ASSUNTO DA REVISTA: EFÉSIOS
– Uma Exposição sobre as Riquezas da Graça, Misericórdia e Gloria de Deus
Comentarista: Bispo Abner
Ferreira
Fonte: Revista Lição
Bíblica Dominical – 4° trimestre de 2021 – Revista de Professo
📚 TEXTO ÁUREO
"Eis
que Deus é a minha salvação; eu confiarei e não temerei, porque o Senhor Jeová
é a minha força, e o meu cântico, e se tornou a minha salvação." Isaías
12.2
💡 VERDADE PRÁTICA
Desde
a eternidade, Deus elaborou um plano para salvação de todo aquele que crê em
Jesus Cristo.
🎯 OBJETIVO da LIÇÃO
Ensinar acerca da eleição
divina
Mostrar
o
significado da predestinação
Apresentar
os
propósitos da soberana eleição.
📖 TEXTO DE REFERÊNCIA
Efésios 1.4-8
⏰ LEITURAS
COMPLEMENTARES
SEGUNDA
| Jo 3.16:
Deus amou o mundo de tal maneira.
TERÇA
| Jo 5.24:
Jesus é o Filho de Deus.
QUARTA
| Rm 8.32:
Deus entregou Seu Filho por todos nós.
QUINTA
| 1 Co 6.20:
Fomos comprados por bom preço.
SEXTA
| Ef 5.27:
Para a apresentar a Si mesmo Igreja gloriosa.
SÁBADO
| Cl 1.12-14:
Jesus Cristo: autor da nossa redenção.
🔊 HINOS SUGERIDOS 🎵
15,351,430
🛐MOTIVOS DE ORAÇÃO
Ore em agradecimento por tão grande salvação.
✍️ ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1.
Eleitos antes da fundação dos tempos
2.
Predestinados: uma vida de comunhão
3.
Os propósitos da soberana eleição
Conclusão
PONTO DE
PARTIDA
Todo aquele que crê em Jesus recebe a vida eterna.
INTRODUÇÃO
O
maior presente concedido à humanidade é a redenção. Somente um Deus Onisciente,
Onipotente e Onipresente poderia planejar e realizar a redenção dos seres
humanos.
1. Eleitos antes da fundação dos tempos
A
salvação em Cristo Jesus não trata somente do livramento da ira vindoura, ela
porta consigo bênçãos preparadas por Deus para toda a humanidade, preparadas
por Ele desde a eternidade [Ef 1.3-4].
1.1.
Eleitos com todas as bênçãos espirituais.
O
apóstolo afirma que fomos abençoados com todas as bênçãos espirituais e
apresenta a dimensão em que essas bênçãos estão: “nos lugares celestiais”, e a
fonte pela qual elas jorram sobre os eleitos: “em Cristo” [Ef 1.4]. Deus nos
escolheu para nos abençoar com bênçãos que só se encontram nEle e somente quem
O encontra poderá alcançá-las. Éfeso era riquíssima e abrigava no templo da
deusa Diana alguns dos maiores tesouros de arte do mundo antigo. Paulo compara
a Igreja de Cristo com um templo e explica a grande riqueza que Cristo tem em
Sua Igreja. Em Cristo somos transportados de um mundo de trevas e colocados
numa elevada posição [Ef 2.6; Cl 1.13].
A expressão “nos lugares celestiais” esclarece não somente o lugar
de onde essas bênçãos recaem sobre os eleitos, mas também fala acerca da
posição onde Cristo está assentado juntamente com aqueles que foram alcançados
pela graça [Ef 2.6], “Nos lugares celestiais” aponta para a excelência de uma
vida em Cristo, do alto nível que a salvação nos colocou. Éramos inimigos de
Deus, cidadãos de um mundo de trevas, mas o favor de Deus nos tornou filhos e
fomos transportados para o reino de Sua maravilhosa luz [Ef 5.8; Cl 1.12-13].
1.2.
Ele nos elegeu.
Como
o homem estava espiritualmente morto em delitos e pecados, ele jamais poderia
ter mérito ou algum recurso próprio suficiente para operar a salvação [Ef 2.1
]. Isso é o que Paulo deixa bem claro ao afirmar que fomos eleitos por Deus,
sendo Cristo o fundamento de nossa eleição. Deus nos escolheu antes que tudo ou
até nós mesmos sequer existíssemos [SI 139.14-16]. Essa afirmação feita por
Paulo é tão poderosa que, além de descartar toda e qualquer participação humana
na salvação, ainda indica que até mesmo a fé que possuímos para chegar a
salvação não vem de nós, é um dom de Deus que Ele por intermédio de Sua graça
nos outorga [Jo 15.16; Ef 2.8-9].
A escolha divina nada tem a ver com discriminação. Deus quer que
todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade, pois morreu por
todos, e não apenas por um determinado grupo de pessoas [lTm 2.4,6]. O
propósito da salvação é universal, contudo, não há como negar que, em Sua
presciência, Deus sabe muito bem quem irá ou não se salvar. Porém, não pode
negar a Si mesmo e Sua vontade soberana tem princípio na justiça [SI 119.137].
Não faz parte do caráter divino rejeitar um pecador que se arrepende [2Cr 7.14;
l Jo 1.9; 2Pe 3.9].
1.3.
O tempo da validade dessa eleição.
Toda
doutrina revelada na Escritura só pode ser concebida pela fé. Isso acontece com
a doutrina da trindade; a doutrina da salvação; e a doutrina da eleição ou
predestinação. Mesmo assim, todos nós concordamos que a eleição começa em Deus,
e não no ser humano [Jo 15.16]. A eleição é um ato poderoso de Deus, ela é
incondicional, não depende de esforço humano. Movido inteiramente por Seu amor
e misericórdia, Deus através de Seu Filho Jesus Cristo concedeu, aos que
estavam mortos em seus pecados, a graça da justificação. Nossa eleição é tão
poderosa que tem validade eterna. Começou na eternidade e se estenderá através
dela [Jo 6.39; Ef 1.4; Fp 1.6; 2Tm 1.12].
Com base na revelação bíblica, o pecador arrependido pode concluir
que o plano de Deus é santo, sábio e bom. Que Deus é paciente e não está
indiferente quanto ao estado perdido daqueles que rejeitam a salvação oferecida
em Cristo. Deus oferece a salvação a todos, mas infelizmente muitos a rejeitam.
A misericórdia de Deus é demonstrada em sua paciência [Rm 9.21-22; 2Pe3.9].
EU ENSINEI QUE:
A
salvação em Cristo Jesus porta consigo bênçãos para toda a humanidade,
preparadas por Deus desde a eternidade.
2. Predestinados: uma vida de comunhão
Precisamos
compreender a predestinação não como algo fatalista, mas graciosa. Paulo ensina
que Deus nos predestinou para si mesmo, ou seja, para vivermos diante dEle,
sermos Seu tesouro particular. Não nos escolheu para estarmos alienados de Sua
presença e sem intimidade [Ef 1.5].
2.1.
Predestinados segundo Sua vontade e propósito.
Com
muita frequência, o verbo predestinar é interpretado de maneira equivocada. De
acordo com seu uso na Bíblia, refere-se, essencialmente, ao que Deus faz pelos
salvos. Em lugar algum da Escritura é ensinado que certas pessoas são
predestinadas ao inferno. Predestinar significa simplesmente ordenar de
antemão, predeterminar.
A
eleição se refere sempre a pessoas, a predestinação a propósitos. Sabemos que
tudo o que Deus faz obedece a um propósito e nada existe sem uma razão de ser.
Ele nos escolheu em Cristo com o propósito de que fôssemos santos e
irrepreensíveis [Ef 1.4]; filhos de adoção; filhos agradáveis a Ele [Ef 1.5-6];
filhos participantes de Sua herança [Ef 1.14].
Antônio Gilberto (Teologia
Sistemática Pentecostal - CPAD, p. 372-373): “A predestinação que a Bíblia
ensina não é a de uns para a vida eterna e a de outros para a perdição eterna.
A predestinação é para os que quiserem ser salvos, conforme lemos em
2Tessalonicenses 2.13 e 2Timóteo 2.10: “Deus nos escolheu desde o princípio
para a salvação”; “Escolhidos para que também alcancem a salvação”. Eleição é o
ato divino pelo qual Deus escolhe ou elege um povo para si, para salvá-lo [2Ts
2.13]. Predestinação é o ato de Deus determinar o futuro desse povo. No Novo
Testamento, esse povo é a Igreja, o Corpo de Cristo, o povo salvo [Ef
1.22-23].”
2.2.
Predestinados para a adoção de filhos.
O
pastor e teólogo John Stott diz que a expressão-chave para se compreender as
consequências presentes de nossa eleição é a “adoção”.
FOCO NA LIÇÃO
A
salvação em Cristo Jesus não trata somente do livramento da ira vindoura, ela
porta consigo bênçãos preparadas por Deus para toda a humanidade.
Ele
afirma que o Senhor nos destinou para uma dignidade mais alta do que a própria
criação poderia nos outorgar. Pretendia “adotar-nos”, fazer--nos filhos e
filhas da sua família [Jo 1.12-13; Ef 2.19]. William Barclay diz que de acordo
com a lei romana uma pessoa adotada desfrutava na nova família de todos os
direitos de um filho legítimo e perdia todo direito em sua família anterior.
Perante a lei era uma nova pessoa. Tão nova era, que até as dívidas e
obrigações relacionadas com sua família anterior ficavam canceladas ou abolidas
como se jamais tivessem existido.
Estávamos longe de Deus, aquém a qualquer promessa, inteiramente
sob o poder do pecado e do mundo [Ef 2.11-12]. Mas, segundo o beneplácito de
sua vontade, Deus, por meio de Jesus Cristo, nos tirou deste poder para nos
transladar ao dEle. Esta adoção apaga e elimina o passado em tal medida que
somos feitos novos. Passamos da família do mundo e do mal à família de Deus.
Que grandioso privilégio.
Tornar-se um filho de Deus nos garantiu desfrutar do livre acesso
ao Pai e de todas as bênçãos da salvação nos lugares celestiais.
Predestinados
para sermos semelhantes a Cristo. Muito importante efetuarmos uma reflexão
sobre este assunto considerando os seguintes textos onde encontramos a
expressão “predestinados” - Efésios 1.5, 11 e Romanos 8.28-29. Assim, os textos
expressam verdades preciosas: os eleitos em Cristo foram predestinados para
serem filhos de adoção, conforme Seu propósito de sermos semelhantes a Cristo.
Notemos que em Romanos, e em Efésios, o apóstolo primeiro destaca a eleição do
povo de Deus e a seguir o propósito, associado com a predestinação - o
propósito é sermos filhos semelhantes a Cristo. Para tanto, vemos que Deus não
apenas escolheu e predestinou, mas opera no Seu povo visando alcançar Seu
propósito - Romanos 8.28 (NAA - “Deus coordena todas as coisas de modo que
cooperem para o bem dos seus filhos”); Efésios 1.11 (“faz todas as coisas”).
Comentário de Romanos - Craig S. Keener - Reflexão Editora - p.
193-194) discorre sobre o cuidado que devemos ter para não restringirmos o
entendimento quanto a termos como “escolher” e “predestinar” [Rm 8.29-30], à
luz da polarização dos debates teológicos posteriores, tais como a defesa do
livre-arbítrio por um lado e a graça soberana de Deus por outro: “O próprio
público de Paulo pensaria em Israel como o povo que Deus havia escolhido e
reconheceria que o argumento de Paulo foi projetado para mostrar que Deus era
tão soberano que não era obrigado a escolher (com respeito à salvação) baseado
na etnia judaica. (...) aparentemente ele se refere à escolha de Deus
principalmente para enfatizar a iniciativa da graça de Deus ao invés das obras
humanas [Rm 9.11].”
FOCO NA LIÇÃO
Paulo ensina que Deus nos predestinou
para si mesmo, ou seja, para vivermos diante dEle, sermos Seu tesouro
particular.
EU
ENSINEI QUE:
Deus
nos predestinou para si mesmo, ou seja, para vivermos diante dEle, sermos Seu
tesouro particular.
3. Os propósitos da soberana eleição
Nesta
seção, Paulo faz um relato das bênçãos recebidas em Cristo Jesus. Ele apresenta
os propósitos de nossa eleição em Deus, os efeitos da redenção, e como nos
tornamos filhos para que pudéssemos desfrutar das riquezas dessa tão grande
salvação.
3.1.
Eleitos para ser santos.
Sabemos
que tudo o que de Deus procede obedece a um propósito e tem uma razão de ser.
Deus nos escolheu, a fim de que possamos ser santos e irrepreensíveis [Ef 1.4].
O termo grego usado é Amõmos (sem culpa) significa, literalmente, sem
defeito, ou impecável. Quando nada ainda existia, Deus planejou formar um povo,
uma família de homens e mulheres santos e imaculados para si, o que significa
levar uma vida à parte dos pecadores, do mundano e de tudo que não lhe agrada.
Ele deseja que vivamos de acordo com o modelo de santidade e justiça que Seu
Filho nos ensinou; e Ele é tão rico em misericórdia e nos ama tanto que enviou
Seu Santo Espírito para nos ajudar a alcançar esse objetivo importante.
Nosso compromisso diante de Deus, depois de nos escolher e nos
abençoar em Cristo, de uma maneira tão especial, nada mais é do que viver para
Ele, de acordo com Seu modelo de santidade e justiça que é Cristo. Após o novo
nascimento, o Espírito Santo trabalha de forma contínua, regenerando e
santificando o povo escolhido de Deus, para apresentar a si mesmo uma igreja
sem ruga, sem mácula, santa e gloriosa em Cristo [Ef 5.27]. A santificação nos
eleitos é um processo contínuo e ascendente, que busca a maturidade e a
perfeição dos tais. Sem ela ninguém verá o Senhor [Hb 12.14b].
3.2. Eleitos para sermos
filhos responsáveis.
A eleição é um privilégio
que traz consigo uma grande responsabilidade. Sermos adotados como filhos na
família de Deus nos remete um “mais” de ganho, e um “menos” de perdas
necessárias, pois é inaceitável que, nos tornando filhos e desfrutando de um
relacionamento com o Pai, não tenhamos as características da sua família [Rm
8.29]. Em nosso “mais” ganhamos o acesso a Ele mediante a redenção. Todavia,
mediante a obra santificadora do Espirito Santo perderemos nossas máculas até
que finalmente sejamos perfeitos na eternidade. Nossa responsabilidade é
transmitir a imagem de Cristo em nossa forma de conduta nesse mundo. Ou seja,
vivermos, como “filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração corrompida e
perversa” [Fp 2.15]. Estamos no mundo, mas não somos do mundo (Jo 17.14-16).
Paulo diz que Deus nos escolheu para sermos santos, esse
é o propósito da nossa eleição em Cristo [Ef 1.4]. Por esse motivo o Senhor
nos deu o Espírito Santo. Para promover a nossa fé em Cristo como nosso
Salvador e Sua presença viva e dinâmica em cada eleito. Seu nome já deixa claro
a sua missão: nos santificar para Deus [Rm 1.4; IPe 1.2]. Todos nós fomos aceitos
como éramos, mas não podemos permanecer da mesma forma em Sua presença, porque
nos tornamos nova criatura [2Co 5.17].
3.3. Eleitos para
agradá-lo.
Devemos ser gratos a Deus
por nos iluminar com a compreensão daquilo que éramos e aquilo que agora nos
tornamos através de Seu eterno propósito em Cristo. Ele não somente nos recebeu
e nos reconciliou consigo na condição de filhos, Ele também nos selou com o
Espírito
Santo, nos tornando sua
propriedade [Ef 1.13]. O teólogo e pastor John Stott diz que o selo era uma
marca de possessão e de autenticidade. O gado e até mesmo os escravos eram
marcados com um selo externo por seus donos a fim de indicar a quem pertenciam.
Conosco Deus fez diferente, nos deu o seu Espírito Santo selando-nos pelo lado
de dentro [1 Co 6.19-20; lPe2.9].
Deus odeia o
pecado, mas ama o pecador. Não havia meios humanos para nos tornarmos
agradáveis a Deus, mas em Cristo Ele nos proporcionou através de Sua graça [Ef
1.6]. Agora, passadas essas coisas, sabemos que fomos predestinados para sermos
conformes à imagem de Seu Filho [Rm 8.29]. Seu interesse é que, através da obra
do Espírito Santo em nós, sejamos transformados para refletirmos em nosso viver
o caráter de Cristo. Deus nos escolheu para vivermos como filhos amados e o
Espírito Santo testemunha essa grande obra da graça em nosso espírito [Rm
8.16].
EU ENSINEI QUE:
Paulo faz um relato das bênçãos recebidas
em Cristo Jesus. Ele apresenta os propósitos de nossa eleição em Deus, os
efeitos da redenção e como nos tornamos filhos de Deus.
CONCLUSÃO
Antes de tudo existir,
inclusive nós mesmos, Deus elaborou um poderoso plano de salvação capaz de
mudar a vida de todos os seres humanos e, por Sua infinita vontade, graça e
bondade, hoje temos o privilégio de fazer parte de Sua grande família [Ef
2.19].
Revista BETEL | 4°
Trimestre De 2021 | Reverberação: Subsídios Dominical