Teologicamente a doutrina dos anjos é chamada de
“angelologia. O vocábulo “angelologia” procede de dois termos gregos: angelos, traduzido por “mensageiro” ou “enviado”, e logia, “discurso” ou “tratado”.
Angelologia, portanto, é a
doutrina que estuda a natureza, o caráter, e a missão dos anjos, conforme as
Escrituras. No Antigo Testamento, os anjos são chamados de mal’āk, isto é, “mensageiro ou representante”. Enquanto no
grego e no hebraico, os anjos são denominados pela função (mensageiro), na
língua aramaica, eram chamados de qaddîsh, isto é, “santos”, descrevendo-lhes o caráter e não
apenas o ofício.
Quanto ao caráter, a Bíblia afirma que os anjos são mansos (2
Pe 2.11), obedientes e poderosos (Sl 103.20), sábios (2 Sm 14.17), e reverentes
(Is 6.2,3). A respeito do ministério angélico, a Escritura declara que: adoram
a Deus (Sl 103.20; 148.2), protegem os servos de Deus (Sl 34.7), e executam
juízos divinos (2 Rs 19.25).
I. OS ANJOS
1. Definição
Somente
as Escrituras revelam informações confiáveis sobre os anjos. Eles são
mencionados cerca de 108 vezes no Antigo Testamento e 165 vezes no Novo
Testamento. A designação anjos - seja mal'ak
do hebraico do Antigo Testamento ou angelos
do grego do Novo Testamento - significa 'mensageiro'.
Esses
seres executam o propósito de Deus, a quem servem. Os santos anjos são os
mensageiros daquele que os criou, enquanto que os anjos caídos são os
mensageiros de Satanás - “o deus deste século” - a quem eles escolheram servir.
Embora
Deus não tenha dado ao homem reciprocidade de conversa com os anjos, eles estão
evidentemente cônscios da vida e das atividades humanas (Hb 1.14), e o fato da
existência deles é nada menos que certa. A Bíblia revela também que os anjos
estão sujeitos à classificação.
Há
anjos notáveis e ministérios que são registrados - Gabriel, Miguel, o Querubim,
o Serafim, os principados e as potestades, anjos eleitos, e os santos anjos,
que sempre devem ser distinguidos dos anjos caídos de cujo grupo alguns estão
livres, e alguns estão presos em cadeias, no aguardo do iminente juízo.
2. Sua natureza
Os
anjos são:
a) Criaturas, isto é, seres
criados. Foram feitos do nada pelo poder de Deus. Não conhecemos a época exata
de sua criação, porém sabemos que antes que aparecesse o homem, já eles
existiam havia muito tempo, e que a rebelião daqueles sob Satanás se havia
registrado, deixando duas classes — os anjos bons e os anjos maus. Sendo eles
criaturas, recusam a adoração (Ap 19.10; 22.8, 9) e ao homem, por sua parte, é
proibido adorá-los. (Gl 2.18)
b) Espíritos
Os
anjos são descritos como espíritos, porque, diferentes dos homens, eles não
estão limitados às condições naturais e físicas. Aparecem e desaparecem à
vontade, e movimentam-se com uma rapidez inconcebível sem usar meios naturais.
Apesar de serem puramente espíritos, têm o poder de assumir a forma de corpos
humanos a fim de tornar visível sua presença aos sentidos do homem. (Gn.
19.1-3.)
c) Imortais, isto é, não estão
sujeitos à morte. Em Lucas 20.34-36, Jesus explica aos saduceus que os santos
ressuscitados serão como os anjos no sentido de que não podem mais morrer.
d) Numerosos
As
Escrituras nos ensinam que seu número é muito grande. "Milhares de
milhares o serviam, e milhões de milhões" (Dn 7.10). "Mais de doze
legiões de anjos" (Mt 26.53). "Multidão dos exércitos
celestiais" (Lc 2.13). "E aos muitos milhares de anjos" (Hb
12.22). Portanto, seu Criador e Mestre é descrito como o "Senhor dos
exércitos".
e) São assexuados
Os
anjos não se reproduzem nem estão sujeitos à morte (Mc 12.25; Lc 20.36). Os
anjos sempre são descritos como varões, porém na realidade são assexuados; cada anjo é uma criação
original. Por esta causa não propagam a sua espécie; eles não têm sexo, ainda
que citados no sentido masculino, porém neste campo são neutros. (Lc 20.34,
35). As Escrituras, jamais, inferem aos anjos pronomes do gênero feminino como:
"angélica".
3. Sua classificação
Visto
como "a ordem é a primeira das leis do céu", é de esperar que os
anjos estejam classificados segundo o seu posto e atividade. Tal classificação
é implícita em 1Pe 3.22, onde lemos: "os anjos, as autoridades, e as
potências". (Cl 1.16; Ef 1.20, 21.)
a) Anjo do Senhor
A
maneira pela qual o "Anjo do Senhor" é descrito, distingue-o de
qualquer outro anjo. É-lhe atribuído o poder de perdoar ou reter pecados,
conforme diz o Antigo Testamento. O nome de Deus está nele. (Êx 23.20-23.)
Em
Êx 32.34 se diz: "Meu anjo irá adiante de ti"; em Êx 33.14 há esta
variação: "Minha presença (literalmente, 'meu rosto') irá contigo para te
fazer descansar." As duas expressões são combinadas em Is 63.9; "Em
toda a angústia deles foi ele angustiado, e o anjo da sua face os salvou."
Duas
coisas importantes são ditas acerca desse anjo: primeiro, que o nome de Jeová,
isto é, seu caráter revelado, está nele; segundo, que ele é o rosto de Jeová,
ou melhor, o rosto de Jeová pode-se ver nele. Por isso tem o poder de salvar
(Is 63.9); de recusar o perdão (Êx 23.21). Veja-se também a identificação que
Jacó fez do anjo com o próprio Deus. (Gn 32.30; 48.16.) não se pode evitar a
conclusão de que este Anjo misterioso não é outro senão o Filho de Deus, o
Messias, o Libertador de Israel, e o que seria o Salvador do mundo. Portanto, o
Anjo do Senhor é realmente um ser incriado.
b) Arcanjo
Os
arcanjos são anjos chefes, revestidos por Deus de autoridade sobre outros
anjos.
ü O Arcanjo Miguel
Miguel,
cujo nome traduzido do hebraico significa “quem é semelhante a Deus”, é um
arcanjo, também chamado “um dos primeiros príncipes” (Dn 10.13-21). Miguel está
investido da missão especial de proteger o povo de Israel (Dn 12.1). Quando
Israel estava prestes a cumprir a profecia sobre a sua volta do cativeiro de
Babilônia (Dn 9.2), os príncipes dos demônios queriam a todo custo impedir essa
vitória (Dn 10.13). Miguel, então, lutou contra eles, garantindo a volta.
ü O Arcanjo Gabriel
A
maneira pela qual Gabriel é mencionado, também indica que ele é de uma classe
muito elevada. Ele está diante da presença de Deus (Lc 1.19) e a ele são
confiadas às mensagens de mais elevada importância com relação ao reino de Deus
(Dn 8.16; 9.21).
Gabriel
levou a resposta de Deus a Daniel, a qual continha uma revelação para aquele
tempo e também é uma chave para a compreensão da palavra profética (Dn 8.16;
9.21-27). Gabriel foi o portador da mensagem a Zacarias sobre o nascimento de
João Batista, o precursor de Jesus (Lc 1.11- 13,19). Foi também ele quem trouxe
a grandiosa mensagem para a virgem Maria, de que ela haveria de dar à luz o
Filho de Deus (Lc 1.26-35).
ü Outros Arcanjos
Existem
outros arcanjos mencionados com destaque, como o anjo a quem foi dada a chave
do abismo (Ap 9.1), o anjo das águas (Ap 16.5), o anjo que tem poder sobre o
fogo (Ap 14.18) e aquele anjo que João presenciou na sua visão e que tinha
grande poder, pois a terra foi iluminada com a sua glória (Ap 18.1).
c) Anjos eleitos são provavelmente
aqueles que permaneceram fiéis a Deus durante a rebelião de Satanás, (1 Tm
5.21; Mt 25.41).
d) Anjos das nações
Daniel
10.13, 20 parece ensinar que cada nação tem seu anjo protetor, o qual se
interessa pelo bem-estar dela. Era tempo de os judeus regressarem do cativeiro
(Dn 9.1, 2), e Daniel se dedicou a orar e a jejuar pela sua volta. Depois de
três semanas, um anjo apareceu-lhe e deu como razão da demora o fato de que o
príncipe, ou anjo da Pérsia, havia-se oposto ao retorno dos judeus.
A
razão talvez fosse por não desejar perder a influência deles na Pérsia. O anjo
lhe disse que a sua petição para o regresso dos judeus não tinha apoio a não
ser o de Miguel, o príncipe da nação hebraica. (Dn 10.21.) O príncipe dos
gregos também não estava inclinado a favorecer a volta dos judeus. (Dn 10.20.)
e) Os querubins
São
também anjos de elevada graduação e chamados “querubins da glória” (Hb 9.5). Os
querubins ocupam um posto de grande responsabilidade na administração divina,
junto ao trono de Deus. A Bíblia diz que Deus está entronizado entre os querubins
(Sl 99.1; 80.1; Is 37.16; 2 Rs 19.15; 2 Sm 6.2).
Entre
os querubins, destacam-se os quatro seres viventes (Ap 4.6-9), considerados
como querubins de alta categoria (Ez 10.20), pois sempre se acham ao redor do
trono de Deus e do Cordeiro (Ap 4.6,9). O profeta Ezequiel também teve uma
visão desses querubins, relatada nos capítulos de 1 a 10 de seu livro.
f) Os serafins são mencionados em
Isaías, capítulo 6. Pouco sabemos acerca deles. A palavra serafins significa
literalmente "ardentes". Os serafins são também anjos de alta
graduação. A Bíblia faz menção deles uma só vez (Is 6.1-6). O seu nome indica a
sua alta patente.
Os
serafins têm três pares de asas. Com duas cobrem o rosto em reverência diante
de Deus, e com duas cobrem os pés, para que as suas próprias obras não
apareçam, e com duas voam. Eles sempre clamam uns aos outros: “Santo, Santo,
Santo é o Senhor dos Exércitos”!
g) Os 24 anciãos
Junto
ao trono de Deus encontramos um grupo de seres angelicais da mais elevada
função celestial (Ap 4.4-10; 6.5-14; 7.11-13; 11.6; 14.3; 19.4), chamado de “os vinte e quatro anciãos”. Deus os
encarregou de representarem a igreja de Deus de todos os tempos. Dessa maneira,
12 anciãos representam a igreja do Antigo Testamento (as 12 tribos de Israel),
enquanto outros 12 representam a igreja do Novo Testamento (os 12 apóstolos do
Cordeiro). Isso se registra conforme a visão do apóstolo João na cidade
celestial chamada nova Jerusalém, onde os nomes das 12 tribos de Israel estão
gravados nas 12 portas da cidade (Ap 21.12), e os 12 apóstolos do Cordeiro nos
12 fundamentos dessa cidade (Ap 21.14).
A
Bíblia não revela a sua função, porém informa que eles têm vestidos brancos,
com coroas de ouro sobre as suas cabeças (Ap 4.4), e permanecem sempre diante
do trono de Deus (Ap 4.4), cantando louvores ao Cordeiro pela salvação que Ele
ganhou com o seu sangue (Ap 5.8-13).
h) Anjos Especialmente
Designados
Certos
anjos são conhecidos somente pelo serviço que prestam. Desses, há aqueles que
servem como anjos de juízo (Gn 19.13; 2 Sm 24.16; 2 Rs 19.35; Ez 9.1, 5, 7; SI
78.49). Fala-se do “vigilante" (Dn 4.13, 23); do “anjo do abismo” (Ap
9.11); do anjo que “tinha poder sobre o fogo” (Ap 14.18); do “anjo das águas”
(Ap 16.5); e dos “sete anjos” (Ap 8.2).
4. Seu caráter
a)
Obedientes
Eles
cumprem os seus encargos sem questionar ou vacilar. Por isso oramos: "Seja
feita a tua vontade, assim na terra como no céu" (Mt 6.10; Sl 103.20;
Judas 6; 1 Pe 3.22).
b)
Reverentes
Sua
atividade mais elevada é a adoração a Deus. (Ne 9.6; Fl. 2.9-11; Hb 1.6.)
c)
Sábios
"Como
um anjo... para discernir o bem do mal", era uma expressão proverbial em
Israel. (2 Sm 14.17.) A inteligência dos anjos excede a dos homens nesta vida,
porém é necessariamente finita. Os anjos não podem diretamente discernir os
nossos pensamentos (1 Reis 8.39) e os seus conhecimentos dos mistérios da graça
são limitados (1 Pe 1.12). Como diz certo escritor: "Imagina-se que a capacidade intelectual dum anjo tenha uma compreensão
mais vasta do que a nossa; que uma só imagem na mente angelical contenha mais
detalhes do que uma vida toda de estudos poderia proporcionar aqui."
d)
Mansos
Não
abrigam ressentimentos pessoais, nem injuriam os seus opositores (2 Pe 2.11;
Jud. 9).
e)
Poderosos
São
"magníficos em poder" (Sl 103.20).
f)
Santos
Sendo
separados por Deus e para Deus, são "santos anjos" (Ap 14.10).
5. Sua obra
a)
Agentes de Deus
São
mencionados como os executores dos pronunciamentos de Deus. (Gn 3.24; Num
22.22-27; Mt 13.39,41, 49; 16.27; 24:31; Mc 13.27; Gn 19.1; 2 Sm 24.16; 2 Reis
19.35; Atos 12.23).
b)
Mensageiros de Deus
Por meio dos anjos
Deus envia:
1)
Anunciações (Lc 1.11-20; Mt 1.20, 21).
2)
Advertências (Mt 2.13; Hb 2.2).
3)
Instrução (Mt 28.2-6; Atos 10.3; Dn 4.13-17).
4)
Encorajamento (Atos 27.23; Gn 28.12).
5)
Revelação (Atos 7.53; Gl 3.19; Hb 2.2; Dn 9.21-27; Ap 1.1).
c)
Servos de Deus
"Não
são porventura todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor
daqueles que hão de herdar a salvação?" (Hb 1.14).
Tarefas atribuídas aos
anjos
ü
Os
anjos são enviados para sustentar (Mt 4.11; Lc 22.43; 1 Reis 19.5);
ü
Para
preservar (Gn 16.7; 24.7; Êx 23.20; Ap 7.1);
ü
Para
resgatar (Num 20.16; Sl 34.7; 91.11; Is 63.9; Dn 6.22; Gn 48.16; Mt 26.53);
ü
A
Bíblia revela que os anjos, nos céus, estão integrados no atendimento às
orações que sobem da terra (Ap 8.1-5).
ü
Para
servir aos justos depois da morte. Quando um crente morre, os anjos acompanham
a sua alma e o seu espírito, que deixam o corpo, conduzindo-os ao Paraíso (Lc
16.22).
ü
Deus
dá aos anjos ordens a nosso respeito, para que nos guardem em todos os nossos
caminhos (SI 91.11).
ü
Os
anjos serão os instrumentos na execução dos juízos de Deus durante a Grande
Tribulação, após a vinda de Jesus (Ap 7.1,2; 8.6,7, 8, 10,12; 9.1,13; 15.1).
ü
No
Juízo Final, os anjos estarão em atividade (Dn 7.10).
Alguns
formaram a doutrina de "Anjos Protetores", a qual ensina que cada
crente tem um anjo especial designado para guardá-lo e protegê-lo durante a
vida. Eles afirmam que as palavras em Atos 12.15 implicam que os cristãos
primitivos entenderam dessa maneira as palavras do Senhor.
A
ideia de que todas as pessoas possuem um anjo da guarda designado para
acompanhá-las durante toda a sua vida não tem sustentação bíblica. Tal
pensamento vem da tradição judaica antiga; e não é somente isso. Segundo essa
tradição, o suposto anjo da guarda assume a semelhança da pessoa que a
acompanha.
“Note
que a menina Rode conheceu “a voz de Pedro” (At 12.14); os discípulos, no
entanto, interpretaram como o ‘‘seu anjo” (At 12.15).
“Outra
passagem bíblica que parece fundamentar a ideia de anjo da guarda é: ‘‘Vede,
não desprezeis algum destes pequeninos, porque eu vos digo que os seus anjos
nos céus sempre veem a face de meu Pai que está nos céus” (Mt 18.10). Aqui,
porém, temos a informação de que os anjos estão na presença de Deus, adorando e
louvando ao Pai, e não que cuidam individualmente das pessoas neste mundo.
II. OS ANJOS NÃO PODEM SER ADORADOS
Embora
poderosos em obras, não podem os anjos ser adorados: são criaturas de Deus,
nossos conservos e também comprometidos com a glória de Deus. Vejamos por que
os anjos não devem ser objetos de nosso culto.
1. Os anjos são
criaturas de Deus
Somente
o Criador é digno de toda a honra e de todo o louvor; sendo os anjos criaturas
(Sl 33.6), têm como missão louvar a Deus.
2. Os anjos são nossos
conservos
Sendo
eles criados por Deus, consideram-se nossos conservos (Ap 19.10).
3. Os anjos são
comprometidos com a glória de Deus
Esta
é recomendação dos anjos: “Adora a Deus” (Ap 22.9). Erram, portanto, aqueles
que, menosprezando o Criador de todas as coisas, buscam adorar a criatura (Rm
1.25). O culto aos anjos é uma perigosa idolatria, na qual muitos têm
naufragado. Ler também Cl 2.18.
III. FALSAS TEORIAS SOBRE O ARCANJO
MIGUEL
1. Mormonismo - Diz que Adão é o Arcanjo
Miguel, logo, era ele que estava contendendo com o diabo.
Refutação bíblica
§ Existe um tremendo
abismo entre Miguel e Adão. Miguel é um anjo e os anjos não se dão em casamento
(Mt 22.30). Adão foi um homem e os homens podem se casar (Gn 2.24).
§ Miguel é um arcanjo
que significa "anjo chefe". Adão é o representante da raça humana
(1Co 15.45) e não um arcanjo.
§ Os homens nascem
pecadores (Rm 3.23), mas os anjos bons nunca pecaram.
Entretanto,
a maior contradição encontra-se na própria teologia mórmon, que ensina que,
para a pessoa alcançar o status de deus, precisa se casar para a eternidade.
Caso contrário, permanecerá apenas como anjo. Então surge o embaraço: se Adão
era casado, por que não progrediu para a posição de deus, antes, permaneceu
estacionado na posição de anjo?
2. Testemunhas de Jeová - Dizem que se a
designação ‘arcanjo’ não se aplicasse a Jesus Cristo, mas a outros anjos, então
a referência à voz de arcanjo não seria apropriada.
Refutação bíblica
A
Bíblia apresenta muitas diferenças entre Jesus e Miguel:
ü
Jesus
jamais foi criado (Jo 1.3), Miguel é criatura celestial, criada pelo próprio
Jesus (Cl 1. 15,16);
ü
Jesus
é adorado por Miguel (Hb 1.6), Miguel não pode ser adorado (Cl 2.18: Ap
22.8,9);
ü
Jesus
é o Senhor dos senhores (Ap 17.14), Miguel é príncipe (Dn 10.13);
ü
Jesus
é Reis dos reis, Miguel é príncipe dos judeus (Dn 12.1);
ü
Jesus
é o Filho de Deus. Miguel é anjo; “Porque, a qual dos anjos disse jamais: Tu és
meu Filho, hoje te gerei? E outra vez: Eu lhe serei por Pai e Ele me será por
Filho? E outra vez, quando introduz no mundo o primogênito, diz: E todos os
anjos de Deus o adorem” (Hb 1.5,6).
ü
Miguel
é um dos primeiros príncipes (Dn 10.13), o que indica que existem outros iguais
a ele. Jesus, porém, é o Unigênito do Pai, o que mostra que não existe outro
igual a Ele (Jo 1.14; 3.16).
IV. DETALHES SOBRE OS ANJOS
1. Juventude e beleza
"E,
entrando no sepulcro, viram um mancebo assentado à direita, vestido de uma
roupa comprida, branca..." (Mc 16.5a).
Duas
características primordiais são inerentes a estas criaturas espirituais: a
primeira delas é sua juventude e a segunda, sua beleza. Acreditamos que, na
passagem de Jó 38.7, os anjos são reputados ali como sendo "as estrelas da
alva", isto é, são comparados com a alvorada!
Eles
não têm a eternidade na mão como Deus, mas quanto ao tempo e ao espaço, são
seres eternos. Os anjos tiveram princípios, embora não tenham mais extinção de
existência. Deles disse Jesus: “... não podem mais morrer".
Maria
Madalena afirma ter visto um anjo que ainda era "mancebo". Este anjo
possuía, evidentemente, uma eternidade de anos! Mas observe bem: ainda era
mancebo!
2. Estatura
Quanto
à sua estatura, a Bíblia não fornece maiores detalhes; mas nos leva a entender
que há certa categoria "maior" que a estatura humana (SI 8.5) e outra
"menor" (Ap 21.17).
Os
anjos têm a capacidade de mudar a aparência e de se transportarem num relâmpago
da suprema corte do Céu para a Terra e retornar numa fração de segundo.
Intrinsecamente, eles não possuem corpos físicos, conquanto possam assumir
formas físicas, quando Deus lhes prescreve missões especiais. Além disso, Deus
não lhes concedeu a capacidade de se reproduzirem, e eles nem se casam, nem são
dados em casamento (Mc 12.25).
3. Seus Nomes
Talvez
na esfera celeste, os nomes dos anjos sejam abundantes; porém, na esfera
terrena, ou pelo menos aqueles que chegaram até nós através de seu serviço ou
revelação, seus nomes não são tão abundantes.
ü
Gabriel
(Dn 8.16; Lc 1.26),
ü
Miguel
(Dn 8.13; 12.1),
ü
Maravilhoso?
(Jz 13.6,17,18).
Os livros
não-canônicos citam estes:
·
Uriel,
·
Rafael,
·
Saracael,
·
Raquel
e
·
Remuel.
Quanto
aos anjos maus, seus nomes são também citados com escassez.
Vejamos alguns:
ü
Apoliom,
ü
Abadom,
ü
Diabo,
ü Legião, etc. (Lc 8.30;
Ap 9.11; 12.9).
Quanto
aos anjos maus, seus nomes são também citados com escassez excessiva. Apenas
estes: Apoliom, Abadom, Diabo, Legião, etc. (Lc 8.30; Ap 9.11; 12.9).
4. Anjo em forma
humana
Os
anjos em certas ocasiões têm aparecido com forma humana (Hb 13.2). Isto prende-se
exclusivamente às ordens de Deus que, segundo se diz, permitiu que os olhos
humanos focalizassem os raios de luz celeste para realmente ver os corpos
celestiais dos anjos tais como eles são.
Em
cenas ocasiões os anjos tomaram forma humana e foram vistos com aparência
física e roupas de acordo com a civilização da época que era objeto da divina
visitação. Isto não se limitou ao passado. O mesmo acontece hoje em dia!
5. Anjos com Asas
Apenas
cinco classes de anjos são apresentadas na Bíblia como portando asas:
ü
Os
querubins (Êx 25.20; 2 Co 5.7; Ez 1.6; Ap 4.8).
ü
Os
serafins (Is 6.1-6).
ü
O
anjo Gabriel (Dn 9.21).
ü
O
anjo dos "dois ais" (Ap 8.13).
ü
O
anjo do "evangelho eterno" (Ap 14.6).
6. A rapidez dos Anjos
Em
nossas dimensões, a capacidade da rapidez angelical é comparada à "rapidez
de um relâmpago" (Mt 28.3); 300.000 km por segundo, mas na esfera celeste
são rápidos como a imaginação.
Observe
o que diz o Senhor em Mateus 26.53: "Ou pensas [Pedro] tu que eu não
poderia agora orar a meu Pai, e que ele não me daria mais de doze legiões de
anjos?" Observe agora! Que distância há entre o trono de Deus e o Jardim
do Getsêmani? É inconcebível! Mas "doze legiões" poderiam chegar ali,
numa fração de segundo. Isso indica velocidade, rapidez verdadeiramente.
7. Os Anjos não são
Oniscientes
Os
anjos possuem um conhecimento que os homens não têm; mas, por mais que seja o
seu conhecimento, podemos estar certos de que não são oniscientes. Não sabem
tudo. Não são como Deus.
Jesus
forneceu testemunho do conhecimento limitado dos anjos quando falou da sua
segunda vinda.
Em
Marcos 13.32, Ele disse: "Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os
anjos que estão no céu...". Os anjos sabem, provavelmente, coisas a nosso
respeito que desconhecemos. E devido ao fato de serem espíritos auxiliadores,
usarão sempre este conhecimento para o nosso bem e não para maus propósitos.
"Então
disseram aqueles varões a Ló: Tens alguém mais aqui?..." (Gn 19.12;Mt
24.36; Mc 13.32). Em outras passagens tais como 2 Samuel 14.17,20, fica
subentendido à luz do contexto, que os anjos de Deus são sábios e dotados de
conhecimento superior. Porém, nunca lhes é atribuída a "onisciência".
8. O poder dos Anjos
(Sl 103.20)
O
poder dos anjos é derivado de Deus. O poder deles, embora grande, é restrito.
Eles são incapazes de fazer aquelas coisas que são peculiares da divindade -
criar, ação sem o uso de meios, ou sondar o coração humano. Eles podem
influenciar a mente humana como uma criatura pode influenciar outra.
Mesmo
um anjo pode reivindicar assistência divina quando em conflito com outro ser
celestial (Jd 9).
CONCLUSÃO
Os
anjos têm um lugar muito mais importante na Bíblia do que o Diabo e os seus
demônios. Estes últimos nos atacam. Os primeiros nos defendem.
A
Bíblia ensina que os anjos intervêm nos assuntos das nações (Dn 9.13-21; 11.1;
12.1). Deus os utiliza com frequência, a fim de exercer julgamento sobre as
nações. Eles guiam, consolam e cuidam do povo de Deus em meio ao sofrimento e
perseguição.
O
Salmista declara: "O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem, e
os livra" (SI 34.7).