Jesus disse: “Seja, porém, o vosso falar: Sim,
sim; Não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna”, Mt 5.37.
Sabemos que a honestidade é a base de qualquer relacionamento humano. Quando as
pessoas não são honestas, frustram e magoam.
De acordo com o Dicionário Houaiss, mentira
significa “dizer, afirmar ser verdadeiro aquilo que se sabe falso; dar
informação falsa a alguém a fim de induzir ao erro, não corresponder a aquilo
que se espera; falhar, faltar, errar, causar ilusão a; dissimular a verdade;
enganar, iludir, não revelar; esconder, ocultar”.
1. Por que mentem?
Há uma área de pesquisa em Psicologia que se
chama “correspondência entre o fazer e o dizer”, que investiga as variáveis
relacionadas ao que se pode chamar de “dizer a verdade” ou “contar mentira”.
Há uma dicotomia entre falar a verdade (ou seja,
descrever de forma coerente fatos, acontecimentos, comportamentos) e contar
mentira (que seria apresentar uma afirmação pouco adequada ou incompatível com
o que, de fato, ocorreu). Tanto falar a verdade quanto contar uma mentira são
comportamentos verbais aprendidos e mantidos pelas consequências que produzem,
em primeiro lugar, para aquele que fala. Assim, se alguém é beneficiado por
contar uma mentira, tal comportamento pode ser aprendido. Se mentir mais vezes
trouxer “vantagens”, ele será mantido em alta frequência. E importante ainda
considerar que o comportamento de mentir pode afastar ou adiar consequências
desagradáveis, como no exemplo do marido infiel que insiste em dizer à sua
mulher que não cometeu traição. Assim sendo, mentir também seria aprendido e
mantido.
Outro exemplo é o das crianças que mentem a seus
pais para ter a oportunidade de brincar com um coleguinha que não é benquisto
pela sua família ou que mentem sobre ter realizado a tarefa de casa para
assistir ao seu desenho favorito.
E necessário, porém, diferenciar o comportamento
de mentir (enquanto relato em desacordo com acontecimentos) do relato impreciso
sobre algo pela falta de habilidade em descrevê-lo. Na mentira, uma pessoa tem
consciência de que sua descrição não é coerente com o que disse.
2. Estimulando à verdade
Que fazer para estimular as pessoas, sobretudo
crianças, a dizer a verdade? Uma resposta básica seria procurar ouvir mais a
criança do que julgá-la, criticá-la e puni-la. A lógica aqui é que como as
pessoas geralmente mentem para fugir de alguma punição ou crítica, elas teriam
maior probabilidade de dizer a verdade diante de contextos em que o que dizem
não é julgado, criticado, nem punido. Dar espaço para as pessoas dizerem o que
pensam e relatarem o que fizeram é um bom caminho para estimulá-las a dizer a
verdade.
Mas, a outra forma de aumentar a probabilidade de
a pessoa dizer a verdade é valorizar, enaltecer e gratificar os momentos em que
a verdade é dita. No caso das crianças, pode-se ensiná-las a dizer a verdade expondo-as a
algumas situações em que sejam acompanhadas e solicitando que elas relatem o
que experienciaram. Elogiar, enaltecer e gratificar relatos mais próximos da
experiência estimula a aprendizagem do dizer a verdade.
3. Compulsão de mentir
Mentir o tempo todo e de forma compulsiva é um
distúrbio conhecido como mitomania. A mentira se torna uma patologia quando
passamos a vivê-la como se fosse a realidade ou parte da realidade. Nem é
preciso dizer que essa condição mina as relações sociais do indivíduo e merece
tratamento psiquiátrico.
4. Internet e a mentira
De acordo com levantamento realizado em 2007 pela
Universidade de Cornell (EUA), pelo menos 81% dos internautas mentem sobre
alguma de suas características. A maioria dos homens, por exemplo, muda a
altura e as mulheres, o peso. As pessoas escolhem e dizem aquilo que querem na
web porque essa é uma forma de fantasiar, criar personagens e começar um jogo
na interação com as outras pessoas na rede. O cristão, porém, não deve mentir
nem usar a internet para relacionamentos falsos.
Aproveitando, eis aqui um alerta: pais, cuidado
com os contatos que seus filhos fazem pela internet. Aliás, é importante para
qualquer pessoa que usa a internet tomar algumas precauções para não ser
enganado, ou pior, correr riscos reais de morte. Exemplo: não divulgar
informações pessoais (como endereço, local de trabalho ou documentos a
desconhecidos) e não marcar encontro com estranho, mas, se fazê-lo, deve-se
combinar contatos reais apenas em locais públicos, como shoppings e
restaurantes de grande movimento.
A vantagem da internet é que você pode decidir a
cada momento se vale a pena continuar a conversa ou apenas desistir de tudo e
desligar o computador. Não se deve levar adiante conversas infrutíferas e que
desagradem a Deus.
Artigo: Luiza Samira Flores Alves
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