Lições Bíblicas Dominical Adultos 1° Trimestre 2025 CPAD

Lições Bíblicas Dominical Adultos 1° Trimestre 2025 CPAD Título da Revista Dominical: EM DEFESA DA FÉ CRISTÃ : Combatendo as Antigas Heresias que se Apresentam com Nova Aparência Comentarista: Esequias Soares | Classe: Adultos TEMAS DAS LIÇÕES Lição 1 – Quando as Heresias Ameaçam a Unidade da Igreja Lição 2 – Somos Cristãos Lição 3 – A Encarnação do Verbo Lição 4 – Deus É Triúno Lição 5 – Jesus é Deus Lição 6 – O Filho É igual com o Pai Lição 7 – As Naturezas Humana e Divina de Jesus Lição 8 – Jesus Viveu a Experiência Humana Lição 9 – Quem É o Espírito Santo Lição 10 – O Pecado Corrompeu a Natureza Humana Lição 11 – A Salvação não É Obra Humana Lição 12 – A Igreja Tem uma Natureza Organizacional Lição 13 – Perseverando na Fé em Cristo

A Autoridade da Bíblia

 

“Bem-aventurados os que trilham caminhos retos e andam na lei do Senhor.” (Sl 119.1)


Em 18 de abril de 1521, Martinho Lutero foi conduzido ao local da Primeira Dieta Imperial em Worms na Alemanha. A assembleia estava lotada, o número dos que ocupavam as antessalas, as janelas e as escadarias somavam cinco mil pessoas. Na ocasião, Lutero foi instigado a retratar-se de seus escritos e sua resposta diante daquela multidão entrou para a história como uma de convicção e fé na autoridade das Escrituras Sagradas:

 

Minha consciência está atrelada à palavra de Deus. Enquanto não me tiverem convencido pelas Sagradas Escrituras, não posso, nem quero retratar-me de coisa alguma, pois é perigoso agir contra a consciência. Não posso falar de outro modo. Eis-me aqui. Que Deus me ajude! Amém.

 

A partir dessa declaração, surgia o embrião de um dos relevantes princípios teológicos da Reforma Protestante: “Sola Scriptura”. Para Lutero, o sentido dessa expressão latina era literal, ou seja, somente a Escritura — e não a Escritura somada à tradição da Igreja — é a fonte final de revelação cristã. Sua defesa era pela centralidade da Palavra de Deus. Lutero não reconhecia nenhuma outra fonte como autoridade infalível de fé e conduta que não fosse as Escrituras.

 

Nessa perspectiva, a Declaração de Fé das Assembleias de Deus no Brasil professa crer e ensinar que “a Bíblia Sagrada é a Palavra de Deus, única revelação escrita de Deus dada pelo Espírito Santo para a humanidade [...] nossa única regra de fé e prática, a inerrante, completa e infalível Palavra de Deus”.4 Nesse sentido, a autoridade da Bíblia se fundamenta em seu autor, que é Deus. Assim sendo, a autoridade dela depende do Altíssimo, e não dos homens. Desse modo, além da Bíblia, a Igreja não possui outra fonte infalível de autoridade.

 

I - ORIGEM DA BÍBLIA E REVELAÇÃO DIVINA

1. A Origem da Bíblia

O teólogo Norman Geisler assegura que “um resumo a respeito do que a Bíblia alega sobre si mesma pode ser encontrado em duas passagens principais”. A referência diz respeito a dois dos textos bíblicos de autoria dos proeminentes apóstolos Pedro e Paulo (2 Pe 1.20,21; 2 Tm 3.16). Essa constatação é importante, uma vez que tais apóstolos têm seus ministérios reconhecidos como cheios do poder de Deus (At 5.14-16; 19.11,12), e isso tanto entre os judeus como entre os gentios (Gl 2.7-9).

 

Em 2 Pedro 1.20,21, o apóstolo enfatiza que os escritos sagrados não têm sua origem nos homens, mas no próprio Deus.

Nessa passagem, Pedro atribui a origem da revelação à obra do Espírito de Deus. O Comentário de Aplicação Pessoal destaca que tal assertiva petrina significa que “as Escrituras não se originaram do homem, nem foram interpretadas pelos próprios profetas à medida que transmitiam as preciosas mensagens”. Quer dizer que não se trata de opinião ou fruto do desejo humano. Na sequência, o apóstolo esclarece que os autores da Bíblia são homens santos, que nos transmitiram a vontade de Deus por meio da inspiração do Espírito Santo.

 

Por sua vez, o apóstolo Paulo corrobora que a mensagem bíblica veio da parte de Deus: “Toda a Escritura é inspirada por Deus” (2 Tm 3.16a, ARA). Aqueles que fazem objeção que o texto de Pedro se refere apenas ao Antigo Testamento, aqui no texto paulino “toda” a Escritura é autenticada como inspirada, inclusive o Novo Testamento. Matthew Henry enfatiza que esse versículo descreve a excelência das Escrituras como “revelação divina, de que podemos depender como infalivelmente verdadeira”.

 

Além dessas duas citações, temos ainda outras referências bíblicas nas quais os apóstolos ratificam que a Bíblia foi escrita por homens, porém, sob a inspiração e supervisão divina (confira 1 Co 2.13,14; 1 Co 14.37; Gl 1.12; Ap 1.1).

 

O artigo de fé número um da Declaração das Assembleias de Deus corrobora com essa verdade ao professar crer “na inspiração divina verbal e plenária da Bíblia Sagrada”.

 

Portanto, as Escrituras são a revelação que Deus fez de si mesmo. Dessa maneira, por ter a sua origem em Deus, a Bíblia é portadora de autoridade, e, por isso, constitui-se em única regra infalível de fé e prática para a vida e o caráter do cristão.

 

2. Revelação Geral

Nesse ponto, convém ressaltar que “como Deus é infinito e os seres humanos são finitos, se estes quiserem conhecer a Deus, tal conhecimento deverá ocorrer pela iniciativa do próprio Deus em se revelar”. A palavra revelação significa “descobrimento, desvelamento, divulgação”. Em vista disso, o conhecimento de Deus é o conhecimento revelado por Ele mesmo. Nessa compreensão, o estudo da autorrevelação de Deus para a humanidade é classificado de duas formas:

(i) a revelação geral e (ii) a revelação especial. Chama-se de revelação geral aquela em que Deus se fez conhecer em toda parte por três maneiras:

 

(a)   Na História.

As Escrituras indicam que Deus se revela na história por meio da sua soberania. A soberania divina não deve ser entendida como “uma propriedade da natureza divina, mas uma prerrogativa oriunda das perfeições do Ser Supremo”. Em outras palavras, a soberania é um direito divino, pelo fato de Ele ser o criador, poderoso, santo, eterno e imutável. Indica o total domínio que o Senhor exerce sobre toda a criação. Significa que tudo pertence a Deus, e que Ele tudo faz conforme lhe agrada sem necessitar prestar contas a ninguém (1 Cr 29.11; Sl 115.3; Dn 4.35).

 

Ele controla o curso dos acontecimentos, remove e estabelece governos e nada acontece fora de sua vontade (Dn 2.21; 4.25; Rm 11.22). Para J. Williams, “a história possui um caráter teológico: toda ela carrega a marca da atividade divina [...] a história de todas as nações representa algum desvendar de Deus em ação”.

 

(b)   No Universo.

As Escrituras também mostram que Deus se revela no Universo por meio do seu poder (Is 40.26; 45.18); sua majestade (Am 4.13); e sua soberania (Sl 89.11-13). O primeiro versículo da Bíblia assevera: “No princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1). O emprego do verbo hebraico “bara” (criar) indica que, “do nada” (latim ex-nihilo), Deus trouxe a existência todos os fenômenos físicos.

 

A obra Teologia Sistemática Pentecostal registra que “no Antigo Testamento, ‘os céus e a terra' abrangem a inteireza do ‘Universo ordeiro e harmonioso'. Nada existe que não tenha sido criado por Deus”. Em vista disso, Deus se manifesta onipotente, magnificente e soberano nas coisas criadas: o Céu, a Terra, o mar, e tudo quanto há neles (Sl 19.1-4; At 14.15-17; Rm 1.18-21).

 

(c)   No Ser Humano.

Ainda as Escrituras demonstram que Deus se revela na criação do ser humano. A Bíblia afirma que a raça humana foi criada à imagem e à semelhança de Deus (Gn 1.26,27).

Ao abordar o tema, o Comentário Bíblico Beacon salienta três aspectos do homem feito à imagem de Deus:

i) um ser espiritual apto para a imortalidade (Gn 1.26);

ii) um ser moral que tem a semelhança de Deus (Gn 1.27); e

iii) um ser intelectual com a capacidade da razão e de governo (Gn 1.26c,28-30).


Dessas três características, a natureza moral da humanidade, embora de maneira inadequada por causa do pecado, revela o caráter moral de Deus (Ef 4.24; Cl 3.10). Acerca disso, Paulo falou de uma lei escrita no coração das pessoas, que por meio dos pensamentos e da consciência as acusa ou as defende diante de Deus (Rm 2.11-16).

 

3. Revelação Especial

Ela é o complemento da revelação que Deus fez de si mesmo na história, na criação do Universo e da humanidade (Rm 10.11-17; Hb 1.1-3). A revelação especial é necessária porque, a partir da Queda no Éden, o relacionamento do homem com Deus foi afetado. O pecado original de Adão passou a todos os homens (Rm 5.12). Jacó Armínio salienta que a “abrangência deste pecado [...] não é peculiar aos nossos primeiros pais, mas é comum a toda a raça humana e a toda sua posteridade”.15

 

Por causa disso, não basta ao homem saber da existência de Deus ou conhecer algo sobre Ele; faz-se necessário restaurar a comunhão com o Senhor. Não obstante, se, por um lado, na revelação geral, Deus se faz conhecer, por outro lado, ela também denuncia a culpa humana em rejeitar o conhecimento acerca de Deus (Rm 1.1821). Assim, no propósito de reconciliar a humanidade com Deus, a revelação especial oferece redenção para os perdidos pecadores (Cl 1.9-14).

 

Nesse sentido, reconhecemos a revelação especial tanto no Verbo vivo, Jesus Cristo, quanto nas Escrituras Sagradas (Jo 1.1; 5.39). Cremos que a encarnação do Senhor Jesus era absolutamente necessária para que o Redentor tivesse duas naturezas inseparavelmente unidas, a fim de realizar a obra da redenção.16 E ratificamos que a Bíblia Sagrada é a única revelação escrita de Deus dada pelo Espírito à humanidade.17 É por meio da revelação contida nas Escrituras que conhecemos a Pessoa de Cristo (Jo 20.31).


II - EVIDÊNCIAS DA AUTENTICIDADE DA BÍBLIA

1. Evidências Internas

A palavra autenticidade tem origem no grego “authentês” com o significado daquilo que é “verdadeiro”. Quando aplicado às Escrituras, o termo indica a autoridade e a fidedignidade da Bíblia Sagrada. Significa que todos os livros que compreendem o cânon bíblico são autênticos. Dessa forma, a Bíblia autentica-se a si mesma (2 Tm 3.16). O apoio em favor dessa autenticidade divide-se em “evidência interna” e “evidência externa”. Dentre as evidências internas que examinam o conteúdo da Bíblia destacam-se:

 

(a) Unidade e consistência:

No período aproximado de 1.600 anos, a Bíblia foi escrita em dois idiomas principais (hebraico e grego), e um dialeto (aramaico). Seus escritores somam cerca de quarenta pessoas de diferentes classes sociais, que viveram em lugares e circunstâncias diferentes, e abordaram centenas de temas distintos. O texto foi redigido em uma variedade de estilos literários, tais como história, profecia, poesia, alegorias, parábolas, dentre outros. Apesar de todas essas implicações, o conteúdo bíblico é consistente e os seus escritos se harmonizam formando um todo sem qualquer contradição (Sl 18.30; 33.4).

 

Essa unidade não é superficial, mas profunda. John Higgins reproduz a compreensão de que “quanto mais profundamente a estudamos, mais completa essa unidade se nos revela”.

 

No entanto, embora as evidências sejam conclusivas, o liberalismo teológico faz objeção aos argumentos acima listados e desdenha da unidade bíblica. Os críticos argumentam que os autores bíblicos conheciam o conteúdo deixado pelos escritores que o antecederam e, por isso, se preocuparam em não os contradizer, e ainda sustentam que o cânon só foi organizado pelas gerações futuras, em função disso, foram aceitos no cânon apenas os livros que se harmonizavam com o todo.

 

Porém essas objeções são contraditórias e podem ser refutadas do seguinte modo:

(i) nem todos os autores tiveram acesso aos outros livros enquanto escreviam a revelação divina: Ezequiel escreveu no exílio; Ester, em país estrangeiro; o escritor de Hebreus, no Oriente; e João, na Ásia Menor; entre outros;

(ii) nem todos os autores tinham consciência de que seus escritos fariam parte do cânon, portanto, não os escreveram buscando harmonizar sua obra com as demais;

(iii) não é verdade que os livros foram aceitos centenas de anos após serem escritos. Por exemplo, os livros de Moisés foram guardados próximo à Arca da Aliança logo após serem escritos (Dt 31.26).

 

Os livros eram aceitos à medida que a autenticidade era confirmada por seus destinatários; e

(iv) mesmo que os autores tivessem tomado conhecimento prévio de todos os livros, a Bíblia continuaria tendo uma unidade que ultrapassa a capacidade humana.19

 

(b) Ação do Espírito Santo: Por meio da leitura da Bíblia, é possível ouvir a voz de Deus agindo como uma espada que “penetra até à divisão da alma, e do espírito” (Hb 4.12). Como os discípulos no caminho de Emaús, aquele que aceita a mensagem da Palavra experimenta a chama do Espírito arder no coração e passa a compreender o plano da salvação (Lc 24.31,32).

 

Nossa Declaração de Fé ensina “que o Espírito Santo possui o papel de regenerar, purificar e santificar o homem e a mulher e que é Ele quem convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.7,8)”. O apóstolo João disse que escreveu para que seus leitores cressem no Filho de Deus e recebessem a vida eterna (Jo 20.31; 1 Jo 5.13). João também registrou que o Consolador, o Espírito de verdade, que procede do Pai, é Ele quem testifica de Cristo, o Filho de Deus (Jo 15.26). Desse modo, o Espírito Santo dá testemunho da Bíblia como Palavra de Deus, e de que o Cristo nela revelado é o Filho de Deus.21

 

c) Profecias de eventos futuros. 

A exatidão no cumprimento das profecias comprova a veracidade das Escrituras. As suas profecias foram anunciadas muito séculos antes de os eventos acontecerem com clareza e precisão. Por exemplo, a Bíblia cita o nome do rei Ciro e o que ele iria fazer cento e cinquenta anos antes de ele nascer (Is 45.1), registra cerca de trezentas profecias acerca de Cristo, centenas de anos antes do seu nascimento, e cada uma delas se cumpriu com exatidão.

 

Os críticos e incrédulos sugerem que por conhecer as profecias, Jesus agiu deliberadamente para cumprir o que estava predito. Porém, isso é humanamente impossível. Seria necessário a cumplicidade de um número considerável de personagens (reis, astrólogos, governadores, sacerdotes, militares) dispostos a manipular os eventos e manter esses arranjos sob sigilo. E isso sem falar em todas as pessoas envolvidas nos inúmeros milagres operados. A única explicação possível para o cumprimento específico dessas predições é de que o Eterno, onisciente, onipotente e soberano, revelou aos seus servos as coisas que haveriam de acontecer (Am 3.7).

 

2. Evidências Externas

Compreendem-se como evidências externas aquelas em que os acontecimentos narrados nas Escrituras são também ratificados por outras fontes históricas. Por vezes essas comprovações se identificam e se fundem aos conceitos de inerrância, isto é, que a Bíblia não contém erros. Nessa direção, tanto o registro da história das nações quanto as descobertas arqueológicas e os pressupostos da ciência apontam para a autenticidade da Palavra de Deus.


A título de exemplo, cita-se a disponibilidade de cerca de 25.000 (vinte e cinco mil) manuscritos bíblicos, produzidos antes do advento da imprensa no século XV, que confirmam a suficiência dos textos sagrados. Assim, ratifica-se que nenhuma obra da antiguidade — Platão, Aristóteles, Escritos Hindus, história chinesa e outros — foi tão confirmada e creditada como a Bíblia Sagrada.22 E, a despeito de ser contestada por alguns, permanece como o livro mais traduzido e lido de toda a história (cf. Mc 13.31).

 

III - A MENSAGEM DA BÍBLIA

 

1. A Supremacia da Bíblia

Como já visto, a expressão latina Sola Scriptura indica que somente a Bíblia é regra infalível e autoridade final em matéria de fé e prática. Nossa Declaração de Fé professa que a Bíblia fornece o “conhecimento essencial e indispensável à nossa comunhão com o Pai Celeste e com o nosso próximo. Assim sendo, não necessitamos de uma nova revelação extraordinária ou pretensamente canônica para a nossa salvação e o nosso crescimento espiritual”.23 Desse modo, ratifica-se que a Bíblia Sagrada é a fonte final de autoridade. Na obra intitulada Do Cativeiro Babilônico da Igreja, ao questionar os dogmas e as indulgências praticadas pelo catolicismo, dentre outras abordagens, Lutero escreveu:

 

contendemos pela firmeza e pureza da fé e das Escrituras [...] Pois devemos estabelecer a distinção mais nítida possível entre o que nos foi entregue por Deus nos textos sagrados e o que foi inventado na Igreja pelos homens, não importa a eminência da santidade ou da erudição deles.

 

O reformador holandês Jacó Armínio (1560-1609) igualmente defendeu a supremacia das Escrituras:

 

Elas merecem obediência, pela credibilidade conferida a elas, quando ordena ou proíbe alguma coisa [...] A autoridade de qualquer palavra ou texto depende de seu autor [...] Deus é de infalível veracidade [...] Ele é o autor das Escrituras, a autoridade delas depende total e exclusivamente dEle.

 

Nessa perspectiva, Armínio considerava que a perfeição das Escrituras era retirada e solapada quando “a inspiração perfeita dada aos profetas e apóstolos, que administram as Escrituras, é negada, e a necessidade e a frequente ocorrência de novas revelações depois daqueles homens santos são declaradas abertamente”. E no debate III “Sobre as Sagradas Escrituras e às tradições humanas”, Armínio assevera que todas as doutrinas necessárias para a salvação já nos foram transmitidas pelas Escrituras e que nenhuma tradição humana pode acrescer ou retirar alguma coisa (Ap 22.18,19).

 

2. O Poder da Palavra de Deus

O seu poder se assemelha ao fogo que consome e purifica, bem como um martelo que despedaça a penha (Jr 23.29). As qualidades de fogo e martelo indicam que nada pode impedir o cumprimento da Palavra de Deus (Is 55.11; Jr 5.14). O seu poder também é capaz de derrubar fortalezas espirituais que fazem oposição ao conhecimento divino (2 Co 10.4,5). A Palavra de Deus tem poder para penetrar, tal qual espada de dois gumes, no mais íntimo do ser humano e julgar os pensamentos e intenções do coração (Hb 4.12). Quando tentado no deserto, o próprio Cristo derrotou Satanás usando o poder da Palavra. Ele venceu as sugestões do Diabo ao fazer citações das Escrituras (Mt 4.4,7,10).

 

Outrossim, nossa Declaração de Fé ressalta que “a Bíblia revela o seu poder de forma clara e inconfundível. Ela emprega uma metáfora para mostrar esse poder quando chama a si mesma de “a espada do Espírito, que é a palavra de Deus” (Ef 6.17)”. Assim, fazendo uso de linguagem retirada do contexto militar romano, Paulo exorta os cristãos a empunharem a “espada do Espírito” identificada como a “Palavra de Deus”.

 

3. O Propósito da Bíblia

Nossa Declaração de Fé ensina que “a Bíblia é a mensagem clara, objetiva, entendível, completa e amorosa de Deus, cujo alvo principal é, pela persuasão do Espírito Santo, levar-nos à redenção em Jesus Cristo”28 (Jo 16.8; 1 Jo 1.1-4).

 

Nesse diapasão, o teólogo pentecostal Antonio Gilberto escreve que:

Tudo que Deus tem para o homem e requer do homem, e tudo o que o homem precisa saber espiritualmente da parte de Deus, quanto à sua redenção, conduta cristã e felicidade eterna, está revelado na Bíblia. Tudo o que o homem tem a fazer é tomar o livro e apropriar-se dele pela fé. O autor da Bíblia é Deus, seu real intérprete é o Espírito Santo, e seu tema central é o Senhor Jesus Cristo.

 

Nessa perspectiva, reconhecemos em ambos os Testamentos a presença da história da salvação com o propósito de restaurar o homem a Deus. Neles também estão revelados os códigos morais para a sociedade. Enfatiza-se que a mensagem bíblica e seu propósito não se relativizam, pois seus valores são absolutos e portadores de autoridade divina (Ap 22.18,19). Nessa compreensão, consolida-se a Bíblia como a revelação de Deus e de sua vontade à humanidade. Dessa forma, o compromisso inegociável da Igreja deve ser de fidelidade e propagação da Palavra de Deus para a salvação e libertação de pecadores (1 Tm 1.15).


Artigo Bíblico: Pr. DOUGLAS BAPTISTA | Divulgação: Subsídios Dominical

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