TEXTO
BÍBLICO
Gaiatas 5.16-26
Destaque
"Porque o que a
nossa natureza humana quer é contra o que o Espirito quer, e o que o Espírito
quer é contra o que a natureza humana quer. Os dois são inimigos, e por isso
vocês não podem fazer o que vocês querem.” (Gl 5.17)
LEITURA DEVOCIONAL
SEG. ..........................................
Lc 6.43-45
TER.............................................Jo
15.16
QUA.............................................Rm
8.12,13
QUI..............................................Ef
4.17-24
SEX.............................................Cl
3.1-3, 5-11
SÁB.............................................Gl
5.16
DOM............................................Rm
13.13,14
Veja também:
Objetivos
1- Conscientizá-los
sobre a permanente luto entre a carne e o Espírito;
2- Descrever os
resultados de uma v da dominada tanto pela carne quanto pelo Espírito;
3- Convocá-los a
uma vida frutífera diante de Deus e dos homens,
Material Didático
Professor, para a
aula de hoje, você precisará de dois corações grandes de cartolina vermelha, 24
tiras de papel contendo uma das 15 obras da carne e uma das nove virtudes ao
Fruto do Espírito, bem como um saco plástico.
QUEBRANDO A ROTINA
Caro professor,
ao introduzir o segundo tópico da lição, sugerimos que você faça dois grandes
corações de cartolina vermelha. Em seguida, divida a ciasse em dois grupos e
distribua um coração para cada grupo. O grupo 1 representará a natureza humana
caída dominada peio pecado e o grupo 2, a nova natureza humana restaurada e
guiada pelo Espirito Santo. Peça aos alunos que peguem dentro do saco apenas as
características que representam a natureza do coração que possuem em mãos; caso
peguem diferentes características, que devolvam ao saco. Apôs colorem as
características dentro do coração e terminarem a dinâmica, explique-os que
podemos produzir obras da carne ou Fruto do Espírito, dependendo de quem terá o
controle de nossa vida. Estimule-os a andarem na Espírito para que vençam a
carne e que produza neles o fruto digno do arrependimento.
ESTUDANDO A BÍBLIA
Não podemos nos
esquecer de que os seres humanos são produto tanto da Criação como da Queda;
embora criados à imagem e semelhança de Deus, fomos deformados pelo pecado.
Depois que o pecado entrou no mundo nunca mais fomos os mesmos. Agora, a criatura
vive em conflito com o Criador, com seus semelhantes e o restante da Criação;
vive segundo sua natureza pecaminosa. Somente a ação poderosa do Espírito Santo
no interior do ser humano pecaminoso é capaz de transformá-lo em nova criatura e
conduzi-lo à liberdade plena para uma vida frutífera.
O confronto com a
nossa natureza
Todos nós passamos da
condição de inimigos para amigos de Deus por meio da graça revelada em Jesus
Cristo no Calvário. Entretanto, apesar desta nova condição desfrutada a partir
do novo nascimento (Jo 3.3-8; Gl 3.2; 4.29), ainda que perdoados, purificados e
habitados pelo Espírito Santo, não deixamos de hospedar, dentro de nós, uma
fera chamada “carne". Tal expressão, no capítula cinco de Gaiatas, sobre a
qual iremos refletir, não guarda nenhuma relação com aquilo que envolve o nosso
esqueleto, ou o corpo, mas sim com a natureza pecaminosa que herdamos de nossos
primeiros pais, Adão e Eva, quando resolveram desobedecer ao Criador (Gn 3). A
partir desse raciocínio Paulo diz que diariamente, em nós, ocorre um conflito,
uma luta, uma ferrenha oposição entre nossa velha natureza (carne) e o Espírito
Santo, pelo qual recebemos essa nova natureza por intermédio do novo nascimento
(Gl 5.17).
Como solução do
conflito entre a carne e o Espírito que ocorre em nosso interior, a Bíblia nos
convida a lutar contra a carne, mas entregando totalmente o controle da nossa
vida ao Espírito Santo, a fim de que Ele, que é capaz de efetuar em nós a
verdadeira justiça que vem pela fé, nos ajude a combater efetivamente os
desejos de nossa natureza pecaminosa, a qual conspira diuturnamente contra Ele
e, conseguintemente, a nossa santidade (5.1,16-25). Ora, o Espírito Santo não é
uma influência ou força ativa; Ele é uma pessoa divina, assim como o Pai e o
Filho. De maneira que se o Filho, na cruz, pagou o preço pelos nossos pecados
como parte do plano que o Pai nos planejou, é o Espírito Santo que aplica isso
à nossa vida quando nos submetemos a Ele.
Somente pelo e no
Espírito somos fortalecidos e podemos vencer o carne. Não abra mão de viver uma
vida cheia do Espírito Santo. Não temos nada a perder, muito pelo contrário,
com o Espírito e em sua força somos mais que vencedores. Ande no Espírito!
AUXÍLIO
TEOLÓGICO
"Andai em Espírito e não cumprireis a
concupiscência da carne' (G! 5.16-18).
O
motivo de sermos verdadeiramente livres não é o fato do nosso passado ter sido
mudado, ou o fato dos nossos sentimentos atuais terem mudado. Ainda podemos nos
sentir inadequados, inseguros, hesitantes, e com medo. Nós somos livres porque
Deus nos deu o seu Espírito Santo. O Espírito de Deus em nosso interior nos
capacita. Liberdade não significa uma vida sem conflitos, significa a
possibilidade de viver sem experimentar derrotas! As nossas fraquezas não
precisam nos arrastar para baixo, o nosso passado não mais nos incapacita. O
Espírito Santo está ao nosso lado na guerra contra os desejos da nossa natureza
pecadora. Nós não olhamos mais para a Lei, e lutamos. Olhamos para o Espírito
Santo, confiamos nEle, e fazemos o que é certo” (RICHARDS, Lawrence O.
Comentário Devocional da Bíblia. Rio de janeiro: CPAD, 2012, p.848).
Fruto do Espírito X
Obras da Carne
Dando sequência em
seu argumento, Paulo fala de dois tipos de comportamentos possíveis produzidos
pelas respectivas naturezas quando assumem o controle de nossas vidas, a saber:
1. Obras da Carne (vv. 19-21).
As obras da natureza
humana caída, embora invisíveis, são conhecidas por todos: “As coisas que a
natureza humana produz são bem conhecidas” (Gl 5.19). Ainda que não exaustiva,
o apóstolo relaciona, em uma lista, quinze práticas que demonstram uma vida
controlada pelos desejos humanos pecaminosos, conhecidas como obras da carne.
Tais obras, segundo o pastor John Stott, abrangem pelo menos quatro áreas da
vida humana:
1) área do sexo:
imoralidade sexual, impureza e ações indecentes; 2) área da religião: Adoração
de ídolos, feitiçarias;
3) área social:
inimizades, brigas, ciumeiras, acessos de raiva, ambição egoísta, desunião,
divisões, invejas; e
4) área da
alimentação: bebedeiras e farras.
Paulo deixa evidente
que aqueles que escolhem viver suas vidas debaixo do domínio da natureza
pecaminosa, produzindo suas más obras, recebem uma dura advertência: “[...] não
receberão o Reino de Deus” (v.2l).
2. Fruto do Espírito (vv.22,23).
A nova natureza que
recebemos com o novo nascimento marca uma maneira completamente diferente de
vivermos, que é permitir o Espírita de Deus dirigir nossa vida (vv.16,18).
Agora, como bem afirmou Paulo, "já não sou eu quem vive, mas Cristo é quem
vive em mim” (2.20). Ou seja, aqueles que andam no Espírito têm sua carne
controlada, mortificada diariamente, e neles o Espírito produz o que o apóstolo
chamou de "fruto”. Na carta, o "fruto do Espírito” apresenta nove
virtudes que descrevem a atitude do cristão para com Deus, consigo mesmo e com
próximo:
1) Atitudes
relacionadas a Deus: amor, alegria, paz;
2) Atitudes
relacionadas ao próximo: paciência, delicadeza, bondade;
3) Atitudes
relacionadas com o indivíduo: fidelidade, humildade, domínio próprio.
Aqueles que andam no
Espírito e manifestam visivelmente seu fruto, o apóstolo ratifica: "Contra
essas coisas não existe lei” (v.23).
Não se esqueça, sua
nova natureza tem sede de comunhão com Deus e de uma vida santa. Porém, sua
velha natureza anseia pelos perversos desejos pecaminosos.
AUXÍLIO
TEOLÓGICO
A vida pelo Espírito’ (5.13-26)
[...]
Deus não nos libertou da Lei para que pudéssemos nos comportar de maneira
ilegal, mas para que ao confiarmos completamente no Espírito, Ele pudesse transformar
nosso interior. [...] A primeira lista contém quatro categorias distintas de
atos da carne. Cada ama delas é um comportamento, um ato público e não uma
característica de personalidade... Em contraste, a lista que Paulo fornece do
Fruto produzido pelo Espírito não inclui nenhum ato nem comportamento
específico! Tudo nesta lista é interior, uma qualidade de caráter. Por que
Paulo não faz estas duas listas estritamente correspondentes e contrasta as
ações devotas com as ações pecadoras, ou contrasta as características devotas
da personalidade com as pecaminosas? Quem sabe a melhor explicação é que a Lei,
que os judaizantes tanto elogiavam, lida somente com o exterior em sua
abordagem à justiça. Ela está relacionada com o que uma pessoa faz, e não com o
que a pessoa é... Na melhor hipótese, o que fazemos é apenas um reflexo do que
somos. A maneira de se produzir justiça é fazer uma mudança interior para que a
pessoa torne-se realmente amorosa e boa” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário
Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, p.414).
A manifestação do
Fruto do Espírito
O fruto do Espírito
se manifesta em nossas vidas por meio das obras. Não há como negar que nossas
atitudes falam mais alto que as palavras. Foi o próprio Jesus quem disse que as
pessoas são conhecidas ou reveladas peta qualidade dos frutos que produzem,
pois "a árvore boa não dá frutas ruins, assim como a árvore que não presta
não dá frutas boas" (Lc 6,43). Ou seja, assim como a mangueira não pode
produzir nada diferente de manga, igualmente o ser humano descomprometido com
Deus — que rejeitou Jesus Cristo como seu Salvador e Senhor — não pode produzir
nada além de obras que manifestam os desejos pecaminosos escondidos em seu
coração.
O fruto que o
Espírito Santo produz em nós não é produzido para ser apenas admirado ou usado
como adereço, ou ainda, publicado como troféu nas redes sociais, a fim de ser
compartilhado ou curtido. Mas para ser oferecido como alimento às pessoas
carentes da graça de Deus que estão em nosso redor, pois elas estão famintas e
sedentas de amor, alegria, paz, paciência, delicadeza, bondade, fidelidade,
humildade e domínio próprio.
Jesus é a videira
verdadeira e nós os galhos, enquanto estivermos ligados nEle, o Espírito Santo
produzirá belos e saborosas frutos em nós (Jo 15), pois o próprio Cristo disse
"não foram vocês que me escolheram; pelo contrário, fui eu que os escolhi
para que vão e deem fruto e que esse fruto não se perca. Isso a fim de que o
Pai lhes dê tudo o que pedirem em meu nome" (Jo 15.16).
AUXÍLIO
TEOLÓGICO
O Relacionamento entre os Dons e o Fruto
Qual o
relacionamento entre os dons e o Fruto do Espírito? O Fruto tem a ver com o
crescimento e o caráter; o modo da vida é o teste fundamental da autenticidade.
O Fruto, em Gálatas 5.22,23, consiste nas “nove graças que perfazem o Fruto do
Espírito — o modo de vida dos que são revestidos pelo poder do Espírito que
neles habita". Jesus disse: "Por seus frutos os conhecereis” (Mt
7.16-20); ver também Lc 6.43-45). Os aspectos do Fruto estão entrelaçados de
modo delicado nas três passagens que falam dos dons. Tanto em Gálatas quanto
nos textos que definem os dons, as qualidades do Fruto fluem horizontalmente
entre si no ministério (1 Co 13; Rm 12.9,10; Ef 4.2). O tema principal de
Gálatas não é a justificação pela fé, embora pareça predominar. O fato é que o
propósito da justificação pela fé é o andar no Espírito. A mesma ênfase no
andar (ouvida) no Espírito prevalece nas lições às igrejas na Ásia Menor
(Éfeso), na Acaia (Corinto) e na Itália
(Roma)” (HORTON, Stanley M. ed. Teologia Sistemática: Uma perspectiva
Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p.488).
Recapitulando
Nós cristãos vivemos
uma luta interna permanente. A carne e o Espírito lutam pelo controle de nosso
vida. A carne ao dominar o ser humano produz obras perversas. Em contrapartida,
o Espírito ao assumir o controle de nossa vida produz em nós amor, alegria,
paz, paciência, delicadeza, bondade, fidelidade, humildade e domínio próprio.
Devemos assumir um
compromisso diante de Deus e dos homens de sermos adolescentes guiados pelo Espírito
Santo, pois assim seremos capazes de influenciar uma geração perversa e
rebelde. Somente pelo Espírito somos capazes de vencer a carne e frutificar em
toda boa obra. Jesus disse: "sem mim vocês não podem fazer nada” (Jo
15.5). Viva pelo Espírito. Ande no Espírito.
RECAPITULANDO
1. Como é possível vencer a natureza pecaminosa?
Somente pelo e no
Espírito somos fortalecidos e vitoriosos sobre ela.
2. Quando o apóstolo Paulo refere-se à "carne”, ele
tem em mente o nosso corpo físico?
Não. Ele tem em mente
a natureza humana caída.
3. Onde e como podemos manifestar o fruto do Espírito?
O fruto do Espírito
se manifesta em nossas vidas por meio de nossas obras, palavras e ações
concretas.
Fonte: Lição Bíblica de Adolescentes
Editora: CPAD
Revista: Professor
Reverberação: Subsídios EBD