Lições Bíblicas de Jovens
– 2° trimestre de 2021, CPAD | DATA DA AULA: 30/05/2021
TEXTO DO DIA
"Na
verdade, é já realmente uma falta entre vós terdes demandas uns contra os
outros. Por que não sofreis, antes, a injustiça? Por que não sofreis, antes, o
dano?" (1 Co 6.7).
SÍNTESE
Devemos
evitar as contendas judiciais entre os membros da igreja, pois o acerto
amigável é melhor do que uma contenda jurídica, principalmente, com um irmão de
fé.
Agenda de
leitura
SEGUNDA - Pv 13.10
A contenda provém do orgulho
TERÇA - Tg 4.1
A origem das guerras e contendas
QUARTA - Tt 3.8-10
Evite as discussões
QUINTA - Fp 2.3
"Nada façais por contendas"
SEXTA - Fp 2.14
Evite as murmurações e contendas
SÁBADO - Mt 5.6
Fome e sede de justiça
OBJETIVOS
MOSTRAR o poder de julgamento da
igreja local;
APONTAR a estrutura de
funcionamento das igrejas cristãs e dos tribunais romanos;
CONSCIENTIZAR de que os conflitos e
disputas podem comprometer a vida eterna com Deus.
INTERAÇÃO
Professor (a), a ênfase da aula de hoje é mostrar que as contendas
entre membros da igreja trazem prejuízos e consequências para todo o Corpo de
Cristo. Em geral as contendas são provenientes do orgulho e da falta de temor a
Deus. Paulo mostra aos coríntios que eles deveriam evitar todo e qualquer tipo
de contendas e processos judiciais em tribunais romanos, pois os juízes não
eram cristãos e não entendiam a respeito dos ensinos e valores do Reino de
Deus. Isso não significava que eles não
deveriam procurar a justiça dos homens. O problema estava no fato de procurar
os tribunais para discutir questões pessoais entre membros da igreja e questões
de ordem interna da Casa de Deus.
É importante ressaltar que o litígio entre os irmãos estava causando
escândalos e prejudicando o avanço da pregação do Evangelho. Por isso, Paulo
pede que parem, mostrando que eles tinham competência para julgar as questões
internas.
Orientação
Pedagógica
Prezado (a) professor (a), uma das ênfases da lição deste
domingo é o litígio entre os crentes coríntios. Por isso, sugerimos que para a
aula de hoje, você faça uma "mesa redonda" com seus alunos e debata a
seguinte questão: "Por que Paulo diz que os cristãos não devem levar aos
tribunais seculares as divergências que tenham com outros crentes?"
Conclua a discussão abordando as três questões abaixo:
Se o juiz e os jurados não forem cristãos, provavelmente não
serão sensíveis aos valores cristãos.
A base para procurar um tribunal é normalmente, a vingança, esta
nunca deve ser o motivo de um cristão.
Os processos prejudicam a causa de Deus e dão uma má reputação à
igreja, fazendo com que os incrédulos se concentrem nos problemas da igreja e
não no seu propósito.
Adaptado de Bíblia de Estudo Cronológica, Aplicação Pessoal:
CPAD, 1618.
Texto bíblico
1 Coríntios
6.1-6
1
Ousa algum de vós, tendo algum
negócio contra outro, ir a juízo perante os injustos e não perante os santos?
2
Não sabeis vós que os santos hão de
julgar o mundo? Ora, se o mundo deve ser julgado por vós, sois, porventura,
indignos de julgar as coisas mínimas?
3
Não sabeis vós que havemos de julgar
os anjos? Quanto mais as coisas pertencentes a esta vida?
4
Então, se tiverdes negócios em
juízo, pertencentes a esta vida, pondes na cadeira aos que são de menos estima
na igreja?
5 Para vos envergonhar o digo: Não há,
pois, entre vós sábios, nem mesmo um, que possa julgar entre seus irmãos?
6 Mas o irmão vai a juízo com o irmão, e
isso perante infiéis.
INTRODUÇÃO
Na
lição deste domingo veremos que os membros da igreja em Corinto estavam levando
uns aos outros aos tribunais para resolver suas diferenças. O apóstolo Paulo os
exorta a respeito desse comportamento e os orienta a tratar as questões interna
entre eles. O litígio entre os irmãos estava causando escândalo para a igreja e
prejudicando a unidade. Então, o apóstolo mostra que os crentes tinham
competência para julgar as questões internas e não precisavam recorrer ao
sistema romano de justiça.
I - O PODER
DE JULGAMENTO DA IGREJA LOCAL
1.
O universo jurídico romano.
O
sistema judicial atual herdou muito do sistema jurídico e social do Império
Romano. Os romanos tiveram que desenvolver uma estrutura que atendesse a
sociedade que
era nitidamente litigiosa devido à complexidade de gestão e um
império tão abrangente. No universo jurídico romano a prática da injustiça era
comum, as decisões eram tomadas com objetivo de favorecer os patronos ricos ou
os "poderosos" citados por Paulo.
Algumas
contendas eram simplesmente pretextos para vingar ofensas e perseguir pessoas
consideradas inimigas. Dessa forma, as questões precisavam ser intermediadas
pelo sistema jurídico romano, que dava a palavra final na resolução do
problema. Todavia, a jurisprudência não era exercida com imparcialidade pelos
representantes da "justiça romana", pois a sociedade romana ficou
conhecida por ser corrupta e ter por comum a prática do suborno.
2.
A organização da igreja local.
Certamente
o modelo hierárquico do Império Romano influenciava na estrutura da igreja
local. Contudo, a igreja jamais pode se deixar levar pelo pensamento desse
mundo (Rm 12.1,2). Em uma igreja cristã nova como a de Corinto, os conflitos e
a busca dos "direitos' institucionalizados por Roma seriam inevitáveis. Mas Paulo os exortou duramente a respeito das
contendas e disputas judiciais. O apóstolo trabalhava com o objetivo de ver uma
igreja santa, sem mancha, mácula ou ruga.
3.
Paulo propõe um modelo de conciliação para a igreja cristã (vv.1-6).
A
igreja de Corinto vivia em constantes conflitos, divisões, dissensões e casos
de imoralidade (1 Co 1.10-17; 3.1-9; 5.1). Por isso, o apóstolo os exorta a
viverem uma vida de santidade e resolverem as questões internas na própria
comunidade. Paulo defende que os membros da igreja eram competentes para
tratarem os problemas e fazerem um julgamento justo, diferente do que acontecia
nos tribunais romanos.
O
apóstolo destaca que a igreja tem um papel de julgamento superior. Ele afirma que o mais desprezível dos membros
teria melhores condições de julgamento do que os poderosos juízes romanos, uma
vez que, como cristãos, teriam como base de julgamento os princípios do Reino
de Deus. O apóstolo questiona se não havia na igreja pessoas sábias, o
suficiente, para julgar as rixas internas (v.5), em vez de submeter conflitos
internos ao julgamento perante infiéis (v.6).
II - A
ESTRUTURA DE FUNCIONAMENTO DAS IGREJAS CRISTÃS E DOS TRIBUNAIS ROMANOS
1.
O funcionamento da igreja em Corinto.
A
igreja em Corinto era organizada nas casas de alguns membros. Ela teve sua
origem na casa de Justo, que ficava ao lado da sinagoga. A igreja, na sua
grande maioria, era formada pelos pobres que viviam no cais do porto de
Corinto. As famílias se reuniam geralmente nas casas das pessoas de melhor
poder aquisitivo da comunidade.
2.
O poder de julgamento da igreja estava condicionado à prática da justiça (vv.
7,8).
Se
havia conflito e rixa a serem levadas a julgamento era porque alguns
continuavam tirando vantagens dos próprios irmãos da igreja. No entanto, Paulo
afirma que tanto os que estavam causando danos como os prejudicados estavam
errados. Em 1 Coríntios 6.7, ele incentiva aqueles que foram lesados a sofrerem
a injustiça sem buscarem os recursos jurídicos, recorrendo assim aos
ensinamentos de Cristo no Sermão da Montanha (Mt 5.39).
As
pessoas mais indicadas para resolver os conflitos internos seriam os próprios
líderes da igreja. Mas, se mesmo assim as partes envolvidas não entrassem em
acordo? Certamente, os conflitos judiciais seriam inevitáveis. Há questões que,
por lei, têm de ser submetidas as autoridades legais, mas outras podem ser
tratadas pelos líderes.
3.
O modelo de funcionamento dos tribunais romanos nos dias de Paulo.
Os
tribunais romanos possuíam jurisdição e deliberavam sobre processos que
envolvessem cidadãos romanos em todo império. O Império Romano tinha como
política respeitar a "tradição local" ou "leis da terra"
dos povos dominados, como forma de fortalecer a estabilidade social. Todavia,
quando as leis provinciais entravam em conflito com as leis ou costumes romanos,
podiam ser feitos apelos aos tribunais, nesse caso o imperador era a autoridade
competente para tomar a decisão final.
Em
Corinto, o fórum do governador ficava no centro da Ágora, em sua volta vários
templos e estátuas que representavam deuses pagãos. Conforme o costume romano,
as sentenças tinham que ser proferidas de dia para que o deus Júpiter
assistisse os debates e iluminasse o julgamento. Nos demais casos, os juízes
ficavam às portas das cidades para julgar questões, uma espécie de "tribunal
de pequenas causas", quando procurados por aqueles que se diziam lesados.
III - CONFLITOS E
DISPUTAS PODEM COMPROMETER A VIDA ETERNA COM DEUS
1.
Os injustos não irão herdar o Reino de Deus (v.9).
Paulo
se volta para os defraudadores dos irmãos e os adverte quanto à perda da vida
eterna com Deus devido às
injustiças praticadas. O comportamento deles não
estava coerente com o novo relacionamento que o cristão deve ter com Deus e seu
próximo. O apóstolo estava se referindo àqueles que não se arrependem de suas
práticas injustas, mas persistem em buscar os seus próprios interesses. Os
membros que estavam defraudando o irmão e levando-os aos tribunais de forma
leviana poderiam até ganhar a causa na justiça humana, mas poderiam perder a
vida eterna. Paulo traz o tema em forma de pergunta para enfatizar a
consequência das ações injustas de alguns membros da igreja.
2.
Os irmãos fraudulentos igualmente são condenáveis como os juízes injustos
(v.10).
A
reprimenda paulina é forte; ele iguala quem defrauda o irmão com os devassos,
idólatras, adúlteros, ladrões e roubadores, avarentos, os bêbados e os
maldizentes (v.10). Portanto, todos estavam debaixo da mesma condenação. Em 1
Coríntios 6.1, o termo injusto é empregado para se referir aos juízes dos
tribunais romanos, agora em 1 Coríntios 6.9 o mesmo termo é empregado aos
crentes que cometem injustiça. Paulo considera a atitude de não suportar a
injustiça dos irmãos como um erro, pior ainda do que o erro de quem pratica a
injustiça contra um irmão. Assim, o apóstolo estimula os seus ouvintes a
reconhecerem a graça divina a seu favor, que os havia resgatado de uma vida de
miséria espiritual por meio do perdão de seus pecados.
3.
Disputas diante de juízes pagãos (v.11).
Conflitos
e disputas internas estavam sendo levadas diante dos juízes pagãos, que não
tinham o perfeito entendimento de como funcionava a organização da igreja. As
tomadas de decisões destes juízes poderiam ter um impacto negativo
significativo nos relacionamentos internos da igreja, pois não teriam como base
os princípios cristãos.
O
texto não fala quais eram os litígios que os irmãos estavam levando aos
tribunais romanos, mas é possível que fossem questões irrelevantes e sem
maiores implicações pessoais, inclusive com base nos novos princípios recebidos
pelo cristianismo.
SUBSÍDIO 1
"Paulo lida com outra situação que não estava ajudando a igreja
de Corinto em seu testemunho cristão. Os crentes coríntios, como a maioria de
hoje,
nem sempre concordavam entre si. Assim, eles estavam levando suas
querelas ao tribunal civil da feira pública, diante de juízes pagãos em vez de
levar 'perante os santos'. Esses juízes arbitrariam de acordo com as leis e
ideias pagãs, em lugar de arbritarem de
acordo com os princípios cristãos. Paulo não quer dizer que não podemos usar os
tribunais civis ou criminais para situações sérias que envolvam incrédulos. Nem
quis dizer que os juízes pagãos nunca davam um veredicto ou decisão justa. Mas
os casos entre os crentes seriam observados pelo mundo pagão, que então ficaria
a questionar o amor cristão proclamado pelos crentes coríntios. Este prospecto
horrorizava Paulo.
Paulo queria que a igreja coríntia procurasse seus membros sábios
para arbitrar as diferenças entre eles. Um dia, os crentes cristãos tomarão
parte do governo do mundo" (HORTON, Stanley M. I & II Coríntios: Os
problemas da Igreja e suas Soluções. Rio
de Janeiro, CPAD, 2017, p. 60).
SUBSÍDIO 2
"Paulo não está sendo sarcástico. Ele está falando sério.
Considerando que todos nós julgaremos o mundo e os anjos, mesmo os cristãos
mais insignificantes devem poder fazer um trabalho melhor que os juízes pagãos.
Mas ele quer envergonhá-los, porque agem como se não houvesse entre eles
ninguém sábio o bastante para resolver as disputas. A intenção de Paulo era que
suas palavras de certa forma chocassem aqueles irmãos coríntios que viviam esta
situação - que iam aos tribunais uns contra os outros perante incrédulos. Por
certo, os incrédulos ficariam chocados com isso. 'Na verdade, é já uma falta
entre vós terdes demandas uns contra os outros. Por que não sofreis, antes, a
injustiça? Por que não sofreis antes, o dano? Mas vós mesmos fazeis a injustiça
e fazeis o dano e isso ao irmão'.
Os cristãos que têm processos uns contra os outros já são
perdedores. Os dois lados já estão totalmente derrotados" (HORTON, Stanley
M. I & II Coríntios: Os problemas da Igreja e suas Soluções. Rio de Janeiro, CPAD, 2017, p. 61).
CONCLUSÃO
Diante
dos inúmeros conflitos internos da igreja em Corinto levados aos tribunais
romanos, o apóstolo propõe um modelo de conciliação para a igreja local. Paulo
adverte que quem não acatasse sua sugestão estaria correndo o risco de ser
classificado com os demais pecadores e condenados à perdição eterna.
HORA DA
REVISÃO
1.
O que era comum no universo judaico romano?
No
universo jurídico romano a prática da injustiça era comum, as decisões eram
tomadas com objetivo de favorecer os patronos ricos ou os "poderosos"
citados por Paulo.
2.
A Igreja de Cristo pode se deixar levar pelo sistema desse mundo?
A
igreja jamais pode se deixar levar pelo pensamento desse mundo (Rm 12.1,2).
3.
Qual era o objetivo do trabalho de Paulo?
O
apóstolo trabalhava com o objetivo de ver uma igreja santa, sem mancha, mácula
ou ruga.
4.
A igreja em Corinto teve origem na casa de quem?
A
igreja em Corinto teve sua origem na casa de Justo, que ficava ao lado da
sinagoga.
5.
Quem eram as pessoas indicadas para resolver os conflitos internos em Corinto?
As
pessoas mais indicadas para resolver os conflitos internos seriam os próprios
líderes da igreja.
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