O cessacionismo
é um pensamento segundo o qual os milagres e demais dons do Espírito Santo,
como falar em línguas, profecias, curas divinas, cessaram com a morte do último
apóstolo do Novo Testamento.
A ideia cessacionista é pós-bíblica, pois a
igreja necessita do revestimento de poder para cumprir sua missão na Grande
Comissão. Isso significa a presença dos dons do Espírito Santo até o final da
jornada da igreja (1Co 13.8-10).
SAIBA MAIS:
Os
dons Espirituais são para os nossos dias?
Na
Atualidade dos Dons Espirituais
O
Dom de Línguas
A
Contemporaneidade dos Dons Espirituais
Atos dos Apóstolos e as
epístolas revelam um cristianismo dinâmico, a experiência viva dos crentes com
o Cristo ressuscitado, cheios do Espírito Santo. Mas, logo cedo na
história, depois da morte do último apóstolo se observa um cristianismo sem o
dinamismo vívido do período dos apóstolos.
O montanismo
Parece que isso
contribuiu para o surgimento do montanismo entre 155-160. Por essa razão, o
movimento de Montano aparece com uma teologia que defendia a prática da
glossolalia e do profetismo. O movimento não teve boa acolhida pelas principais
lideranças da época.
Montano passou para a
História como mais um heresiarca, ex-sacerdote de Cibele, divindade dos
frígios, que passou a pregar o evangelho do Espírito Santo e a ensinar uma vida
semimonástica, como abstenção sexo e carne. Segundo seus críticos, ele encarnava
o Paracleto e dizia que o Senhor Jesus Cristo retornaria à terra naqueles dias
e para estabelecer a Nova Jerusalém na Frígia. Essa é a caricatura apresentada
por seus opositores, segundo Eusébio de Cesareia (História eclesiástica, Livro
5.16), mas não sobreviveu nenhum texto produzido pelos montanistas para confirmar
a veracidade dessa acusação. A realidade desses supostos fatos continua sob
suspeitas. Tudo o que se sabe vem dos seus opositores, faltando, portanto, o
princípio do contraditório.
Qual seria a imagem
futura dos pentecostais do século 20 se a fonte literária de pesquisa fosse
apenas tudo aquilo que se publicou contra essas igrejas? O que chama a atenção
é que Tertuliano se tornou um deles, um montanista. O que levaria um intelectual
cristão do nível de Tertuliano a deixar se levar pelo montanismo? Muitos têm
dificuldade em considerar o tal movimento uma facção herética.
Estudos recentes
revisaram essa questão. Paul Tillich afirma em História do Pensamento Cristão:
“A igreja cristã excluiu o montanismo do seu seio. Foi um avivamento do
Espírito, não há provas que confirmem as acusações feitas contra Montano.
Contudo, a vitória sobre o montanismo resultou em perda”. A acusação não foi
por causa dos dons, “mas a alegação de Montano de que as declarações proféticas
estavam em pé de igualdade com as Escrituras”. Além disso, dizia-se na época
que os dons e as experiências dos dias apostólicos haviam sido revogados com a
definição do Cânon Sagrado. O que aconteceu de fato, segundo Synan, foi que o
movimento de renovação dos montanistas representou uma tentativa de resgatar os
charismata da Igreja, como línguas e profecias. Muitos estudiosos
entendem que a igreja exagerou em sua reação ao montanismo.
A secura teológica
Essa decisão eclesiástica
contra o montanismo parece ter encorajado e influenciado muitos líderes que
vieram depois. Agostinho de Hipona (354-430) e João Crisóstomo (354-407), bispo
de Constantinopla, são exemplos clássicos dessa teologia cessacionista. Para
Agostinho, o sinal das línguas “foi dado e então expirou. Não devemos mais ali
mentar
a expectativa de que quem receba a imposição de mãos deva receber o Espírito
Santo e falar em línguas” (Sobre as Epístolas de São João VI.10).
Stanley Burgess afirma
que:
Agostinho em pelo menos cinco ocasiões rejeita o conceito de que
as línguas devem ser antecipadas como sinal do recebimento do Espírito Santo é
altamente sugestivo. Claramente ele não rejeita os dons do Espírito em geral,
pois relata positivamente uma variedade de milagres, incluindo curas divinas,
em sua própria congregação em Hipona.
O outro exemplo é o de
João Crisóstomo, que em Homilia sobre 1Coríntios reconhece a cessação dos dons
mencionados 1Coríntios 12.1, 2: “Essa passagem inteira é obscura, mas a
obscuridade é produto de nossa ignorância acerca dos fatos referentes à sua
cessação, como se então sua ocorrência fosse comum, mas agora não tivesse
lugar. E por que eles [os dons] não acontecem hoje?” (vol. XII). Desse modo,
“Dons como a glossolalia (falar em línguas) tornaram-se tão raros que as
igrejas acabaram esquecendo a função deles na comunidade cristã”. Isso não
significa que a glossolalia tenha desaparecido da igreja ao longo dos séculos.
Burgess mostra precedentes históricos do vínculo do batismo no Espírito Santo
com o falar em línguas, tal qual ensina o pentecostalismo moderno:
“Reconhecidamente, a ênfase nas línguas é um tanto rara, mas as línguas de fato
existiram antes em vários contextos cristãos”.
A ideia da cessação dos
dons veio a fazer parte da teologia clássica na Igreja Ocidental, que
atravessou toda a Idade Média. “A notável exceção a esse rastejante
cessacionismo foram as igrejas ortodoxas do Oriente. Embora a manifestação
espontânea fosse coibida nessas igrejas, a Igreja Ortodoxa jamais adotou a
teoria de que os dons do Espírito haviam cessado. A teologia cessacionista foi
uma criação da Igreja Ocidental”. Essa escassez dos dons se manteve no
catolicismo durante e após a Reforma
Protestante. No entanto, o tema do batismo no Espírito Santo e a glossolalia
não evoluiu em Lutero e Calvino.
Artigo: Pr. Esequias
Soares
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