Lições Bíblicas CPAD, 3° Trimestre de 1996 – Classe: Jovens e
Adultos
Comentarista: Pr. Esequias Soares
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TEXTO ÁUREO
“E eu. em verdade, vos batizo com água,
paia o arrependimento; mas aquele que vem após mim c mais poderoso do que eu;
não sou digno de levar as suas sandálias; ele vos batizará com o Espírito Santo
e com fogo" (Mt 3.10).
VERDADE PRÁTICA
A descida do Espírito Santo é o cumprimento
da promessa de Deus e marca o início da era da salvação, que terminará com a
vinda de Cristo.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Pv 1.23: Promessa
através de Salomão
Terça -Is 28.11,12; 44.34: Promessa
através do profeta 1 saías
Quarta - Jl 2.28-32: Promessa
através do profeta Joel
Quinta-Mt 3.1: Promessa
através de João Batista
Sexta - Lc 24.49: Promessa
através do próprio Cristo
Sábado - At 2.14-21: Promessa
cumpridas
LEITURA EM CLASSE: ATOS 2.1-13.38
INTRODUÇÃO
Atos 2 registra a data da
inauguração da Igreja com sinais sobrenaturais que têm impressionado o gênero
humano através dos séculos. A manifestação das línguas tem sido objeto de
extensos debates. A experiência vivida pelos apóstolos nessa ocasião foi um fenômeno
completa mente novo. A Noiva de Cristo através dos séculos vem experimentando
essas experiências pentecostais.
I. DIA DE PENTECOSTE
1. “Cumprindo-se o dia de
Pentecoste” (v. 1).
Pentecoste (Nm 28.26) era uma das três
principais festas judaicas, instituídas por Deus, através de Moisés. Páscoa (Lv
23.4-8) e Tabernáculos (Lv 23.34) são as outras duas. Essas festividades
solenes eram significativas e apontavam para o Messias.
a) Páscoa.
Era a comemoração da
saída dos filhos de Israel do Egito, também chamada de Festa dos Pães Asmos ou
Ázimos (porque nela o pão era sem fermento), comemorada ainda hoje pelos
judeus. Para nós, ela se cumpriu no sacrifício de Jesus, pois o cordeiro
pascal, descrito cm Êxodo 12.3-8, apresenta os requisitos encontrados em Cristo.
b) Festa dos
Tabernáculos.
Chamada em hebraico de Sucot,
comemora o período em que os filhos de Israel viveram em cabanas no deserto,
quando saíram do Egito (Lv 23.33-43). Era a última festa do ano e durava oito
dias, Era uma festividade alegre (Lv 23.40). Está mencionada em João 7.37-39.
Ela representa o gozo e a alegria dos crentes. O quadro profético ainda não se
cumpriu: será no Milênio.
c) Pentecoste.
É uma palavra grega que
significa “quinquagésimo”, porque essa festa era celebrada 50 dias após a
Páscoa (Lv 23.15,16).
Chamada em hebraico de Shavuot. plural
de Thavua, significa “semana", mas é também conhecida como a Festa
das Primícias, pois coincidia com o fim da colheita de trigo, O nome “Festa de
Pentecoste” ficou assim conhecido, por ser realizada no quinquagésimo dia após
a Páscoa.
2. Reunidos no mesmo
lugar (v. 1).
Havia quase 120
discípulos, incluindo as corajosas e heroínas pessoas anônimas que tiveram
participação efetiva na obra de Deus (At 1.15). O local era o Cenáculo, em
Jerusalém (At LI3), onde perseveravam “unanime mente em oração e súplicas” (At
1.14). À luz do contexto, “reunidos no mesmo lugar” fala de unanimidade de
propósito, esperando a promessa do Pai.
II. A VINDA DO ESPÍRITO SANTO
1. Barulho vindo do Céu
(v.2).
Vento e fogo são dois dos
símbolos do Espírito Santo (Mt 3.11; Jo 3.8). A manifestação divina ligada ao
fogo era comum no Antigo Testamento, tanto para trazer juízo (Jl 2.3), como
para iniciar uma nova era ao povo de Deus (Êx 3.1,2).
2. Línguas repartidas
como que de fogo (v. 3).
Isso fala das
diversidades de línguas. O fogo é a garantia de que Deus estava nesse negócio,
visto que para os judeus a manifestação divina eslava ligada ao fogo (Êx 3.2,
3; 19. 16-20: 1 Rs 18. 38; Lc 9.54).
3. “Todos foram cheios do
Espírito Santo” (v.4).
Nenhum dos patriarcas e
profetas viveu essa experiência, embora alguns deles falassem desse evento mais
como algo ainda para o futuro, pois, na época do Antigo Testamento, o Espírito
Santo atuava sob medida,
a) Nomes do Espírito
Santo no Antigo Testamento.
O Espírito Santo está
presente cm todo o Antigo Testamento, a partir de Gênesis 1.2, de maneira
expressa, pois, como terceira Pessoa da Trindade, Ele está onde surge o nome de
Deus. A expressão “Espírito Santo” só aparece três vezes na Antiga Aliança (Sl
51.11; Js 63.10,11).
b) Divindade e
personalidade no Antigo Testamento.
É apresentado como Deus
pessoal no Antigo Testamento: “O Espírito do Senhor falou por mim, e a sua
palavra esteve em sua boca, disse o Deus de Israel...” (2 Sm 23.2,3).
c) Obras do Espírito
Santo no Antigo Testamento.
Atuou na criação do Céu e
da Terra (Gn 1.2; Sl 104.30) e do homem (Jó 33.4). Inspirou os profetas do
Antigo Testamento (2 Pe 1.19-21), Por essa razão, o profeta era chamado de
“homem do Espírito” (Os 9.7).
d) O Espírito Santo no
Novo Testamento.
O homem do Antigo
Testamento desconhecia a experiência pentecostal. pois a descida do Espírito
Santo foi para que ficasse conosco "para sempre.” Era a promessa de Jesus
para a Dispensação da Igreja (Jo 14.16).
e) Cheio do Espírito
Santo.
O que significa ser “cheio do Espírito Santo”?
É uma figura de linguagem. Significa que alguém abriu espaço em sua vida, para
que o Espírito Santo possa operar sem restrição,
III. FALAR LÍNGUAS
1. “Começaram a falar em
outras línguas” (v. 4).
Era Babel às avessas.
Naquela torre, ninguém se entendia, pois um não compreendia o que o outro dizia
(Gn 11.7-9), Em Jerusalém, no Pentecoste: “cada um os ouvia falar na sua
própria língua” (V. 6).
a) O duplo milagre.
Essas línguas não eram da
Terra. A palavra “línguas”, nos versículos 3 e 4, é glossa (grego). Mas
o vocábulo “língua”, nos versículos 6 e 8, é dialektos, (grego).
O que isso significa?
Que o milagre foi duplo: Os discípulos falaram línguas desconhecidas (glossa),
e cada representante dessas 17 nações ouvia-os em sua própria língua (dialektos).
b) Língua do Céu.
Língua estranha não é o
mesmo que língua estrangeira, a qual há sempre quem possa entender, mas a
língua estranha só compreende quem o Espírito Santo revelar. Disse o apóstolo
Paulo: “Porque o que fala língua estranha não fala aos homens, senão a Deus;
porque ninguém o entende, e em espírito fala de mistérios” (1 Co 14.2).
c) Exemplo prático.
John L. Sherrill, em seu
livro Eles Falam em Outras Línguas, pp. 153-155, afirma que apresentou a seis
linguistas (três deles da Universidade de Columbia) fitas de vozes de pessoas
que falavam em línguas, que ele gravou em cultos pentecostais. Um deles era
técnico no estudo de estruturas linguísticas. Ao ouvirem essas fitas, não
puderam identificar coisa alguma dessas línguas. Disseram que eram línguas
estruturadas, embora não as identificassem.
2. Línguas como evidência
do batismo no Espírito Santo.
Ter o Espírito Santo não
é o mesmo que ser batizado no Espírito Santo. Os discípulos, mesmo antes do
Pentecoste, já tinham o Espírito Santo (Jo 20.22). O batismo no Espírito Santo
é um revestimento de poder que capacita o crente a fazer a obra de Deus,
principalmente, para fazer missões (At 1.8; Lc 24.49).
a) Como se sabe que
alguém foi batizado no Espírito Santo?
A evidência desse batismo
é o falar línguas. No dia de Pentecoste eles falaram línguas (v. 4). Antes
disso, ninguém tivera tal experiência. Na casa de Cornélio, como Pedro soube
que o Espírito Santo desceu sobre eles? “Porque os ouviam falarem línguas e
magnificar a Deus” (At 10.46).
b) Perigo das inovações.
Há igrejas
neopentecostais que não têm noção dessa evidência e confundem ter o Espírito
Santo com o batismo no Espírito Santo. Ultimamente, estão inventando muitas
práticas exóticas sem apoio bíblico. Eu já vi alguém dizer: “Eu falo línguas”,
e outra pessoa responder para ele: “Fale”, e ele começar a falar. Há também
pessoas que querem ajudar Jesus fazer a obra: Falam línguas e mandam as pessoas
que ainda não foram batizadas imitá-las.
3. O batismo no Espírito
Santo hoje (v. 38).
Não há qualquer indicação
no Novo Testamento de que a promessa do batismo no Espírito Santo seja algo
meramente para o primeiro século, como defendem expositores antipentecostais. A
promessa é para “tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar”. Há registros de que
ao longo da história do Cristianismo, diversos cristãos falaram línguas.
Irineu, Agostinho, Lutero, Wesley e muitos outros. Com o avivamento do País de
Gales, de Kansas e da rua Azuza, quase simultaneamente, o fenômeno das línguas
voltou a ser algo generalizado, e não meramente uma raridade.
CONCLUSÃO
A promessa do Espírito
Santo diz respeito, principalmente, aos “últimos dias”, e não à era dos
apóstolos. Além disso, Pedro, ao citar o profeta Joel, substituiu a expressão
“derramarei o meu Espírito” por “derramarei do meu Espírito”. Isso mostra que o
Pentecoste foi o início da Dispensação do Espírito Santo, e que a efusão do
Espírito seria na sua plenitude nos “últimos dias”, os dias em que estamos
vivendo.
***BOA LEITURA***