Lições Bíblicas de Jovens – 3° trimestre de 2021, CPAD
| DATA DA AULA: 26/09/2021
TEXTO DO DIA
E
dizeis: Por quê? Porque o Senhor foi testemunha entre ti e a mulher da tua
mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira e a mulher
do teu concerto." (Ml 2.13,14)
SÍNTESE
Honramos
a Deus quando cumprimos os votos do casamento e satisfazemos o ideal de Deus
para a família.
Veja também:
Lição
1 PROFETAS
MENORES: GRANDES MENSAGENS EM PEQUENOS TEXTOS
Lição
2 OSEIAS:
O CASAMENTO COMO UM REFLEXO DA COMUNHÃO COM DEUS
Agenda de
leitura
SEGUNDA - Gn 2.24
O casamento como um projeto de Deus
TERÇA - Sl 128.3,4
A família regada pela bênção
divina
QUARTA - Pv 5.18
A alegria do amor
QUINTA - Ef 5.25-28
O amor como uma realidade familiar
SEXTA - Ef 5.31
A comunhão íntima do casamento
SÁBADO - Tt 2.3-6
A moderação na família
Objetivos
EXPLICAR
o
contexto social e a estrutura do livro de Malaquias;
RECONHECER os perigos de uma
religião apática e indiferente;
COMPREENDER que o propósito de Deus
para nossas vidas implica na construção de um relacionamento familiar agradável
e feliz.
Interação
Prezado
(a) professor(a), nesta última lição do trimestre estudaremos a respeito do
último livro dos profetas menores: Malaquias. Ele condenou e advertiu o povo de
Deus a respeito da adoração fingida (1.1). O Senhor busca aqueles que o adoram
em espírito e em verdade. Ele deseja do seu povo uma adoração sincera,
resultado de um coração devotado e cheio de amor. A adoração a Deus em Judá não
era leal, pois o relacionamento do povo com o Senhor havia sido interrompido
devido ao pecado. Contudo, se houvesse arrependimento as bênçãos do Senhor
seriam derramadas sobre todos.
Texto bíblico
Malaquias
2.10-13
10 Não temos nós todos um mesmo Pai? Não
nos criou um mesmo Deus? Por que seremos desleais uns para com os outros,
profanando o concerto de nossos pais?
11 Judá foi desleal, e abominação se
cometeu em Israel e em Jerusalém; porque Judá profanou a santidade do SENHOR, a
qual ele ama, e se casou com a filha de deus estranho.
12 O SENHOR extirpará das tendas de Jacó o
homem que fizer isso, o que vela, e o que responde, e o que oferece dons ao
SENHOR dos Exércitos.
13 Ainda fazeis isto: cobris o altar do
SENHOR de lágrimas, de choros e de gemidos; de sorte que ele não olha mais para
a oferta, nem a aceitará com prazer da vossa mão.
INTRODUÇÃO
De
acordo com a tradição da Septuaginta, Malaquias é o último livro do Antigo
Testamento. Sua posição no cânon justifica-se pelo fato de ter sido a
derradeira voz profética no Antigo Testamento. Comumente, quando falamos desse
livro pensamos em dízimos e ofertas. De fato, este tema foi muito bem abordado
por Malaquias, no entanto, não foi o assunto principal de sua profecia. O livro
aborda como assunto principal a sacralidade do relacionamento entre o indivíduo
e Deus e entre o indivíduo e sua família.
I - MALAQUIAS
1.
Malaquias.
Seu
nome significa "meu mensageiro". Sabemos apenas que ele foi um
profeta fiel que viveu em uma Judá pós-exílica. Ele foi contemporâneo de
Neemias. Demonstrou sua fidelidade e devoção a Deus combatendo práticas
pecaminosas que eram consentidas em seu tempo. Embora a profecia não registre
datas precisas como nos casos de Ageu e Zacarias, por inferência chegamos à
conclusão que o livro foi escrito por volta de 430 a 420 a.C. Três grupos já
haviam retornado para Jerusalém, liderados por Zorobabel (537 a.C.), Esdras
(457 a.C.) e Neemias (445 a.C.). O governante na época de Malaquias era um
homem corrupto oriundo da Persa (Ml 1.8). Malaquias viveu próximo a Neemias,
todavia, não mencionou o seu nome, por isto, especulamos que o livro tenha sido
escrito pouco tempo depois do primeiro governo de Neemias em Judá, que foi de
445-432 a.C. Aquele era um momento difícil para servir ao Senhor, pois os
religiosos mostravam-se indiferentes e as pessoas agiam segundo suas próprias
vontades. Faltava temor ao Senhor.
2.
Contexto histórico.
No
tempo de Malaquias, os judeus já haviam retornado para Jerusalém há cem anos
aproximadamente, e com o tempo, foram tornando-se apáticos na prática da fé.
Malaquias chegou a denunciar a adoração hipócrita e robotizada, bem como a
corrupção do sacerdócio (Ml 1.7-2.9). Os judeus declinavam na sua vida
espiritual. Sua profecia condenou a
idolatria (Ml 2.10-12), os divórcios e os casamentos mistos (Ml 2.11-15), o
abandono da guarda do sábado (Ml 2.8,9) e o fracasso dos dízimos por conta do
egoísmo material (Ml 3.8-10). O Templo já tinha sido construído, porém estava
sendo ignorado pelo povo.
3.
Estrutura e mensagem do livro.
O
livro de Malaquias apresenta em sua introdução a palavra peso - no hebraico
"massá"- que significa "sentença pesada" (Ml 1.1). O livro
é uma denúncia contundente contra o formalismo religioso. O povo precisava ser
confrontado e corrigido. O livro pode ser dividido em duas partes, a primeira é
uma exortação (Ml 1.2 - 3.18) composta de seis oráculos: 1) O amor do Senhor
por "Jacó" (Ml 1.1-5); 2) Exortação aos sacerdotes (Ml 1.6-2.9); 3)
Advertência contra infidelidade conjugal e os pecados da comunidade (Ml
2.10-16); 4) A justiça divina (Ml 2.17-3.5); 5) A questão dos dízimos e das
ofertas (Ml 3.6-12); 6) As marcas distintivas do servo do Senhor (Ml 3.13-18).
A segunda parte do livro refere-se ao prenúncio profético do "Dia do
Senhor" (Ml 4.1-6). Toda a profecia é costurada por meio de perguntas
retóricas incisivas que procuravam despertar a população judaica, levando-os a
refletirem sobre sua triste condição espiritual.
II -
INDIFERENÇA RELIGIOSA
1.
A ingratidão.
A
indiferença em seu estágio inicial apresenta-se como ingratidão. O profeta
declarou que o povo respondeu com ingratidão todo o amor que recebeu. Deus
declarou o seu amor para Israel, e eles responderam com cinismo: "Em que
nos amaste?" (Ml 1.2). A pergunta apresentada por Malaquias refletia o
pensamento que vigorava entre os judeus naquela época, pois estavam com seus
corações duros e com a visão embaçada e turvada, não conseguiam perceber o amor
de Deus sobre eles. O Senhor reafirmou
sua escolha revelando o cuidado com Jacó, citado como um autêntico
representante do povo de Israel (Ml 1.3-5). Ao longo dos anos, o Senhor
demonstrara todo o seu amor pelo povo, e ainda assim, Israel não sabia
reconhecer e corresponder tamanho amor. O problema da ingratidão é que além de
cegar os olhos, ela também priva o coração da emotividade e rouba o entusiasmo
da religião.
2.
Descaso religioso.
Os
sacerdotes foram acusados de desprezar o nome do Senhor (Ml 1.6). Eles traziam
ofertas imundas e realizavam sacrifícios de qualquer maneira. Não se
preocupavam com as exigências da lei (Ml 1.7,8). Deus não tinha prazer nesse
tipo de oferta e sacrifício (Ml 1.10). Deus estava cansado desse descaso e
indiferentismo. Os sacerdotes foram advertidos a mudarem de atitude, caso
contrário, sofreriam uma condenação inexorável (Ml 2.1-3). O desejo de Deus é
que sua aliança com o sacerdócio levítico estivesse sendo observada. Se eles
aderissem os princípios estabelecidos pelo próprio Deus, desfrutariam de vida e
paz (Ml 2.4,5). Os sacerdotes faziam acepção das pessoas na aplicação da lei
(Ml 2.9).
A
balança deles era injusta, pois eram interesseiros em suas relações interpessoais.
Faziam de suas funções sacerdotais uma fonte de vantagens pessoais. A verdade,
a justiça e a honestidade eram ignoradas por eles. Pessoas eram prejudicadas na
aplicação de uma lei injusta. Diante disto, os religiosos estavam provocando a
ira divina. Deus deseja de nós sinceridade e justiça naquilo que fazemos. Não
podemos nos relacionar com Deus de modo indiferente. Ele contempla tudo.
Conhece nossos corações e não se ilude com nossas ações.
O
problema da ingratidão é que além de cegar os olhos, ela também priva o coração
da emotividade e rouba o entusiasmo da religião.
III - A
FAMÍLIA É IMPORTANTE
1.
Casamento misto.
Os
homens de Judá foram desleais a Deus ao se casarem com mulheres estrangeiras
(Ml 2.10-12). Existiam leis divinas prescritas orientando a construção
familiar, no entanto, os homens tomaram suas próprias decisões, a despeito da
ordem de Deus. Os judeus estavam se casando com a "filha de um deus
estranho" (Ml 2.11). Essa questão não era racial, mas espiritual. As
mulheres de outras nacionalidades que desejavam servir a Deus eram bem-vindas
entre o povo do Senhor. Esse foi o caso de Rute. O problema era que por meio
dos casamentos mistos os homens estavam sendo corrompidos. Deste modo, os
filhos que se originavam dessas relações cresciam debaixo das influências pagãs
de suas mães. Judá estava sendo sorrateiramente
paganizada. Para a Igreja atual, também existem princípios divinos para o
casamento. Ame e se relacione com alguém que sirva a Cristo e tem compromisso
com Ele (2 Co 6.14). Não se una a alguém que se recusou a unir-se a Cristo!
Não
podemos nos relacionar com Deus de modo indiferente. Ele contempla tudo. Conhece
nossos corações e não se ilude com nossas ações.
2.
Divórcio.
A
impiedade infiltrou-se no coração do povo, de modo que eles estavam
indiferentes em relação a Deus e às suas próprias famílias. Os homens mais
velhos estavam agindo com leviandade para com suas esposas de mais idade,
trocando-as pelas jovens estrangeiras (Ml 2.14). Famílias estavam sendo
destruídas. O desejo divino era que os pais criassem filhos dedicados a Deus
(Ml 2.15). Os homens estavam ignorando o propósito divino por causa da
concupiscência da carne. Deus esperava que os homens honrassem seus
compromissos sendo leais "para com a mulher da sua mocidade" (Ml
2.15). O profeta anunciou que o Senhor desaprova o divórcio e a violência
decorrida desse ato (Ml 2.16). O descaso pela lei tinha como origem a descrença
no juízo divino. Eles eram relapsos porque acreditavam que ficariam impunes, e
chegaram a questionar: "Onde está o Deus do juízo"? (Ml 2.17). A
semelhança da geração de Malaquias, muitos jovens estão deixando a
concupiscência da carne derrotá-los. Não viva segundo a carne, mas segundo o
Espírito (2 Co 7.1; Gl 5.16,17).
3.
Família. Nossa relação com Deus influencia nossa relação familiar e esta
interfere na forma como nos relacionamos com o Senhor. Fomos criados com a
capacidade de amar. Foi Deus quem uniu pela primeira vez homem e mulher,
perpetrando o casamento como uma instituição divina (Gn 2.21-24).
SUBSÍDIO 1
"O livro de Malaquias traz evidências de ter sido elaborado
para tomar a verdadeira forma de disciplina de debate público. Difere
grandemente dos outros escritos bíblicos. Este profeta não apresenta seus
sermões ou os endereça de modo formal como fazem outros mensageiros, mas se
lança em argumentação com os ouvintes. O diálogo de pergunta e resposta reflete
a situação vigente, na qual Malaquias se encontrava, e os frequentes conflitos
verbais em que se envolvia com seus contemporâneos. Nestas perguntas e
respostas o vemos defender publicamente a honra e a justiça de Deus contra os
ataques dos oponentes céticos.
O exímio argumentador toma casa objeção e a responde antes de passar
para a pergunta seguinte: Ao longo do diálogo, descreve o amor divino, revela a
incredulidade e ingratidão do povo, exige arrependimento genuíno e responde aos
céticos, desafia a irreligiosidade em vigor e faz promessas gloriosas aos
fiéis. Já não era possível um profeta de Deus obter atenção do povo apenas com
a afirmação: 'Assim diz o Senhor'. Eram tempos de racionalismo e até os judeus
exigiam argumento lógico e racional. Queriam que as afirmações fossem
justificadas e as objeções satisfeitas" (Comentário Bíblico Beacon. Vol.
5. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p. 346).
SUBSÍDIO 2
"Além do casamento, Malaquias trata também de um tema
importante para os nossos dias: o dízimo. Quando tocamos nesse assunto, é
preciso reconhecer a existência de pessoas que tratam a questão de formas
distintas. Há os cristãos que contribuem normalmente, reconhecendo a entrega
dos dízimos como um precedente divino, ordenado antes da Lei de Moisés e
praticado inclusive por outros povos. Tal entendimento se baseia no fato de que
os dízimos - juntamente com as ofertas - são o padrão de Deus para a manutenção
física da igreja como instituição local, que possui despesas que precisam ser
cobertas com as contribuições dos fiéis.
Há cristãos que sabem da validade dos dízimos em nossos dias, e
fazem suas contribuições de forma organizada, mas que em algum momento de sua
vida financeira, por descuido ou por algum tipo de emergência ou falta de
provisões, deixam de contribuir temporariamente, mas têm em seus coração o
desejo de tornar a contribuir. Há aqueles que não contribuem por não entender
que os dízimos são a forma lícita de arrecadação de recursos financeiros, mas
não tem uma atitude zombeteria para com os que contribuem e não difundem a
ideia. O cristão que se propõe a seguir o mandamento bíblico do dízimo vence a
avareza, o materialismo e o egoísmo" (COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Os
Doze Profetas Menores. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, pp. 110,111).
CONCLUSÃO
O
livro de Malaquias nos ensina que o casamento não pode ser concebido como um
convênio transitório que pode ser desfeito facilmente sem nenhum tipo de implicação
espiritual. Pelo contrário, o matrimônio deve ser idealizado como um contrato
jurídico de união espiritual a ser honrado e venerado. A família é uma
instituição protegida por Deus porque é resultado direto dos seus planos,
portanto, se desejamos servir a Deus precisamos estar dispostos a honrar a
nossa família.
HORA DA
REVISÃO
1.
Malaquias foi contemporâneo de quem?
De
Neemias.
2.
A indiferença religiosa levou os contemporâneos de Malaquias a cometerem quais
pecados?
Eles
desobedeceram a Lei do Senhor, contraindo casamentos mistos e divorciando de
suas esposas, também abandonaram a guarda do sábado e foram relapsos e infiéis
na entrega dos dízimos e das ofertas.
3. Qual a diferença do livro de Malaquias para
os livros de Ageu e Zacarias?
Enquanto
os livros de Ageu e Zacarias procuraram motivar os judeus na obra de
reconstrução do templo trazendo esperança ao povo, o livro de Malaquias
procurou confrontar uma geração que se mostrava indiferente em sua fé.
4.
Qual era o grande problema do casamento misto?
Essa
questão não era racial, mas espiritual. O problema era que por meio dos
casamentos com pessoas de etnias diferentes, os homens estavam sendo
corrompidos e os filhos que se originavam dessas relações cresciam debaixo das
influências pagãs de suas mães.
5.
Nossa relação com Deus influencia em nossa relação familiar?
Sim.
Deus deseja que vivamos em família (Sl 68.6; 107.41; 113.9) e que nossa piedade
e espiritualidade se manifeste primeiro àqueles que convivem conosco.
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