🎯 Lições
Bíblicas Adultos 2º trimestre de 2021, CPAD
🎯 Assunto:
Dons Espirituais e Ministeriais — Servindo a Deus e aos homens com poder
extraordinário
🎯 Comentarista:
Elinaldo Renovato de Lima
TEXTO ÁUREO
"De modo que, tendo diferentes
dons, segundo a graça que nos é dada: [...] se é ensinar, haja dedicação ao
ensino" (Rm 12.6,7).
VERDADE PRÁTICA
Os vocacionados por Deus para o
ministério do ensino são por Ele chamados para edificar a Igreja de Cristo.
HINOS SUGERIDOS 141, 258, 429
LEITURA DIÁRIA
Segunda – At
13.1
Doutores na igreja
Terça – 1 Co
12.29
Nem todos são doutores
Quarta – 1
Tm 1.6,7
Doutores sem
entendimento
Quinta – 2
Tm 4.3
Falsos doutores
Sexta – Tg
3.1
A responsabilidade do
mestre
Sábado – Mt
4.23-25
Jesus, o mestre por
excelência
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Mateus
7.28,29; Atos 13.1;
Romanos
12.6,7; Tiago 3.1
INTERAÇÃO
Nunca foi tão necessário, como
hoje, a igreja investir na figura do mestre cristão. Quando o crente é ensinado
a estudar a Bíblia para compreender o mundo e a cultura bíblica, relacioná-la
com o mundo do século XXI e aplicá-la à vida das pessoas de maneira competente,
o risco de sofrermos o engano é amenizado. Para quem pensa ser prejudicial à
vida espiritual estudar a Bíblia com seriedade, deveria pensar na elaboração
das traduções bíblicas, por exemplo, disponíveis no Brasil. Se não houvesse
homens e mulheres levantados por Deus e versados na erudição (línguas hebraica,
grega, aramaica, egípcia e outras; a cultura oriental; a arqueologia para se
achar manuscritos dos mais antigos possíveis), por certo, não teríamos a Bíblia
traduzida em nosso idioma. Por isso, valorize quem se esmera por conhecer mais
as Escrituras.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar
apto a:
I. Aprender que
Jesus, o mestre da Galileia, é mestre por excelência.
II. Identificar a
ordem de Jesus aos seus discípulos para ensinar a igreja do primeiro século.
III. Saber
da importância do dom ministerial de ensinador na igreja local.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Prezado professor, no terceiro
tópico da lição o autor afirma: "Em nosso país, a leitura é um problema
cultural. Se as pessoas leem pouco, a igreja pouco lerá". Partindo do
princípio que essa afirmação é um fato verdadeiro no contexto cultural
brasileiro, selecione um texto que achar pertinente e leve para a sala de aula.
No final da lição, proponha a turma uma roda de leitura. Esta atividade
objetiva estimular o hábito de leitura. Então, distribua o texto ora escolhido
e peça a um ou dois alunos para lerem. Ao término, discuta o texto com os
alunos. Conclua dizendo como pode ser prazeroso e construtivo cultivar o hábito
de ler.
INTRODUÇÃO
O ministério do ensino da Palavra é
primordial para a igreja exercer o discernimento no que tange ao tempo em que
vive (culturas, teologia, filosofias etc.). Tão importante é a função do mestre
na igreja que as Escrituras declaram o quanto ele deve esforçar-se
intelectualmente para exercer tão nobre tarefa (Rm 12.7; 1 Tm 4.13). É uma
tarefa importante e indispensável que exige muito de quem a desempenha.
I. JESUS, O
MESTRE POR EXCELÊNCIA
1. O mestre da Galileia.
Doutor incomparável, "percorria
Jesus toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas, e pregando o evangelho do
Reino [...]" (Mt 4.23). No ministério terreno, seus sermões, ensinos e
discursos eram inflamados pelo amor às pessoas. Diferente dos escribas, Ele
ensinava como quem tinha autoridade (Mt 7.28,29). A verdade emanava da pessoa
de Jesus! Os que o ouviam só tinham duas opções: amá-lo ou odiá-lo. Era
impossível ouvi-lo e ficar indiferente. Jesus transtornava a consciência do
acomodado e aquietava o coração do perturbado.
2. O mestre divino.
Em visita a Jesus, um mestre da Lei
chamado Nicodemos, educado nas melhores escolas religiosas de Israel e grande
conhecedor das Escrituras hebraicas, reconheceu em Jesus um personagem incomum
de seu tempo (Jo 3.1,2). Esse mesmo fariseu, que era príncipe dos judeus,
afirmou que o Nazareno não poderia fazer o que fazia se Deus não fosse com Ele.
Jesus é chamado Mestre cerca de quarenta e cinco vezes ao longo do Novo
Testamento.
3. O mestre da humildade.
A fim de ensinar os discípulos acerca da
humildade, Jesus "levantou-se da ceia, tirou as vestes e, tomando uma
toalha, cingiu-se. Depois, pôs água numa bacia e começou a lavar os pés aos
discípulos e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido" (Jo
13.4,5). Que cena chocante para os judeus! A pergunta de Pedro descreve essa
perplexidade (v.6).
Era inimaginável um mestre encurvar-se
para lavar os pés de pessoas leigas. Jesus era um mestre e deu o exemplo aos
discípulos. O Emanuel, "Deus conosco", encurvou-se diante dos homens!
Isso se deu porque o ensino de Jesus não era mero discurso, mas "espírito
e vida" (Jo 6.63). Ele nos convida
a fazer o mesmo: "Vós me chamais Mestre e Senhor e dizeis bem, porque eu o
sou. Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os
pés uns aos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz,
façais vós também" (Jo 13.13-15).
SINOPSE DO TÓPICO (1)
Jesus, o mestre da Galileia, é reconhecido em o Novo Testamento
tanto como o Mestre Divino quanto o Mestre da humildade.
II. O ENSINO
DAS ESCRITURAS NA IGREJA DO PRIMEIRO SÉCULO
1. Uma ordem de Jesus.
Antes de ascender aos céus, de modo
solene Jesus determinou aos seus discípulos que ensinassem "todas as
nações [...] a guardar todas as coisas" que Ele tinha ordenado (cf. Mt
28.19,20). O livro de Atos registra a obediência dos primeiros apóstolos no
cuidado de cumprir a determinação de Jesus. Após a descida do Espírito Santo
(At 2.1-6), o discurso de Pedro foi um verdadeiro ensino proferido no poder do
Espírito Santo (At 2.14-40). Tendo em vista a plena edificação da Igreja na
Palavra, o Senhor Jesus, através do Espírito Santo, dotou alguns de seus servos
com o dom ministerial de mestre ou doutor (Ef 4.11). Esse dom é uma capacitação
sobrenatural do Espírito. Isso não significa, porém, que devemos descuidar de
nossa formação intelectual, pois o preparo para o ensino passa pela capacidade
de aprender para posteriormente ensinar.
2. A doutrina dos apóstolos.
O texto de Atos 2.42 informa-nos que os
primeiros convertidos "perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na
comunhão, e no partir do pão, e nas orações". Além disso, acrescenta que
em "cada alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos
apóstolos" (v.43). A "doutrina dos apóstolos" aqui referida
trata-se do conjunto de ensinos de Cristo ministrados por eles de forma
constante e eficaz para o crescimento integral dos novos crentes.
3. Ensinamento persistente.
Os primeiros mestres das Escrituras
foram os integrantes do Colégio Apostólico (At 5.42, cf. vv.40,41). A Igreja
começou nas casas, onde o ensino era ministrado a pequenos grupos nos lares.
Falando aos anciãos de Éfeso, o apóstolo Paulo mostrou-se como um verdadeiro
mestre que ensinava "publicamente e pelas casas, testificando, tanto aos
judeus como aos gregos, a conversão a Deus e a fé em nosso Senhor Jesus
Cristo" (At 20.20,21). Deus havia preparado homens para ensinar e
levantado "doutores" na igreja em Antioquia (At 13.1). O Pai
Celestial igualmente deseja levantar mestres em sua igreja. Vivemos dias em que
este ministério nunca foi tão necessário.
SINOPSE DO TÓPICO (2)
O ensino na igreja do primeiro século foi ordenado por Jesus para
os apóstolos ensinarem persistentemente.
III. A
IMPORTÂNCIA DO DOM MINISTERIAL DE MESTRE
1. Uma necessidade urgente da igreja.
Para o ministério de ensino ser eficaz
na igreja local é preciso haver pessoas vocacionadas. Não são todas que reúnem
informações exegéticas, históricas e literárias da Bíblia, aplicando-as como é
necessário. Deus concedeu à sua igreja mestres, e é preciso que ela invista
neles também. Muitas vezes, por absoluta falta de preparo dos obreiros,
predomina a superficialidade bíblica, a infantilidade "espiritual" e
o aumento do engano promovido pelas astúcias dos falsos mestres (2 Pe 2.1).
Esse dom do Senhor é para a igreja amadurecer em todas as dimensões da vida
cristã, ao mesmo tempo em que desmascara os falsos ensinos (Ef 4.14; Os 4.6).
2. A responsabilidade de um discipulado
contínuo.
Estamos acostumados a pensar que o
discipulado termina quando o novo convertido é batizado. Não há nada mais
equivocado! O Senhor Jesus chamou-nos para ser os seus discípulos por toda a
vida. Por isso, quem ensina instrui os crentes para a maturidade da fé. É um
aprendizado diário, permanente e contínuo, tanto para quem é discipulado quanto
para quem está discipulando!
3. Requisitos necessários ao mestre.
Apresentaremos alguns requisitos
importantes para a igreja reconhecer pessoas com o dom ministerial de mestre em
nossa época:
a) Um salvo em Cristo.
Não pode haver dúvidas quanto à própria
experiência salvífica por parte do vocacionado para o ministério do ensino (2
Tm 2.10-13). Infelizmente há pessoas que não creem naquilo que ensinam. Assim,
não há verdade nem firmeza nelas.
b) O hábito de ler.
Em nosso país, a leitura é um problema
cultural. Se as pessoas leem pouco, a igreja pouco lerá. Entretanto, como
ensinaremos se não lermos? O hábito da leitura era levado a sério no ministério
do apóstolo Paulo (1 Tm 4.13; 2 Tm 4.13).
c) Preparo intelectual.
A Bíblia é o instrumento de trabalho do
ensinador cristão. Considerando este livro milenar, veremos que a cultura e o
mundo da Bíblia são diferentes do nosso. Por isso, o mestre deve compreender o
mundo da Bíblia (suas questões culturais, linguísticas, exegéticas etc.) para
não fazer apelações fantasiosas, apresentando-as como exposição da Palavra de
Deus.
d) Um coração em chamas.
Martin Loyd-Jones dizia que a verdadeira
pregação era teologia em fogo. É vontade de Deus que o vocacionado ao ensino
utilize os avanços das ciências bíblicas para pregar a Palavra de Deus na força
do Espírito Santo. Precisamos alcançar as mentes e os corações dos nossos dias,
e isto apenas será possível quando tivermos obreiros com uma mente bem
preparada e conectada a um "coração em chamas" e apaixonado por Jesus
(At 3.12-26).
SINOPSE DO TÓPICO (3)
O dom ministerial de mestre é uma necessidade para a igreja local e
uma responsabilidade para um discipulado permanente.
CONCLUSÃO
É preciso desfazer a ideia propagada ao
longo de décadas acerca do preparo intelectual do crente. Não é verdade que necessariamente
ele esfriará na fé se estudar. Se fosse assim Paulo seria o mais frio dos
apóstolos do Novo Testamento, pois não havia obreiro mais bem preparado que ele
(At 17.15-34; Tt 1.12). Este, no entanto, soube conjugar preparo intelectual e
poder do alto. É disso que as nossas igrejas precisam: homens cheios do
Espírito, mas do mesmo modo, com a mente iluminada para responder, com mansidão
e temor, a razão da nossa esperança (1 Pe 3.15).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
"MESTRE
Nas Escrituras, essa palavra
está geralmente designando uma pessoa que é superior a outras, em poder,
autoridade, conhecimento ou em algum outro aspecto. Várias palavras são
traduzidas como 'mestre' nas várias versões da Bíblia Sagrada. A palavra
hebraica mais frequente, 'adon, significa 'soberano' ou 'senhor'. O significado
literal de várias palavras gregas varia de 'instrutor' ou didaskalos, como em
Mateus 10.24, até 'déspota' ou despotes, com em 1 Pedro 2.18. Outra palavra
grega traduzida como 'mestres', epistates, significa 'meu mestre' ('superior'
ou 'professor'), com em João 4.31. [...] Duas palavras gregas para 'mestres'
ocorrem em Mateus 23.8-10, 'Vós, porém, não queirais ser chamados Rabi [rhabbi,
'meu mestre', ou 'professor'], a saber, o Cristo, e todos vós sois irmãos. E a
ninguém na terra chameis vosso pai porque um só é o vosso Pai, o qual está nos
céus. Nem vos chameis mestres [kathegetes, 'líderes'], porque um só é vosso
Mestre, que é o Cristo" (PFEIFFER, Charles F.; REA, John; VOS, Howard F.
(Eds.). Dicionário Bíblico Wycliffe. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, pp.
1261,62).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
"É
ordem de Jesus Cristo
Mateus 28.19,20 enfoca a lente
zoom do Espírito Santo na Grande Comissão, que são as últimas palavras de Jesus
Cristo ditas aos discípulos antes da ascensão dele. Cinco referências da Grande
Comissão no Novo Testamento (Mt 28.19,20; Mc 16.15,16; Lc 24.46-48; Jo
20.21-23; At 1.8) indicam que não é algo aleatório, mas essencial para a
estratégia de nosso Senhor.
O mandato 'Fazei discípulos'
(ARA) inclui intrinsecamente o ensino. Mas temos de notar que o ensino
requerido aqui é o de determinada espécie, isto é, 'guardar [obedecer] todas as
coisas' que Cristo ordenou. Em outras palavras, Seus ensinamentos foram
designados para produzir informação e transformação. Esse tipo de instrução é
muito exigente e inacreditavelmente difícil de se realizar.
FOI PRATICADA PELA IGREJA PRIMITIVA
Não há a menor sombra de
dúvida de que o Novo Testamento ordena a Igreja a ensinar. Mas a Igreja
primitiva obedeceu mesmo a esse mandamento?
A Ilustração. Em Atos 2.41-47,
temos um retrato da Igreja primitiva, o qual nos informa que eles 'perseveravam
na doutrina [ensino] dos apóstolos' (2.42). Este era o padrão contínuo; não uma
exceção.
A Implementação. Efésios 4
confirma o compromisso de ensinar. Jesus Cristo, após subir aos céus, deu dons
aos homens, a fim de que servissem à Igreja, conforme está escrito: 'Uns [...]
para pastores e doutores [mestres, professores]' (Ef 4.11). O propósito?'
'Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para
edificação do corpo de Cristo' (Ef 4.12); mais outra prova de que os talentosos
são chamados para o ministério da multiplicação e não da adição.
Para o judeu, não havia uma
posição mais alta na escada da sociedade do que a de rabino. Por conseguinte,
quando a Igreja do primeiro século foi ensinada sobre a doutrina dos dons
espirituais, confrontou-se com um problema. As pessoas clamavam pelo 'dom de
ensino' com todos os privilégios a ele pertencentes. Como resultado, Tiago teve
de emitir esta advertência: 'Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres
[professores], sabendo que receberemos mais duro juízo' (Tg 3.1). Considerando
que o professor é compelido a falar e que a língua é o último membro a ser
dominado (Tg 3.2), deve-se ter muito cuidado, ao aspirar tal responsabilidade,
ponderada e sensata" (GANGEL, Kenneth; HENDRICKS, Howard G. (Eds.). Manual
de Ensino para o Educador Cristão: Compreendendo a natureza, as bases e o
alcance do verdadeiro ensino cristão. 4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005,
pp.6,7).
SAIBA MAIS
EXERCÍCIOS
1. Quais eram as duas opções de quem
ouvia o Mestre dos mestres?
R. Amá-lo ou odiá-lo.
2. O que Jesus fez a fim de ensinar
acerca da humildade?
R. O mestre da Galileia "levantou-se
da ceia, tirou as vestes e, tomando uma toalha, cingiu-se. Depois, pôs água
numa bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a enxugar-lhos com a
toalha com que estava cingido" (Jo 13.4,5).
3. Qual foi a ordem de Jesus para a
Igreja antes de ascender aos céus?
R. Determinou aos seus discípulos que
ensinassem "todas as nações [...] a guardar todas as coisas" que Ele
tinha ordenado.
4. De acordo com a lição, o que
significa a doutrina dos apóstolos?
R. Trata-se do conjunto de ensinos de
Cristo ministrados por eles, de forma eficaz, a fim de produzir crescimento
integral aos novos crentes.
5. O que é necessário para que o
ministério de ensino na Igreja seja eficaz?
R. É preciso haver pessoas vocacionadas.