O milênio e o abismo

“O que ocorrerá no Milênio e que abismo é esse onde Satanás será preso por mil anos?”

Nós, dispensacionalistas, cremos em sete períodos de tempo no decorrer da existência humana, os quais relacionamos: Inocência, Consciência, Governo Humano, Patriarcal, Lei, Graça e Milênio.

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O homem, após ser feito à imagem e semelhança de Deus, deu início ao período da Inocência, quando não conhecia o bem e nem o mal. Mas, após desobedecer, estabeleceu-se a dispensação da Consciência, que o levou ao máximo da violência, ocasião em que veio o Dilúvio. O período do Goverwo Humano surge com o pacto de Deus com Noé, que perdurou até a chamada de Abraão, quando começou a dispensação Patriarcal. A partir do momento em que Moisés recebeu o Decálogo, iniciou-se o período da Lei. Todos a transgrediram, com exceção de Jesus Cristo, que a cumpriu na íntegra e estabeleceu uma nova dispensação, a da Graça, que terminará no dia do Arrebatamento da Igreja. Teremos um período intermediário de sete anos, chamado de Grande Tribulação, e após Cristo retomará com a sua Noiva e estabelecerá o Milênio, o último período de tempo antes de entrarmos na Eternidade.

O ÚLTIMO PERÍODO DA HISTÓRIA HUMANA

O Milênio, portanto, é o último período da história humana em que Cristo se revelará para toda a humanidade (Dn 7.13 -14). A Terra inteira será renovada (Is 11.6-9); a vida do homem será prolongada (Is 65.20); o mundo todo experimentará a santidade e a paz substituirá a guerra (Is 2.3-4); Israel será a cabeça de todas as nações (Is 11.12-13; 12.6; 14.1 -3), além de muitas outras bênçãos que os homens receberão.

 

O quiliasma, ou milenismo, refere-se à doutrina do Milênio, a crença de que Cristo retornará para reinar por mil anos. Vejamos algumas informações de renomados teólogos a respeito deste tema:

 

“O milenismo se tornou a crença geral do tempo e quase não encontrou oposição além da que veio pelos gnósticos” (Gieseler).

 

“O milenismo prevaleceu universalmente durante os primeiros três séculos. Isto é agora um fato histórico e pressupõe que o milenismo era um artigo do credo apostólico" (Horatius Bonar).

 

“Quão amplamente a doutrina do milenismo prevaleceu nos três primeiros séculos, que ela era universalmente recebida por quase todos os mestres” (München).

 

“Qualquer que tenha sido a doutrina crida ou ensinada pelos Pais mais eminentes de qualquer época da Igreja, e condenada ou oposta por qualquer dos contemporâneos deles, deve ser avaliada pela doutrina católica da Igreja daqueles tempos. Mas a doutrina dos milenistas era crida e ensinada pelos Pais mais eminentes da época seguinte aos apóstolos, e por ninguém daquela época foi condenada ou aposta; portanto, foi a doutrina católica ou universal daquela época” (Chillingworht).

“Muitos cristãos se apoderaram de uma imagem que tinham passado para eles, vinda dos judeus, e que parecia adaptar-se à sua própria presente situação. A ideia de um reino milenar que o Messias devia estabelecer na Terra, no fim de todo o curso terreno desta era - quando todos os justos de todos os tempos ressuscitarão e viverão juntos em santa comunhão” (Neander).

 

Os Pais da Igreja esperavam que o Anticristo surgisse, reinasse e encontrasse a sua destruição na vinda pessoal do Senhor. Após isso, o reino de Cristo por mil anos seria estabelecido sobre a Tetra” (Sheldon).

 

Na Vinda de Jesus, para estabelecer o Milênio, o Anticristo e o Falso Profeta serão lançados vivos no Lago de Fogo (Ap 19.20) e Satanás será amarrado e preso por mil anos no Abismo (Ap 20.1-3).

 

Acreditamos que o Abismo, diferente do Lago de Fogo, é um lugar específico determinado por Deus para a prisão de Satanás durante o Milênio. Ele será solto no término deste período, quando passará por toda a extensão da Terra, a fim de alistar a humanidade para a batalha final contra o Criador, quando será derrotado e lançado definitivamente no Inferno (Ap 20.7-10).


Pr. Mardonio Nogueira

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