia Explicada
quais são as 3 palavras traduzidas por milagres?
R. A primeira dunamis significa
simplesmente manifestação de poder, obra poderosa; a segunda semeion significa
um sinal, e a terceira feros quer dizer maravilha.
3 - Como o Dicionário Vine
apresenta a Palavra ‘semeion?
R. Apresenta como “’marca’, ‘prova’,
‘indicação’, o que distingue uma pessoa”.
4 - O que podemos aprender com o
episódio do vinho ter terminado?
R. Podemos aprender sobre o sério perigo
que corremos de nos envolver em práticas litúrgicas frias, enquanto ficamos
embebidos por ‘vinho’ deste mundo.
5 - Qual a recomendação de Paulo em Efésios
5.18?
R. “Não vos embriagueis com vinho, em que
há contenda, mas enchei-vos do Espírito.”
DICAS
DE CURSOS BÍBLICOS