Lições Bíblicas de Jovens – 3° trimestre de 2021, CPAD
| DATA DA AULA: 15/08/2021
TEXTO DO DIA
"Ele
te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o SENHOR pede de ti, senão que
pratiques a justiça, e ames a beneficência, e andes humildemente com o teu
Deus?" (Mq 6.8)
SÍNTESE
Miqueias
nos confronta em relação ao tipo de cristianismo que estamos vivendo. O que
Deus deseja realmente de nós é a obediência, a justiça e a humildade.
Agenda de
leitura
SEGUNDA - Jr 7.22,23
O que Deus exige de nós é a obediência
TERÇA - 1 Sm 15.22
O obedecer é melhor do que o sacrificar
QUARTA - Is 1.13-15
Deus rejeita uma adoração desprovida de obediência
QUINTA - Sl
51.16,17
Um coração contrito é o que Deus espera de seu povo
SEXTA - Mt 9.13
Deus deseja misericórdia e não sacrifícios
SÁBADO - At 5.29
Devemos obedecer a Deus acima de tudo
Objetivos
EXPLICAR
o
contexto histórico em volta da mensagem de Miqueias;
CONSCIENTIZAR sobre os perigos do
formalismo religioso;
DEFINIR as evidências de um
cristianismo autêntico.
Interação
Professor (a), estudaremos o livro de Miqueias, um profeta do campo
que vivia em uma pequena aldeia e que trouxe uma mensagem de advertência aos líderes de Israel e Judá. Ele foi
contemporâneo de Isaías, Jonas, Oseias e Amós. O profeta revelou que o Deus de
Israel não era e não é uma divindade tribal; Ele é o Senhor de toda a terra.
Por isso, o profeta apresenta o Todo-Poderoso como o Supremo Juiz que zela pela
justiça das nações (Mq 1.2). Miqueias profetizou a queda de Samaria pela
Assíria e o cativeiro de Jerusalém pela Babilônia (Mq 1.5-9; Jr 26.17-19).
Texto bíblico
Miqueias 6.6-8
6
Com que me apresentarei ao Senhor e
me inclinarei ante o Deus Altíssimo? Virei perante ele com holocaustos, com
bezerros de um ano?
7
Agradar-se-á o Senhor de milhares de
carneiros? De dez mil ribeiros de azeite? Darei o meu primogênito pela minha
transgressão? O fruto do meu ventre, pelo pecado da minha alma?
8
Ele te declarou, ó homem, o que é
bom; e que é o que o Senhor pede de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a
beneficência, e andes humildemente com o teu Deus?
INTRODUÇÃO
O
livro de Miqueias tem sido considerado o evangelho da justiça social. Naquele
tempo, os religiosos cumpriam eficazmente o ritual levítico, porém, os ritos
eram feitos de forma mecânica, sem vida. Enquanto a liturgia era bem cumprida,
a obediência, a justiça, a misericórdia e a humildade eram desprezadas pelo
povo.
Os pobres eram explorados. Apesar de praticarem injustiças sociais, as
pessoas se reuniam regularmente para "adorar ao Senhor". Miqueias foi
um homem corajoso que não teve receio de condenar tais pecados (Mq 3.8).
Proveniente da zona rural e de uma família humilde, ele sentiu na pele as
desgraças do povo pobre do interior que vivia sob fortes opressões. Como um
verdadeiro arauto da verdade, expôs o erro e desafiou seus compatriotas a se
arrependerem praticando uma religião honesta diante de Deus e justa diante dos
homens.
I - MIQUEIAS
1.
Um camponês simples.
O
nome "Miqueias" significa "Quem é semelhante a Jeová?" (Mq
7.18). Ele era "nativo de Moresete", uma comunidade rural localizada
no limite de Judá, bem distante do centro urbano, Jerusalém, de onde se tomavam
as principais decisões políticas da nação (Mq 1.1).
Essa cidade ficava cerca de
quarenta quilômetros a sudoeste de Jerusalém. Era um homem simples que
representava os camponeses. Suas ilustrações foram quase todas tiradas da vida
agrícola (Mq 3.12; 6.15; 7.1). Miqueias conseguiu ouvir o grito dos oprimidos e
foi para este público especial que devotou a sua vida na tentativa de
defendê-los do sistema social exploratório que fincava suas raízes em Judá. As
muitas alusões contidas no livro sobre o trabalho pastoril indicam que
provavelmente ele tenha sido pastor de ovelhas (Mq 2.2; 3.2,3; 4.6 e 7.14).
Portanto, era um homem simples. Não podemos esquecer que Deus se faz presente
na simplicidade (Mt 11.25). Simplicidade não é sinônimo de pobreza, mas de
pureza de coração (Mt 5.8; Sl 73.1; Pv 22.11). Há ricos que são simples e há
pobres orgulhosos. Simplicidade não tem a ver com o que temos no bolso, mas sim
com o que temos no coração.
2.
Período em que profetizou.
Sua
profecia foi entregue nos reinados de Jotão (742 - 735 a.C.), Acaz (735 - 715
a.C.) e Ezequias (715 - 687 a.C.), reis de Judá (Mq 1.1; Jr 26.18). Ele foi
contemporâneo de Isaías. Considerando que o livro reflete uma condição de
apostasia em Judá, em que a corrupção e a idolatria provocaram um baixo nível
moral e religioso, não é errado supor que parte de sua mensagem tenha sido
entregue no reinado do ímpio Acaz (Mq 2.1,2,7; 3.9,10; 6.10-12). Porém, a forte
ênfase na justiça pessoal também se encaixa nos dias de Ezequias, pois de
acordo com os estudiosos, as reformas, nesse período, tiveram implicações
apenas na parte cerimonial e no culto, mas não trouxeram tanto impacto sobre a
vida pessoal dos habitantes de Judá (2 Rs 18.1-4; 2 Cr 33.1-3).
"Avivamento" que empolga a nossa liturgia, mas não transforma a nossa
vida é fogo de palha. O fator essencial que caracteriza os verdadeiros
avivamentos é a obediência de coração. A. W. Tozer dizia que se não pretendemos
nos transformar, não devemos orar pedindo o avivamento. Não adianta termos
cultos com uma liturgia animada se não andamos em retidão para com Deus e não
somos justos para com o próximo.
3.
Estrutura e mensagem do livro.
Embora
fosse oriundo do sul, Miqueias profetizou para os dois reinos: Israel e Judá,
sendo sua mensagem destinada primariamente às respectivas capitais: Samaria e
Jerusalém (Mq 1.1). Na Bíblia, a utilização das capitais muitas vezes representa
as nações; desse modo, em muitas ocasiões Damasco representa a Síria, Nínive a
Assíria, Samaria a Israel e Jerusalém a Judá. As residências reais ficavam
situadas nas capitais e nesses centros governamentais é que se estabelecia a
política e o tom moral que governava as nações. Porém, grande parte de sua
mensagem foi entregue a Judá. O livro é formado por uma coleção de profecias
concisas. São setes capítulos dispostos em três partes principais, que começam
com a mesma fraseologia: "Ouvi" (Mq 1.2; 3.1; 6.1). O verbo no
imperativo demonstra a urgência da mensagem. A expressão "ouvi"
envolve tanto a questão do "escutar com atenção" quanto destaca
"a importância de obedecer ao que se está escutando" (Mq 1.2). A
justiça nacional de Judá tinha entrado em colapso. O juízo se aproximava. Sua
mensagem era importante e deveria se escutada com atenção.
II -
DENÚNCIAS E EXORTAÇÕES
1.
Corrupção e materialismo.
Os
israelitas foram envenenados pela ambição, pelo luxo e pelo materialismo a
ponto de ignorarem os valores morais e espirituais (Is 5.18-20).
A riqueza de
Jerusalém e Samaria provocou um êxodo rural em grande escala. Os ruralistas
mudavam para essas cidades em busca de melhores condições de vida. Ao chegarem,
eram explorados por uma nova classe de ricos inescrupulosos. Com o tempo
perdiam tudo. Quando não sobrava mais nada, se vendiam como escravos. Existiam
leis estabelecidas por Deus que protegiam os pobres. A terra era do Senhor (Lv
25.2.23). Se um pobre precisasse vender sua terra para saldar uma dívida, o
acordo só era válido até o ano do jubileu, quando então, todas as terras eram
devolvidas aos seus donos originais (Lv 25.13-17). A possessão era vendida, não
a terra (1 Rs 21). Chamava-se ano do jubileu aquele que vinha depois de sete
anos sabáticos. No quinquagésimo ano, os pobres tinham o direito à herdade
restaurada. Porém, essa lei estava sendo ignorada. Tudo era mancomunado com os
juízes, sacerdotes e profetas. As decisões do judiciário promoviam a injustiça
e os profetas não denunciavam o esquema de corrupção porque estavam envolvidos
neste suborno cruel (Mq 3.9-11). A ambição e o materialismo podem nos conduzir
à apostasia levando-nos a desobediência.
2.
Injustiça social.
Os
homens planejavam o mal contra o próximo (Mq 2.1), cobiçando campos e
praticando a violência (Mq 2.2; Am 6.1-3). Miqueias declarou que os
exploradores sofreriam o juízo: em vez de andarem com a cabeça erguida, seriam
levados para o cativeiro com o pescoço amarrado. A mesma violência que
praticaram se voltariam contra eles (Mq 2.3), pois eles perderiam tudo o que
conquistaram desonestamente (Mq 2.4). Os magistrados civis e príncipes,
responsáveis pela prerrogativa de manusearem o direito, encontravam prazer na
exploração (Os 4.2; Mq 3.1-3, 9). A cidade de Jerusalém estava sendo edificada
com os tijolos da violência e o cimento da injustiça (Mq 3.10). Por causa dos
pecados dos líderes e sacerdotes, a cidade seria destruída (Mq 3.12). Deus não
tolera a injustiça, e o mesmo deve ser aplicado ao cristão. Um cristão que se
omite diante das injustiças torna-se insosso e sem valor.
3.
Obediência de coração.
A
despeito de tantos pecados e injustiças, os homens apresentavam-se como
religiosos. Os cultos e sacrifícios permaneciam, respaldados pela lei (Lv 9.3).
Os profetas e sacerdotes continuavam exercendo suas funções, porém, eram
corruptos (Mq 2.11). A questão crucial não era a falta de culto ou de
religiosidade, mas de uma verdadeira conversão a Deus (Mq 6.6-8). O que Deus
exigia de seu povo era a obediência de coração. A evidência de uma religião
sincera é a obediência de coração a Deus. A melhor medida de uma vida
espiritual autêntica não são os sacrifícios, não são os discursos, não são os
cultos empolgantes, não são as lágrimas, mas a obediência de coração. Miqueias
nos mostra que é possível ser religioso sem ser convertido.
III - JUÍZOS
E PROMESSAS
1.
O juízo divino.
Os
pecados de Israel e Judá fizeram Deus sair do seu lugar santíssimo para
instaurar um tribunal e trazer o juízo sobre a terra (Mq 1.3).
De acordo com
Miqueias, a locomoção de Deus não era motivada por um passeio comum, Ele saía
de sua augusta habitação para marchar em direção à guerra. A batalha era contra
os pecados em Jerusalém e Samaria (Mq 1.1). A capital nortista se reduziria a
um monte de pedras e os ídolos construídos seriam despedaçados (Mq 1.6,7). O
quadro apresentado era de completa destruição. Jerusalém sofreria o cativeiro
babilônico como forma de purificação (Mq 4.10-13). O povo de Deus estava no
banco dos réus e seria julgado pelo Criador (Mq 6.1,2). Nossos pecados jamais
ficarão impunes diante de Deus. Prestaremos contas de nossos atos (Sl 96.13; Ec
12.14; Rm 2.5). Uma religiosidade aparente pode enganar e convencer pessoas,
mas jamais satisfará o nosso Deus que tudo vê e tudo sabe. Lembremo-nos que Ele
esquadrinha nossos corações (Sl 139.1-6).
2.
O Messias prometido.
Miqueias
não abordou apenas a questão do pecado e do juízo, mas também apresentou o
futuro de glória preparado para o povo do Senhor (Mq 4.1). Ele tirou os seus
olhos dos sórdidos abusos cometidos em seu tempo, para contemplar não mais o
julgamento, mas a restauração dos justos. Das cinzas da destruição, resultado
da injustiça social e pecado contra Deus, surgiria em Jerusalém um grande
centro de adoração. Porém, antes da exaltação, Judá seria humilhada (Mq 4.9) e
sofreria com o cativeiro na Babilônia (Mq 4.10). Neste versículo, a imagem que
o profeta traz é de uma mulher que sofre com as dores de parto, mas finda a
aflição, saboreia as alegrias da maternidade (Mq 4.10). O profeta anunciou a
vinda do "Senhor de Israel" ao mundo, termo comumente empregado no
Antigo Testamento para se referir a Deus. Ele surgiria em uma cidade de Judá:
Belém (Mq 5.2). Seria justo. Diferente dos magistrados de sua época
apascentaria o povo na "força do Senhor" (Mq 5.4). Jerusalém seria
como um orvalho que refrigeraria o mundo (Mq 5.7). É impressionante como a
despeito dos nossos erros, Deus está sempre planejando o melhor para nós. A
vinda de Cristo iluminou o mundo com a verdadeira glória de Deus (Jo 1.14).
Fomos alcançados pelo Cristo profetizado por Miqueias.
3.
O verdadeiro cristianismo.
Miqueias
finalizou seu livro com um jogo de palavras, um trocadilho com o significado do
seu próprio nome: "Quem ó Deus, é semelhante a ti?" (Mq 7.18). Ele
louva ao Senhor pelo Seu caráter. Ninguém pode ser comparado a Deus, que é
Único e Soberano. A ira divina tem prazo de validade. O Senhor está sempre
pronto a perdoar o transgressor, pois Seu prazer está na aplicação da
benevolência (Mq 7.18). A exibição do poder do Senhor transforma pessoas. O
perdão de Deus é para sempre e livra o ofensor da culpa (Mq 7.19). É
libertador. É pleno. É completo. Suas promessas serão cumpridas (Mq 7.20). Esse
Deus exige de nós apenas a sinceridade. Nossa adoração não pode ser meramente
teatral ou ritual. Precisa ser em espírito e em verdade, respaldada pela obediência
(Sl 51.17; Jo 4.23,24). Para Miqueias, o verdadeiro cristianismo manifesta-se
na prática de três preceitos: Praticar a justiça, amar a beneficência e andar
humildemente perante Deus (Mq 6.8). Concluímos afirmando que o cristão deve
estar atento aos perigos do egoísmo, da tirania e do orgulho. O egoísmo é um
pecado contra a beneficência (caridade), a tirania é um pecado contra a justiça
e o orgulho é um pecado contra a humildade.
SUBSÍDIO
"Miqueias: Juízo
sobre as nações
Miqueias e Isaías, seu contemporâneo, ministraram no reino do sul
(Judá). O ministério de Miqueias, no entanto, começou pouco depois do de Isaías
e pode ter terminado antes. As suas punições sociais eram bastante diferentes,
pois Isaías era nobre e profetizou na corte do rei, e Miqueias era de origem
humilde, tendo falado as pessoas comuns. Ainda assim, as profecias de ambos
foram de grande importância.
O tema principal do livro profético de Miqueias é a maneira como
Deus lida com a humanidade pecadora. O propósito implícito de Miqueias, o
profeta, é advertir as pessoas, em particular o povo de Deus, de que o Senhor
não tolera o pecado e, além disso, instilar uma atitude de arrependimento.
Miqueias pressupõe que a informação de que a raça humana mais precisa é uma
dupla mensagem - as más novas, das quais a raça humana se dirige ao desastre se
deixa às suas próprias inclinações, e as boas novas, das quais Deus oferece a
salvação" (Profetas Menores: Livro de Estudo. Rio de Janeiro: CPAD, 2016,
p. 127).
CONCLUSÃO
Os
rituais religiosos tangíveis podem nos levar à acomodação. Com o tempo, isto se
torna uma prática "mecânica" que desprovida da justiça e da caridade,
não tem valor algum para Deus. O fato de irmos à Igreja gera em nós a aparente
sensação de que estamos "certos". Isto pode ser perigoso. Cultuar ao
Senhor é bom. É bíblico. Entretanto, para Deus, o que realmente importa não é o
que fazemos exclusivamente na Igreja, mas é como vivemos no mundo e como
tratamos as pessoas.
HORA DA
REVISÃO
1.
Quem foi o profeta Miqueias?
Foi
um camponês simples, nativo de Moresete, uma comunidade rural de Judá.
2.
Quando Miqueias profetizou?
Ele
profetizou no século VIII a.C. Foi contemporâneo de Isaías.
3. Miqueias destinou sua mensagem a quem?
A
Jerusalém e Samaria. Profetizou tanto para o Reino do Norte (Israel), quanto
para o Reino do Sul (Judá). Porém, grande parte de sua mensagem foi entregue a
Judá.
4.
Por qual motivo Miqueias combateu o ritualismo religioso de seus dias?
As
pessoas faziam sacrifícios a Deus, mas viviam impiamente cometendo injustiças
sociais. O problema deles não era ausência de religiosidade, mas de uma
verdadeira conversão a Deus, faltava-lhes a obediência de coração.
5.
Como Miqueias define um relacionamento verdadeiro com Deus?
Na
prática de três preceitos: praticar a justiça, amar a beneficência e andar
humildemente perante Deus.
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