Babilônia
é nome de um país e também da sua principal cidade. A Babilônia dominou o
cenário político do Oriente Próximo em vários períodos entre 5000 a.C. e 539
a.C. Para o estudioso da Bíblia, a Babilônia é mais famosa como a nação que
conduziu Judá para o exílio cm 586 a.C. e que destruiu Jerusalém.
Em hebraico,
o nome Babilônia está bem relacionado com a palavra Babel (Gn 10.10; 11.9).
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As
origens da Babilônia perdem- se nos estratos arqueológicos abaixo da linha de
água corrente no antigo sítio da cidade localizado cerca de 80 quilômetros ao
sul da atual Bagdá. Pouco depois de 2000 a.C., na época de Abraão, a história
da Babilônia torna-se acessível para estudos modernos. Os reis amorreus, como o
famoso Hamurábi (cerca de 1792-1750), conduziram a cidade à ascendência
internacional.
Os
reis hititas destruíram a cidade da Babilônia, pondo fim a essa dinastia
babilónica em cerca de 1595 a.C. Um período acerca do qual pouco sabemos é o
que veio sob o domínio de reis cassitas.
Em
cerca de 1350 a.C., os reis da Babilônia eram importantes o suficiente para
manter correspondência com reis egípcios. A correspondência deles mostra
problemas que ferviam no norte da Assíria. As conquistas elamitas puseram termo
a essa fase da história babilónica em cerca de 1160 a.C. Um breve
reflorescimento com Nabucodonosor (cerca de 1124-1103 a.C.) foi seguido por
duzentos anos de obscuridade e fragilidade. Os caldeus e outras tribos nômades
ocuparam boa parte da Babilônia. Pouco depois de 900 a.C., a Assíria assumiu o
controle da Mesopotâmia, incluindo a Babilônia. Os assírios muitas vezes
permitiam que os reis babilônios reinassem como vassalos, pagando-lhes tributo.
Em
721 a.C., o caldeu Marduque-apal-iddina (chamado Merodaque-Baladã no AT)
governava a Babilônia. Em 710a.C Sargão II da Assíria forçou Marduque-apal-iddiua
a fugir para junto de seus aliados em Elão. Ele voltou para a Babilônia com a
morte de Sargão em 705 e, pelo que parece, enviou mensageiros a Ezequias (2Rs
20.12- 19; Is 39). Senaqueribe da Assíria retomou o controle em 703 a.C.,
destruindo finalmente a cidade da Babilônia em 689 a.C. em reação às revoltas
apoiadas por Elão.
Nabopolassar,
chefe caldeu, estabeleceu a independência babilônica em 626 a.C. Em 612, com a
ajuda dos medos, ele destruiu Nínive, capital assíria. O faraó Neco do Egito
marchou em defesa da Assíria em 609 a.C., mas não conseguiu rechaçar os
babilônios. Nabucodonosor, o príncipe da coroa, liderou a Babilônia na vitória decisiva
sobre o Egito em Carquemis em 605 a.C. (Jr 46.2-12).
Quando
se tomou rei, Nabucodonosor forçou Jeoaquim de Judá a pagar tributo como seu
vassalo em 605 a.C. Uma vitória egípcia temporária em 601 encorajou Jeoaquim a
se rebelar (2Rs 24.1-2). Por fim, a Babilônia retaliou e forçou o novo rei de Judá,
o jovem Joaquim, a se render em 16 de março de 597 a.C. Muitos judeus foram
exilados para a Babilônia (2Rs 24.6-12).
Nabucodonosor
nomeou Zedequias como rei de Judá, mas ele também se rebelou em 589 a.C.,
apenas para ser logo derrotado em 586. Essa derrota acarretou a destruição de
Jerusalém e de seu templo e o exílio dos principais cidadãos para a Babilônia
(veja Jr 37.4-10; 52.1-30; 2Rs 25.1-21).
A
morte de Nabucodonosor deu início ao declínio gradual da Babilônia ao longo de
alguns reis que se seguiram a ele: Awel-Marduque, o Evil-Merodaque de 2 Reis
25.27-30 (561-560 a.C.); Neriglissar (560-558 a.C.); Labashi-Marduque (557
a.C.) e Nabo-nido (556-539 a.C.). Nabonido, ao que parece, tentou substituir o
deus babilônio Marduque pelo deus-lua Sin, e mudou-se para Tema, no deserto da Arábia,
onde permaneceu dez anos, deixando seu filho Belsazar no cargo (Dn 5.1). A
população babilônia ficou desanimada e recebeu de bom grado a invasão de Ciro
da Pérsia, deixando-o entrar pelas portas sem oposição em 539 a.C.
A
Babilônia estabeleceu uma sociedade complexa e sofisticada, em que se adoravam
oficialmente mais de mil deuses, ainda que cerca de só vinte exercessem forte
influência. Entre eles estavam Anu, deus dos céus; Enlil, deus da
terra e Ea, deus das águas. No auge político da Babilônia, porém, o
principal deus era Marduque, deus padroeiro da cidade de Babilônia.
Marduque
era também chamado Bel ou senhor (veja Is 46.1; Jr 50.2; 51 .44). Entre os
outros deuses estavam Shamash, o deus-sol; Sin, o deus-lua: Istar,
a deusa da estrela da manhã e do anoitecer. Istar era conhecida como a Rainha
dos Céus (veja Jr 7.18; 44.17-19).
Arqueólogos
descobriram milhares de placas babilônicas, em que se registram muitos textos
narrativos, tais como o Enuma elish, a história da criação, e a Epopéia de
Gilgamés, a história do dilúvio.
Para
os judeus e para os cristãos, a Babilônia tornou-se sinônimo do mal e o arqui-inimigo
(veja 1Pe 5.13; Ap 14.8; 16.19; 17.5; 18.2).
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